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O browser e a liderança de mercado

Revelador o estudo da Shareaholic sobre os browsers. Lá está claro o crescimento do Chrome entre os navegadores, colocando-o na liderança indiscutível no mundo, com 34,68% seguido à distância pelo Firefox com 16,6%,  o Safari, com 16,15%, e o Internet Explorer, com 15,62%. O Chrome, do Google bate o Firefox e o Safari somados. Ou o Firefox mais o Internet Explorer, esses dois que lideraram o mercado, nas últimas 3 décadas.

É claro que o uso do Chrome foi turbinado pelo sucesso do sistema operacional Android, e o Safari pelo iOS.

Esse estudo detalha números, mas quero refletir sobre conceitos: Navegar na internet é possível por causa dos browsers, e todos os www. mundo afora precisam ser desenhados tendo em vista, no mínimo, os browsers mais populares. Foram eles que iniciaram a moda de programas grátis, pois são canais de tráfego de dados e acabam ancorados em grandes marcas ou grandes conceitos.

Não por acaso, Android é Google, Safari é Apple e Internet Explorer é Microsoft. Firefox corre por fora, com arquitetura aberta, assim como o Chrome, mas suportada pela Fundação Mozilla, que não visa lucro. Daí sua falta de empuxo para seguir crescendo.

Nesses últimos dias, tive três experiências que me lembraram que o browser existe e tem marca, e não é algo tão natural quanto respirar.

Começou quando fiz o upgrade do Safari para 64 bits. No mesmo momento, o internet banking parou de funcionar.

Em outro banco, eu precisava de um link para uma transação e não o encontrava; chamei o suporte online e a atendente me informou que esse link só apareceria no Internet Explorer, que meu dispositivo móvel não suportava. Ou seja, eu e os outros 84% dos que não têm o IE no seu aparelho digital não poderiam fazer certas transações online com esse grande banco.

Finalmente, migrei para o OSX Mavericks, por curiosidade e dever de ofício. Num primeiro momento, chamou a atenção a melhoria de performance do Safari, o browser nativo da Apple. Também ficou evidente a piora do Chrome. Caso pensado da Apple contra o Google ou uma forma de mostrar uma plataforma mais integrada?

Dois dias depois, o Chrome voltou a funcionar legal. Mesmo em máquinas com Windows, eu sigo usando o Chrome. E faz tempo que não uso o Firefox.

Sem me dar conta, faço parte daquela legião que adensa a liderança do Google, quando o assunto é o browser. Será que liderança nos browsers tem a ver com liderança de mercado e valor de marca?

Faça uma pesquisa no Google…

Google Multiuso

Quando o Google lançou o Chrome, como um revolucionário browser, eu até que fiquei animado. Mas depois de testá-lo em vários releases e até mesmo desculpá-lo por suas falhas, achei-o simples demais, despretensioso demais e… sem a cara do Google. Voltei ao trio Firefox/Safari/IE, cada um com seus pontos positivos e negativos.

Não mais! O release 3.0.195.33 está muito bom, rápido, seguro, fácil de customizar e bonito de ver, até porque ele pode ficar do jeito que você gosta.

Mas isso não é tudo.  O Google põe no forno as versões Leopard e Linux, cobrindo assim, junto com a versão Windows, todo o espectro de sistemas operacionais que realmente contam no mercado.

A estratégia do  Google é ambiciosa.  Basta ver as primeiras avaliações do Google Chrome OS na versão para desenvolvedores. Simples de usar, rápido e fácil de fazer a migração. Especialmente do Windows Vista.

Vamos adiante. O Android nas plataformas de dispositivos móveis está mexendo com o mercado, e vai brigar com a Apple e sua dianteira nos sistemas operacionais de smartphones.

E os aplicativos? O Google Docs está cada vez mais compatível com o Microsoft Office, fora os Picasa, GMail, Images, Maps, Earth, e mais uma miríade de soluções cada vez mais usadas.  E tudo grátis para o indivíduo e cobrável de empresas em versões mais abrangentes e integradas.

Chega? Acho que não. O Google desperta a ira de muitos, inclusive do magnata Rupert Murdoch, que busca uma impensável aliança com a Microsoft para poder cobrar por seu conteúdo através das plataformas da gigate de Redmond. Ele e Bill Gates correndo atrás do prejuízo… Aliás, nessa linha, a Microsoft disponibiliza na “nuvem” muitas funções de seu Office 2010 que já existem no Google Docs.

E, finalmente, como o Google domina amplamente o suculento mercado de anúncios por links patrocinados (que eufemismo brilhante!) e tem milhões de usuários do AdWords e mais milhões de canais de distribuição de seus anúncios através do AdSense, eu vejo os tentáculos dessa empresa com 11 anos de vida abraçarem todos os caminhos conhecidos da internet.

Não vou aqui afirmar que o Google vai reescrever a visão de George Orwell, em seu memorável 1984, na versão corporativa. Mas o Google ficou suficientemente grande para incomodar de vez o establishment global, e não só da área de TI. As agências de publicidade, os veículos de comunicação, os provedores de serviços de localização, as operadoras de telecomunicações, dentre tantos outros, sentem urticárias ao ouvir  o nome Google…

Isso sem falar no sabor original, o mecanismo de busca.

Ah! Eu postei um video dos primeiros passos de meu neto no YouTube. E daí? Daí que o YouTube, comprado pelo Google, responde por 20% de todo o tráfego da web. Um endereço www.youtube.com = 20%. Quanto vale isso? Operadoras de TV por assinatura, tremei!

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