Agora é oficial: A canadense Blackberry, ex-RIM (Research In Motion) está procurando um comprador, não para seus aparelhos, mas para a própria empresa. Até há 4, 5 anos atrás, ela era a líder de soluções de telefonia móvel, no mundo corporativo, inclusive para governos. Basta lembrar da campanha eleitoral de Barack Obama, e, 2008, onde ele e seu Blackberry eram companheiros inseparáveis.
Não existia no mercado melhor plataforma móvel para comunicação segura de e-mails, e os CIOs de grandes organizações adoravam a facilidade de integração com seus aplicativos de ERP, CRM e outras letrinhas.
Mas o mundo mudou rapidamente, com a maturidade das soluções oferecidas nas plataformas iOS e Android. Em 2010 vieram os Tablets, e a então RIM até que tentou lançar um concorrente para o iPad e o Galaxy Tab, sem sucesso. As mesas de reunião dos boards das empresas rapidamente viram os iPhones e Androids tomarem a atenção dos diretores e executivos.
A RIM então tentou mudar de nome, virou Blackberry, para ver se ganhava um fôlego. Mas a sua dependência quase que exclusiva do mercado das grandes e médias empresas bateu de frente com a tendência do BYOD, ou Bring Your Own Device, que virou política formal ou implícita da maioria das organizações. O definhamento da Blackberry era uma questão de tempo.
Até que ela tentou, lançando alguns smartphones charmosos, com tela sensível ao toque e uma loja de aplicativos, mas a receptividade foi tépida.
E agora? Quem tem Blackberry pode ficar com um mico na mão? Provavelmente não, até porque a maioria dos seus usuários já tem um outro smartphone, e as empresas e órgãos de governo já vêm mudando de rumo gradativamente.
O possível comprador da Blackberry -existem vários- estará menos interessado em sua tecnologia e muito mais no acesso que a empresa ainda tem no mundo corporativo. Interessará a esse investidor também investigar e potencializar os antigos pontos fortes dessa empresa que é pioneira na comunicação móvel das pessoas jurídicas. Afinal, nos dias que correm, ter um foco em segurança de dados e facilidade de uso é um predicado em alta.
A briga pelo controle da Blackberry antecipa lances emocionantes. Seja de investidores institucionais, seja dos big players do mercado, querendo defender seus territórios.