Há pouco mais de quatro anos atrás eu postava no meu blog matéria sobre o gap entre gerações por conta da revolução digital. E que esse gap estaria aumentando, especialmente em relação aos muito jovens.
Isso foi antes do lançamento do iPad e da popularização dos smartphones, que deram nova leitura ao termo Conectado.
Para essa turminha nascida no século 21, é mais difícil explicar o passado sem internet do que as novidades que chegam com o futuro. Para eles, estar conectado não é mais estar à frente de um computador. Os dispositivos digitais móveis vão com eles, e termos como tablet, smartphone, GPS, App e tantos outros são absolutamente partes de seu dia-a-dia.
Agora, os primeiros oriundos dessa turma já estão adolescentes e têm muitas idéias a respeito de suas carreiras e de suas vidas pessoais.
Essa moçada é que vai transformar de vez o mundo em que vivemos. Por não estarem presos a paradigmas analógicos, por serem seres multitarefas e multidispositivos, para eles a utilidade das soluções digitais é imensamente mais importante do que os dispositivos.
Por exemplo, comunicar-se com um amigo pode começar no celular por voz, mudar para conversa com imagem, seguir na TV grande enquanto ambos assistem a um mesmo filme em lugares diferentes, comentando-o através de uma rede social que pode ser acessada por um tablet ou mesmo por uma janela da telona.
Os apelos para o consumo não funcionarão direito apenas através de meios de comunicação de massa. Eles dependerão também de estímulos individualizados ou, no máximo, voltados a pequenos grupos. E esses jovens também saberão fazer esses apelos em suas artes profissionais.
Não por acaso, o número de jovens empreendedores -aí contados apenas os menores de 14 anos- vem crescendo a taxas exponenciais nos últimos 5 anos. E existem centenas de exemplos de empresas nascentes criadas por esses muito jovens, que recebem investimentos de mais de um milhão de dólares antes do seu segundo ano de vida .
A escola também começa a passar por profundas transformações, esgotado o modelo de transmissão do conhecimento de modo unilateral professor/aluno. Ensino de qualidade, denso, veloz e voltado às necessidades de cada um parece ser o rumo.
Nesse cenário, o vetor de transformação é a demografia, com a crescente inserção dessa nova geração no mercado. Os dispositivos já existem, seguem evoluindo rapidamente, mas a forma de utilizá-los plenamente é que vai criar a verdadeira revolução digital. E ela será levada a cabo por esses jovens que já nasceram conectados.