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Alibaba

AlibabaAlibaba entrou nesta terça-feira com a papelada para uma oferta pública de ações, nos Estados Unidos, de US$ 1 bilhão. Mas é possível que esse acabe sendo o maior IPO de tecnologia de todos os tempos, ou, no mínimo, próximo aos US$ 19 ou 23 bi do Facebook. Os mais otimistas falam em mais de US$ 100 bi como valor de mercado do Alibaba.

Mas afinal, o que é Alibaba ? Se você não sabe ou associa aquele personagem do bem que comandava 40 ladrões e que guardava suas pilhagens numa caverna, para depois distribuir parte das riquezas aos pobres, saiba que você não é o único no mundo.

O Ali Babá das lendas árabes, acima de tudo, era um comerciante. Sua séde era bem tecnológica, até pelos padrões atuais, pois só abria com uma senha de voz: Abre-te Sésamo!

O Alibaba de hoje também é bom comerciante, e daqueles globais, chinês que é, com a tradição mercantil de milênios, mundo afora. Começa pelo valor estimado de US$ 1 bi: é só para economizar as taxas de lançamento na Bolsa americana, que são calculados como um percentual do valor estimado. Na verdade, o Alibaba espera trazer para sua caverna (desculpe, sua tesouraria) entre US$15 bi e  US$20 bi.

Esse Alibaba chinês do IPO é uma empresa fundada em 1999, já no radar de alguns anaiistas do setor de tecnologia e investidores no exterior é grande. É pouco conhecido fora da China e de alguns países asiáticos, embora tenha negócios mundo afora, Brasil inclusive.

Alibaba chinês é um gigante do comércio eletrônico.

Vamos entender o Alibaba?

O Grupo Alibaba é a maior empresa de comércio eletrônico na China e, dependendo do ponto de vista, a maior do mundo. É formada por dois grandes sites de compras: o Taobao , lançado em 2003 para competir com eBay na China, e o Shopping Taobao (Tmall), um shopping on-line.

O Alibaba não concorre diretamente com a Amazon. Ele não compra nem vende um único lápis, nem tem problemas de logística, nem centros de atendimento. É apenas uma plataforma digital para que consumidores e fornecedores façam negócios, de e para qualquer parte do mundo. São milhões de fornecedores dos mais diversos tipos, de agulhas a automóveis e aviões, de serviços de software a encanadores.

O Alibaba cobra um custo pelos cadastros dos vendedores e suas ofertas, mais uma comissão de vendas. Com seus lucros,  ele investe em um operador chinês de lojas de departamentos, e nas empresas de Apps de mensagens Tango e Weibo, este a versão chinesa do Twitter que recentemente foi à Bolsa. Negocia para comprar a Alipay, um serviço de pagamento digital concorrente do PayPal .

O Alibaba teria faturado mais de US $ 3 bilhões no quarto trimestre de 2013, representando 66 % a mais em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Seus lucros brutos no mesmo período alcançaram estonteantes US $ 2,4 bilhões.

Segundo fontes do Wall Street Journal, o volume de vendas combinado do Taobao e do Tmall alcançaram US $ 240 bilhões em 2013.

O Alibaba foi fundado em 1999 por Jack Ma, que ficou interessado em criar empresas de Internet depois de ficar on-line pela primeira vez , em 1995, durante uma viagem a Seattle.

O segredo para o sucesso da caverna digital do Alibaba pode ter sido o mercado em forte crescimento na China, com a incorporação de centenas de milhões de consumidores conectados, com o pioneirismo dos conceitos de Jack Ma. A hora certa, a oportunidade certa, o lugar certo. Combinação imbatível!

O comércio eletrônico na China deve ultrapassar os Estados Unidos dentro de alguns anos, em linha com o crescimento do seu PIB, que deve ultrapassar o americano ainda em 2014, pelo critério de Purchase Power Parity.

O Alibaba considerou inicialmente o lançamento de ações na Bolsa de Valores de Hong Kong, mas pensou grande, para poder ter os benefícios da estar listado em Bolsa nos EUA, pelas regras de governança e transparência exigidos, que dariam à marca credibilidade global, ou quase isso.

Num momento em que o tsunami de investimentos em empresas de tecnologia dá sinais de arrefecer entre os investidores globais, o IPO pode chegar num cenário morno, em parte devido aos valores altos de algumas avaliações de preços. O mercado pode mudar, no caso de um IPO robusto do Alibaba.

Um efeito colateral para o mercado seria uma bela turbinada no venerando Yahoo, detentor de uma participação de 24% no capital do Alibaba, e pode embolsar até US$ 10 bilhões com o IPO. E essa grana toda daria ao Yahoo e à sua charmosa CEO Marissa Mayer importantes recursos necessários para fazer suas próprias aquisições de empresas, dando vida nova a essa que já foi a campeã das buscas até ser superada pelo Google.

Redes Sociais: Rumo ao Novo Modelo

2011 pode ficar marcado como o ano da consolidação do modelo de Redes Sociais onde a iniciativa e o poder, efetivamente, derivam do indivíduo, organizado segundo suas necessidades, suas competências e, especialmente, segundo as circunstâncias.


Vale destacar três fatos relevantes e recentes: As rebeliões populares no norte da África e no Oriente Médio, a catástrofe do Japão e as chuvas que causaram danos nas estradas, cidades e montanhas no Paraná.


1- A chuvarada no Paraná: Começando pela mais próxima do blogueiro e talvez a mais simples de entender e explicar: Chuvas fortes causam impacto devastador em duas das principais rodovias que ligam Curitiba ao litoral: as BR 277e 376, com deslizamento de barreiras, queda de pontes e inundação de pistas, isolando o litoral e causando graves danos às cidades de Paranaguá, Morretes e Antonina, sem falar com os transtornos logísticos de fazer chegar a carga de grãos ao porto.

Com o número de emergência da Polícia Rodoviária Federal congestionado por excesso de chamados, a solução adotada pela PRF foi a criaçãp de um perfil no Twitter para que a comunidade usuária das estradas pudesse reportar problemas ou buscar auxílio. Resultado: em menos de 24 horas milhares de pessoas passaram a seguir o perfil agora usado também para o combate ao tráfico e tráfego de drogas em nossas rodovias.

A sacada foi a constatação de que uma parcela expressiva dos motoristas dispõem de aparelhos portáteis com acesso à internet.

Ponto para a PRF!

2- Terremoto, Tsunami e Radiação no Japão: Mesmo para um povo acostumado a catástrofes da natureza, essa última foi demais. Um terremoto de intensidade 8.9 na escala Richter, seguida de tsunamis que varreram a costa nordeste do país, incluindo o complexo de usinas nucleares de Nagashima, gerando níveis preocupantes de radiação, consequência do vazamento de gás dos reatores.

Passada a fase inicial de colapso quase total nas comunicações, lá surgiram as redes sociais não só para comunicar mortos e feridos, mas também de sobreviventes e, sobretudo, na mobilização de uma intensa e global rede de solidariedade e de apoio aos japoneses. Além de imagens da tragédia capturadas em sua maioria por celulares de quem estava no meio da tragédia, o ponto alto foi, sem dúvida, a localização de muitos sobreviventes sob os escombros que foram localizados através do sinal de seus celulares.

3- Fora Ditadores! O fenômeno da queda dos regimes ditatoriais longevos da Tunísia e do Egito, mais a quase guerra civil da Líbia e os protestos no Iemen, no Bahrein, na Síria e em outros países do Mediterrâneo não teve como origem as redes sociais. Mas foram elas, sem dúvida, que permitiram que a comunicação entre os insatisfeitos superasse a barreira de regimes policialescos onde a censura era -ou ainda é- um fato da vida para os cidadãos.

  É possível afirmar que, sem a existência das redes sociais esse processo seria mais logo e dolorido, sem falar na possibilidade da demora no processo de transição.

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Levantada a bola das redes sociais, cabe registrar o lado ruim delas, que são boatos infundados, informações falsas, capazes de criar ainda mais pânico ou dor ou simplesmente de desviar a atenção dos fatos reais.

Esse é o preço a pagar pela liberdade de expressão levada quase que à plenitude pela internet e pelas redes sociais.

Talvez o próximo passo seja a educação dos usuários para saber separar o joio do trigo. Para não mais acontecer o que um amigo meu, fã incondicional de comida japonesa, me disse após a tragédia do Japão, por conta de notícias alarmistas de contaminação de alimentos, inclusive os de lá exportados, afirmando que iria parar de consumir sushis e sashimis, sem se dar conta dos controles sanitários existentes no mundo e, principalmente, que nossos pratos de culinária japones usam essencialmente ingredientes nacionais ou, no máximo, peixes do litoral do Chile ou do Peru.

Mas, de todo modo, fazendo a contabilidade dos prós e dos contras, nos três episódios, a tecnologia digital e as redes sociais marcaram importantes pontos para informar e, especialmente, para minorar os problemas dos atingidos pelas catástrofes. 

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