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Tecnologia poderia ajudar a melhorar o trânsito. Mas a lei ignora a internet!

ImagemCuritiba tem um trânsito muito ruim. Assim como em qualquer grande cidade brasileira. Pode incluir aí também as cidades de médio porte. Muita gente andando de carro, vias insuficientes, média de ocupantes por carro um pouco maior do que 1. Muita gente se deslocando sem necessidade, para fazer um trabalho que dispensaria a ida ao escritório. Você está nesse grupo?

Em agosto de 2009 fiz escrevi sobre o absurdo da nossa legislação trabalhista, que dificulta o home-office. Na ocasião, o trânsito nas cidades grandes chegou a ser reduzido em até 30% por conta do temor causado pela Gripe A, mas o país não parou, lembram?

Pois é… De lá para cá, a epidemia da gripe não se materializou, o número de carros em circulação cresceu bem mais do que as pistas de rolamento, e os congestionamentos seguem recordes.

Lá em 2009, falava da oportunidade de rever os entraves da CLT para facilitar o home-office, em especial para postos de trabalho que requerem trabalho conectado. Conectado por conectado, podemos estar em casa, no café, na praia, pouco importa.

Mas hoje, numa cidade como Curitiba, é comum quem gasta duas horas por dia para ir e vir.

Antes que algum luminar resolva incluir na lei o pagamento dessas horas, quem sabe agora, surja a iniciativa de propor modificações à CLT que permita, de modo negociado, que as pessoas possam usufruir dessas horas,  melhorando a qualidade de vida e o meio ambiente.

Raciocínio aritmético: se 10% dos habitantes de Curitiba deixam de perder esse tempo, são 200.000 pessoas, e quase isso de carros, em horário de pico.  Ganham-se 400.000 horas/dia com menos carros, menos combustível, menos poluição, menos stress, mais tempo para lazer.

200.000 carros, média de 30 km/dia, 6 km/litro na cidade, R$2,60/litro = 1 milhão de litros/dia a menos, R$ 2,60 milhões a menos.

Dividindo 1 milhão de litros / 158 ( litros por barril de petróleo) = 6.329 barris/dia = 1.528.278 barris ano de 250 dias úteis. Só em Curitiba!

No Brasil, esse número é muito maior! Será que a presidente da Petrobras falava sério quando disse que ficava feliz ao ver congestionamentos gigantes, pois isso aumentava o faturamento da empresa?

Quanta gente vai e volta sem precisar ir nem vir? Minorar esse gargalo usando a internet para que menos gente se desloque inutilmente é aumento de qualidade de vida e aumento de produtividade do país. Pense nisso!

Reinventando Profissões na era da Gripe A

Leio que o consumo de combustível caiu 30% em relação a iguais períodos anteriores, por conta da Gripe A. Ou seja, o ar que respiramos, o (des)aquecimento global e até o tempo que não desperdiçamos agradecem.

Não seria o caso de tentarmos reinventar algumas profissões que podem dispensar deslocamentos, ou, em outras palavras, aproveitar a deixa da gripe A e dar uma de buscar benefícios?

Dois motivos impedem que avancemos nesse tópico, nenhum deles imexível, como diria o Magri. O primeiro tem a ver com a própria acomodação do ser humano a situações de conforto. “Sempre foi assim” e pronto! O outro é nossa arrastada e tabugenta* CLT, que dificulta o trabalho em casa.

Há pouco, postei no meu Twitter a seguinte reflexão: Cúmulo do desperdício: sair de casa aqui, outro sai de casa em SP, cada um vai ao escritório para conversar pelo Skype: Aquecimento global

Quantos de nós fazemos tarefas que implicam em deslocamentos desnecessários, que consomem boa parte de nosso tempo, de nossa paciência e, por que não, de nosso suado dinheirinho?

Vou chutar, sem medo de estar errando por muito, que 80% ou mais de todas as tarefas internas de um escritório não precisam de presença fisica, em tempo de internet, de “cloud computing”… Hein? Hein? Basta usar com intensidade e sem preconceitos essas tecnologias digitais que tanto aplaudimos, mas no formato e com as premissas do século atual.

Acho que vou mandar esse link para os congressitas do Paraná. Numa dessas, algum deles propõe a boa discussão, e, de for viável, emplacamos um bom benefício da tal da Gripe A. Antes que venha a Gripe B, a Gripe C… (ou as eleições de 2010)

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*tabugenta: neologismo criado aqui de meu home-office. Fusão de tabu com rabugenta. Para mim, dois atributos de nossa CLT. Talvez a Gripe A nos dê o impulso necessário a modificá-la nesse tópico. Alguém no Congresso de habilita?

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