Copa das Copas: sem Taça, sem Raça
Sou veterano o suficiente para me lembrar de 17 Copas do Mundo. E, à falta de bons motivos para tirar a má impressão que tive na outra Copa aqui no Brasil, a de 1950, vou contar aqui minhas impressões da evolução da tecnologia nesse período de 64 anos, e da participação da massa de cidadãos e torcedores.
1950: No Rio, com 9 anos, morava em Ipanema, a exatos 13,4 km do Maracanã (hoje), ou 21 km, pelo caminho então disponível. Para wuem não tinha entrada para a final, o jeito era ouvir pelo rádio. Eu ouvia a rádio Continental em AM, e o locutor era Oduvado Cozzi, comentários de Ary Barrozo. Uruguai 2×1: Pude sentir o silêncio ensurdecedor na cidade.
1954: Na Suiça, outro mico, dessa vez ouvido em ondas curtas, sinal ruim, mas, mesmo assim, dava para entender que não era a hora do Brasil. As poucas imagens que vinham eram telefotos bem distorcidas, nos jornais do dia seguinte, e alguns vídeos nos jornais semanais nos cinemas. Alemanha Ocidental passa pela fenomenal Hungria, de Puskas.
1958: a Copa da Suécia, do Pelé, do Vicente Feola, do fim do complexo de vira-latas, ainda pelo rádio. Para os poucos que tinham TV em casa, a solução era assistir a uma apresentação de slides na TV Tupi, enquanto o mesmo narrador do rádio passava sua voz nos altofalantes da TV.
1962: No Chile, o bicampeonato, a sensação do poder absoluto do Brasil no esporte bretão, onde seguíamos de novo pelo rádio e, no dia seguinte, alguns vídeos pela TV, vindos de avião.
1966: o vexame na Inglaterra, a frustração do tri, poucas imagens pela TV no dia seguinte, já vindas por transmissão via satélite, mas nada de todos os jogos ao vivo, ao menos em Curitiba, onde morava e estava no começo de minha carreira profissional. A dona da casa levanta a Jules Rimet, mas se houvesse a tecnologia de hoje da detecção da bola passando pela linha de gol, a Alemanha seria bicampeã.
1970: a Copa no México, a Copa do Tri, da seleção de Pelé, Jairzinho, Gerson, Tostão e tantos outros, a primeira transmitida ao vivo, via satélite e em cores, mas o Brasil ainda não dispunha de um sistema de difusão de sinais coloridos. O jeito era assistir os jogos na TV de tela pequena, em preto e branco. A novidade era o replay, com duas câmeras atrás de cada gol com um gravador de videocassete, cada um custando, à época, a fortuna de US$ 100 mil, algo como US$ 1 milhão em grana de hoje. Euforia geral no Brasil governado por militares, o “prá frente Brasil”
1974: Já com boa parte da população brasileira com televisores em casa e com uma pequena parcela tendo o privilégio de contar com um possante 21″ em cores, a nossa carrasca Alemanha (à época, ainda Alemanha Ocidental) conquistar o bi em casa. O Tetra nosso ainda levaria 20 anos para chegar.
1978: Nada a comemorar. Ainda com o regime fechado por aqui, a Argentina levantava a taça pela primeira vez. Do ponto de vista tecnológico, evolução na quantidade de aparelhos em cores e da cobertura para recepção do sinal ao vivo.
1982: Na Espanha, a anfitriã é a segunda seleção a perder uma Copa em casa, para a Itália, sofrendo um Bernabeusazo, ou algo parecido. Nós, com a melhor seleção de todos os tempos, seguimos os passos e os passes de nós mesmos (1950), Hungria (1954) e Holanda (1974). E alguns de nós já podíamos ter um aparelho de videocassete em casa, qu enos permitia gravar os jogos para ver e rever o título que não aconteceu.
1986: A Colômbia desiste de sediar o mundial e o México faz sua segunda Copa, e a Argentina sua segunda festa. E nós passamos a ter de engolir o Maradona. Tecnologia nova? Os CDs apareciam, mas só os players. Para vevídeos, só nos videocassetes. O Brasil, bem… caiu que nem o Plano Cruzado, que bombava à época e deu no que deu.
1990: Era para ser nossa, mas a Alemanha fez o dever de casa e conquistou o Tri, em cima da Argentina, na casa dos italianos. De tecnologia, só mais câmeras transmitindo, mais replays, o slow-motion, e pronto. Já haviam computadores domésticos, mas, para efeitos esportivos, apenas com planilhas eletrônicas para analisar os números da Copa e jogar alguns games rústicos de futebol.
1994: Nos Estados Unidos, com Romário & Cia, o Tetra! E o DVD aparecia, para podermos colecionar vídeos da Copa com melhor qualidade do que as transmissões por TV aberta. Alguns poucos já podiam desfrutar de computadores domésticos, com comunicação por telefone, fazendo chats através de serviços de BBS e do ICQ. As buscas na Internet estavam na moda, e o Yahoo! começava seu domínio.
1998: Vive la France, Ronaldo deu chabú e conquistamos o bi-vice. Já dava para ter a internet por linha discada a incríveis 64kb, mas a conta (para variar) era salgada. Mas os serviços de chat eram populares e dava para se comunicar com o mundo, tendo, pela primeira vez, uma visão global da Copa, de forma direta. Nascia o Google!
2002: O Penta, do outro lado do mundo, a reabilitação de Ronaldo e a glória de Felipão. Foram 2 títulos na América do Norte (México e EUA), um na América do Sul (Chile), um na Europa (Suécia) e esse na Ásia (Japão e Coréia do Sul). O Google era rei e a banda larga descongestionava as linhas telefônicas. Muita mensagem trocada por SMS.
2006: Com o Google bombando, o Orkut mandava ver no Brasil, mas o Facebook vinha com tudo. A Alemanha fazia seu tri na Itália. O Brasil, bem… já que não deu para sediar uma Copa, o jeito era tentar no ano seguinte ganhar o direito e receber as seleções em 2014. Smartphones apareciam no radar.
2010: Na África do Sul, surgia o Cometa Espanha, imbatível pelos próximos… (vide 2014). Já era possível fazer videoconferências pelo computador, o Skype era soberano na telefonia IP grátis, o Facebook tomava conta das redes sociais, mas o Twitter era o grande contendor a bater na troca de mensagens instantâneas. Alguém aí se atreve a repetir a escalação base do Brasil de Dunga?
2014: Antes da final, dá para escrever que a Copa no Brasil foi um sucesso, os gringos gostaram, embora as redes de comunicação não estivessem no Padrão Fifa, ainda assim deu para postar milhões de fotos e vídeos dos estádios. Em alguns pontos, a transmissão de imagens 4K, bem mais nítidas do que as Full HD, estas chegarando em massa aqui em nossas plagas nesse ano da Copa, mas que já eram padrão em 2010. Os jogos, todos pela TV ao vivo e com as redes sociais bombando, mostrou o esquema planetário desse evento FIFA, muito mais do que 64 jogos de futebol.
Na 1ª semifinal, minha neta de nove anos chora de tristeza após o 7×1 da Alemanha. E eu penso: será que o legado de país que minha geração deixa para ela não poderia ser melhor? Ela tem hoje a idade que eu tinha em julho de 1950.
Tomara que ela só tenha esse motivo de chorar pelo Brasil em 2014.
Sua Copa do Mundo personalizada no seu tablet ou smartphone
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Com mais de 100.000.000 de assinantes, o Flipboard agora inova, por ocasião da Copa do mundo no Brasil, com o lançamento de 32 revistas temáticas sobre cada uma das seleções participantes, mais uma geral sobre o Brasil. O diferente é que o conteúdo dessas revistas é majoritariamente selecionado por curadores voluntários de cada país -escolhidos pelo Flipboard- que flipam páginas da internet sobre sua seleção, ou preparam matérias originais.
Cada assinante tem seu Flipboard personalizado no smartphone ou tablet, dependendo dos títulos assinados. E é possível compartilhar cada página com pessoas selecionadas, ou convidadas para usar o Flipboard.
Fiquei contente de ser um dos co-curadores da seleção brasileira, e posso ver que o alcance é realmente global. Mais do que isso, a Copa do Mundo realmente chama a atenção do planeta, mesmo antes da bola rolar no campo, ara valer.
Outro ponto interessante é podermos ver visões diferentes sobre nosso país ou nossa seleção, inclusive algumas repercutindo as críticas e manifestações contra a Copa que seguem acontecendo.
Entender essas múltiplas visões é interessante, democrático, ensina muito e traz a meditação sobre o papel que a internet e as redes sociais desempenham no nosso cotidiano.
Então, você quer ter uma visão consolidada da Copa? Se não tem ainda o Flipboard, é só baixar o App no Google Play, no App Store, no Windows Store ou no BlackBerry World, e aí selecionar o que você quer de conteúdo na sua revista, incluindo aí o Brazil 2014 – Team Magazines.
Bom proveito, boa Copa a todos!
A Copa está aí! E a tecnologia?
O frenesi de acabamento de tudo que se relaciona à Copa do Mundo indica que, mesmo com protestos e com muito de obras que vão ficar para depois, ela deve acontecer, deixando mais marcas boas do que más.
No terreno tecnológico, a parte de comunicação de massa (rádio, TV, internet), já está tudo pronto. O que não estiver, vai ser varrido para baixo do tapete.
Não espere poder dar um show particular com seu smartphone 4G lustroso de novo, especialmente se você estiver assistindo a jogos nas Arenas da Baixada (Curitiba) e Itaquerão (São Paulo). As redes estão precárias, e não só em zonas secundárias, como estacionamentos e corredores de acesso. Espere uma congestão de tráfego de dados, e você pode se sentir como se estivesse a bordo de uma Ferrari no meio de um congestionamento de final de tarde em uma cidade grande brasileira. Dos doze estádios, só seis terão redes wi-fi internas para descongestionar as redes celulares.
Assim, se você já tem um smartphone com um plano 4G, OK. Se não tem, deixe para depois da Copa. Até setembro, outubro, as coisas podem melhorar.
Todas as redes sociais e os portais principais de esportes e notícias, do Brasil e do mundo, farão coberturas intensas da Copa. Aproveite para estar melhor informado e também interagir em tempo real, e não só durante os jogos, em casa ou no estádio. Você vai poder saber e informar sobre condições de trânsito, reservar restaurantes, capturar e receber imagens…
Afinal, durante o mês da Copa do Mundo 2014, teremos uma quantidade brutal de dados, especialmente imagens, sendo geradas a partir do Brasil. Medidas em quantidade de arquivos ou de petabytes gerados, os resultados serão maiores do que a soma de tudo que se originou por aqui de janeiro a abril.
E as TVs gigantes, hein? Dei uma sapeada nas lojas físicas e virtuais e tive algumas surpresas. Por exemplo, você pode comprar uma TV de 55″, Full HD, 3D, WiFi, recheada, enfim, com um bom desconto e ainda leva uma de 32″.
O que mais me chamou a atenção foram as TVs 4K, UltraHD. Uma delas, de 65″ vale menos de R$ 10.000, e cheia de funcionalidades. Embora não haja conteúdo 4K nas transmissões de TV aberta ou por assinatura, você pode acessar, via internet, portais como Netflix e YouTube que já oferecem conteúdo UltraHD. Mas, para isso, precisa de uma boa conexão à internet, acima de 15Mb real.
Como alguns dispositivos, como smartphones, câmeras fotográficas e filmadoras mais modernas já gravam vídeos UltraHD, dá para curtir suas produções familiares em altíssima definição. Se você tiver conteúdo 4K gravado em um pendrive ou um HD externo, dá para assistí-los também.
E as emissões de TV em Full HD? Com a funcionalidade de upscaling, esses televisores simulam a imagem UltraHD a partir da recepção Full HD que teremos na Copa. Fica bem melhor do que uma imagem apenas Full HD, mas não é 4K.
Como as vendas de televisores andaram de lado, abaixo das previsões dos fabricantes, os preços ficaram melhores.
Ainda assim é uma grana preta colocar R$ 10.000 num televisor, mesmo de 65″. Mas, se você pensava em trocar, agora pode ser uma boa hora. Esse mesmo aparelho já foi vendido aqui no Brasil por R$55 mil e, dois meses atrás, era oferecido na faixa de R$ 20.000.
Pode cair mais o preço? Poder, pode, e até deve, mas não muito, e também você aproveita a Copa no seu Home Theater incrementado.
Arena da Baixada, 14/5/2014: E aí?
A Copa do Mundo vai se aproximando, e os testes Brasil afora apontam para magníficas Arenas, mas ainda sujeitas a ajustes, mesmo aquelas já testadas na Copa das Confederações, em 2013.
Nesta quarta, 14 de maio, foi a vez da Arena da Baixada, em Curitiba, do Atlético Paranaense. Como atleticano e como fuçador de tecnologia, fui lá conferir, junto com familiares.
Aqui um resumo das minhas impressões:
O estádio ficou lindo! a chegada foi meio complicada, ainda mais com o horário do jogo coincidindo com pico do rush da tarde, somado à chuva e às restrições de tráfego. As calçadas do acesso estão ainda por terminar, e tomara que fiquem boas para os jogões da Copa, como Irã x Nigéria, que pretendo assistir para ver ao vivo um pouco do futebol global…
Depois de passar pela revista, entrar no estádio é um primor. Múltiplas catracas eletrônicas, muita gente de apoio, corredores largos e o acesso às arquibancadas muito fácil e rápido. Fiquei no andar de cima, onde as cadeiras são razoáveis, mas o espaço para circular sem incomodar os vizinhos é coisa para equilibrista.
A visibilidade do campo é magnífica, de onde quer que se esteja. Iluminação muito boa, acústica perfeita, o caldeirão volta a funcionar, com uma torcida entusiasmada.
Fotos, vídeos, músicas, começa o jogo. O Furacão com aquela juventude toda começa a colocar pressão no rival Corinthians, até que o craque Marcelo faz 1 x 0! Festa!!
Depois disso, só mesmo discutindo tecnologia. Não porque o mistão visitante ganhou de 2 x 1, mas porque… ahã, afinal, aqui temos um blog de tecnologia.
O que chamou a atenção de muita gente foi o mini-drone com câmera de TV voando sobre o campo, a alturas variáveis, desde rente ao campo até acima da cobertura. Fiquei com inveja do operador do drone. Um dia, ainda vou brincar com um. Mas, para mim, fica óbvio que os drones chegaram para ficar, nas transmissões de grandes eventos, esportivos, musicais, políticos.
Há pouco mais de 2 meses, um drone construído por um curitibano sobrevoou a Arena, ainda com muito por fazer, e filmou o interior da obra, até então resguardada da curiosidade da imprensa e dos fãs de futebol, por decisão interna da diretoria do Atlético. Iniciativa individual, que bombou no YouTube.
O que deixou a desejar –conforme antecipado– foi a rede celular no entorno e dentro da Arena. Lá fora, na fila para entrar e falar com outras pessoas exigia muitas tentativas e pouco sucesso, independente da localização, da operadora e da tecnologia disponível no aparelho: Edge, 3G, 4G, WiFi. Estava pior do que o transito e as calçadas. E nada indica que vá melhorar, em dia de jogo da Copa com o dobro de público.
E, por último, mais um gap tecnológico para nós: a Sony anuncia uma potencial parceria com uma operadora de TV por assinatura para transmissão dos jogos usando a tecnologia Ultra HD, ou 4K, que tem 4 vezes mais nitidez do que a atual Full HD (o dobro de pixels na horizontal X o dobro de pixels na vertical).
Se isso ocorrer, poucos serão os que poderão ver imagens melhores e mais nítidas, porque são poucos e caros os televisores no padrão 4k no Brasil. Quem não tem e eventualmente se arriscar a pagar para ter, vai necessitar de um conversor, da mesma forma que foi necessário um para adaptar os televisores analógicos para receber imagens digitais.
A FIFA terá vídeos 4k da Copa no Brasil. Alguns países receberão imagens também em 4k. É parte do Padrão FIFA.
Voltando ao futebol, o Atlético Paranaense perdeu por 2 x 1. Resta o consolo de termos o primeiro gol anotado por um atleticano, o jovem e talentoso Marcelo Cirino. Como tudo na vida é um processo, agora o Furacão tem um belo estádio, Padrão FIFA. Falta construir um time competitivo. O jeito é esperar…
TV4k vai ter para o Brasil?
O momento mais importante da Copa 2014
Eu gosto de futebol. Faz tempo! Em 1950, era criança, morava no Rio, mas não fui ao Maracanã ver Brasil x Uruguai. Naquele tempo, não havia TV. Ouvi pelo rádio a final do Maracanazo, e depois o silêncio ensurdecedor das ruas com a perda da Copa para os vizinhos uruguaios.
Chego à Copa de 2014, de novo aqui no Brasil, morando em Curitiba, minha cidade natal. Para não ficar de fora, o máximo que consegui foi o ingresso para ver Irã X Nigéria, que deve ser um jogão de bola! Um dos dois, ou os dois serão finalistas antecipados, ou melhor, o final da Copa para esses times deve ocorrer ainda na primeira fase…
Mas, de novo, aqui é um blog de tecnologia e vou comentar sobre o que será, na minha perspectiva, o ponto marcante da Copa. Antes do jogo inaugural Brasil x Croácia, veremos o chute simbólico inicial. Terá quase zero de conteúdo esportivo e uma quantidade incomensurável de superação humana e de demonstração da capacidade da ciência de melhorar a qualidade de vida das pessoas.
No caso, pessoas muito especiais, paraplégicos, selecionados pela equipe comandada pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, que conseguiram criar um exoesqueleto, simplificadamente um robô, que, acoplado ao corpo de uma dessas pessoas com limitações de movimento, dará esse chute, na presença de 70.000 torcedores no estádio e de mais de 1 bilhão, pela TV e pela internet.
Se tudo correr bem, haverá uma demonstração clara do poder do conhecimento científico, de sua aplicação, e do potencial criado para tornar essa solução pioneira em algo de uso comum, em um futuro não muito remoto.
Dará um recado ao mundo sobre os talentos brasileiros envolvidos no projeto, iniciado pelo Dr. Nicolelis nos Estados Unidos, na Universidade Duke, onde ele ensina e faz pesquisas.
O mundo científico sabe quem é o Dr. Nicolelis. O mundo das pessoas comuns, como nós, pouco ou nada sabem. Se fizerem uma pesquisa no Brasil sobre quem é esse tal de Nicolelis, provavelmente a resposta mais comum vai ser um “não sei“, seguido talvez de “um jogador da Grécia?“.
Como vai funcionar?
Um brasileiro especial entrará em campo no Itaquerão em São Paulo, no próximo dia 12 de junho, equipado com esse exoesqueleto comandado por seu cérebro e vai dar o chute inicial. Detalhe: essa pessoa é paraplégica e estará andando!
Esse engenho construído com metais leves e alimentado por um sistema hidráulico e muita eletrônica digital poderá, um dia, tornar obsoletas as cadeiras de rodas.
O brasileiro Miguel Nicolelis lidera uma equipe de diversas universidades em vários países nesse projeto para construir uma “roupa” para pessoas paraplégicas.
“Todas as inovações que estamos reunindo para este exoesqueleto tem em mente o objetivo de transformá-lo em algo que possa ser usado por pacientes que sofrem de uma variedade de doenças e lesões que causam paralisia”, disse Nicolelis ao jornal inglês The Guardian.
Um grupo de oito brasileiros paraplégicos, entre 20 e 40 anos, estão sendo treinados para usar o exoesqueleto. Três deles participam da cerimônia de abertura, e um ou uma vai andar em campo e dar o pontapé inicial.
Os mecanismos estarão ligados a uma espécie de touca na cabeça, feita com eletrodos que captam as ondas cerebrais do usuário. Esses sinais são interpretados por processadores digitais ligados ao exoesqueleto e os transformam em movimentos físicos. É pensar e pronto, as pernas se movem.
Para um universo de milhões de paraplégicos no mundo, essa perspectiva de poder um dia voltar a andar de forma autônoma é promissora.
A entrevista de Nicolelis ao programa Fantástico, da Globo, é mais do que ilustrativa, e pode ser seguida aqui. O video, em inglês, que mostra o projeto Walk Again, pode ser visto aqui.
Tecnologia e as promessas de campanha
Ainda falta chegar a Copa do Mundo, mas os atores do mundo político já se preparam para costurar alianças, ganhar tempo de televisão, estruturar propostas baseadas nas expectativas da população.
Segurança, Saúde, Educação, Infraestrutura, Meio-ambiente devem ser objeto de 11 entre 10 temas abordados no horário eleitoral.
E a tecnologia, que hoje é fundamental para cada uma dessas áreas?
Veremos discussões sobre inclusão digital, banda-larga gratuita, computadores e tablets nas escolas…
As redes sociais vão ser mais centrais nas estratégias de campanha, e por elas surgirão discussões interessantes e também muita baixaria.
Mas e aí, teremos propostas que sejam viáveis de implantar e que aproveitem ao máximo da tecnologia existentes para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e contribuintes? Como essa tecnologia pode ajudar na redução das desigualdades sociais, sem agredir o meio-ambiente?
Segurança X Privacidade; melhoria da qualidade na educação e na saúde; segurança pública e individual; a melhora rápida do Brasil nos diversos rankings globais que nos colocam, via de regra, em posições pouco invejáveis.
E como a tecnologia pode apoiar aumentos de produtividade em cada setor da economia, em cada região de nosso país? Essa questão é essencial para que possamos crescer a renda per-capita real sem pressões inflacionárias.
Não estou a querer pautar o debate eleitoral, até porque a tecnologia, em si, não é capaz de proporcionar essas melhorias que ansiamos, independente de posições partidárias. Mas a ferramenta é poderosa.
Se avaliarmos o desempenho das economias que mais cresceram no mundo nas últimas 4 décadas, veremos que todas elas usaram a tecnologia digital como aliada.
Pode até ser que esse debate sobre tecnologia não seja prioritário. E nem deve ser mesmo. Mas não há como imaginar que, por exemplo, os serviços públicos possam melhorar proporcionalmente ao crescimento do número de funcionários. Há que se modernizar a máquina, melhorar e simplificar processos, diminuir a burocracia.
Como existem infinitas possibilidades de usar a tecnologia para podermos crescer mais e melhor, não custa trazer esse tema à baila.
É bom lembrar aos candidatos que a maioria dos 150 milhões de eleitores habilitados a votar terão acesso à informação por conta da tecnologia. Tentar o discurso fácil para ganhar uma eleição pode não ser o suficiente.
Tecnologia em campo na Copa
Pouco se tem falado a respeito do olho digital durante os jogos da Copa do Mundo de futebol. São tantas as polêmicas sobre o evento, que esses detalhes ficam esquecidos.
Mas o árbitro terá uma ajuda relevante para evitar possíveis erros, aqueles quando há dúvidas se a bola entrou, ou juiz e bandeirinha não estejam bem posicionados ou com a linha de visão obstruída por algum jogador.
A empresa alemã GoalControl foi escolhida pela Fifa, dentre outros competidores, para fornecer a solução tecnológica que permite avisar ao árbitro quando a bola ultrapassar a chamada linha fatal. Fatal para o goleiro, ou para o time que sofre o gol, mas isso é outra história!
Baseada em imagens de câmeras ultra-rápidas de alta definição, espalhadas pelos estádios elas são capazes de seguir com precisão a bola, determinando se ela entrou ou não, e avisando o juiz em menos de 1 segundo.
Uma vantagem da solução GoalControl 4D sobre as demais é que ela não requer bolas, gramados ou traves especiais, cheios de fios e sensores. Funciona nos estádios existentes. Assim, ficam para trás as idéias de bolas com chips, sensores nas linhas de gol e outras alternativas exóticas.
A exibição de onde a bola chegou, no entanto, não será no formato que hoje vemos em replays na TV. Será parecido com o que aparece nas partidas de tênis em grandes torneios, com o desenho da trajetória da bola e onde ela chegou. Mas o time não pode questionar o árbitro, que continuará soberano em sua decisão.
Resolvida a questão do foi-não-foi-gol, todos os outros lances que requerem intervenção do árbitro e de seus auxiliares continuarão sem monitoramento: faltas, laterais, escanteios, impedimentos, lances desleais…
Tudo bem que o gol é o orgasmo do futebol, como diria Nelson Rodrigues, e merece tratamento diferenciado.
Mas acresce custos, assim será agregado ao já polêmico Custo-Copa, e, provavelmente, não será adotado em larga escala, nem aqui, no país do futebol, sem que os preços despenquem, o que depende de escala.
Mas assim é a tecnologia. E, no caso do futebol, dar um alívio para a mãe do juiz é salutar, embora diminua as apaixonadas discussões entre torcedores. Se o GoalControl diz que foi gol, Habemus Gol!
Twitter: um relevante e caro espaço para a Copa de 2014
Se você tem uma das mais de 200 milhões de contas do Twitter e, ainda por cima, é um dos 47 milhões de fãs do futebol, é bom saber que o seu valor será determinado em um leilão que deve ocorrer ainda este mês. Quem der mais, leva o privilégio de ter um Tweet Patrocinado com destaque, nos jogos da Copa do Mundo de 2014, aqui no Brasil. É o que conta a Advertising Age.
Sabemos que os tweets (ou tuítes) dão um salto quantitativo nos dias de grandes eventos, e que os ligados aos esportes são mais valorizados, por estarem concentrados em um período de tempo relativamente curto. As agências de comunicação descobriram esse filão assim que o Twitter criou os tuítes patrocinados, por região, por demografia. Para ter direito a uma posição de destaque nos “trending topics“, ou “assuntos do momento” durante um dia de um jogo importante dos esportes mais populares nos Estados Unidos, o custo não fica abaixo de US$ 200.000. Pois bem, na Copa do Mundo, com um público-alvo em 50 países, os martelos não serão batidos por menos de US$ 600.000. Por um dia!
Já um pacote para seis dias, incluindo semifinais e final terá lances a partir de US$ 3,06 milhões.
Dois pontos a destacar:
- O valor do Twitter e de outras redes sociais está na sua base de usuários, nos perfis de uso, de demografia e de localização geográfica. Perfeito para campanhas dirigidas!
- A empresa, que durante alguns anos não gerava receita, agora tem a possibilidade de atrair anunciantes através de leilões, algo meio inusitado, ainda mais para um evento que vai ocorrer dentro de 11 meses e, ainda por cima, não deve ter os Estados Unidos como protagonista, salvo por uma zebra das zebras.
Mas a Copa do Mundo é um evento global, e a FIFA é do ramo. O Twitter foi rápido ao perceber a oportunidade de aumentar a força de sua marca de forma antecipada, quando nem toda a verba de publicidade está destinada. E, dependendo dos valores dos lances vencedores desse leilão, poderemos ver a importância dessas mensagens de 140 caracteres.
Isso se chama, na linguagem da internet, monetizar a plataforma, ou descobrir formas da empresa -o Twitter, no caso- ganhar dinheiro com o tráfego nas redes sociais, que você, eu e os outros 200 milhões geram todos os dias. De graça!
Somos todos Afonsos! Pena…
Hoje no programa 91 Minutos, da Rádio Rock, falávamos sobre uso corporativo de redes sociais, limites aos colaboradores, e tal, quando o Alvaro Borba deu a notícia que o Afonso Pena estava fechado para pousos e decolagens e que um número consideráve de voos estava cancelado. E chamou o intervalo.
Aí me veio à cabeça um trocadilho infame, mas aplicável à realidade de quem viaja de avião nessa época do ano e precisa chegar ou sair através de nosso aeroporto dito internacional:
Um aviso da Infraero diria assim: “Afonso? Pena! Seu voo foi cancelado…”
E isso explicaria a realidade sobre o batismo do aeroporto, que nada teria com uma homenagem a um ilustre ex-presidente.
Pensando que a Copa de 2014 acontecerá também aqui em Curitiba e que a possibilidade do cancelamento de voos pode prejudicar, digamos, um excitante e emocionante jogo entre Nigéria e Dinamarca, por exemplo, leva à conclusão de que aqui, em nossa região, com a infra aeroportuária que dispomos, cada um de nós é um Afonso. Pena!
Desculpas antecipadas aos Afonsos de batismo, alguns deles meus amigos, mas, ao meu ver, o caos aéreo ainda está na sua infância. Se hoje está ruim, ainda vai piorar muito.
Pneu Furado
Estamos prontos para a Copa? Vou mostrar que não…
Escrevo esta postagem a bordo de um moderno jato da Embraer 175, recheado de conforto e tecnologia, em voo tranquilo de Cuiabá a Curitiba, com escala prevista em Londrina.
Escala?
Nada disso. Um avião com pneu furado bloqueia a pista de Londrina e os aviões com esse destino ficam circundado o aeroporto aguardando as instruções da torre: descer ou alternar para Maringá.
Meia hora depois de voltear sobre Londrina, a noticia da cabine de comando: nada de Maringá, o aeroporto tem o pátio lotado e não recebe mais ninguém!
Bom para mim, péssimo para quem ficaria em Londrina ou teria conexão para Cascavel…
Mas eu ouvi outro dia um burocrata da infraestrutura aérea brasileira dizer que nossos aeroportos estão praticamente prontos para receber a Copa, com um mínimo de modificações.
Será mesmo? Se um simples pneu furado gera esse transtorno, imaginemos o cenário de 2014, com trafego aéreo no mínimo dobrando o número de passageiros-quilômetro…
Acho que já vou pensando em não viajar durante a Copa, ou, ainda, sumir do Brasil bem antes e voltar bem depois, com o Brasil hexa ou não.