Vai uma #MashTag aí?
Você tomaria uma cerveja cuja fórmula foi desenvolvida através do Twitter e do Facebook? Pois essa cerveja existe!
A cervejaria britânica BrewDog teve a idéia de criar perfis no Twitter e no Facebook para fazer uma nova cerveja, especificada de forma colaborativa através de redes sociais e de blogs.
Dá para entrar no portal da cervejaria e fazer a encomenda, não só da #MashTag como das demais cervejas produzidas pela BrewDog. Dá até para investir na BrewDog, mas essa é outra história…
A BrewDog é uma empresa não convencional, com uma imagem punk, e a porta-voz da empresa, Sarah Warman, diz ao site Mashable que “Esta é a cerveja para o povo, pelo povo. Até onde sabemos, nada similar a isso existia antes, e leva a voz dos consumidores on-line a um novo nível offline“.
Mostrei o site a um mestre cervejeiro local, que conhece a BrewDog mas não sabia da #MashTag.
Seus comentários: “Bacana a iniciativa. A BrewDog construiu sua reputação sempre com cervejas fora do padrão, inovadoras, e na grande maioria de alta qualidade também. Tanto que arrisco, sem medo, que vale procurar a #MashTag mesmo antes de prová-la.
Já há casos de troca constante de informação entre cervejeiros caseiros ou mesmo cervejarias que compartilharam suas receitas para que seus clientes possam recriá-las, mas a BrewDog leva a coisa toda a outro nivel.
[Ainda] estamos longe de ter um modelo de negócios sustentável baseado em Open Source no mundo cervejeiro. Mas a #MashTag cumpre com folga seu papel como ferramenta de marketing e reforço da marca junto ao seu público.
Criar um produto a partir da sua base de clientes, da concepção à criação do rótulo é pura lenha na fogueira para gerar barulho que alimenta as redes sociais, sem falar no burburinho na imprensa e blogsfera. E isso é ainda mais relevante para uma categoria de produto como as Craft Beers, cujo consumo está intimamente ligado a conceitos como socialização e compartilhamento. Mesmo fora da net“.
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Ah! Uma garrafa da #MashTag custa, na Grã-Bretanha, £ 2,69, ou, aproximadamente, R$ 9,22, na cotação de hoje.
E você: toparia participar de um projeto desses? Tin-tin!
Redes Sociais e as manifestações públicas
Não há como negar: as redes sociais são armas poderosíssimas de mobilização popular. Já tocamos nesse tema em outras situações, sobre outros países, como os da chamada Primavera Árabe. Mas agora a ferveção ocorre aqui mesmo, no Brasil que, por tradição e por expectativa gerada, deveria estar prestando atenção à Copa das Confederações.
Nada do que vem acontecendo no país tem por gênese a internet, ou uma mudança de atitude dos internautas, que deixaram, de súbito, os temas mais frívolos para tentar resolver problemas fundamentais que os afligem. Mas é inegável que uma parcela significativa da população vem usando os recursos da internet e das redes sociais para organizar protestos em centenas de cidades brasileiras, deixando atônitos os mais experientes analistas e protagonistas da cena política do país.
Do ponto de vista de propagação de idéias, imagens em fotos e videos, temos conteúdos para todos os gostos, tanto em qualidade como em quantidade. Em determinados pontos do Rio de Janeiro e de São Paulo, o tráfego nas redes celulares superou, em muito, o ocorrido nos jogos do Brasil nos entornos dos estádios, ou seja, o verdadeiro teste de carga das redes ocorreu nas ruas.
Tive a chance de presenciar a mobilização de cidadãos comuns, na maioria jovens, decidindo participar de manifestações em Florianópolis, mesmo estando a quase 100 km. de distância. Trocando mensagens via celular e dando e recebendo dicas de carona, de linhas de ônibus, horários, pontos de encontro… E o interessante, do ponto de vista do uso da ferramenta, é que esse tipo de comunicação, por fugir dos padrões ditos normais de tráfego, também chegaram a ultrapassar limites de planos contratados, ao ponto de surgirem boas informações sobre alternativas mais em conta, com outras operadoras. Muita gente, ao protestar, aproveitou também para refazer seus contratos de telefonia celular.
Pontos de WiFi públicos ou restritos registraram picos de demanda, fora também dos padrões normais.
É cedo ainda para dizer se as redes sociais serão vetores relevantes de transformação no Brasil. Mas não é absurdo afirmar que, sem elas, as movimentações seriam bem menores. Boa matéria prima para análise de sociólogos sobre o momento brasileiro atual.
Até George Orwell ficaria encabulado…
Agora é oficial: Estamos sendo grampeados por agências de inteligência americanas e britânicas, no mínimo! Registros de ligações telefônicas, bases de dados das principais redes sociais e serviços online, tudo isso está sendo monitorado.
Os registros de todas as ligações telefônicas dos clientes corporativos da Verizon estão sendo entregues à NSA – National Security Agency por ordem do juiz Roger Vinson desde abril deste ano. São chamadas locais, longa distância nacional e internacional. O furo inicial foi dado pelo jornal inglês TheGuardian, que inclusive exibiu cópia da ordem judicial secreta .
Na sequência, a Casa Branca admitiu as ações, por conta das medidas de combate ao terrorismo, e aparentemente, o monitoramento vai continuar e, quem sabe, também esteja sendo feito por outras organizações mundo afora.
Mas olhemos a coisa do prisma tecnológico: A internet, é bom lembrar, é a derivada civil da ArpaNet, uma rede comunicação entre computadores militares criada na década de 1960 por conta da Guerra Fria e da necessidade estratégica de blindar informações sensíveis que trafegavam através de redes comerciais de telecomunicações, como a AT&T nos Estados Unidos.
Com sua expansão para uma rede mundial, e a popularização dos celulares, bilhões de pessoas se conectaram. Liberdade, baixo custo, informação farta à disposição.
Do lado dos indivíduos, a banda larga por onde cada vez mais dados trafegam velozmente; custos de armazenamento em queda livre, e serviços ditos na nuvem cada vez mais populares; os processadores dos dispositivos digitais sempre mais poderosos.
Do lado das agências de inteligência, a realidade é a mesma: Rede rápida, processadores parrudos, armazenamento de dados em escala de zetabytes. E é bem mais fácil de fazer, pelo acesso antecipado às novas tecnologias. A pressão para grampear é grande, e se as agências oficiais não fazem, os bandidos podem sair na frente.
Em 1948, George Orwell escreveu 1984, onde antecipava com seu Big Brother um futuro com um ente central opressor, que sabia da atividade de todos os indivíduos.
A realidade de 2013, se pudesse chegar à tumba de George Orwell, faria com que ele desse boas reviradas de desconforto, ao verificar que sua imaginação não conseguiu ser suficientemente criativa na sua fantasia do futuro.
Bem-vindo de volta, botão “Iniciar”!
Para a quase totalidade dos habitantes da Terra que já teve um primeiro contato com computadores ele se deu através do Windows. Para todas essas pessoas, virou algo automático, desde sempre, ligar a máquina, ir com o mouse no canto inferior esquerdo e clicar no ícone Iniciar. Êta botãozinho onipresente!
Mas o tempo passou, novas versões do sistema operacional da Microsoft foram surgindo, até chegar ao Windows 7. E o Iniciar lá no lugar de sempre.
O mundo da tecnologia evoluiu, surgiram os tablets e smartphones e a Microsoft não podia ficar de fora dessa onda. Mas os dispositivos mais populares com tela sensível ao toque não tinham o tal ícone. Mais e mais gente se iniciou sem o Iniciar.
No redesenho radical que chegou com o Windows 8, em outubro de 2012, o Iniciar não estava mais lá. Protestos e reclamações dos usuários aos montes!
Entendida a necessidade de convergir sistemas operacionais de computadores tradicionais e de dispositivos móveis, para melhorar a integração e a compatibilidade entre eles, e aceitas as sólidas justificas técnicas para a nova interface, a voz do povo falou mais alto.
E a Microsoft prepara-se para lançar o Windows 8.1. As novidades devem ser apresentadas agora em junho, num evento para desenvolvedores, mas, de forma antecipada, a companhia anunciou nesta quinta, 30/5, a volta do botãozinho.
Claro que a novidade bombou pelas redes sociais, com as acirradas polêmicas sobre um detalhe aparentemente menor no funcionamento de um aparelho digital. Os a favor do botão dizem que sempre foi assim, mudar por quê? Os do contra, argumentam que todo o mundo conectado vive bem sem o Iniciar e que quem quer ou é atrasado ou vai se acostumar sem, questão de tempo…
A polêmica vai perdurar para além do evento de junho até bem depois das primeiras instalações com o Windows 8.1 estarem nas máquinas dos usuários. Para os curiosos com temas ligados de tecnologia vale a pena conferir as explicações oficiais sobre o desaparecimento e a volta do botão.
Eu acho que a pressão dos usuários de sempre do Windows pesou na decisão. Estou curioso para ver como o 8.1 vai ser recebido. São os dilemas sobre um produto de sucesso!
LinkedIn proibe divulgação de prostituição e serviços de acompanhantes
A popular e poderosa rede social de contatos profissionais LinkedIn proibiu seus usuários de divulgar perfis e serviços de prostituição e acompanhantes. Através de uma pequena alteração unilateral em seu contrato com os titulares de suas contas, adicionaram o item B.8.i, que informa ser proibido, “mesmo que seja legal onde você está, criar perfis ou fornecer conteúdos que promovam serviços de acompanhantes ou prostituição“.
Não vou defender nem atacar as regras do jogo do LinkedIn, até porque posso simplesmente abandoná-lo, se não concordar com elas ou elas me incomodarem.
Vou tentar apenas fazer releituras livres desse item dos termos de uso: “OK, pode ser que no país onde você vive seja permitido, legal e regular a prostituição, mas na minha rede não tem disso não e eu proíbo, independente do que digam as suas leis“, ou ainda “meu contrato com você é superior às leis de seu país“.
O mundo digital é cheio desses tipos de conflitos, e você está no meio de muitos deles e talvez nem saiba. Quer saber? Então leia os “Termos de Uso” e as “Políticas de Privacidade” dos serviços que você usa na internet. Qualquer um.
Não é tarefa agradável ler esses longos conteúdos, mas costumo lembrar que eles são, no frigir dos ovos, contratos que você tem com esses provedores de serviço. E, mesmo que esses ramos proibidos não estejam no foco de suas prioridades, as regras estabelecidas pelos LinkedIn, Google, Twitter, Facebook da vida interferem diretamente na forma como seus dados pessoais são divulgados pela rede de forma viral, ou mesmo explorados com objetivos comerciais, sem que você tenha conscientemente autorizado.
Voltando à restrição específica do LinkedIn: quem garante que outras profissões, até menos polêmicas, não serão banidas da rede na sequência? Houve alguma influência de grupos de interesse, de estratégia de marketing ou simplesmente de valores considerados essenciais pelos que decidem os rumos dessa rede social?
Pense nisso!
A Revolução Digital Apenas Começou
Há pouco mais de quatro anos atrás eu postava no meu blog matéria sobre o gap entre gerações por conta da revolução digital. E que esse gap estaria aumentando, especialmente em relação aos muito jovens.
Isso foi antes do lançamento do iPad e da popularização dos smartphones, que deram nova leitura ao termo Conectado.
Para essa turminha nascida no século 21, é mais difícil explicar o passado sem internet do que as novidades que chegam com o futuro. Para eles, estar conectado não é mais estar à frente de um computador. Os dispositivos digitais móveis vão com eles, e termos como tablet, smartphone, GPS, App e tantos outros são absolutamente partes de seu dia-a-dia.
Agora, os primeiros oriundos dessa turma já estão adolescentes e têm muitas idéias a respeito de suas carreiras e de suas vidas pessoais.
Essa moçada é que vai transformar de vez o mundo em que vivemos. Por não estarem presos a paradigmas analógicos, por serem seres multitarefas e multidispositivos, para eles a utilidade das soluções digitais é imensamente mais importante do que os dispositivos.
Por exemplo, comunicar-se com um amigo pode começar no celular por voz, mudar para conversa com imagem, seguir na TV grande enquanto ambos assistem a um mesmo filme em lugares diferentes, comentando-o através de uma rede social que pode ser acessada por um tablet ou mesmo por uma janela da telona.
Os apelos para o consumo não funcionarão direito apenas através de meios de comunicação de massa. Eles dependerão também de estímulos individualizados ou, no máximo, voltados a pequenos grupos. E esses jovens também saberão fazer esses apelos em suas artes profissionais.
Não por acaso, o número de jovens empreendedores -aí contados apenas os menores de 14 anos- vem crescendo a taxas exponenciais nos últimos 5 anos. E existem centenas de exemplos de empresas nascentes criadas por esses muito jovens, que recebem investimentos de mais de um milhão de dólares antes do seu segundo ano de vida .
A escola também começa a passar por profundas transformações, esgotado o modelo de transmissão do conhecimento de modo unilateral professor/aluno. Ensino de qualidade, denso, veloz e voltado às necessidades de cada um parece ser o rumo.
Nesse cenário, o vetor de transformação é a demografia, com a crescente inserção dessa nova geração no mercado. Os dispositivos já existem, seguem evoluindo rapidamente, mas a forma de utilizá-los plenamente é que vai criar a verdadeira revolução digital. E ela será levada a cabo por esses jovens que já nasceram conectados.
Da série Liberdade X Controle 2: Restrições a redes sociais na empresa
A maioria das empresas não possui nenhuma política em relação ao uso de redes sociais no ambiente de trabalho e talvez nem se preocupe com o tema.
Nos extremos estão, de um lado, empresas que criam fortes restrições acompanhadas de punições aos colaboradores que fiquem acessando o Facebook ou Twitter em horário de trabalho; de outro estão aquelas que liberam geral, por entender que essa conectividade em rede, de fato, melhora a produtividade e o ambiente de trabalho.
Existem milhares de argumentos pró e contra, as condições variam por país, por ramo de atividade, por empresa, por departamento e por tipo de função do colaborador. Matriz complicada de resolver.
Mas nem por isso deve ser ignorada, uma vez que cada vez mais as pessoas estão conectadas à internet através de seus dispositivos móveis. A pergunta a responder é: “o quê precisamos proteger?“.
Da série Liberdade X Controle 1: Google condenado a pagar R$ 2,2 mi por conteúdo ofensivo
O Google foi condenado pelo pleno do TRE-SP a pagar R$ 2,2 milhões por não haver retirado do ar um blog que conteria de ofensas a candidata a prefeitura de Ribeirão Preto, SP, nas eleições de 2012.
Sem entrar a fundo nos detalhes, que estão no link acima, existem pontos que precisam ser muito bem discutidos para que cheguemos a uma solução abrangente e equilibrada quanto ao nível de controle que poderá ou deverá ser exercido sobre a internet.
No caso, a lei eleitoral pune propaganda fora de época e também difamação. E a candidata sentiu-se difamada e o juiz mandou tirar o conteúdo do ar. O Google não fez nada, alegando que apenas fornece a plataforma para publicação, no caso, o Blogspot. A decisão foi para o pleno do TRE-SP que referendou decisão anterior e “crau” no Google em R$ 2,2 milhões.
Facebook já era?
Recebi uma reflexão de um ouvinte da CBN sobre a queda do número de contas ativas no Facebook, e se isso poderia representar o começo do fim do maior fenômeno da internet no século 21.
Antes de exercitar minha capacidade de profeta, decidi pesquisar a audiência das redes, aqui no Brasil, em outros países e no mundo.
E antes de dar o veredito final sobre as fortunas de Mark Zuckerberg, se ele ficaria no perene clube de um Warren Buffett ou se embarcaria nas emoções de um Eike Batista, fixei minha atenção nas redes que já fizeram seu voo balístico, ou, no linguajar mais prosaico, seu voo da galinha.
Minha fonte principal de pesquisa foi o Alexa, que mede o tráfego da internet.
Lá eu vi, por exemplo, que o orkut ocupa o 51º posto aqui entre nós (no domínio .br), ele que já foi líder de mercado no Brasil. Ele está próximo do Pinterest e do Badoo, além de dividir o pelotão com sites de pornografia. Não faz tanto tempo assim, medido na régua de São Gregório, que até música sertaneja virou top hit dizendo “vou deletar você do meu orkut”.
Vi também que o MySpace, fundamento essencial da campanha digital de Barack Obama em 2008, hoje é absolutamente irrelevante e pode ser acessado via Facebook.
Aí vemos também que outras redes perderam relevância, e é divertido ver o ranking no Alexa…
Mas vamos ao Facebook: enquanto escrevo, ele é, em tráfego, o nº 2 no mundo e nos Estados Unidos; 1º no Brasil, 3º na Índia, 8º na Rússia. Também sabemos que o Facebook perdeu mais de 10% de suas contas ativas globais e 25% das japonesas, e isso acende luzes no mínimo amarelas entre os executivos e investidores da empresa.
Parece que a barreira de 1 bilhão de contas até que deu para superar, mas ficar acima disso não é tarefa trivial.
As mudanças recentes no Facebook, seja na sua polêmica política de privacidade, seja no seu visual mais a navegação causam mais narizes torcidos do que sorrisos de satisfação. Com a palavra a maioria dos usuários que experimentaram o jeitão novo da linha do tempo (timeline)…
Enquanto isso, as redes especializadas ficam fortes em seus nichos de mercado, Linkedin à frente.
Correndo por fora, o endereço nº 1 do mundo, o Google, procura fazer crescer o seu Google+, que vai ficando com a cara do Facebook, que procura imitar o orkut. Mas o Google tem a vantagem de seu leque de produtos muito bem sucedidos, busca à frente, trazendo junto o YouTube, o Goggle Maps, o Google Docs e a possibilidade de que seus usuários com alguma proposta possam ganhar uma graninha no AdWords.
Então, resumindo a ópera para o meu ouvinte da CBN, eu não acredito que o Facebook vá despencar para o esquecimento, como tantos outros de gerações digitais anteriores. Mas, certamente, a visão de transformá-lo em uma plataforma única de acesso e navegação de seus zilhões de usuários, que poderiam dispensar todo o resto -Google inclusive-, terá de ser urgentemente repensada.