Steve Jobs e a visão do iPad em 1983
Avaliar uma pessoa que morre no auge da fama é algo que pode conduzir a distorções. O bom é poder ter uma perspectiva do tempo, para entender como ele, ou ela, chegou lá.Nesse evento, que tinha o mote ‘The Future Is Not What It Used to Be‘, ou ‘O Futuro não é mais o que já foi‘, falou Steve Jobs, então com 28 anos, e lá, ele apresenta uma instigante visão do futuro, antevendo inclusive o iPad, que ele lançaria em 2010.
Aqui vai o link da gravação de Jobs, interessante para ouvir e refletir.
Durante seu discurso, Jobs também deu sua explicação do que é um computador em três partes, uma visão corrente no início dos anos 80:
O computador é apenas uma máquina simples, mas é um novo tipo de máquina. As engrenagens, os pistões foram substituídos por elétrons. Quantos de vocês já viu um elétron? O problema com os computadores, é que você não pode colocar as mãos sobre as coisas que se movem ao seu redor. Você não pode vê-las, então isso intimida, porque, em um espaço muito pequeno, há milhões de elétrons correndo em volta e não podemos realmente ter uma influência sobre o que acontece.
O computador é uma máquina muito adaptável e podemos mover os elétrons de forma diferente para diferentes lugares. Portanto, se você estava aqui ontem à noite e você ouviu falar sobre como o cérebro humano é muito adaptável – o computador é muito adaptável.
A segunda coisa sobre um computador é que ele é muito novo. Foi inventado há 36 anos, em 1947. O primeiro curso do mundo em ciência da computação oferecido por uma universidade, foi na Universidade da Califórnia em Berkeley – que era um mestrado – em 1968. O que significa que a pessoa mais velha que tem uma licenciatura em ciência da computação tem 39 anos. E os profissionais da Apple têm menos de 30. Portanto, é um campo que está dominado por pessoas bastante jovens.
Terceira coisa sobre computadores: eles são realmente burros. Eles são extremamente simples, mas eles são muito rápidos.
Ele errou sobre o preço dos computadores, mas acertou em cheio sobre suas características. Mas a previsão do computador ficar do tamanho de um livro mostra quem seria Steve Jobs…
iOS 7 – Nem tudo é perfeito
É só elogiar, que vem o troco… Depois da disponibilização do iOS 7 para download na semana passada, a maioria das avaliações iniciais, inclusive a minha, foram positivas. E o número de downloads para atualização para quem tinha iPhone ou iPad compatíveis com a nova versão ocorreram em volumes nunca dantes observados, mesmo para a Apple.
Mas são muitos milhões de usuários, a maioria ansiosa para curtir as novidades. Muitos também buscam detectar possíveis bugs, de simples curiosos, passando pelos nerds, chegando aos farejadores da concorrência.
O reporter Andy Greenberg, da Forbes revelou o bug após receber um video mostrando um iPhone com iOS 7 e com a tela principal bloqueada que permitia fazer chamadas externas, que não as de emergência, a partir do teclado de desbloqueio, sem digitar a senha. A partir daí, milhares de portadores replicaram a experiência. E era isso mesmo, um baita de um bug.
Quem comprou o novo iPhone 5S não teve esse problema, ao receber uma versão do iOS 7 específica, por conta do desbloqueio através das impressões digitais.
Não que isso seja algo inusitado. Software sempre tem bug, queiramos ou não. E com o iOS 7 não seria diferente.
Mas, pela importância da função que falhou, isso não deveria acontecer, pois pode causar prejuizos enormes a quem tem o iPhone.
Fico pensando na legião de brasileiros com iPhone 4S ou 5, em viagem aos Estados Unidos, que, por impulso, atualizaram seus dispositivos, e, por descuido ou desconhecimento, foram ao banheiro do bar deixando o celular sobre a mesa. Sem ter o aparelho furtado, uma ligaçãozinha local com as taxas de roaming que pagamos lá fora, dá para azedar a viagem de qualquer um…
Já há relatos de donos de iPhone 4S e 5 que baixaram o iOS 7 logo nas primeiras horas. Você conhece alguém?
Mas cabe um registro: apesar desse problema, o ambiente iOS segue sendo sendo excepcionalmente seguro. Os especialistas em segurança digital sabem disso. E, numa atualização de versão, esse defeito deixará de existir.
iOS 7: primeiras impressões
Não deu outra: baixei o iOS7 no meu iPad, antes mesmo de receber o aviso da Apple de disponibilização da versão. Estava curioso para ver como seria o look & feel criado pelo time de Jony Ive e se, efetivamente a má impressão do iOS6 ficaria para trás.
Então, aqui vai: Wow! Os novos ícones e as telas de abertura e navegação ficaram espetaculares! Embora lembrem os do Android 4.2, o todo ficou muito convidativo, e resgata, nesse quesito, o design que encanta o usuário, característica forte da Apple.
Um cuidado inicial: antes de atualizar para o 7, faça backups completos do seu iPad ou iPhone. Embora eu não tenha tido nenhum problema, depois de algumas horas avaliando as novidades, já há relatos de usuários que tiveram parte de suas fotos e músicas eliminadas, não pouca coisa, em se tratando de acervos relevantes para a maioria.
O iOS 7 tem condições plenas de ser um sucesso. E, interessante, nas suas raízes está o fiasco combo do iOS 6 e do Maps, que geraram várias decapitações profissionais de executivos importantes da Apple, ano passado. Jony Ive assumiu o comando e, sem muitas firulas, imprimiu seu estilo e sua filosofia de proporcionar uma boa experiência ao usuário.
Os ícones, ao perderem o 3D de suas formas, ficaram muito mais bonitos e legíveis. Um detalhe que mostra o cuidado: o aplicativo Relógio (Clock), que incorpora vários fusos horários, alarme, cronômetro e timer agora tem um ícone dinâmico, que mostra horas, minutos e segundos no formato analógico.
Interessante o Control Center, que permite habilitar acesso entre aplicativos. Embora mereça cuidados, por conta da possibilidade de compartilhamento de dados com diversos fornecedores de Apps, ele já gera um importante grau de liberdade: A nova versão do Google Chrome para iOS 7 permite acesso linkado entre sua conta de GMail e o Google Maps, por exemplo, e isso de uma forma simples e intuitiva. Assim, se você não gosta do Maps da Apple, aí está o caminho.
Aqueles avisos que chegam à tela por conta de autorizações que damos, mas nem sempre levamos em conta o todo, agora estão organizados no Notification Center, onde aparecem todos os Apps onde você pode dar ou retirar autorização para ser lembrado de algo.
O Do Not Disturb permite, por exemplo, que você só receba chamadas de seus contatos marcados como favoritos. Simples, e óbvia utilidade, não?
Por enquanto, o iOS 7 vem sendo uma agradável experiência para mim!
===VOU SEGUIR COM ESSA POSTAGEM===
iPhone 5C e 5S anunciados lá. E funcionarão na rede 4G daqui. Ufa!
No dia em que a Apple anuncia seus dois novos iPhone, a melhor notícia é que teremos versões que funcionarão na faixa de 2,6GHz, ou seja serão compatíveis com a rede 4G brasileira.
Como antecipado aqui em nosso blog, o iPhone 5 deixa de ser fabricado, mas chega o 5C, com um pouquinho mais de recursos do que seu antecessor e opções de capas de poliuretano em diversas cores, com reforço metálico fazendo as vezes de antena. O processador é um A6, de 32 bits, melhor do que o do iPhone 5.
No topo da linha vem o 5S, com uma inovadora câmera que grava videos em câmera lenta. Eu prefiro o termo slow-motion, pois a captura é feita com mais quadros por segundo que depois, são exibidos a taxas normais, de 30 ou 60 quadros por segundo, dando a impressão de movimento lento. A câmera é rápida, não lenta…
O 5S traz um sistema de login através de reconhecimento de impressões digitais do dono, e, assegura a Apple, esses dados são criptografados e não vão nem para a nuvem nem são compartilhados com outros aplicativos. Nesses tempos de grampo global, uma proteção adicional contra espiões oficiais e outros tipos de hackers.
Seu processador A7 é de 64 bits, e, somado a um co-processador de movimentos, o M7, promete ser até 40 vezes mais potente e rápido do que o original iPhone, lançado há 6 anos. O M7 vai integrado ao acelerômetro, ao giroscópio e à bússola do aparelho, tornando mais precisos e focados os aplicativos de malhação, saúde e localização.
Para aproveitar os 64 bits, os aplicativos serão progressivamente migrados para processar dados em blocos maiores do que nos anteriores de 32 bits. A Apple diz que os aplicativos nativos do iOS7 já têm versão de 64 bits, inclusive o tão polêmico Maps, que substituiu o Google Maps quando do lançamento do iOS6.
Fica em produção o iPhone 4S, para promoções das operadoras, muitas das quais deverão oferecê-lo gratuitamente, com algum contrato de fidelidade por 1 ou 2 anos.
Espremendo tudo, o gostinho bom do suco é o da compatibilidade dos novos iPhone com o 4G brasileiro. Por coincidência, hoje eu consegui, no meu smartphone, navegar na rede 4G, pela primeira vez, com taxas de download de 10Mb e de upload de 7. Bem-vindos, iPhone 5C e 5S, quando for que vocês chegarem!
Apple tem Keynote nesta terça, 10. Não espere nada ‘wow’!
Nesta terça, 10 de setembro, tem keynote da Apple. Depois de alguma especulação meio desbotada, dificilmente teremos novidades uáu.
O que deveríamos esperar:
iOS7 já: a nova versão do sistema operacional para dispositivos móveis da Apple deve ter menos bugs que o 6, ser mais rápido com os novos processadores e explorar, para valer, a capacidade multitarefa, que vai aparecer mais no iPad de 10″ e, em menor escala, no iPad Mini e nos novos iPhone 5S e 5C.
O iPhone 5S deve substituir o 5, e, quem sabe este deixe de ser oferecido por conta do anúncio dos mais baratos e coloridos iPhones 5C, com corpo de plástico, em vez de metal. Para nós, brasileiros, o ideal seria se os novos 5S e 5C pudessem operar com tecnologia 4G na frequência de 2,6 GHz, padrão por aqui. Se isso ocorrer, poderemos, na teoria, aproveitar da maior velocidade do 4G.
Deve debutar o lindo, pequenino e parrudo Mac Pro, que cabe na palma da mão e se propõe a ser o desktop mais potente que a Apple já produziu. Não deve ser barato, e, se vier para cá, vai custar mais ainda. O preço final, em reais, será 6 a 7 vezes o número de dólares necessários para tê-lo, lá fora.
O iPad pode ter melhorias, por conta do tempo decorrido do lançamento da última versão, há um ano. Mais provável que, na esteira do iPhone de plástico, cheguem iPads também coloridos, talvez anunciados agora, mas com disponibilização para mais tarde.
O intrigante é o keynote previsto para 12 horas após o da Califórnia, dirigido ao mercado chinês. Será o primeiro feito para fora dos Estados Unidos e sinaliza um mega acordo com a China Telecom e a priorização, pela Apple, daquele que já é o maior mercado do mundo.
E a iTV e o iWatch? A TV da Apple ainda não veio, o relógio, veio da Samsung.
A Samsung, que tem saído na frente com sua linha Galaxy de smartphones com sistema operacional Android, não colhe o mesmo sucesso com os tablets, embora tenha bons produtos no mercado. Mas a coreana resolveu se antecipar ao evento da Apple e anunciar seu ‘Galaxy Gear’ Smart Watch, que tem características do não lançado iWatch da Apple. E o Galaxy Gear, para ter alguma utilidade, precisa estar sincronizado com um smartphone recente da linha Galaxy.
Não dá para afirmar que esse anúncio da Samsung vá se transformar em sucesso instantâneo, até porque o Galaxy Gear ainda não tem seu preço disponível nem todas as suas características conhecidas.
Essa pressa da Samsung no anúncio do Galaxy Gear pode ser uma resposta aos anúncios, no semestre passado, do iOS7 e do MacPro no evento da Apple para desenvolvedores. Criar a expectativa, mas sem disponibilização imediata das novidades.
Mas parece estar perdida aquela onda de marketing viral, gratuito e quase espontâneo que a Apple criou a partir do lançamento do iPhone, em 2007. Agora, a batalha é por ampliação de market-share, consolidação de marcas e plataformas. Foi-se o encantamento!
Em Setembro: Novidades da Apple.
A Apple anda meio quieta, mas as especulações sobre novos produtos ou novas versões até que ganharam um novo gás nos últimos dias, antecipando possíveis lançamentos no próximo dia 10 de setembro.
Com o iOS 7 já na praça em versão final para desenvolvedores, é razoável supor que um pacotaço de novidades apareça, de novo sob a regência insossa do CEO Tim Cook.
Esperamos uma versão apimentada e melhorada do iPhone 5, provavelmente chamada de iPhone 5S. Uma funcionalidade que é antecipada é o login através da impressão digital do dono, visando maior segurança.
Para muitos analistas, nos quais me incluo, pode surgir uma segunda vertente de iPhone, talvez chamado de iPhone 5C, para dar espaço à Apple no segmento de entrada, os aparelhos que custam –lá fora– menos de US$ 200, desbloqueados. Até agora, o que vinha acontecendo era a continuidade de fabricação do modelo imediatamente anterior, a preços descontados. Essa estratégia até que funcionou, e hoje a Apple fornece os iPhones 4, 4S e 5, ou três gerações do mesmo produto.
Especula-se que o C seja indicativo de Cor, e que esse iPhone básico tenha a carcaça em plástico com diversas cores e talvez até temas, com foco no público jovem de ambições grandes mas renda nem tanto.
Eu ficaria contente se o iCloud, o serviço na nuvem da Apple ficasse mais aberto, na linha do Google+, hoje em dia o mais fácil de usar. Junto com o iPhone 5C, sinalizaria uma ampliação do público alvo e uma abertura maior à conectividade com produtos e serviços da concorrência.
Mas dá para refletir, para não misturar o que pode acontecer com o que gostaríamos que acontecesse. Se a Apple insistir em manter sua receita de sucesso, ela simplesmente anuncia atualizações daquilo que sempre deu certo, com arquiteturas fechadas, preços altos e o forte apelo da maçã mordida.
Pode ser, e pode funcionar. Mas não por muito tempo. Afinal de contas, inovação, charme, glamour e exclusividade já existem em produtos premium dos concorrentes. E esse mercado, que, se a Apple não inventou certamente ela deu os contornos nesses últimos 8 anos, virou algo gigantesco, maior do que os melhores sonhos de seus criadores. Só de smartphones, serão 1 bilhão de aparelhos vendidos em 2013.
Jobs: a cabeça de um revolucionário
Primeiro veio a biografia escrita por Walter Isaacson, lançada poucas semanas antes da morte de Steve Jobs, em 2011. Agora em agosto, nas telonas, o filme Jobs, com Ashton Kutcher no papel-título, conta a trajetória, as alegrias e os dramas daquele que foi, sem dúvida, personagem central da revolução da tecnologia digital.
Personalidade complexa, de convívio difícil, imprevisível em cada gesto, cada atitude, Steve Jobs está por trás de cada um dos conceitos importantes dos produtos e serviços relacionados a artefatos digitais que consumimos hoje. E nenhum deles foi, digamos assim, inventado por ele. Ele apenas instigou sua equipe a dar contornos definitivos àquilo que conhecemos hoje. Mesmo que de concorrentes da Apple.
Uma lista parcial:
- mouse
- computador pessoal
- interface gráfica
- player de música e videos
- loja virtual de músicas e videos
- smartphone
- tablet
- serviços pessoais na nuvem
- reconhecimento de voz
- marketing espontâneo
Como de todo inovador, a lista de fracassos retumbantes de Steve Jobs também é bem populada, mas ajudaram a alavancar novos sucessos.
Mas a lista não é o principal, neste momento de vacas magras de novos lançamentos tecnológicos que geravam burburinho, especulações, hipóteses e, sobretudo, filas quilométricas às vésperas dos lançamentos. O fato é que, desde 2010, quando do lançamento do iPad, só temos evoluções, nada de revoluções.
Assim, seja você um fã da Apple e de Steve Jobs, ou esteja no outro extremo de detestar tudo que vem da turma de Cupertino, ou, provavelmente, esteja em algum lugar no meio desses extremos, o filme que chega em agosto vale a pena ser visto. A produção é muito bem cuidada e Ashton Kutcher encarnando Steve Jobs é impressionante, como mostram as fotos e videos que fazem os teasers do pré-lançamento. Aliás, quem é quem na foto acima?
Mas, acima de tudo, Jobs contará a nós um pouco desse personagem extremamente complexo e controverso, símbolo dos encantamentos no mundo digital.
Aguardo o lançamento de Jobs, o filme. Eu que não perdia nenhum dos eventos de lançamento da Apple, desde o veteraníssimo iPod. No mínimo, era um show de comunicação pessoal e de venda de novos conceitos que nem sonhávamos em ter ou mesmo necessitar. Hoje, esses espetáculos conduzidos pelo sucessor Tim Cook são tão saborosos quanto margarina sem sal passado num pão amanhecido.
iPad Mini chega ao Brasil
Confirmado: Nesta terça, 25, chega às lojas brasileiras o iPad Mini de 7″, já sucesso de público onde foi lançado. Sem preço definido até a véspera, ele deve ser o iPad mais barato à venda por aqui, mas bem mais caro do que nos Estados Unidos, de onde chegam a maioria dos tablets trazidos do exterior por pessoas físicas.
O charme do iPad Mini está na sua leveza e praticidade de uso para a maioria dos aplicativos, aliás, todos os que rodam no iPhone e no iPad de 10″. O preço de lançamento não deve ser inferior a R$ 1.000, ainda mais agora com o dólar valendo R$ 2,25 e com viés de alta.
Não conheço ninguém que tem ou experimentou o iPad Mini que não tenha adorado. Poucos, porém, não fazem do Mini seu segundo ou terceiro tablet. Para muitos aplicativos, inclusive a leitura de livros e a visualização de vídeos, a tela Retina de alta definição do seu irmão maior proporciona uma experiência ao usuário incomparavelmente superior.
É na portabilidade, no entanto, que o tabletinho da Apple ganha adeptos, principalmente junto ao público feminino, por caber com facilidade na maioria das bolsas.
O Mini também conta com processador rápido, o A5 de dois núcleos, tem 7 milímetros de espessura e pesa por volta de 310 gramas, pouco mais, pouco menos, dependendo da capacidade de armazenamento (16, 32 ou 64 GB) e da versão só WiFi ou WiFi/celular.
Na fase de decolagem da rede celular 4G, não deixa de ser um paradoxo o lançamento de um produto sofisticado que não possa ter na conectividade em movimento o seu melhor desempenho. Embora rode na rede 4G, ele só é compatível com a banda de 700 MHz, ainda não disponível aqui no Brasil.
E como a Apple normalmente posiciona seus produtos com preços acima da concorrência, a lacuna do 4G fica mais incômoda, ainda mais quando começam a surgir no mercado tablets com sistema operacional Android e tela de 7″, já disponíveis para acesso móvel pela rede celular de altíssima velocidade disponível no Brasil.
Sobre arquiteturas fechadas, conectividade e nuvem
Há exatos 20 anos, eu tive meu primeiro contato intensivo com um Mac. Foi durante uma viagem a trabalho aos Estado Unidos, onde uma empresa parceira da Sigma trabalhava exclusivamente com Macintoshes ligados em rede local e um servidor ligado à internet por -imaginem só- modem ADSL de 256kb.
Fiquei um mês em Austin, capital do Texas, e tive que me enturmar com o Mac. Com jeitão diferente dos PCs, então com Windows 3.0 ou 3.1, fáceis de usar mas com pouca compatibilidade com a plataforma da Microsoft. Usei porque era o que tinha e eles não deixavam conectar um PC na rede. Na terceira semana, já achava o Mac superior em tudo e, ao dizer adeus à minha estação de trabalho por lá, sabia que ia ter saudades.
Passou o tempo, a Apple virou empresa de nicho antes de ser reinventada com o surgimento dos iPod, iPhone e iPad.
Comprei um iPod Touch em 2007, um iPhone 3G em 2008, um Mac em 2009, iPads em 2010, 2011, 2012, iPhones 4 e 4S nesse meio. Pronto, estava resgatando minha frustração digital de 1993 e fiquei totalmente integrado e dependente da plataformas da Apple.
Mas aí, 4 meses depois do iPad 3, eis que a Apple lança o iPad 4 e o iPhone 5, e o controvertido iOS6.
Não gostei, e pensei: preciso mudar! Minha dependência era grande demais, mas após refletir, vi que não era bem assim. Eu já usava serviços na nuvem, era adepto de várias redes sociais, fazia conferências com Skype, independente do dispositivo!
E os incrementos de funcionalidades no mundo Apple não eram para todos, exceto talvez a tela Retina. O Maps não funcionava, a Siri só em inglês e para locais fora do Brasil, …
No lado de fora, o Android decola! Começam a surgir smartphones com inovações antes da Apple. Vem o Galaxy S4 da Samsung, faço um test drive e.. voilà! Eis-me mergulhado no mundo Android em smartphones, e voltando aos computadores com Windows. Sem abandonar o mundo Apple, mas livre da dependência plena das alquimias da turma de Cupertino.
WWDC 2013 – Boas novidades. Mas inovações ‘Uáu’, nem tanto
A apresentação de abertura da WWDC 2013, o evento anual para desenvolvedores da Apple, levou mais de duas horas. Quem esperava só atualizações dos sistemas operacionais, saiu no lucro. Já quem imaginou enormes novidades, ficou no máximo no empate.
Começou com o Mac. A nova versão do OS X, que acaba com a linhagem de nomes de felinos, agora é Mavericks. Tem novidades interessantes, inclusive a capacidade de trabalhar com múltiplas telas em dispositivos diferentes. Fala legal com Apple TV. Mais rápido, com melhor gerenciador de aplicativos. Vai ficando parecido com o iOS7.
E chegaram os novos MacBook Air com processadores Haswell, recém lançados pela Intel, que consomem menos energia, são mais rápidos e potentes. Virão com WiFi no novo padrão 802.11.ac, com direito a velocidades até 10 vezes maiores do que o atual padrão 802.11.n. Com tudo isso, a carga da bateria do MacBook Air dura bem mais e o preço de lançamento é igual ou um pouco menor do que os anteriores. Como não serão produzidos no Brasil, eles ficam caros para nós.
Para mostrar que os desktops ainda têm espaço, a Apple anunciou uma nova versão do Mac Pro, produto que havia sido retirado de linha há alguns meses. Ainda sem preço e sem data de lançamento, é para ser, de longe, o mais poderoso desktop já produzido por qualquer fabricante. Vai ser montado nos Estados Unidos, sinalizando a retomada das atividades industriais da empresa no seu país de origem.
Mas a estrela do show foi o iOS7, que sucede o breve iOS6, sujeito a tantas críticas. Com um visual renovado e atualizações automáticas de Apps, ele apresenta o iTunes Radio, a resposta da Apple aos serviços de streaming de músicas dos concorrentes.
O mercado de ações reagiu como os clientes da Apple que viram o keynote. Abriram a $ 441, subiram a $ 449 e fecharam a $ 438, em baixa. Ainda assim, a empresa tem um valor de mercado de quase meio trilhão de dólares. Ou seja, não é de fazer pouco dela.