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Ponto para o livro digital!

Dia desses, fui a uma grande livraria (duas, na verdade), para comprar um livro impresso para um aniversariante amigo meu. Eu tinha ideia do que queria, mas…

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O Cachorro e o Tablet

No próximo dia 3 de abril, o iPad assopra duas velinhas. Nem parece que foi ontem o lançamento de um controvertido produto, em cima de uma tecnologia que existia há mais de uma década e que a maioria dos analistas e concorrentes apostava que ia ser um fracasso.

Mas o mundo real provou o contrário: o iPad e os tablets concorrentes rapidamente ultrapassaram a barreira de 100 milhões de unidades vendidas e um mercado superior a US$100 bilhões foi virtualmente criado a partir do nada. Ou melhor, a partir de uma visão de uma pessoa -Steve Jobs- que dizia não adiantar fazer pesquisa de mercado para saber da reação dos compradores sobre algo que eles ainda nem sabiam que iriam precisar.

A discussão sobre a utilidade do tablet segue aquecida, mesmo entre os quase 200 milhões de proprietários mundo afora.

Outro dia, recebi mensagem de um amigo meu no Facebook que se dizia preocupado com a proliferação de dispositivos que ele acabava tendo que aderir por conta da necessidade de se manter atualizado e conectado com o mundo.

E aí ele me listou, por ordem de aquisição: desktop, câmera fotográfica, iPod, laptop, smartphone pessoal, filmadora Full HD, smartphone corporativo, GPS e finalmente o tablet.

Nesse meio do caminho, ele relatou que quase não usa mais o desktop, o laptop ficou para uso profissional, os smartphones não desgrudam dele e o tablet “só falta ter um siga-me automático, um latido e algumas pulgas para ficar que nem meu cachorro de estimação”.

Ele também acaba usando sua câmera digital em ocasiões muito especiais e aposentou definitivamente a poderosa filmadora Full HD, já que a câmera e um dos smartphones são capazes de capturar vídeos 1080p com praticamente os mesmos efeitos, ao menos dentro de sua expectativa de uso. O iPod não virou sucata, mas agora mora em uma docking station conectada a seu home theater.

Desde novembro, diz meu amigo, ele só percorre suas quatro contas de e-mail usando seu tablet, aí contada a corporativa, e nem se lembra mais quando foi a última vez que ele alugou um vídeo na locadora ou comprou um título de livro impresso em inglês ou alemão pela Amazon, esses viraram eBook. Músicas em meio físico, então, nem pensar, depois que ele conseguiu comprar as coleções de Adoniran Barbosa e dos Beatles na iTunes Store para repor as que havia perdido quando de seu primeiro divórcio. E o GPS do carro, que ele pagou uma grana preta, agora está disponível como um aplicativo para seu smartphone por uma fração do preço.

Como ele já é um cinquentão alto, significa que ele passou por várias fases da evolução tecnológica e dos traumas a ela associados. Poderia ter sido tentado a pregar as virtudes do passado, mas seguiu, valente, as novas tendências.

Hoje ele é absolutamente dependente do tablet, algo que, em abril de 2010 ele nem imaginava ter. Quando eu postei minha primeira perspectiva do iPad neste blog, ele disse que estaria na turma dos que “nem esperando para ver o que aconteceria teria a mais remota tentação de comprar um”. Sua rejeição ao tablet, que ele nem sabia o que era, durou meros três meses, e acabou quando ele foi em julho com a filha e os dois netinhos para Orlando, com direito até mesmo a fila de espera na loja da Apple.

Mas é aí que a cobra fuma: no meu entender, pouco importa o que eu, meu amigo ou todos os demais nascidos no século XX, no segundo milênio da era cristã, podem pensar. O fato é que essa geração D nascida em anos que começam com 2 sequer viveu uma era sem internet, sem dispositivos com tela sensível ao toque e vai estar no mercado dentro de poucos anos.

E essas tecnologias, dentre outras coisas, eliminam barreiras de acesso ao conhecimento (internet) e criam uma forma intuitiva de interação com as máquinas. O touch-screen foi uma novidade nos smartphones e provaram seu verdadeiro valor nos tablets. Basta ver a naturalidade que qualquer criança tem ao manusear um tablet, mesmo sem ainda ter saido das fraldas.

Se voltarmos ao tempo, muita gente falava contra os smartphones (eram caros, muitos nem teclado tinham e lhes faltava a graça e a duração da bateria dos flip-phones, como o tão popular StarTac da Motorola) e mesmo contra os desktops (o presidente da Digital Equipment, Ken Olsen, dizia na década de 70, que não via nenhuma razão para um indivíduo ter um computador em casa. Não por outro motivo, a DEC, então lider de mercado no segmento de minicomputadores, acabou comprada pela Compaq, que, por sua vez, acabou no bolso da HP).

No caso do tablet, a mudança foi e será ainda mais radical, pois o descrédito original transformou-se rapidamente na percepção de que ele potencializa o uso de múltiplas funcionalidades e facilita, como nenhum outro, o acesso a conteudos dos mais váriados tipos, e já possui literalmente milhões de aplicativos disponíveis, a maioria gratuito.

Mas ainda não chegamos lá.

Ao meu amigo do Facebook, eu respondi que, à exceção das pulgas, ele poderia ter quase todo o resto do cão no tablet, ou quase isso, o que lhe gerou uma dúvida existencial em relação ao seu companheiro de muitos anos…

Numa dessas, dá para pensar num App que atraia pulgas e o tablet comece a se coçar, mas aí já é querer demais!

Kindle, Barnes&Noble chegam no iPad. E de graça!

Estava em mais uma das minhas fases finais de testes do iPad quando fui agradavelmente surpreendido pelo aplicativo do Kindle disponível na AppStore, e de graça!

Quem tem ou pensa comprar um iPad, mas fica meio em dúvida por conta dos preços menores e da quantidade de títulos muito maior da Amazon, mas estava em dúvida, então, parodiando o Seu Kreiçon do Casseta e Planeta, “seus pobremas si acabário-si“.

Tirando o por vezes incômodo brilho na tela do iPad, poder ter a convivência de duas das três maiores vendedoras de livros digitais, ou eBooks (a outra é a Barnes & Noble, que lançou o Nook para competir com o Kindle, da Amazon.

Mas… espere aí: será que não tem o acervo da B&N para o iPad?  BINGO! Está lá, de graça também.

Então, em tese você tem o acervo das três principais vendedoras de livros digitais em seu iPad.  Verdade que o leitor do acervo comprado na Amazon, que emula o Kindle, não tem os mesmos recursos do leitor nativo do iPad. O mesmo vale para o leitor da B&N, que, ainda por cima, no momento que escrevo, a versão disponibiulizada do software é feita para o iPhone, e, quando você usa o botão <X2>, que dobra a largura e altura da página e ocupa toda a tela do iPad, a definição das letras não é tão boa.

Fica claro que tanto a Amazon quanto a B&N apostam na estratégia de vender conteúdo (livros), e seus leitores de eBooks ficam no segundo plano. Reforça essa percepção o fato de que ambas disponibilizam gratuitamente o software de leitura de eBooks para as principais plataformas de smartphones e, por extensão, dos demais tablets que chegam ao mercado.

Conclusão para a noite: os leitores de livros digitais vieram para ficar, e serão quase todos na linha do iPad. Os concorrentes da Apple provavelmente terão sistemas operacionais da Microsoft (Windows) e do Google (Android).


Esperemos o acirramento da concorrência. Mas, de qualquer modo, mais uma vez a Apple dá o tom para um novo tipo de produto.


Boa leitura!

Internet 2009: Imagem é o nome do jogo

A postagem de 25 de janeiro abordou os números impressionantes de internautas, e-mails e coisas que atormentam o cidadão digital, como spam, virus e afins.


Na esteira do lançamento –muito criticado pela maioria dos analistas– do iPad da Apple, cabe colocar o tema das imagens na internet, seus volumes e tendências, e mostrar que o iPad talvez acabe fazendo sucesso.

Vamos aos números de 2009:

Imagens

  • 4 bilhões – Fotos no Flickr (Outubro)
  • 2.5 bilhões – Fotos novas carregadas por mês no Facebook, ou 30 bilhões/ano

Vídeos

  • 1 bilhão – Média diária de vídeos exibidos por dia no YouTube
  • 182 – Número de videos online que o internauta americano acessa por mês
  • 82% – Percentagem de internautas americanos que assistem a videos online na Internet

Livros

  • 52% –  Percentagem de eBooks vendidos pela Amazon em dezembro (48% de papel)

Esses números ilustram a importância predominantes das imagens na internet. Qualquer evento local ou global de alguma repercussão aparecem antes no YouTube e depois nos telejornais. Na melhor das hipóteses, ao mesmo tempo.

Só o YouTube consome algo como 20% da banda total da internet.

Assim, dispositivos orientados à manipulação de imagens, que sejam de fácil manuseio e custo razoável, podem cair no gosto do cidadão digital. Ainda mais com o apelo da Apple.  E com a sua estratégia de marketing, por suposto.

Não por acaso, o iPad foi lançado em evento especial, e o “falando nisso” que fica para o final das apresentações do Steve Jobs ficou por conta da funcionalidade de leitor de eBooks, com a facilidade de ser a cores.

No final da semana passada, algumas editoras cancelaram seus contratos com a Amazon e assinaram com a Apple, até por conta de uma política de preços na nova iBookstore e margens mais interessantes.

Assim, enquanto os analistas reclamam do “iPhonão” que não tem isso, não faz aquilo, a Apple aproveita o sucesso das imagens na internet e apresenta o tablet mais completo do mercado, pronto para fotos, vídeos e livros, como nenhum outro.  E a preços extremamente competitivos.

Eu acho que o iPad vai emplacar e criar uma forte tendência para produtos semelhantes.  Vamos ver se a concorrência acorda.

Amazon aponta as primeiras tendências do ano no mundo digital

eBooks, ou Livros Eletrônicos e jogos para evitar, não causar tendinite: essas são as tendências que a Amazon aponta, ao divulgar os resultados de suas vendas do final de ano.

Comecemos pelos livros eletrônicos, e o seu leitor/apresentador vendido pela Amazon: o leitor portátil, Kindle, é o mais vendido da história da loja. E a venda de conteúdo no formato de livros digitais superou, pela primeira vez, os livros de papel, origem dos negócios da Amazon.

Os três títulos mais comprados no fim do ano, foram: “Going Rogue” de Sarah Palin, ex candidata a vice-presidência pelo Partido Republicano, “Lost Symbol” de Dan Brown e “The Help” de Kathryn Stockett

A Amazon informa que em 14 de dezembro contabilizou 9,5 milhões de itens vendidos no mundo inteiro, ou 110 presentes por segundo, o que representa um novo recorde da loja.

Dessa primeira nota podemos concluir que o livro digital chegou para ficar e assumir uma posição de liderança, embora aqui no Brasil possa levar ainda um par de anos até ter uma venda expressiva, especialmente por conta dos tributos elevados e da demora no fechamento de acordos com as editoras. 

Também dá para inferir que as vendas em geral através da internet vieram para abocanhar fatias cada vez maiores do comércio global.  No Brasil, as vendas pela internet ficaram, no mínimo, 30% acima de 2008, conforme previu este blog.

Uma surpresa foi a goleada que a Nintendo impôs na área de games.  Não só seu console Wii dominou as vendas sobre seus rivais XBox da Microsoft e PlayStation da Sony como 9 em 10 dos títulos de games mais vendidos são para o Wii.  Mais: dos nove, sete são games para não sedentários, explorando as características notáveis desse produto que estão baseadas no sensor de movimentos, que permite usá-lo em atividades de condicionamento físico.  Os outros dois são os do popular personagem Super Mario, que carrega por inércia uma legião de admiradores.  E, mesmo assim, esses dois games usam em quantidade razoável funções que exploram os recursos do sensor de movimentos do Wii.

Só o jogo de tiro Call of Duty: Modern Warfare 2, lançado em novembro de 2009 com enorme campanha publicitária, não é da Nintendo, e ficou com a nona posição. Veja a lista:

1 – Wii
2 – Wii Remote Controller
3 – Wii MotionPlus
4 – Wii Nunchuk Controller
5 – New Super Mario Bros. Wii
6 – Wii Fit Plus
7 – Wii Sports Resort
8 – Wii fit
9 – Call of duty: modern warfare 2
10 – Mario kart Wii

Em resumo, cidadãos digitais do Século 21: começai a pensar em seu leitor de eBooks e, no próximo impulso de compra de um console de jogos, considere a amplitude de ofertas do Wii, que parece vai pegar de vez como o preferido desta geração tecnológica.

Afinal, o que devo comprar neste Natal Digital?

A cada ano que passa, a tecnologia avança, os preços se reduzem, as opções aumentam, a decisão então…


Revendo algumas recomendações que fiz para Natais anteriores, vejo que até que não errei muito. Minhas previsões foram muito baseadas no que chamaria da “Lei de Moore Expandida”.

Gordon Moore, um dos fundadores da Intel certa vez falou a um público seleto que a lógica dos processadores de computador era de a cada 18 meses sua capacidade dobrar e o preço cair pela metade. Moore “chutou” aquilo, mas a coisa pegou e os processadores veem seguindo essa lógica empírica (como ele mesmo reconheceu mais tarde).

Só que hoje todos os produtos digitais são microprocessados, do computador ao celular, do televisor à filmadora, passando por dispositivos de rede, de armazenamento, enfim, tudo!

Assim, a Lei de Moore começou a ter aplicabilidade a um leque enorme de produtos e de serviços digitais, ainda mais com a disseminação universal da internet.

O que está ficando confuso, hoje em dia, é definir o que é um segmento de mercado. Vamos ver o exemplo de um iPhone. Em tese, é um celular -telefone!- com algumas ou muitas funcionalidades adicionais, que acabou categorizado como um “smartphone“. Se isso é verdade, e não apenas um rótulo de marketing, adicionem-se todos os demais smartphones e chegamos a um mercado que hoje passa de 10% mas não chega a 20% das unidades de celulares comercializadas, dependendo do país ou da região. Assim, por exclusão, 80% -no mínimo- dos celulares vendidos no mundo não são smartphones; logo, são “dumbphones“, ou “telefones burros“.

No Brasil, 40% dos acessos à internet feitos por dispositivos móveis são originados de iPhone, que tem míseros 2% de market share. Ou seja, quem tem iPhone definitivamente usa relativamente pouco a função de telefonia por voz.

Vamos agora ao mundo do entretenimento doméstico, hoje centrado nos televisores digitais de alta definição, um home-theater e boas opções de conteúdo. É só olhar as ofertas que vamos ver algumas tendências:

  • Os televisores e os receivers estão recheados de portas HDMI, USB e acesso à internet;
  • 1 em cada 3 ofertas de player BluRay também acessam a internet e navegam direto no YouTube
  • Câmeras fotográficas e filmadoras de ponta trabalham com imagens 1080p, algumas também podem postar conteúdo na internet
  • Quem tem essas geringonças todas usa muito pouco de suas funcionalidades e tem um monte de cabos e fios que fazem verdadeiros ninhos de rato nos lares

Para minimizar o investimento e maximizar o desfrute, temos de pensar de nova perspectiva: integrar e conectar todas essas coisas, aí incluidos o GPS do carro e os dispositivos de monitoramento e segurança pessoais e domiciliares.

Devemos, enfim, pensar antes nas funcionalidades que pretendemos, e de que forma podemos otimizá-las, não só em termos de custo, como -e especialmente- de praticidade.

Dá para afirmar que, se temos um orçamento capaz de comprar e manter essa diversidade de dispositivos digitais, vale a pena planejar o futuro, antes de fazer as compras do presente.

Explico melhor: com toda essa modernidade, será que estamos melhor equipados? Por exemplo, quando precisamos recuperar uma sequência de fotos da década passada e não as achamos ou não temos como lê-las. O tal do “backup” raramente funciona a longo prazo, e quase tudo aquilo que nos gera a decisão de compra é esquecido após o início do uso dos digitais.

Ora, se uma TV tem acesso à internet, um celular pode fazer fotos maravilhosas,  um computador é um apoio importante a um escritor ou a um músico, e os livros digitais estão chegando, mas outros dispositivos também são bons, eu acho que um iPhone não é só um telefone, um player BluRay não é só um toca video HD, um computador de mesa pode ser uma central multimídia, ou o servidor de uma rede doméstica, e por aí vai.

A compatibilidade entre os equipamentos é algo a ser cuidado, e merece mais detalhamento. Mas, no Natal de 2009, pense naquilo que você pretende comprar e como você vai conectá-lo em seus outros equipamentos digitais.

Para começar, ele deve ter portas USB e/ou HDMI, estas últimas o novo padrão para transmitir imagens de alta definição e, na maioria dos casos, o som aberto e multicanal que acompanha.

Então, pense nisso:  Duas interfaces que facilitam a conexão entre dispositivos digitais, USB e HDMI. Há um ano atrás, poderiam ser opcionais em um televisor de alta definição ou em um Home Theater.  Em 2009, já são a regra. E, supondo que você poderá ter muitas conexões, quanto mais portas desse tipo você tiver nos aparelhos que ficam em casa, melhor.

Nook: A Barnes & Noble Esquenta a Guerra dos eBooks

O Kindle mal chegou aqui no Brasil, lançado entre nós nesta última segunda, 19, quando o mercado estremece com o lançamento do Nook, da Barnes & Noble. Embora só chegue ao mercado norteamericano em novembro, a tempo de esquentar as vendas de Natal, ele sinaliza as armas que serão utilizadas nos próximos lances desse novo mercado de eBooks. E a guerra promete ser feroz…

Para começar, a B&N é, para o mundo das livrarias de tijolo, o que a Amazon representa no mundo virtual, a lider de mercado.

E ela posiciona o Nook para competir direto com o Kindle, da Amazon. O tamanho é parecido, a tecnologia de tinta eletrônica também, o que assegura a legibilidade em qualquer ambiente.

O preço é idêntico ao do Kindle 2, ou US$ 259 lá. Mas ele vem com um acervo de mais de 1 milhão de títulos, ou seja, o conteudo do Nook é pelo menos o triplo do disponível no Kindle.

O Nook tem ainda uma telinha inferior colorida, sensível ao toque, que permite ao seu dono navegar com os dedos sobre as capas dos títulos, similar ao que existe hoje -também lá fora- para o iPhone e iPod, com as músicas. Uma bela sacada!

O download de livros também é feito pela rede celular 3G, nada inovador, mas já provado e testado, e que sinaliza uma tendência que veio para ficar.

Uma das características mais criticadas do Kindle é o “mico” dos títulos adquiridos, que não podem ser emprestados ou revendidos, salvo se o Kindle for junto. Pois bem, a B&N inovou, criando a figura do “loan“, onde você pode, a exemplo do que acontece no mundo dos livros de papel, emprestar o conteúdo do seu Nook a outra pessoa que tenha não só o Nook como também notebooks e players de video. Ponto para a B&N, o Nook pode ser um bom exemplo da “evolução da espécie”, emprestando o termo do genial Charles Darwin.

Para nós, brasileiros, pouco muda, por enquanto. Quem quiser ter uma oferta local de eBook vai ter de optar pelo Kindle ou outro menos cotado, que tende a desaparecer do mercado.

Mas dá para antever o aquecimento da disputa pelo mercado dos eBooks, justamente entre as que mais distribuem conteudo no mundo, a Barbes & Noble e a Amazon. E, claro, outros atores vão entrar em cena.

Bom para os devoradores de livro...

Kindle: A Hora e a Vez do Livro Eletrônico

A Amazon anuncia a venda de sua nova engenhoca, o Kindle, no Brasil e em mais 100 países. O mercado já recebeu com ceticismo várias ofertas de livro eletrônico, mas nenhuma pegou. Será que uma engenhoca portátil, com tela pequena, de 6,5″, monocromática, vai cair no gosto dos apreciadores de livros no Brasil?

Eu acho que sim. A hora e a vez do livro eletrônico chegou para ficar, com certeza não com essa versão do Kindle, mas esse é talvez o equivalente ao que foi o Apple II para os computadores pessoais, o viabilizador de um conceito.

O preço é salgado, cerca de R$ 1.100, e nem é o modelo mais sofisticado disponível para os consumidores americanos da Amazon, que tem tela de 10″, mais parecida com a página de um livro comum, mas vem com uma boa ergonomia, peso adequado, capacidade de armazenamento de até 1.500 livros, com o download de cada unidade em menos de 1 minuto através de uma rede celular 3G e, especialmente, ótima legibilidade até em ambientes com pouca ou muita luz.

É verdade que a maioria dos títulos ainda está em inglês, mas eles são cerca de 30% mais baratos do que os preços de livraria. E, pelo nível de agito entre as editoras nacionais, espero que a partir da Feira do Livro de Frankfurt, que está começando, város acordos de comercialização sejam fechados com a Amazon, disponibilizando a curto prazo centenas de títulos consagrados em português.

Além da praticidade e da legibilidade do Kindle, se você é um rato de livraria, como eu, o investimento deve se pagar em pouco tempo, menor até do que o necessário para esperar a hora de trocar seu Kiindle por um modelo colorido, previsto para 2011, ou outro qualquer lançaddo pelos grandes fabricantes de hardware.

Com fenômenos globais como o Google Books, em português, inglês e dezenas de outras linguas, você já tem acesso a milhões de títulos na web, mas sem o conforto da leitura em uma tela de alta definição.

No campo local, a existência de sites como o Estante Virtual, um charmoso sebo eletrônico que pegou entre nós, e a venda crescente de livros de papel pela internet e nas excelentes livrarias que surgiram no Brasil nos últimos anos, pode parecer um contrasenso apostar em mais um dispositivo digital se nunca foi tão fácil ter bons livros de papel a preços quase razoáveis.

Mas eu entendo que o eBook, personificado entre nós com o lançamento do Kindle, não está aqui para concorrer diretamente com o mercado tradicional de livros, e sim para complementá-lo, como mais uma opção de leitura, para quem quer ter acesso imediato a um título, precisa de mobilidade, não tem mais onde guardar seus livros já lidos ou, simplesmente pelo charme da novidade.

Afinal, os apelos ecológicos de conservação da natureza podem conscientizar milhões de leitores a trocar o livro de papel pelo eBook. E a venda desses dispositivos, com bom conteudo associado, definitivamente vai decolar.

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