CES 2014: Sinalizadores para o futuro
O CES – Consumer Electronics Show 2014, realizado semana passada em Las Vegas, foi campeão, em termos de audiência. Nos 4 dias do evento, quase 160.000 visitantes chegaram de carro ou de avião, para a maior feira da cidade.
Las Vegas é famosa pelos cassinos, mas é a capital americana das feiras e convenções há 19 anos, onde o CES é o top.
Essa turma toda presente gerou cerca de US$ 195 milhões para a cidade.
Como um evento de tecnologia, porém, a imensa maioria dos que viram ou souberam do CES estiveram remotos, conectados.
Vale a pena ver os números no blog do CES. O interessante é que 95% das fotos e vídeos tirados por internautas foram postados pelo Instagram.
Nas redes sociais, eis os 6 temas mais comentados e com mais fotos e vídeos sobre o CES 2014 sob a ótica de milhões de internautas:
- Wearables (Dispositivos vestíveis), repercutindo lançamentos, de óculos e lentes de contato a relógios, passando por meias, camisas, capacetes e roupas íntimas, tudo conectado
- Internet das coisas, que tratou dos lançamentos na área de dispositivos digitais que fazem casas automatizadas, carros inteligentes se comunicando com outros carros e com as estradas, geladeiras comprando em supermercados virtuais, máquinas automáticas para compra de energia e serviços de telecomunicações pela menor tarifa e centenas de outras propostas.
- Televisores Ultra HD, ou 4K, por mostrarem imagens 4 vezes mais nítidas do que os atuais Full HD, com telas de até 110″, ou 2, 70m na diagonal, já no mercado e com conteúdo disponível
- Tecnologia para saúde – com soluções usando sensores no corpo humano conectados a tablets e smartphones que oferecem medidas em tempo real, referentes a glicose no sangue, batimentos e pressão cardíaca, postura de coluna e pés, volume de ar respirado, hábitos de sono, monitores digitais para crianças e idosos e muito mais. Os dados podem ser compartilhados com fisioterapeutas e médicos.
- Impressão 3D deixa de ser uma curiosidade, com fornecedores oferecendo impressoras ou serviços de impressão em 3 dimensões, sinalizando para o acesso ao consumidor individual.
- Carros sem motoristas já com montadoras lançando carros-conceito, como Audi, BMW e Toyota.
Essas tendências já vinham sendo sinalizadas há pelo menos 3 anos, e em breve farão parte de nossos hábitos.
A Internet das Coisas já chegou!
Já comentamos sobre “A Internet das Coisas”, quando máquinas se comunicam, sem interferência de humanos, facilitando nossas vidas. Antes da Copa do Mundo de 2014, teremos mais dispositivos digitais conectados entre si do que com humanos. Falamos das redes de altíssima velocidade que permitirão casas inteligentes, carros interagindo com as estradas e muitas coisas mais, que deverão melhorar nossa qualidade de vida, aumentar a produtividade da nossa economia, ajudar a resolver problemas ambientais, por exemplo.
Mas, afinal, aonde estão essas maravilhas todas, mais parecidas com promessas de campanha eleitoral, se ainda temos internet lenta, estradas congestionadas, carros poluentes, casas mal acabadas, e, afinal, 2014 está bem ali?
E as máquinas vão efetivamente estar interligadas de forma a dispensar atividades humanas? Quais os benefícios?
Calma! Essa transformação já vem ocorrendo e nem nos damos conta, por enquanto, de forma bem básica, mas é assim que tudo começa. Por exemplo: já existem mais linhas de celular habilitadas no Brasil e no mundo do que habitantes. E esses aparelhos, quando ligados, estão dentro de redes digitais que possuem milhões de computadores conectados e tomando decisões automáticas sobre roteamento de tráfego, uso de rotas alternativas, no diagnóstico de falhas e até na antecipação de possíveis defeitos, visando manter a rede funcionando próximo de 100% do tempo, com qualidade dentro do exigido pelas agências reguladoras e pelos próprios assinantes de seus serviços.
Os aparelhos que usamos ficam cada vez mais sofisticados e executam múltiplos aplicativos. No caso de smartphones, o tráfego de dados já supera largamente o tráfego de voz. Eles são phones quase que só no nome, e substituem computadores pessoais ao ponto de já gerarem mais acessos à internet do que laptops, no uso não corporativo.
Esses bilhões de dispositivos digitais conectados à rede, estão conversando com os computadores da rede o tempo todo, dando sua localização, seus planos de acesso, tipo de uso, hábitos de navegação…
E já temos árvores, containers, caminhões, navios, trens e aviões que estão o tempo todo conectados. Estão em fase de lançamento os drones, aqueles aviõezinhos não tripulados que, por enquanto, têm uso quase que exclusivamente militar, para serviços de segurança civil, de combate a incêndio de florestas, de localização de pessoas perdidas em locais remotos ou em catástrofes, que requerem mínima intervenção humana.
A Internet das Coisas, versão 1.0, já chegou!
Nuvens, nuvens, nuvens…
No mundo de 2013, as nuvens digitais ocupam mais espaço do que as do céu.
A briga pela conquista de clientes fica bem interessante, boa para nós. Vamos ver como estamos hoje, numa leitura rápida:
- Se você usar o serviço independente mais popular, o DropBox, por definição você tem 5GB de armazenamento grátis. Se habilitar um dispositivo Android, ganha mais 48GB
- No SkyDrive, da Microsoft, você ganha 7GB ao aderir. Se você é assinante do Office 365, por exemplo, adicione 25GB
- No Google Drive, são 5GB, e muitos mais, se você usa outros serviços da empresa.
- Fora os provedores de internet, enfim, você tem muitas opções para armazenar e compartilhar na nuvem.
- Para quem quer ou precisa mais, e mora aqui no Brasil, vale a pena usar o Mega (www.mega.co.nz), um serviço hospedado na Nova Zelândia que oferece, para começar, 50GB grátis! Embora com algumas limitações de sincronização com outros dispositivos, ele é perfeito para armazenamento remoto e, se você quiser, compartilhar seus arquivos seletivamente com pessoas de seus círculos de relacionamento.
- Ainda não disponíveis no Brasil, por enquanto, oferecem espaço ilimitado de armazenamento o Just Cloud de graça; o MyPCbackup por US$ 3,95 e o ZipCloud por US$ 4,95 por mês. E Ilimitado é ilimitado mesmo!
O que nos mostra uma tendência: cada vez mais, teremos melhores opções de guardar aquilo que nos interessa, e acessar o que necessitamos vai estar na nuvem digital. Acesso fácil, barato e seguro. E seu HD externo vai rapidamente virar peça de museu…
Quem ainda não está na nuvem, deve começar já, no mínimo com o Dropbox e com o Mega, aqui entre nós. Os aplicativos migrarão rapidamente para a nuvem até termos o que precisamos, independente de onde estamos e de que dispositivos usamos. É a sofisticação tecnológica tornando a nossa vida cada vez mais fácil.
4G e nós
Até o final de 2013, as cidades-sede da Copa de 2014 e mais algumas terão cobertura da nova rede celular de altíssima velocidade, a 4G. Na sequência, num agressivo cronograma de implantação, em até dois anos teremos mais de 70% da população com possibilidade de acesso à internet rápida e sem fio, sem soluços, para…
Para quê, mesmo? Somadas às conexões cabeadas de banda larga, teremos infovias expressas para mais de 100 milhões de pessoas. Isso sem contar que a rede 3G terá um alívio de tráfego dos consumidores de muita banda que migram para a mais nova. Ou seja, até a rede 3G fica melhor!
A concorrência e o aumento da base instalada vai forçar os preços dos serviços 4G para baixo. Beeem para baixo, espero!
E aí, vamos poder ler e receber mais e-mails, teclar em mais grupos de chat, turbinar nossa presença no Twitter, no Facebook, no Tumblr? Mais jogos, compras e serviços financeiros online?
Talvez percamos menos tempo esperando, como ocorre hoje por conta das redes saturadas. Mas o aumento vertiginoso do tráfego de fotos, documentos e vídeos na nova rede vai requerer um radical redesenho dos sistemas operacionais e dos aplicativos que hoje consideramos topo de linha.
A consolidação dos serviços na nuvem vai propiciar nosso acesso ao que nos interessa de qualquer lugar, com variados aparelhos. Por exemplo, trabalhar ou estudar enquanto viajamos –como passageiros– através de sessões de videoconferência ou videopresença, partilhando conteúdos e mudando de dispositivo à medida que isso seja conveniente ou necessário.
A internet das coisas, aquela onde as máquinas digitais falam entre si ganhará força, equipando casas e veículos mais seguros, eficientes, verdes e confortáveis.
E aquilo que hoje é o nosso feijão com arroz digital, acaba? Não. Mas só de pensar em um Facebook da vida que contenha exatamente aquilo que esperamos, com as pessoas que importam, da forma que nos cative, deixa um espaço para uma bela lista de desejos.
Que pode se materializar logo. Acontece entre a Copa e a Olimpíada!