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Redes Sociais são Manipuladoras?

Existem muitas teorias de conspirações, algumas pertinentes, outras nem tanto, sem conexão com a realidade.


O fenômeno recente das redes sociais trouxe à tona teses de manipulação de opinião, principalmente de jovens, que são os mais conectados, que serviriam de massa de manobra para interesses escusos, notadamente os de cunho político.

Matérias atribuidas ao patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, onde ele pega pesado nessa linha, e combate as redes sociais.

“A ingênua confiança de uma pessoa moderna na informação disponível em redes sociais, acompanhada pela desorientação moral e pelas perda de valores (morais) básicos tornam nossos jovens vulneráveis à manipulação”, teria dito o patriarca Kirill, segundo nota da Agência Estado.

Vamos por partes, como diria Jack, o Estripador

1- Manipulação: O Facebook, com cerca de 800 milhões de membros (mais de 10% da população do planeta ou cerca de 35% de todos os internautas conectados) ou mesmo o Twitter, que tem algo como um quarto desses totais, com certeza permitem a manipulação de mais gente, pelo simples fato que mais gente participa dessas redes do que de canais tradicionais, como jornais, rádios, TV aberta ou paga e mesmo as tradicionais correntes eletrônicas de e-mails ou de pps.

Pela mesma ótica dos números, a diversidade de opções existente na internet e nas redes sociais fazem com que o principal ingrediente de manipulação seja simplesmente a vontade de ser manipulado, de ser “Maria vai com as outras”, ou, no gênero masculino, “Mário vai com os outros”.

Ou seja, você só será manipulado pelas redes sociais se quiser ou se for muito desatento e preguiçoso. O mesmo não se aplica a outros canais de comunicação. É só ver, por exemplo, o conteúdo controlado que passou da Coréia do Norte durante as cerimônias de exéquias do líder (ditador? rei? dono?) Kim Jong-Il, com aquela multidão em pranto sincronizado.

No caso das recentes rebeliões populares na Tunísia, no Egito, no Iêmen, na Líbia, na Síria, as redes sociais foram usadas para manipular as massas ou as massas as usaram para comunicação entre si e dali para o mundo para manifestar sua insatisfação, por falta de opções de diálogo com os respectivos regimes?

E o Occupy Wall Street e o mais recente Occupy Facebook, são fenômenos de manipulação de gênios do mal contra o mercado financeiro e Mark Zuckerberg, respectivamente, ou expressam outras faces das moedas?

2- Jovens: Usa-se muito o argumento de que os jovens de hoje são alienados. Nada muito diferente do que se falava há 30, 40 ou 50 anos atrás. A diferença é que os jovens de hoje têm ao toque de um ou dois dedos toda a informação que precisam, e aprendem também a ver o outro lado de cada história. E os jovens das próximas décadas ainda mais informados e conectados, logo, em tese, menos influenciáveis por teses e doutrinas fabricadas em laboratório.

Eu acho que os velhos são muito mais alienados que os jovens. A conferir…

3- Controle das redes sociais: Quem propõe isso? Vamos desfilar aqui alguns nomes, que me passam pela cabeça, sem ordem de importância ou prioridade, e as figuras que chegam são essas, mesmo correndo o risco de alguma injustiça por inclusão ou por omissão:

Kim Jong-Il (OK, esse já foi), Fidel Castro (não é mais ele, mas seu irmão Raul), Hugo Chávez (e sua teoria segundo a qual os americanos estão gerando cancer em lideranças da América Latina); os déspotas depostos (ou a serem varridos) do Norte da África e do Oriente Médio, o bunga-bunga Berlusconi e até mesmo o marido da bela Carla Bruni, o Sarkozi que, incomodado com as pressões das ruas, teria proposto um maior controle da internet.

4- Os manipuladores: Quem são, na verdade, os manipuladores? Os que trafegam anarquicamente pelas redes sociais ou os que possuem as chaves de controle daquilo que pode ser divulgado? Os que criam códigos de verdade absoluta ou os que buscam aperfeiçoar o conhecimento?

Enfim, para refletir nessa virada de ano: Quem manipula mais, o Patriarca Kirill ou o jovem Mark Zuckerberg, que, por sinal, tirou uns dias de férias bem agora para “sumir” do Facebook e se isolar no interior do Vietnã, onde nem internet existe?

Redes Sociais e o Indivíduo: A Grande Mudança

O blog TNW Social Media apresenta uma interessante perspectiva do futuro das mídias sociais. Das dez listadas, comento a de número 7, que diz:

We will no longer be passive media consumers. Media will interact with us in dynamic ways on all platforms. Just like gamers playing WOW today, we will all become a part of a virtual world unknown to us yet where we will all be avatars in the game of life.

Ou seja, consumir mídia passiva e bovinamente pode estar com os dias contados. A participação dos internautas nas redes sociais faz com que não haja mais os detentores da verdade e do poder absolutos.

Afinal, os mais de 2 bilhões de humanos conectados na grande rede ganham novos e ávidos companheiros, a maioria interessados também em influir, formar opinião, debater, trocar informações, enfim, cosntruir uma nova sociedade digital sem fronteiras de geografia, de classe social, de etnia e de qualquer outra barreira até então existente.


Esses novos cidadãos digitais descobrem-se com um poder nas mãos nunca dantes imaginado. Mais do que isso, uma nova geração inteira que nasceu neste século sequer conheceu o mundo analógico que terminou no século XX.


Para esses jovens, tudo isso que nos surpreende e muda nosso comportamento é simplesmente algo natural e corriqueiro, como andar, comer, respirar. Como eles não possuem referências nem vínculos com o passado, atrevo-me a dizer que as transformações sociais que essa geração conectada imporá ao mundo, talvez já no final dessa década -se não for antes- deixará pálidas as enormes transformações que vivemos nos últimos cinquenta anos.

Eu achei apenas que a afirmação de que seremos todos avatares no jogo da vida é incorreto, pois dá a sensação de que seremos transformados em bits e viveremos definitivamente do lado de lá da tela, num eterno game de última geração.


Ao contrário, se conseguirmos medir os benefícios econômicos e sociais que podem advir da maturidade do uso das redes sociais, acredito que possamos estar realmente no limiar de uma nova era, esta sim, a do conhecimento e da justiça social.

Redes Sociais e as Empresas: Sem importância?

A baixa adoção de uma política corporativa das empresas para redes sociais parece dar sinais de reversão. Hoje, mais de 40% das empresas que precisam de alguma imagem por atingir o consumidor final já buscam conexões no Twitter, no Facebook e em outras redes de massa. Poucas, porém, já as utilizam de modo a alavancar suas operações usando o potencial que elas podem oferecer.


Vamos a alguns exemplos:

Toy Story 3 (em inglês), da Pixar/Disney, alcança 17.567.444 curtidores;
Walt Disney World tinha 5.927.883
Nike, 4.091.119
Mc Donald’s348.425 
Starbucks  20.466.910
A revista brasileira Veja, 104.810
A rede americana de notícias CNN, 1.912.659
Sua concorrente árabe, Al Jazeera (em inglês), 498.814, em árabe, 940.053.

Tudo isso na hora desta postagem, e referente apenas à página com maior número de seguidores. Para dar uma idéia do tamanho do potencial, a marca Walt Disney, que combina um grande número de produtos e serviços muito conhecidos (Toy Story inclusive), yem mais de 145 mihões de curtidores. Quase um Brasil.


Nessas páginas pesquisadas, vemos que os tópicos postados recentemente quase sempre possuem centenas, se não milhares de comentários. Isso aí, em termos de pesquisa de opinião, possui um valor inestimável.


É razoável supor que Toy Story 4, ou um novo tenis da Nike, só para ficar com dois exemplos, estejam sendo gestados a partir das opiniões desses seguidores voluntários, que tanto podem contribuir para o sucesso de futuros lançamentos como seu fracasso, se essa demanda for mal interpretada.


Creio que não por acaso, a marca Mc Donald’s, que é global por excelência, mas associada ao junk food e tão criticada, aparece com seis vezes menos seguidores que um Starbucks, com mais de 20 milhões.


Pode ser por conta da percepção que o café faz menos mal do que um sandubão cheio de calorias, gorduras e carboidratos, ou, quem sabe, por conta de um melhor entendimento da Starbucks em realação ao fenômeno das redes sociais. Eu acho que é uma combinação de ambos, mas a segunda opção é seguramente a predominante.

Finalmente, o Facebook arrebenta com 37.223.918 curtidores em sua página mais visitada. Algo como 6% das contas ativas, o que não é pouco.

Marqueteiros profissionais dariam um par de anos de suas vidas se pudessem entender as expectativas dos consumidores e prever tendências. Antigamente, isso acontecia por conta de caríssimas e incomodativas pesquisas de mercado, com perguntas formuladas pelas próprias agências, depois de aprovadas pelo cliente.

Hoje, com as redes sociais, é possível que a interação surja exatamente dos consumidores que dizem, com prazer ou com contundência, o que gostariam de ter ou o que abominam naquele produto ou naquela marca.

A propagação viral dessas informações torna o processo irreversível.

Não por acaso, as marcas que estão no topo do ranking do Facebook estão nadando de braçada no mercado, e as que resistem, estão ficando para trás.
 

LinkedIn chega a 100 milhões de perfis

Recebo um e-mail do  Reid Hoffman, co-fundador e Chairman do LinkedIn para comunicar que a mais popular rede social de profissionais atingiu, esta semana, a marca de 100.000.000 de associados, e que eu faço parte de um grupo de early adopters, ou dos que fazem parte do primeiro milhão de profissionais cadastrados (o meu é número 433.691).




Se comparado com o Facebook, ele é quase sete vezes menor, mas, levando em conta seu foco em conectividade entre profissionais, o número é muito relevante.

Eu já tive a oportunidade de contratar ou recomendar profissionais pelo LinkedIn, e mesmo pedir ajuda em tópicos específicos de minha atividade profissional quando necessitei. E os resultados foram sempre surpreendentes, mesmo usando a versão basicona, gratuita.

O formato e o sucesso dessa rede de propósito específico mostra, sobretudo, o caminho para outras iniciativas muito focadas, e essa parece ser uma tendência inevitável, sem excluir as redes sociais de propósito geral, onde o Facebook reina com folga sobre os concorrentes.

Parabéns ao gordo simpático Reid Hoffman, extensivo a toda a equipe. Sigo usando o LinkedIn e recomendando a quem não conhece…

Redes Sociais: Rumo ao Novo Modelo

2011 pode ficar marcado como o ano da consolidação do modelo de Redes Sociais onde a iniciativa e o poder, efetivamente, derivam do indivíduo, organizado segundo suas necessidades, suas competências e, especialmente, segundo as circunstâncias.


Vale destacar três fatos relevantes e recentes: As rebeliões populares no norte da África e no Oriente Médio, a catástrofe do Japão e as chuvas que causaram danos nas estradas, cidades e montanhas no Paraná.


1- A chuvarada no Paraná: Começando pela mais próxima do blogueiro e talvez a mais simples de entender e explicar: Chuvas fortes causam impacto devastador em duas das principais rodovias que ligam Curitiba ao litoral: as BR 277e 376, com deslizamento de barreiras, queda de pontes e inundação de pistas, isolando o litoral e causando graves danos às cidades de Paranaguá, Morretes e Antonina, sem falar com os transtornos logísticos de fazer chegar a carga de grãos ao porto.

Com o número de emergência da Polícia Rodoviária Federal congestionado por excesso de chamados, a solução adotada pela PRF foi a criaçãp de um perfil no Twitter para que a comunidade usuária das estradas pudesse reportar problemas ou buscar auxílio. Resultado: em menos de 24 horas milhares de pessoas passaram a seguir o perfil agora usado também para o combate ao tráfico e tráfego de drogas em nossas rodovias.

A sacada foi a constatação de que uma parcela expressiva dos motoristas dispõem de aparelhos portáteis com acesso à internet.

Ponto para a PRF!

2- Terremoto, Tsunami e Radiação no Japão: Mesmo para um povo acostumado a catástrofes da natureza, essa última foi demais. Um terremoto de intensidade 8.9 na escala Richter, seguida de tsunamis que varreram a costa nordeste do país, incluindo o complexo de usinas nucleares de Nagashima, gerando níveis preocupantes de radiação, consequência do vazamento de gás dos reatores.

Passada a fase inicial de colapso quase total nas comunicações, lá surgiram as redes sociais não só para comunicar mortos e feridos, mas também de sobreviventes e, sobretudo, na mobilização de uma intensa e global rede de solidariedade e de apoio aos japoneses. Além de imagens da tragédia capturadas em sua maioria por celulares de quem estava no meio da tragédia, o ponto alto foi, sem dúvida, a localização de muitos sobreviventes sob os escombros que foram localizados através do sinal de seus celulares.

3- Fora Ditadores! O fenômeno da queda dos regimes ditatoriais longevos da Tunísia e do Egito, mais a quase guerra civil da Líbia e os protestos no Iemen, no Bahrein, na Síria e em outros países do Mediterrâneo não teve como origem as redes sociais. Mas foram elas, sem dúvida, que permitiram que a comunicação entre os insatisfeitos superasse a barreira de regimes policialescos onde a censura era -ou ainda é- um fato da vida para os cidadãos.

  É possível afirmar que, sem a existência das redes sociais esse processo seria mais logo e dolorido, sem falar na possibilidade da demora no processo de transição.

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Levantada a bola das redes sociais, cabe registrar o lado ruim delas, que são boatos infundados, informações falsas, capazes de criar ainda mais pânico ou dor ou simplesmente de desviar a atenção dos fatos reais.

Esse é o preço a pagar pela liberdade de expressão levada quase que à plenitude pela internet e pelas redes sociais.

Talvez o próximo passo seja a educação dos usuários para saber separar o joio do trigo. Para não mais acontecer o que um amigo meu, fã incondicional de comida japonesa, me disse após a tragédia do Japão, por conta de notícias alarmistas de contaminação de alimentos, inclusive os de lá exportados, afirmando que iria parar de consumir sushis e sashimis, sem se dar conta dos controles sanitários existentes no mundo e, principalmente, que nossos pratos de culinária japones usam essencialmente ingredientes nacionais ou, no máximo, peixes do litoral do Chile ou do Peru.

Mas, de todo modo, fazendo a contabilidade dos prós e dos contras, nos três episódios, a tecnologia digital e as redes sociais marcaram importantes pontos para informar e, especialmente, para minorar os problemas dos atingidos pelas catástrofes. 

Privacidade nas redes sociais

Fim de ano é bom para refletir, avaliar erros e acertos, fazer planos para o futuro… Então, fugindo um pouco do que é publicado nesse blog, que geralmente tem uma linha entusiasmada das novidades tecnológicas, deixo aqui um alerta sobre sua privacidade nas redes sociais em geral, no Facebook em particular.

A maioria de nós nem se dá ao trabalho de ler a política de privacidade das redes sociais. Muito menos em acompanhar as mudanças que ocorrem, muitas das quais raramente são adequadamente anunciadas.

Pior do que isso são as políticas dos parceiros dessas redes, como a dos aplicativos do Facebook, normalmente jogos ou ferramentas de apoio que, em tese, tornam sua navegação e visibiidade nessas redes mais fácil.

Pois é… O Facebook, por exemplo, já testa o limite de 700.000.000 de contas ativas, e já patinou mais de uma vez ao modificar sua política de privacidade sem deixar claro a seus membros das aberturas criadas na divulgação de seus dados pessoais, hábitos de navegação e até de informações de segurança, como senhas de acesso.

Muitas vezes, violações ou, diríamos de modo mais eufemístico, interpretacões mais liberais das políticas de privacidade do Facebook fazem com que você libere não só seus dados pessoais, mas também sua lista de amigos, até dos amigos dos amigos. Em um universo de 700.000.000 de pessoas, dispor de informações privilegiadas em tempo real é um maná para quem quer ascender na venda de produtos e serviços pela internet, lícitos ou não, consentidos ou não.

É aí que reside o problema: seus dados podem estar sendo utilizados indevidamente e você nem sabe. Mesmo que isso não represente um perigo imediato, você está em desvantagem, pois eles sabem sobre você e você não sabe sobre eles. E isso, em um mundo conectado, não é bom.

Por enquanto, eu procuro ser muito seletivo na escolha desses aplicativos e jogos das redes sociais, e recomendo o mesmo a meus amigos, reais ou virtuais. Entendo que enquanto essas práticas não estiverem claras e, sobretudo amparadas em uma legislação adequada, o risco é muito maior do que os possíveis benefícios.

Partindo da premissa de que é difícil ficar de fora das principais redes sociais, em um mundo onde mais de 2.000.000.000 de pessoas estão online, um pouco de cautela não faz mal a ninguém.

Assim, peço publicamente desculpas a amigos e conhecidos que me chamam para aplicativos como Farmville, Hearts e tantos outros do Facebook. Eu também não os chamo nem mando dados de minhas listas de contato para ampliar minha rede virtual.

Minha bisavó me dizia há muito tempo que prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. E eu adicionaria que Farmville, Hearts e tantos outros podem fazer mal a muita gente. E fico, por enquanto, prudentemente na defensiva. Minha e de meus amigos.

orkut e eu

Quando surgiu, o orkut virou uma febre. Especialmente entre os brasileiros, que logo estavam em maioria absoluta dentre os frequentadores. Talvez por causa disso o Google, seu dono, passou a manutenção da rede social para o Brasil, e alocou menos recursos para sua evolução.

Enquanto isso, apareceram novas alternativas, logo tornadas irrelevantes pela falta de evolução das propostas ou mesmo falta de apelo das novas funcionalidades. Aqui destaco o MySpace, que fica atrelada à figura de seu criador, e que criou um rótulo de ser a rede social de músicos, afastando os não-músicos.

Vale mencionar também o Second Life, que permitia ao internauta criar um completo espaço virtual, com área e construção própria, sem falar no seu avatar e no dinheiro próprio para lá viver e transacionar. Grandes empresas fizeram apostas pesadas comprando ilhas e países para mostrar novos lançamentos e até idéias em laboratório. Talvez tenha assustado o comum dos mortais ou este achou que não era o caso. Serviu de inspiração a Rod Cameron para seu filme genial. Só.

Aí temos as menos cotadas, como Tagged e Plaxo, uma que conta hoje com quase 100 milhões de perfis cadastrados, a imensa maioria de fakes, e a outra que mal e mal serve para atualizar cadastro de telefone, e-mail e aniversário dos participantes. Dessa última, como só a data de aniversário não muda, seus usuários cansaram de receber avisos que, de outro modo, já estavam na agenda ou eram de pessoas com pouca ou nenhuma interação.

Voltando ao orkut, eu recebi recentemente uma medalha virtual, ou selinho, sei lá, por ter um perfil há mais de 5 anos. Mas notei, também, que a maioria dos meus amigos reais ou virtuais estão mais ativos no Facebook, no LinkedIn e no Twitter.

Embora não tenha adicionado nem deletado amigos no orkut (até por passar raramente por lá), vejo que meus amigos também estão cada vez mais ausentes, e os assuntos interessantes igualmente rareiam. Proliferam as mensagens massificadas e animadas, que são mandadas por alguns renitentes em agitar o orkut que não pensam muito no perfil das pessoas que vão recebê-las.

Recebi também reclamações de amigos e amigas que tiveram seus perfís clonados ou então passaram a receber mensagens indesejadas e inconvenientes, o que mostra uma falta de ação por parte do orkut para tornar sua rede brazuca mais segura.

Pensei em deletar meu perfil do orkut, assim como já fiz, cronologicamente, com o Tagged, o Second Life e mais recentemente o MySpace. Mas, levando em conta que o orkut é um sobrevivente graças à teimosia dos brasileiros e por eu ser um estudante curioso das redes sociais, decidi manter meu perfil ativo, apenas para observar o que vai acontecer.

Sobram com vitalidade o Facebook, o LinkedIn e o Twitter, cada um com sua proposta e com facilidade de conexão entre eles. Vida longa aos três, ao menos até o final de 2011.

E lá ficarei em atividade, junto com este blog.

Eleições Digitais 2010

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Embora possa correr o risco de cometer injustiças, prefiro soltar aqui minhas impressões sobre o uso e desfrute da internet e das redes sociais nessas eleições 2010, à luz de observações e do resultado dentre os principais candidatos eleitos e os que foram ao segundo turno.

A palavra que me vem à cabeça de forma recorrente é decepcionante. Esse é o adjetivo que se aplica ao todo. Eu esperava que, no primeiro turno, muitos candidatos com chances relevantes usassem as facilidades criadas pela legislação e suportadas pela tecnologia para (a) captar recursos financeiros, (b) mobilizar a militância e (c) usar as redes sociais para disseminar idéias, planos e plataformas, além de propagar as mensagens e interagir com as bases.

A realidade de um ou outro candidato, desta ou daquela região do país pode me desmentir, mas, se essas eleições fossem algo como um ENEM para classificar candidatos aptos a aproveitar o mundo digital para ganhar eleições e fazer boa política, provavelmente sobrariam vagas e as excessões confirmariam a regra.

Em 2006, a referência veio do Rio Grande do Sul, onde a jovem e então desconhecida Manuela D’Ávila elegeu-se deputada federal centrada em uma inteligente campanha feita pelo Orkut. Pois bem, em 2010, Manuela reelegeu-se com folga, quase testando a marca de 500.000 votos.  Até o momento em que escrevo essa coluna não consigo identificar casos semelhantes Brasil afora.

E os/as demais?

Marina Silva fez bonito na votação e na captação de recursos de pessoas físicas pela internet. Terão sido esses os motores principais de seus quase 20 milhões de votos? Pouco provável, mas Marina demonstrou de forma pontual como participar do pleito com apoio da tecnologia digital. Talvez ela não tivesse tantos votos, não fosse uma captação de dinheiro miudo de modo tão pulverizado e uma razoável repercussão de suas mensagens nas redes sociais e que apareceram de forma expressive em algumas medicos de tráfego.

OK, a maioria dos candidatos a cargos eletivos criou ou deu um upgrade no Twitter, tentou animar comunidades no Orkut e no Facebook, postou videos no YouTube, mas poucos, muito poucos mesmo, conseguiram estar entre os mais populares.

Tirando as postagens dos comerciais do Tiririca, talvez mais divulgados pelo inusitado do candidato e da facilidade de distribuição na web, eu não consigo fazer uma associação direta entre candidatos bem votados e uma inteligente estratégia digital de campanha.

Ah! Ia esquecendo dos chatos que entupiram caixas postais de entrada ou de spam com e-mails que replicavam os santinhos de papel e as mensagens forjadas de difamações a candidatos com alguma liderança nas pesquisas. Mas essa comunicação via e-mail eu desconsidero, por ineficaz e antiga

Já o segundo turno da campanha presidencial começou quente com a polêmica levantada sobre o aborto, gerando tráfego relevante em todas as redes sociais e quase sempre originada por não militantes partidários e muito menos dos comitês de campanhas, e isso pode ser um indicativo de rumo para o  futuro, com estratégias pautadas pelas características  específicas das autoestradas do mundo digital

Com o desenrolar do pós-campanha, com certeza surgir novos casos de sucesso. Mas não nos esqueçamos das disputas havidas entre os comitês das campanhas mais abonadas para conquistar –a peso de ouro- o concurso de colaboradores ou consultores que trabalharam nas eleições americanas de 2008, eu esperava mais. E o que vimos ficou muito longe do que deles se esperava.

Especialmente em se tratando do Brasil que sempre inova nessa area de tecnologia digital.

Qual o motivo? Vou arriscar um palpite: os marqueteiros tradicionais conseguiram impor mais do mesmo, aproveitando-se das regras do jogo, que passam pelo tal do horário eleitoral gratuito.

Eu esperava um pouco mais de presença das mídias digitais nas eleições 2010, em função do que vem ocorrendo no mundo inteiro e da quantidade de brasileiros conectados regularmente a internet, hoje já a maioria da população

Pode ser -ou é- assim que se elegem nossos representantes, com estratégias calcadas nessa legislação antiga e nas realidades do século XX.

Será melhor assim? Pode até ser, mas eu achei muito chato.

As Redes Sociais ajudarão candidatos desconhecidos nas eleições de outubro?

As apostas dos candidatos a cargos majoritários nas eleições de outubro apontam para um apoio da comunicação viral das redes sociais. Embora até agora não tenhamos observado nenhum destaque, é provável que após o início do horário eleitoral gratuito, a 45 dias de 3 de outubro, os melhor estruturados no mundo virtual possam criar um diferencial importante.


Mas e os candidatos a eleições proporcionais para deputados federais e estaduais?

Em 2006, tivemos a deputada federal Manuela D’Ávila eleita pelo PCdoB no Rio Grande do Sul com uma estratégia fortemente apoiada no Orkut. Em 2010, muita gente está com perfís não só no Orkut, mas também no Facebook, no MySpace, no Twitter e outras tantas redes sociais.

O provável então é que agora a presença nas redes sociais seja quase que uma condição básica para angariar votos, e que a forma de garimpá-los nessas searas é que poderá criar um diferencial.

Exceção feita aos candidatos muito conhecidos da TV ou os que são absolutos em seus grotões eleitorais em regiões mais pobres do país, é bom lembrar que, para deputado, não basta fazer muitos votos: é preciso também estar bem colocado no ranking da coligação para chegar entre os eleitos, e aí uma diferença de poucos votos pode significar a diferença entre a diplomação e a frustração.

Eu aposto que este ano teremos mais candidatos eleitos que usaram de forma inteligente as redes sociais para mostrar suas propostas.

E você, caro eleitor digital, já procurou se informar, dentre seus contatos nas redes sociais, quais as propostas dos candidatos de seu Estado?

Facebook: 500 milhões de contas ativas

Mark Zuckerberg, o “cara” do Facebook postou hoje em seu blog uma notícia já esperada pelo mercado: o Facebook atingiu a incrível marca de 500 milhões de contas ativas. Fica com a liderança incontestada das redes sociais, a mais influente, a determinadora de tendências de curto prazo.

Fosse um país, o Facebook estaria em terceiro lugar no ranking de população, atrás da China e da Índia. E tudo isso em pouquíssimo tempo, na velocidade da web 2.0

Na postagem, Mark apresenta um vídeo que mostra que, para ter sucesso, não é necessário o carisma de um Steve Jobs. Ele mais parece estar com o corpo paralizado pelo sucesso, acanhado como um estagiário de apresentador de TV tentando um emprego e lendo um teleprompter.  Ele é o mais novo gênio do mundo digital, embora a imensa maioria dos usuários do Facebook não tenham a menor idéia de quem ele seja.

Vale a pena ler a postagem do blog.

E, falando em Facebook, você já tem sua conta lá?