Calico Google: vida até 170
Que o Google sabe quase tudo sobre cada um de nós, nada de novo. E que eles têm projetos fantásticos, como o Google Cultural Institute, o Google Glass e carros que dispensam motoristas, só para citar 3 dos mais recentes.
Falta-nos tempo, para podermos desfrutar de todo esse acervo na plenitude! O dia não tem mais de 24 horas, os anos, 365 dias, ou 366 nos bissextos, multiplicado pela expectativa média de vida…
Pois até nisso o Google quer mexer. Sua nova empresa chama-se Calico, e vai concentrar-se “na saúde e no bem-estar, em particular no desafio do envelhecimento e doenças associadas“. O CEO e investidor fundador da Calico é Arthur D. Levinson, presidente dos conselhos de Administração da Genentech e da Apple.
Ou seja, unem-se a Genentech, a mais inovadora empresa de biotecnologia, com o Google e a Apple, visando permitir ao ser humano a melhoria de sua qualidade de vida, com a chegada dos anos, e, de bonus, ganhar mais anos de vida.
O objetivo? Buscar o limite da longevidade em 170 anos. Fazendo as contas para trás, isso seria como pegar alguém nascido um quarto de século antes da Proclamação da República que estaria se despedindo deste mundo em 2013.
Não é preciso grande imaginação para elaborar sobre vantagens e desvantagens do sucesso de um projeto como esse. Mas, inegavelmente, a evolução da tecnologia permite supor que ferramentas para chegar lá ou existem ou podem ser desenvolvidas.
As questões éticas, religiosas e econômicas não vão parar de surgir, e arcabouços legais serão construídos para cuidar das diferentes interpretações do tema.
Mas, se olharmos para a primeira parte, que é a de “melhorar sua qualidade de vida“, poucas serão as reclamações.
A escolha de Art Levinson como executivo-chefe da Calico é perfeita: além de pilotar por 15 anos a Genentech, onde trabalha desde 1980, ele é do Conselho de Administração de outras grandes empresas, como a Roche, e a NGM, e de institutos de pesquisa ligados a universidades de referência, com o Harvard, Princeton e MIT.
Por enquanto, nada a fazer nem a esperar a curto prazo. Mas vale acompanhar a Calico, nem que seja através de buscas no Google. No momento desse comentário, o termo Calico divide-se entre a nova empresa, uma cidade fantasma da California, uma raça de gatos e um empreendimento residencial no Algarve, Portugal, que, aliás, chama-se Caliço.
Cada vez melhores, cada vez mais simples
Você reparou como as planilhas eletrônicas, os processadores de texto e os programas de apresentação estão cada vez mais elegantes, com mais recursos e mais simples de usar?
Traduzindo para nomes conhecidos: Word, Excel e Powerpoint, da Microsoft, Pages, Numbers e Keynote da Apple, e Google Docs, do Google, que engloba os três tipos de aplicativos. Quem ainda domina esse mercado é a Microsoft, que engloba seus produtos sob o nome de Office, desde os primórdios do PC.
Mas o que está por trás desses softwares? São milhões de linhas de código, que aproveitam o cada vez maior poder computacional à disposição de cada um de nós, com novas e melhores funcionalidades como gráficos, vídeos, fórmulas sofisticadas, tradutores de texto. A interatividade das telas sensíveis ao toque e reconhecimento de voz faz com que, em breve, seja absolutamente trivial conversarmos com uma planilha, desenhando cenários de planejamento futuro, interagindo com pessoas que podem estar do nosso lado ou do outro lado do mundo.
Mas a versatilidade e a sofisticação desses programas são enormes! Ainda assim, muitos de nós usa apenas suas funcionalidades básicas, sem atentar para os recursos disponíveis.
No caso do processador de texto, por exemplo, não é a maioria dos usuários que prepara um índice automático dos capítulos de um documento mais extenso e elaborado. Muitos de nós entregamos ao corretor ortográfico a tarefa de ajustar pequenos erros de digitação ou de concordância.
Nas planilhas, então, ainda lidera a página composta de colunas referentes aos meses do ano e linhas com a descrição de produtos e vendas, com subtotais por trimestre e alguns percentuais. E um gráfico para facilitar o entendimento.
Nas apresentações, mesmo com essa enxurrada de pps que recebemos por e-mail, falta à maioria delas forma e conteúdo capazes de encantar uma platéia.
Você certamente conhece alguém assim?
Essas ferramentas de produtividade poderiam ser melhor usadas, até para aproveitar as mais de 4 décadas de desenvolvimento.
Como elas ficam cada vez mais sofisticadas e fáceis de usar, ganham escala e podem ser vendidas a preços cada vez menores, ou até mesmo dados de presente, como a Apple fez agora para quem migrou para o iOS 7.
E você: é um usuário avançado desses programas?
Google Cultural Institute. Com minhas homenagens a Nelson Mandela
O Google surpreende sempre. Depois da iniciativa Google Art Project, que nos leva a navegar por centenas de museus mundo afora, inclusive permitindo o exame detalhado de obras em altíssima definição, seu alcance aumentou. Agora existe o Cultural Institute, organizado e movido pelo Google, que incorporou novos museus e trata de muitos outros temas, como a queda do Muro de Berlim, a riquíssima coleção de documentos e obras de arte da Coréia do Sul, e milhares de outros.
Chamou minha atenção uma bela reportagem da revista VEJA sobre o Cultural Institute, aliás dirigido por um brasileiro, que incorporou vários museus brasileiros, na esteira do pioneiro Museu de Arte Moderna de São Paulo, o MAM.
Enquanto fechava o tema para a postagem de hoje, pintou na TV, nos portais da internet e nas redes sociais, a notícia da morte de Nelson Mandela. Parei para pensar, e postei no Facebook e no Twitter aquilo que me veio à cabeça: Falando em Estadista, lá se foi um gigante: Nelson Mandela! O #NelsonMandela já estava no topo da lista dos Trending Topics do Twitter.
Voltei à página principal do Cultural Institute e, adivinhe: Lá estavam várias coleções de fotos, vídeos, documentos sobre a vida daquele que, com certeza, foi o maior merecedor do Prêmio Nobel da Paz. Quantidade e qualidade de informação, no momento certo, lá estava o Google de novo!
Existem críticos ferozes dessa iniciativa do Google. O mais icônico e conservador é o Museu do Louvre, na França, cujos curadores acham que seu acervo não merece ser transformado em bits e bytes e, ainda por cima, pode tirar parte de seu público. Coisa de Asterix e Obelix…
O fato é que o tráfego de internautas nas mais diversas casas de cultura parceiras do Google cresce rapidamente, já chegando a mais de 500 milhões. E esses museus mundo afora, não registraram queda de visitantes de carne e osso, ao contrário!
Assim, se você gosta de boa arte, cultura de várias civilizações, de história que explica a evolução da espécie humana, vá lá: google.com.br/culturalinstitute
E aproveite!
Woz
Steve Wozniak, o co-fundador da Apple com Steve Jobs é uma personalidade, no mínimo, polêmica. O verdadeiro gênio tecnológico na criação do Apple II e do Macintosh, Woz, como é conhecido, rompeu lá atrás com Jobs e foi cuidar de sua vida, com muita grana no bolso.
Mas continua dando seus pitacos sobre a Apple, como recentemente, quando disse que não compraria o novo iPad Air.
Agora, numa entrevista à BBC ele propõe que 3 das grandes do mundo da tecnologia –Apple, Google e Samsung– busquem cooperação, através de licenciamento cruzado de patentes e pesquisas em comum. Segundo Woz, poderíamos ter melhores produtos, mais baratos, com mais funcionalidades.
Só que, para quem está no mundo Apple, ali está o que há de melhor; e para quem tem um smartphone Samsung, especialmente o Galaxy 4S, a resposta invariável é: o que o iOS7 e o iPhone 5s oferece meu Galaxy tem, e tem muito mais.
E o Google, com seu domínio no mundo das buscas, dos mapas e do Android tem a liderança em quase todos os segmentos que possam ser relevantes, com a notável exceção das redes sociais, onde o Facebook reina soberano.
Mas Woz, de um modo ou de outro, expressa com simpatia e candura um desejo oculto de muitos usuários Apple, Google e Samsung: ter tudo o que já possui mais as boas funcionalidades dos demais. Pouca gente vai admitir isso, como Woz o fez, ao declarar que “eu vejo coisas boas nos smartphones da Samsung que eu gostaria de ter no meu iPhone.”
Mas essa inusitada aliança traria mais benefícios do que problemas? Se os três viessem a cooperar de modo mais forte, talvez houvesse uma perigosa consolidação do mercado, com muitos produtos e serviços parecidos, inibindo a criatividade e a inovação, por falta de um motivador maior: a concorrência.
De outro lado, a Samsung é fornecedora da Apple para inúmeros componentes importantes, como a tela sensível ao toque. E o Google, embora expulso do iOS com seu aplicativo Maps, ainda é o mecanismo de busca principal do iPhone e do iPad. Ou seja, essa colaboração implícita já existe.
E você, o que acha? Uma convergência maior entre Apple, Google e Samsung seria benéfica para nós, usuários? Eu, Guy Manuel, sigo preferindo a concorrência.
Rumo à consolidação?
Decididamente o desenho atual do mundo da mobilidade digital parece se encaminhar para uma consolidação. Vamos conferir?
A Apple, que revolucionou o mercado com o iPhone, em 2007, tem um caminho sólido para os próximos anos, à medida em que detém um público fiel, ciclos mais ou menos previsíveis de evolução e vai conquistando rapidamente uma fatia expressiva do mundo corporativo. É a dupla iPhone e iPad com iOS.
Para quem tinha domínio total do mercado de celulares, a Nokia acabou sendo comprada pela Microsoft, que largou depois da concorrência com o Windows Phone. Mas a junção parece já estar criando sinergia e a linha Lumia vem conquistando um público bastante expressivo, em especial aqueles que não abrem mão do Windows. As vendas crescem acima das perspectivas mais otimistas. Tudo indica que essa dupla vai ter uma participação de mercado na casa dos dois dígitos.
O Facebook, que já fez vários ensaios para lançar smartphones no mercado, e gera especulações sobre um sistema operacional próprio, agora negocia a compra da Blackberry, que já foi líder do segmento de smartphones.
O Google comprou a Motorola, aquela que liderava o mercado, na transição do celular analógico para o digital, com seus icônicos StarTacs. Agora, com sua linha Razr mostra toda a potencialidade do Android.
A maioria dos demais fabricantes de smartphones e tablets, por ora, optam pelo Android, do Google. Somados, detêm uma participação de 2/3 do mercado, Samsung no topo da lista com sua linha Galaxy.
Mas a Samsung, embora faça sucesso no mundo Android, volta a ensaiar a evolução de seu sistema operacional proprietário, o Tizen. Dará certo? A coreana vai largar o Android?
Então, resumindo, daqui a pouco poderíamos ter o mundo de dispositivos digitais dominado por 4 companhias: Apple, Google, Facebook e Microsoft, numa consolidação muito forte, muito rápida. Certo?
Talvez nem tanto… Esse movimento da Samsung mostra o que pode acontecer, pois, afinal, se o plano é consolidar, esqueceram de combinar com os chineses, que com marcas como HTC, Huawei, Lenovo e tantas outras menos conhecidas, apostam numa grande reviravolta.
Com seu enorme mercado interno, muito dinheiro, recursos humanos de ponta e com produtos de qualidade e preços baixos, eles não vão se contentar com um papel secundário nesse mundo da mobilidade.
Quem escreverá o próximo capítulo?
O browser e a liderança de mercado
Revelador o estudo da Shareaholic sobre os browsers. Lá está claro o crescimento do Chrome entre os navegadores, colocando-o na liderança indiscutível no mundo, com 34,68% seguido à distância pelo Firefox com 16,6%, o Safari, com 16,15%, e o Internet Explorer, com 15,62%. O Chrome, do Google bate o Firefox e o Safari somados. Ou o Firefox mais o Internet Explorer, esses dois que lideraram o mercado, nas últimas 3 décadas.
É claro que o uso do Chrome foi turbinado pelo sucesso do sistema operacional Android, e o Safari pelo iOS.
Esse estudo detalha números, mas quero refletir sobre conceitos: Navegar na internet é possível por causa dos browsers, e todos os www. mundo afora precisam ser desenhados tendo em vista, no mínimo, os browsers mais populares. Foram eles que iniciaram a moda de programas grátis, pois são canais de tráfego de dados e acabam ancorados em grandes marcas ou grandes conceitos.
Não por acaso, Android é Google, Safari é Apple e Internet Explorer é Microsoft. Firefox corre por fora, com arquitetura aberta, assim como o Chrome, mas suportada pela Fundação Mozilla, que não visa lucro. Daí sua falta de empuxo para seguir crescendo.
Nesses últimos dias, tive três experiências que me lembraram que o browser existe e tem marca, e não é algo tão natural quanto respirar.
Começou quando fiz o upgrade do Safari para 64 bits. No mesmo momento, o internet banking parou de funcionar.
Em outro banco, eu precisava de um link para uma transação e não o encontrava; chamei o suporte online e a atendente me informou que esse link só apareceria no Internet Explorer, que meu dispositivo móvel não suportava. Ou seja, eu e os outros 84% dos que não têm o IE no seu aparelho digital não poderiam fazer certas transações online com esse grande banco.
Finalmente, migrei para o OSX Mavericks, por curiosidade e dever de ofício. Num primeiro momento, chamou a atenção a melhoria de performance do Safari, o browser nativo da Apple. Também ficou evidente a piora do Chrome. Caso pensado da Apple contra o Google ou uma forma de mostrar uma plataforma mais integrada?
Dois dias depois, o Chrome voltou a funcionar legal. Mesmo em máquinas com Windows, eu sigo usando o Chrome. E faz tempo que não uso o Firefox.
Sem me dar conta, faço parte daquela legião que adensa a liderança do Google, quando o assunto é o browser. Será que liderança nos browsers tem a ver com liderança de mercado e valor de marca?
Faça uma pesquisa no Google…
Google, 2 trilhões de buscas
Dias atrás, comentamos sobre os robustos números do YouTube e o que eles representam no tráfego da internet. Agora vamos tratar do serviços de buscas do Google. Esse foi a origem dessa empresa, em 1998, que hoje é uma das mais valiosas do planeta, de acordo com a cotação de suas ações na Bolsa de Valores.
Ao final de 2013, o Google terá respondido a mais de 2 trilhões de buscas. São cerca de 300 buscas por habitante, ou quase uma por dia, por habitante, contados aí os desconectados e os que vivem em países e regiões onde o Google tem algum tipo de restrição.
No ano de seu lançamento, foram 3,6 milhões de buscas; no ano 2000, 22 bilhões; em 2007, 438 bilhões; em 2010, 1,324 trilhão.
Os números absolutos são de tirar o fôlego, mas, ao analisarmos as taxas de crescimento, vemos algumas luzes sobre o possível futuro do motor de buscas mais popular da internet.
Considerando 2007 como ano de consolidação indiscutível de sua liderança, as taxas anuais de crescimento vêm caindo desde 2009, quando o volume de buscas cresceu 50% sobre 2008. Em seguida, 39% em 2010, 30% em 2011 e 9% em 2012, quando o total de buscas foi de 1,874 trilhão.
Ora, 9% ao ano ainda é muita coisa, ainda mais considerada a base de usuários, maior do que a do Facebook. Mas quer dizer também que há concorrentes, como o chinês Baidú e o russo Yandex o Yahoo volta com tudo, e as buscas especializadas, onde existem mecanismos específicos para milhares de categorias.
Veja as tabelas abaixo, cortesia do Google:
| ANO | Quantidade de buscas/ano do Google | Média de buscas/dia |
| 1998 | 3.600.000 | 9.863 |
| 2000 | 22.000.000.000 | 60.000.000 |
| 2007 | 438.000.000.000 | 1.200.000.000 |
| 2008 | 637.200.000.000 | 1.745.000.000 |
| 2009 | 953.700.000.000 | 2.610.000.000 |
| 2010 | 1.324.670.000.000 | 3.627.000.000 |
| 2011 | 1.722.071.000.000 | 4.717.000.000 |
| 2012 | 1.873.910.000.000 | 5.134.000.000 |
| ANO | Crescimento anual % |
| 2008 | 45% |
| 2009 | 50% |
| 2010 | 39% |
| 2011 | 30% |
| 2012 | 9% |
Fonte: Google
Através de seus links patrocinados e do direcionamento de anúncios de acordo com o perfil de cada usuário e sua localização, o Google faturou US$ 50 bilhões de dólares em 2012, com um custo de US$ 37 bi, com margens extraordinárias, gerado caixa para seu hoje enorme leque de produtos e serviços: Gmail, Google Maps, Google+, Blogger e tantos outros.
Os diversos serviços do Google estão cada vez mais integrados entre si, gerando tráfego de um para o outro, e, portanto, possibilidade de incremento de visualizações e de receitas.
Junte-se a isso o Android, hoje a plataforma mais usada no mundo para dispositivos móveis e aí fica fácil entender os 2 trilhões de buscas no Google em 2013.
O crescimento futuro, os números mostram, não será tanto na quantidade de buscas, mas sim na multiplicidade de serviços do Google que usaremos. Ou seja, ele quer mais o seu, o meu, o nosso tempo. Como nunca, aqui, time is money!
iPhone 5s vende o dobro do 5c
O iPhone 5s -top de linha dos novos smartphones da Apple- está vendendo o dobro do que seu irmãozinho mais simples, mais colorido e mais barato, o iPhone 5c. Será que a turma que compra Apple não se rende a produtos menos sofisticados, ou essa tendência logo será revertida?
Foi a primeira tentativa da Apple de conseguir acesso a um mercado mais, digamos assim, popular. Antes do 5s e do 5c, ao lançar um novo smartphone, a empresa dava descontos sobre o modelo anterior. Mais ou menos o que fazem as montadoras de veículos aqui no Brasil, ao deixarem conviver uma nova geração de um modelo com uma mais antiga. Com carros, e no Brasil, funciona. Com smartphones, funcionou para a Apple até agora.
Os compradores de produtos Apple sacam com mais facilidade seus cartões de crédito, e adoram estar na crista da onda com produtos mais novos, mais leves, mais sofisticados e, via de regra, mais bonitos.
Mas o mercado de smartphones muda de perfil. Este ano, eles passam a representar a maioria dos celulares vendidos no mundo, e são bilhões de unidades. E a variedade de opções de aparelhos Android faz com que a maioria dos que entram nesse mundo fascinante dos dispositivos móveis inteligentes tenham sua primeira experiência com o sistema operacional do Google. E como existem vários fabricantes ofertando smartphones Android no topo da escala de preços e de funcionalidades, quem entra tem mais possibilidades de ficar por ali do que migrar para o iOS da Apple.
As novidades também têm seu preço: ao optar por um processador mais poderoso de 64 bits para o 5s, a Apple também ficou refém do legado de aplicativos de 32 bits, que precisam seguir funcionando, ao mesmo tempo em que precisam surgir evoluções dos antigos e novos aplicativos que usem melhor os recursos do A7. E, para criar mais marolas, os Apps para o novo iOS7 no iPhone 5s estão travando duas vezes mais do que nas versões anteriores.
Mesmo assim, o iPhone 5s é um sucesso de vendas e de críticas. Ele já se destaca em cima das mesas de reuniões em escritórios, aeroportos e cafés do mundo.
E o 5c? A versão mais pelada do iPhone, como o Pé-de-Boi lançado pela Volks para vender um Fusca mais barato na década de 1960 pode não dar certo. Eu, particularmente, acho que o 5c emplacaria legal se tivesse preços menores, mas isso sacrificaria as margens da Apple e os acionistas não gostariam. Pode funcionar se a Apple topar aumentar drasticamente os canais de venda do 5c, através de lojas de departamentos e de supermercados, e em mais países.
Afinal, o 5c é mais parrudo do que o 5 que foi descontinuado.
YouTube: de uma brincadeira de dois universitários à plataforma planetária de vídeos
O mundo digital muda rápido, e é bom, de vez em quando, atualizar algumas referências.
Se você está conectado, com certeza já acessou o YouTube. É provável que você tenha feito upload de um ou muitos vídeos, com os mais variados temas e públicos-alvo.
Para entender melhor esse pedacinho do Google, vamos verificar alguns de seus números, segundo o próprio YouTube:
Audiência
- Mais de 1 bilhão de visitantes únicos por mês
- Mais de 6 bilhões de horas de vídeo assistidas por mês, um crescimento de 50% sobre o ano passado. Isso equivale a quase 1 hora por mês para cada ser humano
- No intervalo de 1 minuto, 100 horas de video são carregadas na nuvem do YouTube
- 70% do tráfego no YouTube é de fora dos Estados Unidos
- YouTube está localizado em 56 países, em 61 línguas
- Nos Estados Unidos, o YouTube alcança mais adultos entre 18 e 34 anos do que qualquer rede de TV a cabo
Programa de parceria do YouTube
- São mais de um milhão de criadores de mais de 30 países em todo o mundo gerando receita com os vídeos, nesse programa iniciado em 2007
- Milhares desses canais geram receitas de seis dígitos por ano
Dispositivos móveis
- Dispositivos móveis já correspondem a mais de 25% do tempo de exibição global do YouTube
- O YouTube está disponível em centenas de milhões de dispositivos
Com números desse calibre, não espanta que o YouTube continue sendo o mais voraz consumidor de banda da internet. Afinal, arquivos de vídeo estão cada vez maiores e precisam trafegar cada vez mais rápido. Como aumenta a cada ano o número de usuários do YouTube, aí estão os ingredientes de sucesso, De um lado, o YouTube fatura com anúncios em links patrocinados, e, de outro, recebe alto para quem não quer anúncios, através de canais exclusivos e dirigidos. Boa sacada, não? Receber pelos anúncios e pela retirada dos anúncios…
O YouTube foi fundado em fevereiro de 2005 por O YouTube foi fundado por Chad Hurley e Steve Chen, dois jovens ligados à tecnologia. Dezoito meses depois, o Google pagou US$ 1,65 bilhão pelo site e pelo passe de Chad e Steve. Essa aquisição deu ao Google a liderança no mercado de vídeos pela internet, aposentando seu projeto original, o Google Video.
Uma pista para o futuro:
Se hoje os dispositivos móveis já ocupam mais de 25% das visualizações do YouTube, e, com o crescimento do número de usuários de smartphones e tablets, haja 4G para sustentar o tráfego!
E as pequenas empresas aparentemente viram no YouTube um meio relevante de chegar a seus mercados.
E você, usa o YouTube para diversão ou está faturando com ele? Pense nisso!
O Bóson de Higgs e o encanto das ciências para os pequeninos
Por este blog Conectados passam comentários sobre tecnologia -digital, na maioria das vezes- pautados pelo sub-título Tecnologia que mexe com a cabeça e com o bolso. Na maioria das postagens, tratamos de lançamentos, tendências, comportamento digital.
Mas hoje vamos fazer uma saudação especial à ciência, ou Ciência, com C maíusculo. Ao decidir premiar com o Nobel de Física o escocês Peter Higgs e o belga François Englert, a Real Academia Sueca de Ciências reconhece a relevância da pesquisa desses dois cientistas que chegaram à conclusão teórica de que haveria uma minúscula partícula sub-atômica, o bóson (que depois adquiriu o sobrenome do escocês), que daria uma explicação de como a energia se transformava em matéria.
Menos de meio século após a formulação da teoria, os dois puderam vê-la confirmada, após profundas investigações no CERN, o laboratório de pesquisa nuclear que fica debaixo dos Alpes, entre a Suíça e a França. Faltou o terceiro formulador da teoria, o também belga Robert Brout, falecido em 2011.
A teoria dos Bósons, por sua vez, foi apoiada em outra, a da Relatividade Especial, formulada por Albert Einstein, em 1905, 98 anos atrás…
Einstein estava certo na quase totalidade das suas premissas da Teoria da Relatividade. Aonde havia discrepâncias, suas hipóteses e teses também apontavam para o que seria a moderna Física, que tanto progresso trouxe para a humanidade, das aplicações da medicina nuclear aos novos materiais como os nanotubos de carbono, passando pelos semicondutores que tantas transformações trouxeram ao nosso cotidiano.
Aquela famosa equação matemática,
, também de Einstein e prestes a completar 100 anos, explica a relação entre energia e massa.
E, como sempre achamos que o tempo passa cada vez mais rápido, dá para concluir que, ao menos no caso do Nobel da Física de 2013, o tempo passou rápido, pois o meio século entre a teoria e a premiação é um intervalo muito curto, se levarmos em conta a evolução do conhecimento humano.
O que nos traz à reflexão sobre a inserção do Brasil no mundo avançado da ciência e da tecnologia: precisamos não só de programas como o Ciência sem Fronteiras. Urge resgatarmos a transmissão aos nossos pequeninos do charme e do encanto dos números, pela matemática, e da nossa relação com o universo, explicados em boa parte pela física e pela química.
Se o apelo emocional não funciona, vamos ao bolso: físicos, químicos, matemáticos, geógrafos e estatísticos estão entre os mais requisitados e bem pagos, não só em universidades e centros de pesquisa, mas também em empresas estelares como o Google, o Yahoo, a Apple, a Intel, a Qualcomm, a Samsung, a Sony, a Exxon, a Petrobras…