Primeiro veio a biografia escrita por Walter Isaacson, lançada poucas semanas antes da morte de Steve Jobs, em 2011. Agora em agosto, nas telonas, o filme Jobs, com Ashton Kutcher no papel-título, conta a trajetória, as alegrias e os dramas daquele que foi, sem dúvida, personagem central da revolução da tecnologia digital.
Personalidade complexa, de convívio difícil, imprevisível em cada gesto, cada atitude, Steve Jobs está por trás de cada um dos conceitos importantes dos produtos e serviços relacionados a artefatos digitais que consumimos hoje. E nenhum deles foi, digamos assim, inventado por ele. Ele apenas instigou sua equipe a dar contornos definitivos àquilo que conhecemos hoje. Mesmo que de concorrentes da Apple.
Uma lista parcial:
- mouse
- computador pessoal
- interface gráfica
- player de música e videos
- loja virtual de músicas e videos
- smartphone
- tablet
- serviços pessoais na nuvem
- reconhecimento de voz
- marketing espontâneo
Como de todo inovador, a lista de fracassos retumbantes de Steve Jobs também é bem populada, mas ajudaram a alavancar novos sucessos.
Mas a lista não é o principal, neste momento de vacas magras de novos lançamentos tecnológicos que geravam burburinho, especulações, hipóteses e, sobretudo, filas quilométricas às vésperas dos lançamentos. O fato é que, desde 2010, quando do lançamento do iPad, só temos evoluções, nada de revoluções.
Assim, seja você um fã da Apple e de Steve Jobs, ou esteja no outro extremo de detestar tudo que vem da turma de Cupertino, ou, provavelmente, esteja em algum lugar no meio desses extremos, o filme que chega em agosto vale a pena ser visto. A produção é muito bem cuidada e Ashton Kutcher encarnando Steve Jobs é impressionante, como mostram as fotos e videos que fazem os teasers do pré-lançamento. Aliás, quem é quem na foto acima?
Mas, acima de tudo, Jobs contará a nós um pouco desse personagem extremamente complexo e controverso, símbolo dos encantamentos no mundo digital.
Aguardo o lançamento de Jobs, o filme. Eu que não perdia nenhum dos eventos de lançamento da Apple, desde o veteraníssimo iPod. No mínimo, era um show de comunicação pessoal e de venda de novos conceitos que nem sonhávamos em ter ou mesmo necessitar. Hoje, esses espetáculos conduzidos pelo sucessor Tim Cook são tão saborosos quanto margarina sem sal passado num pão amanhecido.