iOS 7: primeiras impressões
Não deu outra: baixei o iOS7 no meu iPad, antes mesmo de receber o aviso da Apple de disponibilização da versão. Estava curioso para ver como seria o look & feel criado pelo time de Jony Ive e se, efetivamente a má impressão do iOS6 ficaria para trás.
Então, aqui vai: Wow! Os novos ícones e as telas de abertura e navegação ficaram espetaculares! Embora lembrem os do Android 4.2, o todo ficou muito convidativo, e resgata, nesse quesito, o design que encanta o usuário, característica forte da Apple.
Um cuidado inicial: antes de atualizar para o 7, faça backups completos do seu iPad ou iPhone. Embora eu não tenha tido nenhum problema, depois de algumas horas avaliando as novidades, já há relatos de usuários que tiveram parte de suas fotos e músicas eliminadas, não pouca coisa, em se tratando de acervos relevantes para a maioria.
O iOS 7 tem condições plenas de ser um sucesso. E, interessante, nas suas raízes está o fiasco combo do iOS 6 e do Maps, que geraram várias decapitações profissionais de executivos importantes da Apple, ano passado. Jony Ive assumiu o comando e, sem muitas firulas, imprimiu seu estilo e sua filosofia de proporcionar uma boa experiência ao usuário.
Os ícones, ao perderem o 3D de suas formas, ficaram muito mais bonitos e legíveis. Um detalhe que mostra o cuidado: o aplicativo Relógio (Clock), que incorpora vários fusos horários, alarme, cronômetro e timer agora tem um ícone dinâmico, que mostra horas, minutos e segundos no formato analógico.
Interessante o Control Center, que permite habilitar acesso entre aplicativos. Embora mereça cuidados, por conta da possibilidade de compartilhamento de dados com diversos fornecedores de Apps, ele já gera um importante grau de liberdade: A nova versão do Google Chrome para iOS 7 permite acesso linkado entre sua conta de GMail e o Google Maps, por exemplo, e isso de uma forma simples e intuitiva. Assim, se você não gosta do Maps da Apple, aí está o caminho.
Aqueles avisos que chegam à tela por conta de autorizações que damos, mas nem sempre levamos em conta o todo, agora estão organizados no Notification Center, onde aparecem todos os Apps onde você pode dar ou retirar autorização para ser lembrado de algo.
O Do Not Disturb permite, por exemplo, que você só receba chamadas de seus contatos marcados como favoritos. Simples, e óbvia utilidade, não?
Por enquanto, o iOS 7 vem sendo uma agradável experiência para mim!
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O Siri Deles É Mais Temperado Que o Nosso
O grande impacto causado pelo lançamento do iPhone 4GS foi o tal do Siri, a interface de reconhecimento de voz que vem recebendo as melhores críticas, tem adoção em massa dos milhões de clientes do novo smartphone da Apple e, inclusive, já provoca hilárias piadas que só quem tem sucesso pode se permitir.
O Siri, por enquanto, só está bom no inglês, e, assim mesmo, o falado por norteamericanos e com algumas restrições a sotaques. Enquanto isso, ingleses, irlandeses, escoceses, australianos, neozelandeses e outros quetais parlantes da lingua de Shakespeare ainda experimentam algumas dificuldades.
Mas o Siri é excelente, e a ampliação para outros sotaques e mesmo para outras linguas é questão de tempo. Numa dessas, lá pelo segundo semestre de 2012, teremos o nosso sirizinho aqui também, falando e entendendo português.
O reconhecimento de voz pela máquina, de forma ampla e fácil, junto com as hoje disseminadas tela sensível ao toque e a internet de banda larga formarão o tripé de grande transformação na forma de interção digital entre humanos, fazendo com que as maravilhas do século XX pareçam pré-história. Podem anotar!
A Apple entendeu isso e, de certo modo, puxou a fila da inovação com seus smartphones, tablets e serviços de música, vídeo, livros e aplicativos, e agora sai de novo à frente com o Siri (lá, pronuciam síri, palavra paroxítona).
Mas, e aí, o título dessa postagem não tem nada a ver? Calma, estamos chegando lá…
Ocorre que o Siri não é um produto de criação autóctone da empresa da maçã. Ele veio junto com a compra, pela Apple em 2010, da empresa SRI (daí o nome Siri) junto com sua turma de brilhantes profissionais. E o negócio deles era um software de reconhecimento de voz.
Hoje leio a noticia que o co-fundador e CEO da SRI, o norueguês Dag Kittlaus saiu da Apple – apenas 12 dias depois do lançamento do já badalado assistente virtual lançado como a cereja do bolo do iPhone 4S.
O blog All Things D diz que Kittlaus estava há tempos planejando sua saída da Apple devido a um desejo de ter tempo livre, estar mais perto da família e debater novas idéias.
A SRI foi criada originalmente como um Instituto de Pesquisa sem fins lucrativos que, em 2008 foi contratado pelo Departamento de Defesa americano, através de seu braço de inovação, o DARPA, para criar um CALO (Cognitive Agent that Learns and Organizes), ou um agente cognitivo que aprende e organiza. Em outras palavras, uma interface amigável de reconhecimento de voz para interagir com humanos e os aplicativos em dispositivos digitais.
Bingo! Ali estava a grana, bem aplicada em jovens talentosos, mas que tirou o conceito de reconhecimento de voz do exotismo de aplicativos bonitinhos mas limitados e colocou-o de vez no uso prático, primeiro para os militares, agora para o grande público.
Assim também nasceu a internet, de um projeto puxado pelo avô do DARPA, o ARPA. Idem para a tecnologia capacitiva de telas sensíveis ao toque, que não requerem aquelas incômodas canetinhas.
Ou seja, a iniciativa de desenvolver a tecnologia veio de um projeto de governo, no caso, o Departamento de Defesa americano.
Agora chego à minha reflexão sobre o Síri deles e o nosso Sirí…
Aqui no Brasil, temos pelo menos dois excelentes exemplos de políticas de Estado que deram certo: na década de 40, visionários oficiais da recém criada Força Aérea Brasileira botaram na cabeça que o Brasil deveria fabricar aviões. Daí surgiram o ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) e a Embraer.
No campo da agricultura, céticos foram derrotados, décadas mais tarde, pelo pioneirismo e inovação da Embrapa, que hoje dá banho quando o tema é relacionado com a melhor e mais barata produção de comida. Sem muito alarde, o Brasil triplicou sua produção de grãos com um modesto aumento de área plantada; a produção de carnes virou um baita negócio para o país, dentre outros marcos.
Ou seja, há a possibilidade de sucesso em múltiplas áreas.
Eu vi algumas apresentações do Siri americano e achei fantástico! Agora precisamos ir atrás. O Brasil tem gente competente para inovar no mundo digital, e não só de forma periférica.
É hora de desenvolver bons projetos, unido o que de melhor há na academia, no governo e nas empresas brasileiras, com muita determinação e, especialmente, com muita colaboração.
O Siri Deles É Mais Temperado Que o Nosso
O grande impacto causado pelo lançamento do iPhone 4GS foi o tal do Siri, a interface de reconhecimento de voz que vem recebendo as melhores críticas, tem adoção em massa dos milhões de clientes do novo smartphone da Apple e, inclusive, já provoca hilárias piadas que só quem tem sucesso pode se permitir.
O Siri, por enquanto, só está bom no inglês, e, assim mesmo, o falado por norteamericanos e com algumas restrições a sotaques. Enquanto isso, ingleses, irlandeses, escoceses, australianos, neozelandeses e outros quetais parlantes da lingua de Shakespeare ainda experimentam algumas dificuldades.
Mas o Siri é excelente, e a ampliação para outros sotaques e mesmo para outras linguas é questão de tempo. Numa dessas, lá pelo segundo semestre de 2012, teremos o nosso sirizinho aqui também, falando e entendendo português.
O reconhecimento de voz pela máquina, de forma ampla e fácil, junto com as hoje disseminadas tela sensível ao toque e a internet de banda larga formarão o tripé de grande transformação na forma de interção digital entre humanos, fazendo com que as maravilhas do século XX pareçam pré-história. Podem anotar!
A Apple entendeu isso e, de certo modo, puxou a fila da inovação com seus smartphones, tablets e serviços de música, vídeo, livros e aplicativos, e agora sai de novo à frente com o Siri (lá, pronuciam síri, palavra paroxítona).
Mas, e aí, o título dessa postagem não tem nada a ver? Calma, estamos chegando lá…
Ocorre que o Siri não é um produto de criação autóctone da empresa da maçã. Ele veio junto com a compra, pela Apple em 2010, da empresa SRI (daí o nome Siri) junto com sua turma de brilhantes profissionais. E o negócio deles era um software de reconhecimento de voz.
Hoje leio a noticia que o co-fundador e CEO da SRI, o norueguês Dag Kittlaus saiu da Apple – apenas 12 dias depois do lançamento do já badalado assistente virtual lançado como a cereja do bolo do iPhone 4S.
O blog All Things D diz que Kittlaus estava há tempos planejando sua saída da Apple devido a um desejo de ter tempo livre, estar mais perto da família e debater novas idéias.
A SRI foi criada originalmente como um Instituto de Pesquisa sem fins lucrativos que, em 2008 foi contratado pelo Departamento de Defesa americano, através de seu braço de inovação, o DARPA, para criar um CALO (Cognitive Agent that Learns and Organizes), ou um agente cognitivo que aprende e organiza. Em outras palavras, uma interface amigável de reconhecimento de voz para interagir com humanos e os aplicativos em dispositivos digitais.
Bingo! Ali estava a grana, bem aplicada em jovens talentosos, mas que tirou o conceito de reconhecimento de voz do exotismo de aplicativos bonitinhos mas limitados e colocou-o de vez no uso prático, primeiro para os militares, agora para o grande público.
Assim também nasceu a internet, de um projeto puxado pelo avô do DARPA, o ARPA. Idem para a tecnologia capacitiva de telas sensíveis ao toque, que não requerem aquelas incômodas canetinhas.
Ou seja, a iniciativa de desenvolver a tecnologia veio de um projeto de governo, no caso, o Departamento de Defesa americano.
Agora chego à minha reflexão sobre o Síri deles e o nosso Sirí…
Aqui no Brasil, temos pelo menos dois excelentes exemplos de políticas de Estado que deram certo: na década de 40, visionários oficiais da recém criada Força Aérea Brasileira botaram na cabeça que o Brasil deveria fabricar aviões. Daí surgiram o ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) e a Embraer.
No campo da agricultura, céticos foram derrotados, décadas mais tarde, pelo pioneirismo e inovação da Embrapa, que hoje dá banho quando o tema é relacionado com a melhor e mais barata produção de comida. Sem muito alarde, o Brasil triplicou sua produção de grãos com um modesto aumento de área plantada; a produção de carnes virou um baita negócio para o país, dentre outros marcos.
Ou seja, há a possibilidade de sucesso em múltiplas áreas.
Eu vi algumas apresentações do Siri americano e achei fantástico! Agora precisamos ir atrás. O Brasil tem gente competente para inovar no mundo digital, e não só de forma periférica.
É hora de desenvolver bons projetos, unido o que de melhor há na academia, no governo e nas empresas brasileiras, com muita determinação e, especialmente, com muita colaboração.