Galaxy S4: Entusiasmo com Cautela
Decidi sair do conforto do mundo Apple para a ponta da tecnologia Android, com o smartphone Galaxy S4 da Samsung. Aqui minhas primeiras impressões de uso efetivo.
O Android evolui bem e rápido. Das versões 2.x até as atuais, 4.x, vemos que os dispositivos móveis deram passos gigantescos para ficar cada vez mais funcionais, diversos e fáceis de usar.
O Galaxy S4 é realmente um show! Ele entende meus comandos de voz em inglês melhor do que o Siri da Apple, e até que arranha um português basicão para fazer o que peço, como abrir um programa ou buscar algo no Google.
O reconhecimento de gestos chegou para ficar. Complementa a tela sensível ao toque, mas ainda não é para usar todo o potencial da plataforma. Precisa evoluir.
A conexão à internet, por rede WiFi ou 4G é de tirar o fôlego, e mesmo programas mais pesados se rendem à potência do processador de 4 núcleos. Quem quer mais poder do processador, opta pelo de 8 núcleos, mas o modelo só roda em WiFi e 3G.
A maioria dos aplicativos que uso no ambiente iOS existe no Google Play ou é nativo no Galaxy. E a sincronização com serviços na nuvem é redonda.
O problema inicial que encontrei, com o S4, foi senti-lo perdido, não para uso, mas no ecossistema que o cerca nesse momento. Falta nas lojas maior variedade de acessórios básicos, como capas, cartões de memória, carregadores veiculares. A rede 4G, por enquanto disponível em poucas cidades e com serviço caro e quase sem concorrência faz seu uso parecer o de uma Ferrari no trânsito da cidade grande.
A bateria dura poucas horas, mas isso é comum aos smartphones mais potentes. Melhor ter um carregador por perto!
Estou arrependido? Não! Recomendaria que meus seguidores sacassem o cartão de crédito para receber um S4? Ainda não! Vale a pena esperar um pouco, para que a rede 4G esteja amplamente disponível e com preços decentes.
Para quem já está no mundo Android, o Galaxy S4 é algo fantástico! O modelo 4G, óbvio! Não vale a pena economizar R$ 100 e ter uma ferramenta como essa limitada à rede 3G.
E o principal motivador de minha mudança? Foi esse iOS 6 da Apple, tão ruim quanto o falecido Windows Vista.
Google quer fazer a tecnologia desaparecer
Nesta quarta, 15/5, o Google começou sua conferência anual para desenvolvedores, o Google I/O 2013, com muitos anúncios relevantes, que vão requerer mais tempo para assimilar do que uma jiboia gasta para digerir um boi inteiro.
Ainda é cedo para avaliar tudo o que está sendo ofertado pelo Google. São dezenas de novidades, centradas em uma grande integração dos produtos com o Google+. Melhoram as interfaces, compartilham-se os diversos espaços de armazenamento na nuvem com o Google Drive, e os aplicativos Maps, Gmail, YouTube e que mais você use do Google devem funcionar sob regência única.
O Google Now, o assistente virtual que aceita comandos de voz é um Siri mais avançado e natural, e o Google Hangouts consolida todos os serviços anteriores de mensageria e chats anteriores, e é tão intuitivo e simples de usar que coloca os concorrentes em estado de alerta máximo!
Bianca Bosker,do Huffington Post, toca num ponto central: o recado do Google no keynote de 3 horas e meia seria sobre seu objetivo de fazer a tecnologia desaparecer, ou seja, torná-la tão trivial e fácil de usar que nem nos daremos conta de que ela existe. E não é só sobre interfaces mais óbvias, que dispensem explicações para o uso, ou que eliminem mecanismos anti-naturais, como o teclado e o mouse. Nem os aplicativos cativantes ou dispositivos charmosos serão suficientes. Ao contrário do anúncio, o Google, segundo Bianca, trabalha para que sua tecnologia seja tão completa e onipresente que nos torne a todos seus clientes cativos.
Do ponto de vista estratégico, nada muito diferente do que já tentaram a Apple e o Facebook, até agora sem sucesso. Só que o caminho do Google parece mais lógico, com uma plataforma aberta que atrai cada vez mais parceiros, e as novidades entregues por ele ultimamente estão provando isso.
Não por acaso, as ações do Google subiram para mais de US$ 918, valorizando 50% em um ano, enquanto as da Apple seguem em queda, a US$ 427, um declínio de quase 30% no mesmo período.
Da série Liberdade X Controle 3: Não existe busca grátis na internet
Você já notou o tipo de anúncios e links patrocinados que você recebe quando faz uma busca no Google, abre o seu Gmail ou acessa notícias num portal nacional como o G1, o Terra ou o UOL? Não é por acaso que você recebe ofertas ou informações que têm a ver com sua região, com o argumento de sua busca ou até mesmo com o assunto que você trata em suas mensagens.
Idem para as telinhas do Apps gratuitos que, em troca do custo zero você recebe anúncios e links patrocinados.
Se você ainda por cima concorda em receber notificações dos aplicativos, pronto! Os marqueteiros vão saber quase tudo a seu respeito.
Cada vez mais os fornecedores de produtos e serviços voltados à pessoa física estão interessados em sua opinião, seus hábitos e seu perfil de consumo, que passa a ser cada vez mais importante do que os dados agregados de seu grupo.
O que antes só poderia era obtido por dados estatísticos (e estáticos), o mundo conectado oferece informações dinâmicas, inéditas e individualizadas aos fornecedores sobre nossos hábitos e decisões.
E você acha que isso é coisa nova? Faz mais de vinte anos que Don Peppers e Martha Rogers começaram a pregar o conceito do one to one marketing, onde, no limite, cada pessoa daria seu recado customizado para cada pessoa de seu interesse pessoal ou profissional. Hoje eles administram um grupo empresarial extremamente bem sucedido, o 1to1Media que trabalha com empresas e profissionais voltados à melhoria do foco sobre seu público-alvo.
Se não chegamos aos contatos de um para um, como na teoria de Peppers e Rogers, o caminho está traçado e é sem volta.
E, se é sem volta, não há muito o que fazer a não ser surfar na onda de oportunidades. Mas é sempre bom ter em mente que cada vez mais você é um livro aberto. É possível impor alguns limites, e esses limites só podem ser estabelecidos por você.
Da série Liberdade X Controle 1: Google condenado a pagar R$ 2,2 mi por conteúdo ofensivo
O Google foi condenado pelo pleno do TRE-SP a pagar R$ 2,2 milhões por não haver retirado do ar um blog que conteria de ofensas a candidata a prefeitura de Ribeirão Preto, SP, nas eleições de 2012.
Sem entrar a fundo nos detalhes, que estão no link acima, existem pontos que precisam ser muito bem discutidos para que cheguemos a uma solução abrangente e equilibrada quanto ao nível de controle que poderá ou deverá ser exercido sobre a internet.
No caso, a lei eleitoral pune propaganda fora de época e também difamação. E a candidata sentiu-se difamada e o juiz mandou tirar o conteúdo do ar. O Google não fez nada, alegando que apenas fornece a plataforma para publicação, no caso, o Blogspot. A decisão foi para o pleno do TRE-SP que referendou decisão anterior e “crau” no Google em R$ 2,2 milhões.
Dançando na nuvem
“Dançando nas nuvens” é uma música melosa, daquelas que tocam no avião em voo internacional, com a intenção de acalmar passageiros medrosos ou ansiosos, normalmente acompanhada de um vídeo com lindas paisagens, flores desabrochando, cavalos imaculadamente brancos andando em slow motion por pradarias infinitas.
No mundo da tecnologia de 2013, já é possível dançar na nuvem. De um jeito ou de outro. A escolha é sua.
Sem que nos demos conta, os serviços de nuvem (cloud services) tornam-se cada vez mais disponíveis, acessíveis para quem tem um bom plano de banda larga e tem várias vantagens sobre os programas equivalentes que usamos nos computadores.
Hoje eu falo de um tipo: armazenamento de arquivos na nuvem. Você vai acabar optando por um ou mais dos seguintes aplicativos: o independente Dropbox, o todo poderoso Google Drive, o iCloud da Apple e o recém chegado SkyDrive, da Microsoft.
A Mega Sena das Buscas Digitais. Só que ao contrário…
Você faz buscas na internet, usando seu smartphone ou tablet, via Google, Bing, Yahoo ou outros mecanismos menos cotados? Então prepare-se: se você confia nos resultados e acha que pode esquecer dos vírus dos trojans, enfim dos malwares que infestam computadores pessoais, pode começar a se preocupar.
A empresa alemã AV-TEST divulgou um estudo onde mostra o ranking desses mecanismos mais populares no quesito entrega de malware nas buscas nossas de cada dia. Esse estudo levou 18 meses para ser concluído e é bem completo e isento.
Facebook já era?
Recebi uma reflexão de um ouvinte da CBN sobre a queda do número de contas ativas no Facebook, e se isso poderia representar o começo do fim do maior fenômeno da internet no século 21.
Antes de exercitar minha capacidade de profeta, decidi pesquisar a audiência das redes, aqui no Brasil, em outros países e no mundo.
E antes de dar o veredito final sobre as fortunas de Mark Zuckerberg, se ele ficaria no perene clube de um Warren Buffett ou se embarcaria nas emoções de um Eike Batista, fixei minha atenção nas redes que já fizeram seu voo balístico, ou, no linguajar mais prosaico, seu voo da galinha.
Minha fonte principal de pesquisa foi o Alexa, que mede o tráfego da internet.
Lá eu vi, por exemplo, que o orkut ocupa o 51º posto aqui entre nós (no domínio .br), ele que já foi líder de mercado no Brasil. Ele está próximo do Pinterest e do Badoo, além de dividir o pelotão com sites de pornografia. Não faz tanto tempo assim, medido na régua de São Gregório, que até música sertaneja virou top hit dizendo “vou deletar você do meu orkut”.
Vi também que o MySpace, fundamento essencial da campanha digital de Barack Obama em 2008, hoje é absolutamente irrelevante e pode ser acessado via Facebook.
Aí vemos também que outras redes perderam relevância, e é divertido ver o ranking no Alexa…
Mas vamos ao Facebook: enquanto escrevo, ele é, em tráfego, o nº 2 no mundo e nos Estados Unidos; 1º no Brasil, 3º na Índia, 8º na Rússia. Também sabemos que o Facebook perdeu mais de 10% de suas contas ativas globais e 25% das japonesas, e isso acende luzes no mínimo amarelas entre os executivos e investidores da empresa.
Parece que a barreira de 1 bilhão de contas até que deu para superar, mas ficar acima disso não é tarefa trivial.
As mudanças recentes no Facebook, seja na sua polêmica política de privacidade, seja no seu visual mais a navegação causam mais narizes torcidos do que sorrisos de satisfação. Com a palavra a maioria dos usuários que experimentaram o jeitão novo da linha do tempo (timeline)…
Enquanto isso, as redes especializadas ficam fortes em seus nichos de mercado, Linkedin à frente.
Correndo por fora, o endereço nº 1 do mundo, o Google, procura fazer crescer o seu Google+, que vai ficando com a cara do Facebook, que procura imitar o orkut. Mas o Google tem a vantagem de seu leque de produtos muito bem sucedidos, busca à frente, trazendo junto o YouTube, o Goggle Maps, o Google Docs e a possibilidade de que seus usuários com alguma proposta possam ganhar uma graninha no AdWords.
Então, resumindo a ópera para o meu ouvinte da CBN, eu não acredito que o Facebook vá despencar para o esquecimento, como tantos outros de gerações digitais anteriores. Mas, certamente, a visão de transformá-lo em uma plataforma única de acesso e navegação de seus zilhões de usuários, que poderiam dispensar todo o resto -Google inclusive-, terá de ser urgentemente repensada.
As Fazendas do Google
A grande maioria dos cidadãos digitais da segunda década do século 21 usa serviços “na nuvem” do Google, da Amazon, da Apple, da Microsoft, do Facebook, do Twitter e de muitos outros menos cotados, a maioria gratuitos, ou “patrocinados”, como queira o leitor.
O que nós não nos damos conta é qual a infraestrutura tecnológica que está por trás desses serviços.
Eu uso aqui uma galeria de imagens e textos curtos do Google para que possamos navegar pelas entranhas dessas fazendas de servidores.
Vale a pena investir uns minutos para entender sua dimensão. Um número, apenas, para reflexão: os serviços de busca do Google usam mais de um milhão de servidores, espalhados mundo afora.
Normalmente esses data centers estão situados em zonas rurais, onde a terra é mais barata, e substituem fazendas tradicionais que produzem alimentos e viram fazendas de informação. Cada um deles consome energia elétrica equivalente a cidades nem tão pequenas assim e abrigam dezenas de milhares de servidores. Cada servidor é um computador dedicado a alguma tarefa, e é várias vezes mais parrudo do que essa máquina que você está usando nesse momento.
Esses data centers possuem conexão com os demais data centers sempre de forma redundante, para que, em caso de pane, outras conexões possam suportar o tráfego de dados. Os servidores também possuem redundância local e remota, assim como alternativas em caso de apagão, inclusive com geração local de energia eólica, painéis solares, e biomassa.
No caso do Google, só a parte de buscas -hoje um pedaço apenas da multiplicidade de ofertas da companhia- atende a mais de 1 bilhão de consultas ao dia!
Mas, com toda essa parafernália de equipamentos e clones de segurança, assim mesmo eles podem falhar e precisam ser reparados ou substituidos.
Aí painéis de controle extremamente sofisticados dão o diagnóstico e apontam o tipo e local do equipamento defeituoso. E a maioria dos reparos é feita não por humanos, mas por robôs.
As equipes técnicas ficam lá para tratar de exceções ou de casos mais complexos, onde os robozinhos não possam atuar.
O incrível de tudo isso é que a atividade dos data centers é de tal modo intensiva em todos seus principais componentes que normalmente eles surgem como o principal empregador, gerador de renda e de tributos nos locais onde estão estabelecidos.
Mais ainda: para conseguir alvarás de funcionamento, eles precisam estar aderentes às mais modernas práticas de sustentabilidade e respeito ao meio ambiente. Além da boa imagem criada localmente e no mercado em que atuam, eles servem também de cobaias para novas tecnologias ambientais.
Em resumo: Assim como o alimento que nos nutre o corpo, o alimento de informações que nos chegam pela internet também devem estar desprovidas de pragas e agrotóxicos (virus, malwares em geral, no mundo digital).
A segurança digital passa a ser quase tão relevante quanto a segurança alimentar.
A criação de empregos para cuidar dessa enorme estrutura de data centers que se espalham pelo mundo já aparece nas estatísticas com um bom peso específico. Cowboys de data centers, já pensou? Pois eles existem, sim…
Aproveite a visita ao Google. Vocês também podem buscar imagens de outros data centers e tirar suas próprias conclusões. Mas uma delas é inevitável: o mundo está mudando bem rápido!
Google+ chega a 400 milhões de contas em um ano. E daí?
O Mashable publica que o Google+ superou a expressiva marca de 400 milhões de contas, das quais 100 milhões efetivamente ativas, ou seja, de pessoas que dela fazem uso ao menos uma vez por mês. E daí?
Olhando de um jeito, o Google+ como rede social, ele perde feio para o Facebook, que tinha em julho último 955 milhões de contas ativas. Ou seja, um é 10% do outro.
Olhando de outro lado, o Facebook levou bem mais de um ano para chegar a 100 milhões de contas e desbancar a concorrência. Mas eram ainda os primórdios das redes sociais, há longínquos oito anos atrás.
Mas essa comparação direta pode induzir a erros, então vamos procurar entender as possíveis tendências:
1- Facebook tem dificuldades de superar a marca mágica de 1 bilhão de contas, e enfrenta críticas por seu guloso IPO, que derrubou o valor das ações pela metade, e a fortuna de Mark Zuckerberg, idem. Terá o Facebook atingido seu ápice e aberto as portas para a concorrência, podendo vir a ser um irrelevante MySpace2?
2- O Google+ é assim tão inovador para desbancar o Facebook, ou é menos poluído para atrair uma classe de internautas que ocupariam uma espécie de Classe Executiva das redes sociais, enquanto os demais estariam desconfortáveis na classe econômica, aguardando uma chance de upgrade?
3- Google+ é afinal uma rede social nos moldes clássicos?
Aos fatos:
- O site Statistics Brain publica os números do Googlecomo mecanismo de busca. Em 2011, foram 1,72 trilhões de buscas no total, ou 4,72 bilhões de buscas/dia. Isso mesmo, trilhões e bilhões! Em agisto de 2010, último levantamento consolidado, o Google tinha 71,59% do mercado;
- O YouTube (propriedade do Google, é bom lembrar) tem dados impressionantes, como 800 milhões de visitantes únicos e 4 bilhões de vídeos assistidos a cada mês;
- Em maio de 2011, o Google Maps possuia 200 milhões de usuários em dispositivos móveis, representando 40% de todos os dispositivos conectados ao serviço (março 2011). Isso dá, numa regra de três de aproximação, 500 milhões de coisas usando o Goggle Maps;
- Em junho de 2012, o Google anuncia que tem 425 milhões de usuários ativos no GMail (não necessariamente únicos);
- No mundo das fotos, Flickr e Picasa (do Google) são os principais players, talvez agora com uma ameaça do Dropbox;
- E, falando em mobilidade, o principal sistema operacional de dispositivos móveis espertos (smartphones e tablets) é o Android, do Google (dados de 2011), que reportam 48,8% de market share para este contra 19,1% para o iOS da Apple. Detalhe: enquanto o Android cresceu 244% em relação a 2010, o iOS cresceu 96%.;
- O Google Chrome é o browser mais usado. Dados de agosto de 2012 mostram o Chrome com 47% de market share, contra 49% do Internet Explorer e do Firefox somados!
Não por acaso, o Google vem convertendo alguns serviços, como o Google Docs para o Google Drive,estimulando usuários do Picasa a armazenar suas fotos na nuvem, propagar as vantagens do Google Hangouts sobre a concorrência, notadamente o Skype (hoje da Microsoft)
E, especialmente a possibilidade de fazer um login único para todos os serviços do Google, via qualquer um dos populares produtos.
Cabe a especulação: Será que o Google não está novamente efetivamente redefinindo a indústria da tecnologia, e o Google+ nada mais é do que um aglutinador eficaz de suas ofertas? Se isso for verdade, suas apenas 100 milhões de contas ativas seriam um mero detalhe, e as quase 1 bilhão de contas do Facebook poderiam ser menos, em um curto período de tempo.
Aí, até mesmo o conceito de redes sociais precisaria ser revisto…
