Recebi uma reflexão de um ouvinte da CBN sobre a queda do número de contas ativas no Facebook, e se isso poderia representar o começo do fim do maior fenômeno da internet no século 21.
Antes de exercitar minha capacidade de profeta, decidi pesquisar a audiência das redes, aqui no Brasil, em outros países e no mundo.
E antes de dar o veredito final sobre as fortunas de Mark Zuckerberg, se ele ficaria no perene clube de um Warren Buffett ou se embarcaria nas emoções de um Eike Batista, fixei minha atenção nas redes que já fizeram seu voo balístico, ou, no linguajar mais prosaico, seu voo da galinha.
Minha fonte principal de pesquisa foi o Alexa, que mede o tráfego da internet.
Lá eu vi, por exemplo, que o orkut ocupa o 51º posto aqui entre nós (no domínio .br), ele que já foi líder de mercado no Brasil. Ele está próximo do Pinterest e do Badoo, além de dividir o pelotão com sites de pornografia. Não faz tanto tempo assim, medido na régua de São Gregório, que até música sertaneja virou top hit dizendo “vou deletar você do meu orkut”.
Vi também que o MySpace, fundamento essencial da campanha digital de Barack Obama em 2008, hoje é absolutamente irrelevante e pode ser acessado via Facebook.
Aí vemos também que outras redes perderam relevância, e é divertido ver o ranking no Alexa…
Mas vamos ao Facebook: enquanto escrevo, ele é, em tráfego, o nº 2 no mundo e nos Estados Unidos; 1º no Brasil, 3º na Índia, 8º na Rússia. Também sabemos que o Facebook perdeu mais de 10% de suas contas ativas globais e 25% das japonesas, e isso acende luzes no mínimo amarelas entre os executivos e investidores da empresa.
Parece que a barreira de 1 bilhão de contas até que deu para superar, mas ficar acima disso não é tarefa trivial.
As mudanças recentes no Facebook, seja na sua polêmica política de privacidade, seja no seu visual mais a navegação causam mais narizes torcidos do que sorrisos de satisfação. Com a palavra a maioria dos usuários que experimentaram o jeitão novo da linha do tempo (timeline)…
Enquanto isso, as redes especializadas ficam fortes em seus nichos de mercado, Linkedin à frente.
Correndo por fora, o endereço nº 1 do mundo, o Google, procura fazer crescer o seu Google+, que vai ficando com a cara do Facebook, que procura imitar o orkut. Mas o Google tem a vantagem de seu leque de produtos muito bem sucedidos, busca à frente, trazendo junto o YouTube, o Goggle Maps, o Google Docs e a possibilidade de que seus usuários com alguma proposta possam ganhar uma graninha no AdWords.
Então, resumindo a ópera para o meu ouvinte da CBN, eu não acredito que o Facebook vá despencar para o esquecimento, como tantos outros de gerações digitais anteriores. Mas, certamente, a visão de transformá-lo em uma plataforma única de acesso e navegação de seus zilhões de usuários, que poderiam dispensar todo o resto -Google inclusive-, terá de ser urgentemente repensada.