Arquivos de Categoria: computador

Renovando seus aparelhos digitais, parte 2: computadores

Bons tempos, nem tão longe assim, quando PC significava Personal Computer. Depois, com a chegada dos portáteis, chamados de notebooks ou laptops, houve uma divisão clara: Um era fixo, o outro, para carregar por aí. E os portáteis não eram poderosos, e pesavam bastante na pasta de executivos ou mochilas de estudantes. E assim foi por mais de duas décadas, até a chegada dos tablets e o aumento do poder dos smartphones, já nesta década.

Não mais. Agora é uma salada que desafia a classificação tradicional.

O desktop vai acabar? Talvez do jeito que ele foi criado, mas segue sendo uma opção imbatível para empresas, para os adeptos de games poderosos e mesmo para ter em casa, não só para escrever, calcular e acessar a internet. As configurações mudam rapidamente. As CPUs ficam menores com maior capacidade de memória e processamento, e aceitam mais de um monitor; existem os ‘All-In-One‘, onde a CPU e o HD estão incorporados ao monitor, práticos por ocuparem menos espaço, este cada vez mais caro nas casas e escritórios.

Notebook perde para o tablet? Sim e não. Menos de 5% dos adultos conectados nos principais mercados mundiais possuem apenas um tablet ou um notebook. É um e outro convivendo e se complementando.

Tablet? Alguém já se atreveu a classificar o tablet como um computador sem teclado, com tela entre 7″ e 10″. Aí surgiram tablets de até 15″ na ponta superior e, dentre os menores, alguns com chips de celular para voz e dados. Deram a esses o nome de Phablet, um híbrido de phone (celular) e tablet. Estão aí, mas o nome não pegou. Falar ao telefone com um dispositivo com tela de 6,5″ ou 7″ não é exatamente algo prático.

Um All-In-One com tela Full HD sensível ao toque de 21″, com sistema operacional Android. Ou seja, invadindo a seara antes quase que totalmente dominado pela Microsoft e pela Apple. Pode ser uma opção a mais, por permitir o uso dos mesmos aplicativos desde o celular até o computador com tela grandona. A Microsoft tenta ocupar o mercado de cima para baixo, ao tentar compatibilizar o Windows Phone com o Windows “normal”, com a versão 8.

Quem ainda corre atrás é a Apple, pois o OSX é totalmente diferente do iOS, salvo por pequenas aproximações cosméticas. O iOS 8 promete diminuir essa distância, mas o sucesso dos dois sistemas operacionais trava a convergência.

Aqui no Brasil, na faixa entre R$ 2.000 e R$ 3.000, tem de tudo: Desktops, All-In-Ones, Notebooks, Híbridos, Smartphones, Phablets, o que seja. Para todos os gostos.

Embora ainda salgados os preços para nós, a diferença para os preços lá fora não é tão grande, como nos televisores.

Windows, OSX, iOS, Android?

Phablet, Híbrido, Desktop, Notebook, Ultrabook, Smartphone….

Confundiu geral! Mas…

Com 2.500 reais no seu orçamento você pode ter qualquer um desses, mas antes é preciso definir para quê você quer o aparelho. Não se deixe impressionar por funcionalidades que você nunca vai usar. Agora é um bom momento de compra.

 

Você gosta do Vaio? Saiba que a Sony não mais

VaioCom a notícia do fim da produção de desktops e notebooks pela Sony, lá se vai mais uma marca tradicional, ícone de qualidade e design: a Vaio. Não que essa divisão vá desaparecer, uma vez que foi vendida para um grupo de investimentos japonês. Mas a tradição associada à marca Sony acaba!

Também a divisão de televisores será tocada por uma nova subsidiária da Sony. De um lado, dá para ler-se “vamos produzir TVs a custos menores”, mas a companhia anunciou planos de focar esforços de pesquisa, desenvolvimento e design nas telas maiores e na tecnologia Ultra-HD, ou 4K, capazes de comandar margens maiores.

Isso também ajuda a Sony a buscar mercados mais sofisticados para seus produtos de imagem, voltados ao consumidor final e ao mundo corporativo.

A Sony acredita que o mundo dos dispositivos móveis tende a crescer em quantidade e variedade, e este passa a ter foco e prioridade.

Sem esquecer sua bem sucedida linha de produtos para games, Playstation à frente.

A Sony segue também uma tendência de marcas tradicionais, como a IBM -a primeira que lançou um PC de 16 bits com sistema operacional da Microsoft- e acabou vendendo tudo para a chinesa Lenovo, inclusive a marca de seus cobiçados Thinkpads.

Os televisores, mesmo não querendo, já são comandados pelas coreanas LG e Samsung, que ditam as tendências.

No mundo dos games, o trio Sony-Microsoft-Nintendo já mostra que essa última está sem fôlego, e o conceito de consoles proprietários para games parrudos vai perdendo força para os Apps de smartphones e tablets.

 Mas não deixa de haver um certo toque de nostalgia na notícia do final da linha Vaio para a Sony. Talvez seja isso apenas, pura nostalgia.  

Arquivo Histórico do Software: Preservando o passado

InternetArchiveA indústria do software, como a conhecemos, já emplacou meio século. Mas, para atingir as massas, a coisa é bem mais recente. Não se poderia imaginar, dez anos atrás, que um único dispositivo digital, iOS ou Android, colocasse à disposição de seu dono algo como 1 milhão de Apps.

Para resgatar essa história e oferecer a oportunidade de usar alguns desses softwares pioneiros, o Internet Archive tem, em seu acervo, dezenas de milhares de programas para computadores e games que ajudaram a alavancar a indústria digital. Um museu do software online  em  https://archive.org/details/software

Mas faltava uma plataforma para uso pelos nostálgicos e experientes de ontem, ou pelos curiosos e profissionais de hoje, que já ouviram falar desses animais pré-históricos mas nunca puderam vê-los, senti-los, usá-los.

Agora isso é fácil! Basta ter um computador conectado à internet que tenha o Firefox ou o Chrome instalado para poder rodar preciosidades do passado.

Por enquanto a oferta é limitada, apenas 28 títulos. Outros mais virão.

Mas o que tem ali vale a pena!

Eu testei quatro grandes ícones do início dos anos 1980:

Comecei pelo bisavô do Excel, o VisiCalc, da Software Arts, que foi a grande ferramenta de trabalho para quem trabalhava com números e dispunha de um Apple II ou um PC. Passei também pelo Word Perfect, da MicroPro, que criou os fundamentos de todos os processadores de texto modernos.

Revi o PacMan, que virou febre em 1982 quando veio embutido no console 2600 da Atari e percebi como eram heróicos os tempos em que precisava usar o teclado para mover a bolinha com boca através dos labirintos, para fugir dos monstros.

Terminei com o E.T., de Steven Spielberg, também de 1982 com a Atari, quando liguei os pontos da época à atual e conclui que a estratégia de ter um game interativo para chamar a atenção de um filme e de todos os produtos a ele associados já era coisa bem pensada, 30 anos atrás.

Não se paga nada para usar esses programas históricos. A organização sobrevive de trabalho voluntário e de doações de pessoas físicas e jurídicas. 

O Internet Archives tem mais, muito mais. Por exemplo, 361 bilhões de páginas da web catalogadas. Mas acesse o site para ver ou relembrar como era o software nos anos 1980.

O teclado resiste… e continua vivo, apesar dos prognósticos

Embora eu tenha escrito aqui -e discutido em diversos fóruns- que a interface humana com a máquina através de um teclado era anti-natural e, portanto, fadada ao ocaso, a realidade prática parece cada vez mais me desmentir e, sobretudo, a provar que, por um bom tempo, teremos que batucar nos QWERTYs da vida para gerar a palavra escrita, popularizada por aquele alemão, o Gutemberg, séculos atrás.

Mesmo existindo aplicativos razoavelmente inteligentes, capazes de ouvir uma fala e convertê-lo em texto, com boa acuracidade, eles não se tornaram dominantes, desde o embalo do Dragonfly, nos anos 1980.

Temos hoje milhares de aplicativos capazes de reconhecer a voz humana e transformá-la em textos ou em comandos de computadores, smartphones ou tablets. Quem tem iPhone e fala inglês, espanhol, francês ou japonês consegue comunicar-se sem teclado através do Siri, uma bem pensada incursão da Apple no terreno da interface homem-máquina. Bem pensada, mas não um sucesso de bilheteria…

A diversidade dos dispositivos tornam o teclado pouco prático em muitos momentos. Eu, particularmente, fico pensando nas legiões de pessoas que passam o dia furiosamente mandando mensagens e emails a partir de seus smartphones, decididamente um atentado a princípios básicos de ergonomia e fonte de receita futura para ortopedistas e fisioterapeutas. Mesmo assim, o teclado virtual nas telas touch-screen ainda são a melhor alternativa para muitas funções.

Mas existe uma razão especial para a longevidade dos teclados, especialmente nos desktops e laptops: eles evoluiram bastante, são agradáveis ao toque, precisos no uso, permitindo uma razoável produção de textos usando os dedos da mão.

Cada vez que troco meu laptop, o teclado parece ter ficado melhor. E isso dá mais conforto para escrever. Não me baseio em nenhum estudo amplo, apenas reflito sobre meu uso e minhas observações.

Será que o teclado vai continuar relevante na geração de textos? Procurei fazer a prova com o que disponho: paro de escrever no laptop e vou para dois desktops de gerações anteriores, mas não jurássicos. É…melhorou muito! Prova definitiva? Coloco uma folha de papel numa velha máquina de escrever manual e começo a… d-a-t-i-l-o-g-r-a-f-a-r! Não há dúvidas: o teclado moderno evoluiu muito, e vai continuar no trecho por muito tempo!

“Holerite” e tecnologia

O pai do mundo digital

O pai do mundo digital

Se você trabalha sob contrato regido pela CLT ou pelo Estatuto do Funcionário Público, você deve receber um Holerite, o demonstrativo do que você ganhou, menos os descontos, cujo saldo você tem disponível na sua conta-corrente ou no seu bolso.

Se você acompanha este blog sobre tecnologia, você deve ter e usar um computador, um tablet ou um smartphone. Pode até ter uma combinação desses aparelhos, ou mais de um de cada.

Se você recebe seu Holerite e está ligado em tecnologia, que é parte de sua vida desde pequeno, é provável que você não associe Holerite com tecnologia digital. Vamos resgatar essa parte da história?

Tudo começou com os preparativos para o censo norte-americano de 1890, quando o Brasil recém saia do império. O território dos Estados Unidos já ia do Atlântico ao Pacífico, a mobilidade da população era grande, pela vinda de imigrantes de todas as partes e pela marcha para o oeste. O governo tinha necessidade de ter mais e melhores dados através do censo decenal, cada vez mais complexo.

Apresento-lhes Herman Hollerith, um empresário nascido em Buffalo, no estado de Nova York que enxergou uma oportunidade de negócio e criou a máquina eletromecânica de tabulação de dados a partir de cartões perfurados. Com ela, os resultados do censo surgiram em apenas um ano. O de 1880 levou 7! Hollerith ficou milionário, fundou a IBM, emprestou o sobrenome ao demonstrativo de pagamento no Brasil. O resto é história.

Ali surgia a aplicação em massa usando tecnologia digital, ou binária, representada apenas por dois algarismos: 0 e 1; com furo ou sem furo; sim ou não; um dos pilares da álgebra de Boole, base da lógica dos programas de computador.

A coisa funcionava assim: uma perfuração no cartão, valia 1. A ausência do furo, zero. Essa unidade mínima de dados foi chamada de bit, contração de binary digit.  Para representar algarismos, letras e símbolos, o cartão tinha colunas onde podiam ser perfurados bits. Para representar todos os símbolos usados, uma combinação -ou coluna- de 8 bits chegava. Esses 8 bits foram batizados de byte. 1 byte = 8 bits. O cartão mais comumente usado tinha 80 colunas, aptas a representar 80 bytes. E cabia coisa num cartão, até porque os computadores tinham capacidade limitada.

Com a evolução da tecnologia, era preciso gerar e processar mais bytes. E surgiu o kylobyte, ou 1.024 bytes. A próxima etapa foi o megabyte, ou 1.024 kilobytes. O gigabyte, ou 1.024 megabytes, já é mais recente e conhecido. Mas convivemos também com o terabyte, ou 1.024 gigabytes. Nem vale a pena fazer a conta para saber quantos cartões de 80 colunas precisariam ser perfurados para gerar um terabyte de dados, espaço que conseguimos de graça na nuvem do Flickr.

Os processadores começaram a trabalhar com blocos maiores de dados. Os chips começaram a se popularizar quando trataram 4 bits de cada vez, lá nos anos 1970. Depois vieram os chips de 8 bits, os de 16 bits inauguraram a era dos PCs, depois chegaram os de 32 bits e hoje, os modernos chips da Intel, da Qualcomm e da Apple de 64 bits já equipam smartphones e laptops topo de linha. 

Na sua máquina tabuladora, Hollerith usou o mesmo princípio do francês Joseph Marie Jacquard, criador dos teares programáveis por cartões perfurados, um dos grandes avanços da Revolução Industrial.

Nos computadores até a década de 1980, o principal meio de entrada de dados era através de cartões ou fitas perfuradas. Quase um século depois da máquina de Hollerith. A revolução da mobilidade digital tem pouco mais de uma década, e a imensa maioria de seus usuários não associa Hollerith como um dos seus viabilizadores.

Bits e bytes, by Herman Hollerith!

Faça backup: ou Murphy te pega!

Ao longo do tempo, você acaba colecionando um montão de arquivos digitais: fotos, videos, músicas, documentos pessoais e profissionais, apresentações, planilhas, enfim, na hora de contar, são milhares, ou dezenas e até mesmo centenas de milhares. Muitos deles você nunca vai precisar, mas uma boa parte deles vão compor uma memória de vida e, como tal, precisam ser preservados.

Murphy, aquele que diz que se alguma coisa puder dar errado, dará, explica porque quando algum problema surge nos seus arquivos, seja por perda, gravação por cima do que existe, limpezas mal feitas e outros que nem parecem possíveis de acontecer, eles atacam exatamente aqueles que você não tem um backup, ou cópia de segurança.

Por mais meticuloso que você possa ser, perfeição na guarda e preservação de arquivos não é tarefa trivial. Mas então, como minimizar os riscos?

Tenha em mente que armazenar documentos em meio digital é hoje algo barato. Discos magnéticos de 1 Terabyte custam R$ 200; armazenagem em serviços na nuvem saem de graça, até 1 Tera em serviços como o Flickr ou o Mega. DVDs graváveis custam centavos cada e cabem 5GB, BluRays, poucos reais para 25GB.

Assim sendo, não é por causa de orçamento curto que você vai perder o que vai escrito em sua linha do tempo. Mas saiba que nos backups também podem surgir problemas. As mídias físicas estão sujeitas a falhas e deterioração. Os serviços na nuvem podem ser descontinuados, pois eles estão sujeitos a um contrato que pode ser rescindido em algum momento.

Para minimizar surpresas e desgostos, o melhor é ter mais de um backup de suas preciosidades. Eu sugiro, no mínimo, um completo em um ou mais HDs externos, outro em serviços na nuvem e aqueles arquivos ultra-especiais, em DVDs ou BluRays.

Vale a pena atualizá-los periodicamente, no mínimo duas ou três vezes ao ano. E mantenha uma lista atual e bem organizada do que está aonde. Se esses arquivos são manipulados em um computador que tenha vários usuários, mais uma razão para tê-los em ordem, e com critérios que todos cumpram. A cada 5 anos, refaça seus backups em mídias novas.

Isso de ter backup é que nem ter seguro de carro. Sem backup ou sem seguro, Murphy vai te pegar!

Brasil tem 103 milhões de acessos à internet com banda larga

Primeiro as boas notícias: em maio de 2013, o Brasil cravou 103 milhões de acessos à internet com banda larga. O  levantamento é da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), que também aponta para 28 milhões de novos acessos nos últimos 12 meses.

Mais: Desses 103 milhões de acessos, 67 milhões (ou quase 2/3) são conexões através da rede celular 3G. A ultra-rápida e cara 4G representava modestos 80.000 acessos, coisa normal em se tratando de uma tecnologia nova, em implantação. Mas esses números mudam rapidamente, com o espalhamento da rede 3G para a quase totalidade dos municípios brasileiros (eram 3.409 em maio) e a ampliação, nos grandes centros, da cobertura da rede 4G. As restantes 36 milhões de conexões são feitas através de provedores de acesso fixo tradicionais.

Uma penteada nesses números: 103 milhões de acessos não são 103 milhões de pessoas conectadas. Você que nos lê , talvez use mais de uma conexão, via seus celulares, tablets, laptops e desktops.

Outra reflexão é sobre o metro que mede banda larga aqui no Brasil e o de outros países. Por aqui, 1 Megabit por segundo já é banda larga, e, mesmo assim, é de soltar foguetes se você consegue essa velocidade mínima de forma constante numa rede 3G ao se deslocar pela cidade e em qualquer horário. Lá fora, banda larga que se preze tem no mínimo o dobro disso, e é banda assegurada.

Mesmo assim a gente se acostuma por aqui, e acaba usufruindo dos recursos da tecnologia digital. Sacar do bolso o Smartphone para acessar as redes sociais, fazer transações bancárias e mesmo postar imagens de manifestações populares são temas triviais, nesse julho de 2013.

Mas pagar a fatura do celular ou da internet é sempre dolorido. Temos aqui no Brasil o bit mais caro do mundo entre as economias relevantes, sem falar dos aparelhos, que também nos custam mais suor do que o de nossos irmãos de outras plagas.

Como resolver esse quesito de custo? Quando temos 103 milhões de conexões à internet em banda larga e quase o triplo disso em habilitações de celulares, fica óbvio que estar conectado não é mais um luxo, e sim uma necessidade da imensa maioria dos brasileiros.  Redução de tributos, melhorias nas metas de qualidade e disponibilidade de serviços é o mínimo que se pode esperar.

Venda de PC’s cai 10% no primeiro trimestre. E daí?

As vendas de desktops e notebooks no Brasil cairam 10% no primeiro trimestre de 2013, comparado com o mesmo período de 2012. Foram 2,2 milhões de unidades vendidas a pessoas físicas e 1,1 milhão para pessoas jurídicas. Queda grande, em um mercado acostumado a crescer de forma vertiginosa.

Crise? Não: Transformação!

Em um ambiente de mobilidade cada vez maior e com o aumento da potência e funcionalidades dos smartphones e tablets, esses estão ocupando cada vez mais o lugar do dispositivo digital principal, especialmente entre as pessoas físicas.

Olhe ao seu redor, no café, na sala de embarque do aeroporto, até na academia. Quem está conectado, provavelmente estará mexendo em uma tela sensível ao toque ou, aparentemente, falando sozinho, quando na verdade conversa com alguém distante ou dá comandos ao seu smartphone ou tablet.

Vá a uma loja física ou virtual e percorra a seção de aparelhos digitais: os desktops estão espremidos num cantinho, com um pé no museu e os laptops ou estão posicionados em uma faixa de preço impensável há dois ou três anos atrás, ou mudam de nome, virando os potentes e leves ultrabooks ou então híbridos, com tela destacável que os transforma em tablets.

É cedo ainda para decretar o fim dos computadores pessoais, até porque eles possuem características importantes para muitos usos. Por exemplo, eu teria dificuldades em escrever um texto maior como esse usando um tablet, salvo se ele tivesse um teclado opcional acoplado. Para trabalhar em cima de imagens com um pouco mais de sofisticação, os aplicativos e os processadores dos smartphones e tablets não dão conta do recado. Em muitas situações, interagir com uma telona funciona bem melhor do que com as telinhas ou telas médias dos portáteis da moda.

Não se surpreenda, ao olhar o seu perfil de uso e de substituição de dispositivos digitais. Se há 4 ou 5 anos atrás você ficava antenado para o próximo lançamento de um notebook, hoje você provavelmente pode passar uma ou duas mudanças de patamar tecnológico sem a necessidade de migrar, mesmo tendo dinheiro de sobra ou sendo um entusiasta. Já no campo dos smartphones e tablets, a coceira da mudança é mais forte, pois os lançamentos relevantes ocorrem, no mínimo, duas vezes por ano e a variedade de aplicativos úteis não para de crescer.

Sobre arquiteturas fechadas, conectividade e nuvem

Há exatos 20 anos, eu tive meu primeiro contato intensivo com um Mac. Foi durante uma viagem a trabalho aos Estado Unidos, onde uma empresa parceira da Sigma trabalhava exclusivamente com Macintoshes ligados em rede local e um servidor ligado à internet por -imaginem só- modem ADSL de 256kb.

Fiquei um mês em Austin, capital do Texas, e tive que me enturmar com o Mac. Com jeitão diferente dos PCs, então com Windows 3.0 ou 3.1, fáceis de usar mas com pouca compatibilidade com a plataforma da Microsoft. Usei porque era o que tinha e eles não deixavam conectar um PC na rede. Na terceira semana, já achava o Mac superior em tudo e, ao dizer adeus à minha estação de trabalho por lá, sabia que ia ter saudades.

Passou o tempo, a Apple virou empresa de nicho antes de ser reinventada com o surgimento dos iPod, iPhone e iPad.

Comprei um iPod Touch em 2007, um iPhone 3G em 2008, um Mac em 2009, iPads em 2010, 2011, 2012, iPhones 4 e 4S nesse meio. Pronto, estava resgatando minha frustração digital de 1993 e fiquei totalmente integrado e dependente da plataformas da Apple.

Mas aí, 4 meses depois do iPad 3, eis que a Apple lança o iPad 4 e o iPhone 5, e o controvertido iOS6.

Não gostei, e pensei: preciso mudar! Minha dependência era grande demais, mas após refletir, vi que não era bem assim. Eu já usava serviços na nuvem, era adepto de várias redes sociais, fazia conferências com Skype, independente do dispositivo!

E os incrementos de funcionalidades no mundo Apple não eram para todos, exceto talvez a tela Retina. O Maps não funcionava, a Siri só em inglês e para locais fora do Brasil, …

No lado de fora, o Android decola! Começam  a surgir smartphones com inovações antes da Apple. Vem o Galaxy S4 da Samsung, faço um test drive e.. voilà! Eis-me mergulhado no mundo Android em smartphones, e voltando aos computadores com Windows. Sem abandonar o mundo Apple, mas livre da dependência plena das alquimias da turma de Cupertino.

Tecnologia poderia ajudar a melhorar o trânsito. Mas a lei ignora a internet!

ImagemCuritiba tem um trânsito muito ruim. Assim como em qualquer grande cidade brasileira. Pode incluir aí também as cidades de médio porte. Muita gente andando de carro, vias insuficientes, média de ocupantes por carro um pouco maior do que 1. Muita gente se deslocando sem necessidade, para fazer um trabalho que dispensaria a ida ao escritório. Você está nesse grupo?

Em agosto de 2009 fiz escrevi sobre o absurdo da nossa legislação trabalhista, que dificulta o home-office. Na ocasião, o trânsito nas cidades grandes chegou a ser reduzido em até 30% por conta do temor causado pela Gripe A, mas o país não parou, lembram?

Pois é… De lá para cá, a epidemia da gripe não se materializou, o número de carros em circulação cresceu bem mais do que as pistas de rolamento, e os congestionamentos seguem recordes.

Lá em 2009, falava da oportunidade de rever os entraves da CLT para facilitar o home-office, em especial para postos de trabalho que requerem trabalho conectado. Conectado por conectado, podemos estar em casa, no café, na praia, pouco importa.

Mas hoje, numa cidade como Curitiba, é comum quem gasta duas horas por dia para ir e vir.

Antes que algum luminar resolva incluir na lei o pagamento dessas horas, quem sabe agora, surja a iniciativa de propor modificações à CLT que permita, de modo negociado, que as pessoas possam usufruir dessas horas,  melhorando a qualidade de vida e o meio ambiente.

Raciocínio aritmético: se 10% dos habitantes de Curitiba deixam de perder esse tempo, são 200.000 pessoas, e quase isso de carros, em horário de pico.  Ganham-se 400.000 horas/dia com menos carros, menos combustível, menos poluição, menos stress, mais tempo para lazer.

200.000 carros, média de 30 km/dia, 6 km/litro na cidade, R$2,60/litro = 1 milhão de litros/dia a menos, R$ 2,60 milhões a menos.

Dividindo 1 milhão de litros / 158 ( litros por barril de petróleo) = 6.329 barris/dia = 1.528.278 barris ano de 250 dias úteis. Só em Curitiba!

No Brasil, esse número é muito maior! Será que a presidente da Petrobras falava sério quando disse que ficava feliz ao ver congestionamentos gigantes, pois isso aumentava o faturamento da empresa?

Quanta gente vai e volta sem precisar ir nem vir? Minorar esse gargalo usando a internet para que menos gente se desloque inutilmente é aumento de qualidade de vida e aumento de produtividade do país. Pense nisso!

%d blogueiros gostam disto: