Agora é oficial: Estamos sendo grampeados por agências de inteligência americanas e britânicas, no mínimo! Registros de ligações telefônicas, bases de dados das principais redes sociais e serviços online, tudo isso está sendo monitorado.
Os registros de todas as ligações telefônicas dos clientes corporativos da Verizon estão sendo entregues à NSA – National Security Agency por ordem do juiz Roger Vinson desde abril deste ano. São chamadas locais, longa distância nacional e internacional. O furo inicial foi dado pelo jornal inglês TheGuardian, que inclusive exibiu cópia da ordem judicial secreta .
Na sequência, a Casa Branca admitiu as ações, por conta das medidas de combate ao terrorismo, e aparentemente, o monitoramento vai continuar e, quem sabe, também esteja sendo feito por outras organizações mundo afora.
Mas olhemos a coisa do prisma tecnológico: A internet, é bom lembrar, é a derivada civil da ArpaNet, uma rede comunicação entre computadores militares criada na década de 1960 por conta da Guerra Fria e da necessidade estratégica de blindar informações sensíveis que trafegavam através de redes comerciais de telecomunicações, como a AT&T nos Estados Unidos.
Com sua expansão para uma rede mundial, e a popularização dos celulares, bilhões de pessoas se conectaram. Liberdade, baixo custo, informação farta à disposição.
Do lado dos indivíduos, a banda larga por onde cada vez mais dados trafegam velozmente; custos de armazenamento em queda livre, e serviços ditos na nuvem cada vez mais populares; os processadores dos dispositivos digitais sempre mais poderosos.
Do lado das agências de inteligência, a realidade é a mesma: Rede rápida, processadores parrudos, armazenamento de dados em escala de zetabytes. E é bem mais fácil de fazer, pelo acesso antecipado às novas tecnologias. A pressão para grampear é grande, e se as agências oficiais não fazem, os bandidos podem sair na frente.
Em 1948, George Orwell escreveu 1984, onde antecipava com seu Big Brother um futuro com um ente central opressor, que sabia da atividade de todos os indivíduos.
A realidade de 2013, se pudesse chegar à tumba de George Orwell, faria com que ele desse boas reviradas de desconforto, ao verificar que sua imaginação não conseguiu ser suficientemente criativa na sua fantasia do futuro.