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Afinal, o que devo comprar neste Natal Digital? – II

Seguindo a postagem anterior, com uma pitada de nostalgia apenas para ilustrar o ponto.  Eu sou do tempo que:

  1. O telefone servia para telefonar (quando dava linha);
  2. O computador fazia processamento de dados
  3. O arquivo estava em disco ou fita magnética
  4. A câmera fotográfica só tirava fotos
  5. O televisor pegava uns poucos canais de TV aberta
  6. O som estéreo ficava na sala principal da casa
  7. Torpedo era coisa mandada por submarino

 Às vésperas do Natal de 2009 e do Ano Novo de 2010, a coisa ficou  mais ou menos assim:

  1. O telefone serve mais para ouvir música, jogar joguinho, mandar torpedo
  2. O computador serve para falar ao vivo com outras pessoas, com imagem de vídeo
  3. O arquivo que eu mais preciso eu guardo na ‘nuvem’
  4. Filmes do dia-a-dia podem ser feitos com câmera fotográfica ou com o telefone
  5. O televisor mostra as fotos que tirei, acessa o YouTube e raramente passa o Fantástico
  6. O som de qualidade está em qualquer lugar, em múltiplos dispositivos, menos na sala
  7. O Submarino é loja virtual, ao menos até o Brasil construir os seus nucleares

Então, reforçada a dificuldade de posicionar um produto no mercado digital, ouvi de um dos criadores do telefone celular, Martin Cooper, que o melhor mesmo são os aparelhos mais simples. Esse cara que é nostálgico!

Para quem já tem vários aparelhos digitais, então o Natal pode ser um bom momento de consolidar esse investimento.  Pode ser uma boa hora de construir uma rede doméstica, não aquela de pendurar nas paredes ou nas árvores, mas uma rede de computadores que vai servir a muitos aparelhos digitais, inclusive a computadores!

Além dos aparelhos que vou conectar através de cabos da rede, se precisar ligar aparelhos através de um roteador sem fio, a dica é aproveitar a queda de preços do padrão 802.11n, que, além de mais rápidos, normalmente oferecem maior alcance e guardam compatibilidade com os padrões anteriores, o b e o g. Um roteador wireless n hoje custa um pouquinho mais que um equivalente g.

Não é uma boa dica para presente a quem tem tudo, e numa faixa de R$ 300?

Mas esse mundo digital está cada vez mais interessante, fácil de usar e difícil de explicar.  Ao menos à luz de premissas saudosistas…

 

O GMail saiu do ar hoje. E o Cloud Computing, virou uma fria?

Hoje, no meio da tarde, o GMail, do Google, ficou fora do ar por muitos loooongos minutos. Aí foi uma chiadeira global, gerando congestionamento em outros sites, notadamente no Twitter. E a pergunta mais comum foi: será que dá para confiar em um serviço pela internet, na tão badalada filosofia de Cloud Computing?

A resposta é sim, e, queiramos ou não, os aplicativos no conceito de nuvem vieram para ficar, e, independente de nossas preces, eles eventualmente vão ficar fora do ar, ou com capacidade limitada, capengas mesmo.

O melhor comparativo que me ocorre é com a energia elétrica entregue em nossos lares, escritórios ou fábricas, que só notamos que existe quando ela falha. E o uso de geradores de emergência ou mesmo a geração própria só são considerados em caso de usos muito críticos, como em hospitais, data centers, torres de controle aéreo, só para citar os mais óbvios, ou então em lugares onde a distribuição de energia é inexistente ou pouco confiável.

O que dá para levantar a lebre é para a efetiva entrega de dados essenciais de uma pessoa ou uma organização a um serviço que vive “nas nuvens” e ninguém sabe como acionar em caso de pane ou indisponibilidade. Aí aparecem os contratos de garantia de nível de serviço, os SLA (Service Level Agreement, em inglês).

Esse tipo de contrato, cada vez mais comum, vai assegurar um nível mínimo de qualidade e de disponibilidade, por um preço combinado. Mas o problema é que ninguém vai oferecer um serviço com 100% de qualidade e 100% de disponibilidade assegurados, pois isso é impossível. E, quanto mais próximo da perfeição, mais caro os serviços vão ficando.

Assim, um SLA com disponibilidade assegurada de 99,5%, por exemplo, vai ter um preço de R$ 100, por exemplo, mas se essa disponibilidade não for suficiente e o mínimo for de 99,8%, é provável que o custo seja multiplicado por um fator de 10 ou mais.

Lembrando que, para a maioria esmagadora dos usuários do GMail o preço pago é ter de conviver com os links patrocinado na coluna da direita, até que um probleminha aqui e outro ali de vez em quando não é nada de mais. Até porque, na maioria dos casos, a conta GMail não é a única do usuário, existem serviços alternativos como o Twitter, o Skype e até mesmo o bom e velho telefone, seja fixo ou celular.

Uma dica que vale a pena, se você tem receio da integridade dos dados de sua caixa de correio do GMail: crie um back-up local deles e use a modalidade off-line do GMail quando ele estiver fora do ar.

Então, a falha do GMail nesta terça até que está dentro dos limites do aceitável, e devemos esperar outras falhas lá na frente. Sem que, por conta desses problemas, devamos desistir do GMail ou esquecer qualquer oferta de serviços de TI usando o conceito de Cloud Computing.

Reinventando Profissões na era da Gripe A

Leio que o consumo de combustível caiu 30% em relação a iguais períodos anteriores, por conta da Gripe A. Ou seja, o ar que respiramos, o (des)aquecimento global e até o tempo que não desperdiçamos agradecem.

Não seria o caso de tentarmos reinventar algumas profissões que podem dispensar deslocamentos, ou, em outras palavras, aproveitar a deixa da gripe A e dar uma de buscar benefícios?

Dois motivos impedem que avancemos nesse tópico, nenhum deles imexível, como diria o Magri. O primeiro tem a ver com a própria acomodação do ser humano a situações de conforto. “Sempre foi assim” e pronto! O outro é nossa arrastada e tabugenta* CLT, que dificulta o trabalho em casa.

Há pouco, postei no meu Twitter a seguinte reflexão: Cúmulo do desperdício: sair de casa aqui, outro sai de casa em SP, cada um vai ao escritório para conversar pelo Skype: Aquecimento global

Quantos de nós fazemos tarefas que implicam em deslocamentos desnecessários, que consomem boa parte de nosso tempo, de nossa paciência e, por que não, de nosso suado dinheirinho?

Vou chutar, sem medo de estar errando por muito, que 80% ou mais de todas as tarefas internas de um escritório não precisam de presença fisica, em tempo de internet, de “cloud computing”… Hein? Hein? Basta usar com intensidade e sem preconceitos essas tecnologias digitais que tanto aplaudimos, mas no formato e com as premissas do século atual.

Acho que vou mandar esse link para os congressitas do Paraná. Numa dessas, algum deles propõe a boa discussão, e, de for viável, emplacamos um bom benefício da tal da Gripe A. Antes que venha a Gripe B, a Gripe C… (ou as eleições de 2010)

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*tabugenta: neologismo criado aqui de meu home-office. Fusão de tabu com rabugenta. Para mim, dois atributos de nossa CLT. Talvez a Gripe A nos dê o impulso necessário a modificá-la nesse tópico. Alguém no Congresso de habilita?