Car Mode e a prevenção de acidentes de carro
Existe um universo com mais de 1 milhão de aplicativos disponíveis nas lojas virtuais para smartphones e tablets. Tem de tudo, ou quase tudo. Muita inutilidade, bastante coisa boa, mas, conceitos novos e simples, estão rareando.
Assim, vale a pena falar do Car Mode, bolado pelo designer novaiorquino Joey Cofone. A idéia é criar no smartphone uma funcionalidade que, quando o dono entra no carro, automaticamente há a conexão via Bluetooth ao sistema multimídia e, basicamente, o aparelho passa a funcionar apenas para navegação por GPS e para fazer e receber ligações no viva-voz. São inibidos os vídeos, torpedos, avisos de e-mail e de compromissos de agenda, dentre outros.
Como as mensagens e alertas estarão bloqueadas com o carro em movimento, elas ficam disponíveis assim que o motorista desliga o veículo ou o smartphone sai do pareamento com o sistema digital do carro.
A idéia é evitar a interação física do motorista com seu smartphone, quando ao volante. Segundo várias estatísticas, sobe a cada ano o número de acidentes de trânsito com vítimas, causados por distração do condutor com seu celular. Joey Cofone quer minimizar essas tragédias desnecessárias, com o uso da tecnologia.
A diferença está na forma. Ele não pretende especificar nem encomendar um aplicativo que possa ser baixado na App Store ou no Google Play. Ele quer que o Car Mode seja incorporado ao sistema operacional, de início no iOS7 da Apple.
Quem pagaria a conta, uma vez que o Car Mode estaria no sistema operacional? Talvez a Apple ou o Google não estejam motivados a pagar para ter uma funcionalidade nativa que iniba o funcionamento dos aparelhos nessas circunstâncias. Mas, numa dessas, as companhias de seguro poderiam dar um incentivo de redução de prêmios para quem usasse o Car Mode.
Pode até ser que o modelo proposto pelo americano não seja viável. Mas não custa lembrar que a polêmica do uso de celulares em aviões foi encerrada a partir da criação da função Airplane Mode, ou Modo Avião, que desabilita o acesso à rede durante o voo.
E como há muito mais vítimas de acidentes de carro do que de acidentes de avião, por conta do uso inadequado de celulares, o Car Mode pode, no futuro, ajudar na prevenção.
Skype WiFi: Bom para quem viaja e precisa estar conectado
O Skype é a plataforma de referência para quem precisa se comunicar por voz, mensagens ou vídeo. Na maioria das vezes, dá para usá-lo gratuitamente. Mas é muito bom também para contatos que requeiram ligações para telefones fixos ou celulares, o que significa pagar por elas. Em chamadas internacionais, as tarifas do Skype são bastante atraentes.
Mas, e quando você está viajando, ou simplesmente está fora de casa e precisa falar com alguém ou navegar pela internet? Seu acesso pelo seu plano de dados pode ser lento ou caro, especialmente se incidirem taxas de roaming. E as conexões WiFi disponíveis ou são públicas e inseguras ou requerem acesso através de um hotspot que cobram taxas diárias, ou uma assinatura mensal. No aeroporto ou no hotel, por exemplo.
Para essas situações existe o Skype WiFi. Um App grátis que você baixa no seu smartphone, tablet ou laptop que permite o acesso à internet através de mais de um milhão de pontos de acesso cadastrados, e você só paga pelo tempo utilizado. Vale para Windows desktop, Mac OSX, Linux, iOS e Android.
Ele é especialmente útil em viagens ao exterior, onde esses acessos são normalmente pagos e, não raro, são caros.
O App já informa quais os pontos de acesso cadastrados, mesmo você estando offline. Se estiver online, ele mostra quais estão próximos de você e quais as tarifas cobradas. Se existe um perto de onde você está, é só conectar. O Skype debita o valor do uso nos seus créditos pré adquiridos.
O Skype WiFi não é –e isso deve ficar bem claro– a forma principal de acesso à internet quando você viaja. É apenas mais uma forma, mas que pode ser extremamente conveniente.
E ele não funciona sem créditos. Assim, ao planejar uma viagem que requeira conexão à internet, faça uma provisãozinha extra de créditos no Skype e bom proveito com o Skype WiFi.
Rumo à consolidação?
Decididamente o desenho atual do mundo da mobilidade digital parece se encaminhar para uma consolidação. Vamos conferir?
A Apple, que revolucionou o mercado com o iPhone, em 2007, tem um caminho sólido para os próximos anos, à medida em que detém um público fiel, ciclos mais ou menos previsíveis de evolução e vai conquistando rapidamente uma fatia expressiva do mundo corporativo. É a dupla iPhone e iPad com iOS.
Para quem tinha domínio total do mercado de celulares, a Nokia acabou sendo comprada pela Microsoft, que largou depois da concorrência com o Windows Phone. Mas a junção parece já estar criando sinergia e a linha Lumia vem conquistando um público bastante expressivo, em especial aqueles que não abrem mão do Windows. As vendas crescem acima das perspectivas mais otimistas. Tudo indica que essa dupla vai ter uma participação de mercado na casa dos dois dígitos.
O Facebook, que já fez vários ensaios para lançar smartphones no mercado, e gera especulações sobre um sistema operacional próprio, agora negocia a compra da Blackberry, que já foi líder do segmento de smartphones.
O Google comprou a Motorola, aquela que liderava o mercado, na transição do celular analógico para o digital, com seus icônicos StarTacs. Agora, com sua linha Razr mostra toda a potencialidade do Android.
A maioria dos demais fabricantes de smartphones e tablets, por ora, optam pelo Android, do Google. Somados, detêm uma participação de 2/3 do mercado, Samsung no topo da lista com sua linha Galaxy.
Mas a Samsung, embora faça sucesso no mundo Android, volta a ensaiar a evolução de seu sistema operacional proprietário, o Tizen. Dará certo? A coreana vai largar o Android?
Então, resumindo, daqui a pouco poderíamos ter o mundo de dispositivos digitais dominado por 4 companhias: Apple, Google, Facebook e Microsoft, numa consolidação muito forte, muito rápida. Certo?
Talvez nem tanto… Esse movimento da Samsung mostra o que pode acontecer, pois, afinal, se o plano é consolidar, esqueceram de combinar com os chineses, que com marcas como HTC, Huawei, Lenovo e tantas outras menos conhecidas, apostam numa grande reviravolta.
Com seu enorme mercado interno, muito dinheiro, recursos humanos de ponta e com produtos de qualidade e preços baixos, eles não vão se contentar com um papel secundário nesse mundo da mobilidade.
Quem escreverá o próximo capítulo?
O browser e a liderança de mercado
Revelador o estudo da Shareaholic sobre os browsers. Lá está claro o crescimento do Chrome entre os navegadores, colocando-o na liderança indiscutível no mundo, com 34,68% seguido à distância pelo Firefox com 16,6%, o Safari, com 16,15%, e o Internet Explorer, com 15,62%. O Chrome, do Google bate o Firefox e o Safari somados. Ou o Firefox mais o Internet Explorer, esses dois que lideraram o mercado, nas últimas 3 décadas.
É claro que o uso do Chrome foi turbinado pelo sucesso do sistema operacional Android, e o Safari pelo iOS.
Esse estudo detalha números, mas quero refletir sobre conceitos: Navegar na internet é possível por causa dos browsers, e todos os www. mundo afora precisam ser desenhados tendo em vista, no mínimo, os browsers mais populares. Foram eles que iniciaram a moda de programas grátis, pois são canais de tráfego de dados e acabam ancorados em grandes marcas ou grandes conceitos.
Não por acaso, Android é Google, Safari é Apple e Internet Explorer é Microsoft. Firefox corre por fora, com arquitetura aberta, assim como o Chrome, mas suportada pela Fundação Mozilla, que não visa lucro. Daí sua falta de empuxo para seguir crescendo.
Nesses últimos dias, tive três experiências que me lembraram que o browser existe e tem marca, e não é algo tão natural quanto respirar.
Começou quando fiz o upgrade do Safari para 64 bits. No mesmo momento, o internet banking parou de funcionar.
Em outro banco, eu precisava de um link para uma transação e não o encontrava; chamei o suporte online e a atendente me informou que esse link só apareceria no Internet Explorer, que meu dispositivo móvel não suportava. Ou seja, eu e os outros 84% dos que não têm o IE no seu aparelho digital não poderiam fazer certas transações online com esse grande banco.
Finalmente, migrei para o OSX Mavericks, por curiosidade e dever de ofício. Num primeiro momento, chamou a atenção a melhoria de performance do Safari, o browser nativo da Apple. Também ficou evidente a piora do Chrome. Caso pensado da Apple contra o Google ou uma forma de mostrar uma plataforma mais integrada?
Dois dias depois, o Chrome voltou a funcionar legal. Mesmo em máquinas com Windows, eu sigo usando o Chrome. E faz tempo que não uso o Firefox.
Sem me dar conta, faço parte daquela legião que adensa a liderança do Google, quando o assunto é o browser. Será que liderança nos browsers tem a ver com liderança de mercado e valor de marca?
Faça uma pesquisa no Google…
A estratégia dos Angry Birds
Recebi comentários a favor e contra minhas observações sobre os Angry Birds e o marco que essa proposta representa no mercado de games.
Agora, vem o anúncio do novo game, o Angry Birds Go!, a ser lançado em 11 de dezembro. Nele, os pássaros viram pilotos de carrinhos que descem ladeira abaixo.
São várias pistas, claro, na ilha dos porquinhos verdes que aprontam todo tipo de surpresas. E você fica associado a um pássaro ou a um porquinho, ou seja, é o piloto de fato do carrinho. Dependendo da posição de chegada, você recebe prêmios em moeda virtual dos Angry Birds. Acumulando dinheiro, você pode incrementar seu carrinho, seja do ponto de vista estético, seja em melhorias mecânicas, a seu critério.
Você deve poder comprar os Telepods, réplicas físicas dos personagens, seus acessórios e equipamentos, produzidas pela Hasbro, assim como aconteceu na série Angry Birds Starwars, onde a franquia de George Lucas casou-se impecavelmente com os passarinhos da Rovio. Não por acaso, a turma conectada com até 7 anos de idade –platéia favorita para os Angry Birds– passou a incorporar a seu vocabulário os nomes Luke Skywalker, Chewbacca, Princesa Lea, Jedi. E cada Telepod virá com um QR Code para poder ser escaneado para captura da imagem e incorporação ao joguinho.
Logo, logo, esses bichinhos e carrinhos estarão nas lojas de brinquedos, em roupas, mochilas e um sem-número de adereços. Já existem patrocinadores de corridas de automóvel das mais diversas categorias negociando a colocação de suas marcas nas pistas, nos carros e nos capacetes do Angry Birds Go!
Não por acaso, a Rovio liberará, simultaneamente, versões Android, iOS, Windows Phone e até mesmo Blackberry, acreditem! Ou seja, para todo mundo.
Do ponto de vista tecnológico, o segredo está na capacidade da Rovio de desenvolver um game que vai servir a todas as plataformas de dispositivos móveis. Sob a ótica de mercado, associar os pássaros a temas que interessam aos pequenos e aos não tão pequenos assim. Sucesso à vista!
Grátis o joguinho? Claro, que nem o Google, o Facebook… A receita vai para a Rovio do mesmo jeito, e em borbotões!
Microsoft Office agora também para Android
O que o mercado aguardava há meses aconteceu: a Microsoft disponibiliza a versão do Office Mobile também para a plataforma Android. Anteriormente, os usuários de smartphones e tablets com Windows Phone tinham sido os primeiros brindados. Logo em seguida, a versão para o iOS da Apple foi bem recebida. Com esse último anúncio, a Microsoft permite acesso a sua mais popular suite de aplicativos para praticamente todo o mercado.
O requisito é ter uma assinatura do Office 365 Home Premium ou ProPlus. Aí é só baixar o App no Google Play, fazer o login e pronto: você tem acesso aos documentos criados por sua empresa ou por você para revisão, comentários e até mesmo para apresentações através de seu tablet ou smartphone.
Não espere, porém, a dispensa total da versão plena do Word, do Excel ou do Powerpoint. Já pensou tentar editar no smartphone uma sofisticada planilha com várias folhas, dezenas de colunas, centenas de linhas, com fórmulas complexas, links, imagens e gráficos os mais variados? Para isso, o desktop e o notebook ainda são insubstituíveis…
O que mais me agrada, como veterano usuário da família do Microsoft Office é a sua disponibilização na nuvem, via SkyDrive (belo serviço, por sinal) e a possibilidade de acesso através de todos os dispositivos digitais de meu uso, pagando taxas razoáveis pelo serviço, em vez daquela burocracia complexa par atualização de licenças, a cada nova versão.
Por mais que o mercado ofereça alternativas simpáticas ao Office, na prática o padrão corporativo ainda é ditado pelo trio Word, Excel, PowerPoint.
E isso não vai mudar tão cedo.
Smartphone Android e tablet Apple: um bom arranjo
Um paradoxo aparentemente difícil de explicar: As vendas de smartphones com sistema operacional Android já detêm a liderança folgada do mercado, deixando os iPhones com iOS num distante segundo lugar. Já com os tablets, o negócio é outro. A maioria ainda prefere o iPad. Inclusive e especialmente os desenvolvedores de aplicativos.
Um recente estudo divulgado pela Canalys mostra que as diferenças entre aplicativos disponíveis para iOS e Android pende fortemente para o mundo iPad. Parece seus criadores acham melhor, mais natural ou até mais rentável escrever ou mesmo otimizar apps para o iPad.
De fato, metade dos apps mais populares do iPad não estão disponíveis ou não estão otimizados para Android. E 30% dos top 50 apps grátis e pagas para iPad não estão sequer disponíveis no Google Play.
O Google parece não ter acertado na veia com sua estratégia junto aos desenvolvedores, e os resultados demonstram isso. Já a Apple não só incentivou a criação e a adaptação de aplicativos para o iPad como também definiu uma agressiva política comercial com os desenvolvedores que claramente os induz a privilegiar o iPad.
E o estranho é que, do ponto de vista de design, performance, funcionalidades e facilidade de uso, os tablets rodando Android não ficam nada a dever aos com iOS, ao menos nos produtos mais sofisticados, que concorrem em preço com o iPad.
Examinemos o caso da Samsung e de sua linha Galaxy: enquanto os smartphones dão um sufoco no iPhone, os tablets não apresentam a mesma performance. Em ambos os casos, temos hoje designs no mesmo nível tecnológico, mas com superioridade do Android 4.2 sobre o iOS 6.1.3. Nem mesmo o anúncio do iOS7 e seu lançamento no próximo dia 10 de setembro deve tirar a dianteira do sistema operacional do Google.
O tablet é, por sua essência, um dispositivo que vive da qualidade, da diversidade e da simplicidade dos aplicativos disponíveis, muito mais do que um smartphone, que tem na sua tela menor um inibidor para o uso prático de muitas soluções.
Parece clara a ascendência de um novo tipo de consumidor de dispositivos móveis do topo da pirâmide, até há pouco fechado no mundo Apple: ele não fica mais preso a uma plataforma, e usa com naturalidade e satisfação um smartphone Android e um iPad, e fica feliz com esse arranjo.
Blackberry: Réquiem não tão fúnebre
Agora é oficial: A canadense Blackberry, ex-RIM (Research In Motion) está procurando um comprador, não para seus aparelhos, mas para a própria empresa. Até há 4, 5 anos atrás, ela era a líder de soluções de telefonia móvel, no mundo corporativo, inclusive para governos. Basta lembrar da campanha eleitoral de Barack Obama, e, 2008, onde ele e seu Blackberry eram companheiros inseparáveis.
Não existia no mercado melhor plataforma móvel para comunicação segura de e-mails, e os CIOs de grandes organizações adoravam a facilidade de integração com seus aplicativos de ERP, CRM e outras letrinhas.
Mas o mundo mudou rapidamente, com a maturidade das soluções oferecidas nas plataformas iOS e Android. Em 2010 vieram os Tablets, e a então RIM até que tentou lançar um concorrente para o iPad e o Galaxy Tab, sem sucesso. As mesas de reunião dos boards das empresas rapidamente viram os iPhones e Androids tomarem a atenção dos diretores e executivos.
A RIM então tentou mudar de nome, virou Blackberry, para ver se ganhava um fôlego. Mas a sua dependência quase que exclusiva do mercado das grandes e médias empresas bateu de frente com a tendência do BYOD, ou Bring Your Own Device, que virou política formal ou implícita da maioria das organizações. O definhamento da Blackberry era uma questão de tempo.
Até que ela tentou, lançando alguns smartphones charmosos, com tela sensível ao toque e uma loja de aplicativos, mas a receptividade foi tépida.
E agora? Quem tem Blackberry pode ficar com um mico na mão? Provavelmente não, até porque a maioria dos seus usuários já tem um outro smartphone, e as empresas e órgãos de governo já vêm mudando de rumo gradativamente.
O possível comprador da Blackberry -existem vários- estará menos interessado em sua tecnologia e muito mais no acesso que a empresa ainda tem no mundo corporativo. Interessará a esse investidor também investigar e potencializar os antigos pontos fortes dessa empresa que é pioneira na comunicação móvel das pessoas jurídicas. Afinal, nos dias que correm, ter um foco em segurança de dados e facilidade de uso é um predicado em alta.
A briga pelo controle da Blackberry antecipa lances emocionantes. Seja de investidores institucionais, seja dos big players do mercado, querendo defender seus territórios.
Mobilidade 2013-2016
2013 será o ano dos smartphones. Pela primeira vez, o total de unidades vendidas bate na marca do bilhão, ou 52% de todos os celulares faturados no ano. Em 2016, ano da Olimpíada no Rio, as vendas totais podem chegar a 1,7 bilhão, com 78% de market share de telefones celulares. Definitivamente, os aparelhos comuns passam para a história da tecnologia.
Quem aponta esses números impressionantes é a Gartner, a principal empresa de pesquisa de tendências tecnológicas do mundo digital.
Os tablets também avançam, de 200 milhões de unidades este ano para mais de 400 milhões em 2016. Em 2014 ou 2015 os tablets ultrapassam o total de notebooks e ultrabooks vendidos. E tudo indica que esse novíssimo mercado de tablets será fatiado em partes quase iguais entre as plataformas iOS, da Apple, e Android, do Google. A Microsoft fica num distante terceiro lugar, com uma fatia fininha da pizza. E o resto, bem… o resto nem aparece no mapa.
O segmento dos smartphones será fortemente dominado pelos aparelhos powered by Android. A Gartner prevê que, em 2016, o número de unidades vendidas com Windows Phone pode superar o de iPhones, colocando de vez a empresa de Bill Gates na primeira divisão do mundo da mobilidade. Já Blackberry, Nokia e outros menos cotados, com sistemas operacionais proprietários, ficam com nichos inexpressivos.
A liderança dos smartphones com Android tem a ver com a variedade de fabricantes que adotam o sistema operacional do Google, com aparelhos mais básicos a preços de referência por volta de 40 dólares, com acesso a internet, WiFi e Bluetooth.
A diferenciação entre dispositivos também fica mais embaçada, com o surgimento do phablet, um smartphone com tela gigante ou um tablet com tela pequena, entre 6″ e 8″. Sem contar os híbridos, mistos de tablet com notebook ou ultrabook, com teclado destacável.
A Gartner descreve também tablets com telas de até 27″, tamanho razoável para um televisor de LCD para ambientes pequenos. E com os televisores cada vez mais conectados, só falta tê-los também com tela sensível ao toque.
Ou seja, em 2016, uma geladeira conectada à internet e administrando seu estoque de comida não é algo fora do razoável. Inclusive com um tablet destacável que possa lhe dar aulas de culinária, com os melhores chefs do mundo, de modo que você possa preparar pratos estrelados para seus amigos.
Confuso? Também acho. Mas é bom ir se acostumando…
Quem dominará o mercado de smartphones?
Benedict Evans publica uma postagem onde mostra a tendência da mobilidade digital, com smartphones tomando conta do pedaço.
Começa em 2008, quando o termo smartphone era neologismo, mas os celulares que faziam algo além de falar e mandar mensagens de texto já existiam e o mercado era dominado pela finlandesa Nokia e pela canadense RIM, fabricante do Blackberry, sucesso de público no mundo corporativo. O iPhone apenas engatinhava, com traço na audiência total. Era quase que 3/4 para a Nokia e 1/4 para a RIM.
O que aconteceu nos anos seguintes foi um crescimento forte da Apple até ter quase 20% do mercado, no primeiro trimestre de 2010. Aí, mesmo com o lançamento do iPad, surge de modo avassalador o fenômeno Android, que, sem piedade, joga o market share da Apple para algo entre 12% e 15%, desidrata os antigos donos do mercado e ignora as incursões da Microsoft com o Windows Phone.
O mercado de smartphones e tablets segue crescendo de forma vertiginosa, e a distribuição atual é parecida com a de 2008, só que com novos atores: o Android está hoje em 3 smartphones para cada 1 iPhone. O resto é traço.
Duopólio à vista? Não é o que parece! Apple e iOS seguem sendo uma coisa só, fechada e muito bem sucedida no topo do mercado; O Andoid, do Google, é um sistema operacional aberto que está nos dispositivos de dezenas de fabricantes.
E aí aparece um novo fenômeno: a coreana Samsung, com sua série Galaxy de smartphones e tablets desfruta de uma folgada liderança no mundo Android.
Indo adiante nos números, um gráfico do trabalho de Evans mostra que, enquanto a Apple tem, no 1º trimestre de 2013, 12% do mercado, a Samsung, o dobro disso, e os demais ainda predominam, em unidades vendidas; quando analisamos a receita total, ela é quase a mesma da Apple, da Samsung e do resto; quando o tema é grana, nas margens operacionais, a Apple tem 60%, Samsung 35% e os demais só 5%.
Duopólio Apple + Samsung? Pouco provável, lembrando que as cordinhas do Android seguem sendo manipuladas pelo Google, que se preocupa com a dominação da Samsung em seu território, e esta diversifica estrategicamente para o mundo Microsoft, player nada desprezível.
Daqui a 5 anos, a história e os atores podem ser diferentes. Mas, por enquanto, esses 3 nomes seguem ditando os rumos no mundo da mobilidade digital.