CES 2015 – Novidade em eletrônica de consumo? Que tal o carro do futuro da Mercedes?
Bem-vindo ao mundo da mobilidade digital de verdade, onde não só os bits, smartphones e tablets se movem; daqui para frente, os carros digitais levam você!
A primeira terça-feira de cada ano recebe a maior feira mundial de eletrônica de consumo: a CES – Consumer Electronics Show, em Las Vegas. Este ano, muitas novidades e a ausência de sempre: a Apple.
Os eixos principais de lançamentos se concentraram em 4 eixos:
- Os televisores gigantescos, com telas maiores que 100″, quase todas curvas e com resolução 4K, onde as coreanas Samsung e LG dominam a cena, a primeira com mais de 60% do mercado total. Vão para o limbo as Full HD que recém passamos a adotar como padrão no Brasil. São todos verdadeiros centrais de controle e entretenimento doméstico, hiperconectados e cheio de funcionalidades que pouca gente usa mais vai admirar muito;
- Os smartphones Android dominando o mercado -sem falar na Apple, claro- e, de novo, com o mundo da Samsung predominando;
- Os wearables, que vão de pulseiras a relógios, passando por camisetas, tenis, bonés e muitos outros acessórios também conectados, com grande destaque para os produtos voltados para fitness e saúde;
- A casa conectada, com segurança digital por todo lado, conforto de temperatura, colchões, sofás, cadeiras, geladeiras, fogões… tudo já no mercado, querendo seu cartão de crédito ou seu celular com NFC.
Mas, para tentar mostrar o que virá por aí, vale sair desses 4 eixos e comentar sobre a briga das montadoras de automóveis, com lançamentos específicos para o CES, começando pela americana Ford, passando pela Peugeot-Citroën, Volvo, Toyota, Volkswagen e todas as demais.
E quem dominou a terça na apresentação do conceito de carro do futuro foi uma dupla inusitada: o CEO da Mercedes-Benz, o desengonçado e bigodudo Dietrich Zetsche, que teve a companhia do Cambot, um gigantesco olho robótico sobre rodas que conversava com Zetsche, com a audiência e apresentou o luxuosos F 015 como um novo modo de deslocamento usando um carro, um “casulo sobre rodas” autônomo – um salão de quatro lugares com cadeiras giratórias e controles completos de entretenimento. Sem motorista.
“Por favor, desculpe esse cara, ele é um pouco tímido. Ele não está familiarizado com os seres humanos”, disse Zetsche ao chamar Cambot para se juntar a ele no palco. O Cambot brincou com a platéia e aí começou o show de apresentação do F 015, projetando seus próprios conceitos de mobilidade na gigantesca tela no palco atrás dele – para que cada participante da apresentação pudesse ver com detalhes o interior do carro conceito interior.
Olhe só ao lado como o Cambot enxergava sua platéia…
Alguns podem dizer -eu mesmo já disse aqui- que essa de carro autônomo já existe, com o Google, que a Audi, a BMW e a Lexus já mostraram o que pode ser feito, ou que a Ford apresenta sua 2ª geração de carros conectados e muito mais.
O que chama a atenção nesta edição do CES é a quantidade de conceitos lançados pela indústria automotiva, não só buscando maior eficiência energética (elétricos, híbridos, movidos a hidrogênio), com mais segurança ativa e passiva, mas, sobretudo, com uma clara tendência de aposentar o motorista, ou ao menos de buscar levá-lo a um papel irrelevante.
Aí que está a diferença do conceito da Mercedes. Como marca de luxo, ela apresenta o F015 como uma sala de estar sobre rodas, onde todo o conforto está disponível, mais até do que nas poltronas de primeira classe das aeronaves intercontinentais.
Internamente, o carro não tem nenhum botão de controle; os vidros podem ser usadas como telas para consultas ou navegação na internet. Existe um painel de controle móvel, que pode ser usado por qualquer dos ocupantes que resolva dirigir o carro, obviamente sem cometer nenhuma infração.
Faz sentido? Não sei, mas o Cambot dominou o dia…
Ficou clara também a tendência dos carros terem cada vez mais eletrônica digital embarcada, desde os modelos mais simples, como o TokTok, concebido por Jaime Lerner até o sofisticado F 015, justificando o lançamento de novos modelos em uma feira de eletrônica de consumo, concorrendo com os salões do automóvel mundo afora.
Quer saber mais? Veja http://www.cesweb.org/ , no PC Magazine ou em The Verge.
As fotos e parte desse conteúdo foi obtido em CES 2015 da revista digital Flipboard.
Você pode obtê-la gratuitamente aqui e colecionar os mais importantes conteúdos, do seu jeito, no seu estilo de vida.
Já pensou ter seu carro hackeado?
Vivemos uma era digital plena de mudanças em nosso cotidiano. Mais do que isso, testamos novos limites de conhecimento e comunicação, mas, junto com esse lado bom, chegam problemas. Hackers do mal atacm mundo afora, criando milhões de virus e outros malwares em computadores, smartphones, tablets e colocando em risco nossa segurança pessoal.
Governos usam a tecnologia para invadir nossa privacidade e a de outros governos. A troca de informações é cada vez maior e, quanto mais a segurança digital avança, novos furos aparecem e começa tudo de novo.
E o carro de cada um de nós? A incorporação da tecnologia digital chega para torná-los mais seguros, econômicos, ambientalmente corretos e… conectados. Ainda que limitado a certas marcas e modelos de maior luxo, já existem muitos carros que estão permanentemente conectados, e não é só pelo GPs, nem pelos smartphones do motorista e passageiros.
Carros conectados usando tecnologia digital? Pois é, os hackers descobriram um novo filão, bem antes que todas essas novidades estejam disponíveis em larga escala. E não são carros do futuro, são modelos existentes hoje, no mercado mundial.
Um carro moderno, que no mercado mundial custa a partir de US$ 20.000 (cerca de R$ 44 mil), pode ter embarcado um poder computacional superior ao de todos os computadores usados pela NASA no Projeto Apollo, que colocou o homem na Lua, no final da década de 1960.
A Car and Driver publica matéria sobre o hacking de carros, até com base acadêmica. Uma dupla de engenheiros de software, Charlie Miller e Chris Valasek, os engenheiros de software fizeram testes exaustivos em um Toyota Prius e um Ford Escape, em 2013, e demonstraram como, por exemplo, o volante, o sistema de freios e outros controles de um carro moderno, podem ser comprometidos por defeitos intrínsecos de projeto ou fabricação (vejam as quantidades de recall feitos pela indústria automotiva nos dias de hoje) ou mesmo por intervenção mal intencionada de piratas digitais.
Esses dois especialistas em segurança digital avaliaram as redes digitais embarcadas nos carros moderemos e seu potencial de vulnerabilidades para ataques externos.
Os três carros “mais vulnerável a hackers” são o Jeep Cherokee 2014, o Cadillac Escalade 2015 e o Infiniti Q50 2014. Já os menos vulnerável a hackers”, o Dodge Viper / SRT 2014, o Audi A8 2014 e o Honda Accord 2014.
Por enquanto, as montadoras pouco falam sobre o assunto, podendo, no máximo, fazer análises em tese, em eventos dirigidos. A Car and Driver informa que “a Nissan e a Chrysler já estariam investigando as descobertas”.
E os pontos de ataque podem até não parecerem óbvios, num primeiro momento: os dispositivos de painel que podem ser parados via Bluetooth, celular ou Wi-Fi, os softwares de navegação, as chaves de ignição que ficam no bolso e se comunicam sem fio, dispositivos de alarme antifurto. Isso sem falar nos sistemas de monitoramento de pressão dos pneus, os rádios via satélite e tantos outros.
O Jeep Cherokee, por exemplo, dependendo do modelo, pode ter até 32 pontos de acesso digital, com maior ou menor grau de vulnerabilidade.
O Bluetooth é o protocolo sem fio mais utilizado e que oferece a maior vulnerabilidade. Em 2011, outros hackers conseguiram carregar um virus em um um sistema de segurança veicular semelhante ao líder de mercado OnStar, para gravar conversas dos passageiros no carro. Muitos modelos possuem acesso à internet via redes celulares 3G ou 4G e usam browsers para acesso a dados e aplicativos comuns a smartphones que podem interferir na dirigibillidade e segurança do veículo.
E aí, seu carro atual ou dos seus sonhos pode ser hackeado? Provavelmente não, mas as possibilidades existem e cada vez será maior.
Bom para a indústria de segurança digital, que já antevê um novo e gigantesco mercado. Há quem visualize que, nas manutenções regulares dos veículos estará obrigatoriamente incluída a atualização do anti-virus do carro. As seguradoras poderão oferecer descontos nos prêmios se você contratar serviços de proteção digital.
Soa muito sci-fi? Pense um pouco mais, olhando o passado recente, quando pouca gente se preocupava com virus no celular. Hoje, os ataques e os danos a dispositivos móveis causados por malwares já são maiores do que a computadores tradicionais.
Precisamos nos preocupar? Por enquanto, não. Mas é bom ficar de olho! No mínimo, isso rende, desde já, um bom motivo para uma boa conversa em um happy-hour…
Car Mode e a prevenção de acidentes de carro
Existe um universo com mais de 1 milhão de aplicativos disponíveis nas lojas virtuais para smartphones e tablets. Tem de tudo, ou quase tudo. Muita inutilidade, bastante coisa boa, mas, conceitos novos e simples, estão rareando.
Assim, vale a pena falar do Car Mode, bolado pelo designer novaiorquino Joey Cofone. A idéia é criar no smartphone uma funcionalidade que, quando o dono entra no carro, automaticamente há a conexão via Bluetooth ao sistema multimídia e, basicamente, o aparelho passa a funcionar apenas para navegação por GPS e para fazer e receber ligações no viva-voz. São inibidos os vídeos, torpedos, avisos de e-mail e de compromissos de agenda, dentre outros.
Como as mensagens e alertas estarão bloqueadas com o carro em movimento, elas ficam disponíveis assim que o motorista desliga o veículo ou o smartphone sai do pareamento com o sistema digital do carro.
A idéia é evitar a interação física do motorista com seu smartphone, quando ao volante. Segundo várias estatísticas, sobe a cada ano o número de acidentes de trânsito com vítimas, causados por distração do condutor com seu celular. Joey Cofone quer minimizar essas tragédias desnecessárias, com o uso da tecnologia.
A diferença está na forma. Ele não pretende especificar nem encomendar um aplicativo que possa ser baixado na App Store ou no Google Play. Ele quer que o Car Mode seja incorporado ao sistema operacional, de início no iOS7 da Apple.
Quem pagaria a conta, uma vez que o Car Mode estaria no sistema operacional? Talvez a Apple ou o Google não estejam motivados a pagar para ter uma funcionalidade nativa que iniba o funcionamento dos aparelhos nessas circunstâncias. Mas, numa dessas, as companhias de seguro poderiam dar um incentivo de redução de prêmios para quem usasse o Car Mode.
Pode até ser que o modelo proposto pelo americano não seja viável. Mas não custa lembrar que a polêmica do uso de celulares em aviões foi encerrada a partir da criação da função Airplane Mode, ou Modo Avião, que desabilita o acesso à rede durante o voo.
E como há muito mais vítimas de acidentes de carro do que de acidentes de avião, por conta do uso inadequado de celulares, o Car Mode pode, no futuro, ajudar na prevenção.
Carro sem motorista: Custos começam a baixar. Você pretende ter um?
Carros que dispensam motoristas já existem, em várias versões. O mais célebre é o modelo criado pelo Google que, em alguns estados americanos, já rodam por ruas e rodovias atualizando as imagens do Street View, enquanto o ocupante da cabine só interfere na condução em situações de emergência ou falha. O humano é, no caso, um motorista backup…
Mas as soluções do carro sem motoristas ainda são raras e caras. Ou eram. Uma empresa de Israel, a empresa Mobileye criou um protótipo de baixo custo, da ordem de centenas de dólares, capaz de conduzir um Audi A7 em uma austoestrada a 100 km/h.
OK, talvez não seja uma boa idéia investir um monte de grana em um Audi A7 para andar só a 100 km/h e delegando o prazer de dirigir a uma maquineta composta de processadores, sensores e câmeras de video.
É provável que o caminho para o carro auto-conduzido nem seja esse, mas a Mobileye e concorrentes já fornecem às montadoras vários módulos de conforto e segurança, como o FCW, que avisa a iminente colisão com outro veículo ou obstáculo, o PCW, que alerta sobre a possível atropelamento de pedestres, o LDW, que apita quando o carro muda de faixa sem sinalizar, o IHC que impede o uso de farol alto quando um veículo vem no sentido contrário e muitos outros, que já se encontram disponíveis em vários modelos vendidos no Brasil.
Hoje em dia, um GPS já não é algo tão exótico a bordo dos carros, com a voz digital indicando ao motorista os caminhos até seu destino, avisando sobre curvas e saídas próximas, sem falar nos alertas sobre os radares multadores. Usar os dados em tempo real do GPS para alimentar um sistema de condução de carros que independa do motorista é uma das possibilidades.
Talvez você tenha de esperar anos ou mesmo décadas até ver um carro que não dependa de motorista. Pode até ser que esse dia nem chegue. Mas a automação das funções dos veículos automotores vai seguir evoluindo, nem só por conta da segurança e conforto, mas também para torná-los cada vez mais eficientes.
Carros: Computadores sobre rodas controlados por outros computadores
Domingo, dia das Mães, logo cedo, minhas antenas da tecnologia voltada para carros. Grande Prêmio da Espanha de Formula 1
Dia bonito na Espanha, organização perfeita do evento, Felipe Massa coadjuvante, mas estou interessado é na tecnologia dos carros, das equipes, na regência do todo poderoso Brian Ecclestone do negócio bilionário da F1, e na transmissão da prova, pela TV e pela internet.
Esse circo, ou laboratório de novas tecnologias para os bólidos e seus pilotos, pistas e boxes das equipes mostra hoje o que podemos ter amanhã nos nossos carros.
Sem falar em novos materiais que tornam os carros mais leves e seguros, como alumínio e fibra de carbono, passando pelas ligas de borracha dos pneus e novos aditivos do combustível, a eletrônica digital é o que acaba sendo o centro das inovações .
É ela que informa aos telespectadores e aos que acompanham a corrida via web, dentre outras coisas: velocidade instantânea, velocidade média, rotação do motor, marchas em uso, aceleração lateral G, uso de freio e regeneração de energia (KERS), pressão de óleo, temperatura de água e óleo, pressão dos pneus, e por aí vai.
As equipes sabem dos pilotos a pressão arterial, principais dados cardíacos, respiratórios, movimentos de olhos, e dos carros coletam dados de desgaste de componentes críticos, vibrações anormais, distância entre os carros, consumo instantâneo e acumulado de combustível, previsão de pit-stop, fora os dados da meteorologia, para poder antecipar troca de pneus por conta de pista molhada ou seca. E isso é só parte do show digital!
Na retaguarda das equipes, análise de dados de performance dos carros com os ajustes recém-feitos, comparando com adversários e companheiro de equipe, da corrida atual em relação aos treinos e a corridas anteriores.
A pista tem centenas de câmeras e sensores, sem contar as câmeras de alta definição que estão em cada parte de cada carro que possa gerar uma imagem interessante.
É por aí que veremos os carros do futuro, cada vez mais conectados e monitorados. Aqui no Brasil, demora um pouco mais. O que tem de tecnologia digital por trás de uma prova de Formula 1 é coisa para ninguém botar defeito! Um dia desses, nos carros que poderemos comprar nas lojas, verdadeiros computadores sobre rodas…