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Concentrando os atores

Duas notícias no mesmo dia sacodem o mercado: A HP desiste do mercado de desktops, notebooks, netbooks, tablets e smartphones; a Nokia anuncia o abandono de seu sistema operacional campeão de vendas, o Symbian.

A surpresa vinda da HP é pelo timing. No que toca aos computadores, o avanço dos asiáticos de baixo preço, especialmente no mercado da pessoa física espremeram demais as margens. Lembrando da IBM anos atrás quando passou o boné para a chinesa Lenovo, mas embolsando uma graninha. Agora, nem isso.

Nos tablets e smartphones a HP nem chegou a decolar. Meses depois de fazer uma nova aposta no renomeado WebOS, sistema operacional herdado da adquirida e pioneira Palm, era estratégia ousada da companhia ser uma alternativa viável aos competidores iOS, Android e Windows Phone.  O recuo soou como algo mal planejado. O mercado bateu pesado no valor das ações, na sexta, e, já na segunda, sinalizava com uma recuperação parcial. Algo como que susto! ao saber das novas seguido de um talvez não tenha sido tão mal assim.

Os chamados consumíveis, um eufemismo para cartuchos de tinta e toner para impressoras seguem gerando caixa para a HP, mesmo com a concorrência acirrada. E a área de serviços segue embalada. Aqui, de novo, parecido com o que vem fazendo a também gigante IBM.

Já a Nokia, ao dizer que acaba a produção de celulares com Symbian para o mercado da América do Norte assume que a evolução desse sistema operacional está congelada e dá ao mesmo tempo um poderoso aval e incentivo aos concorrentes e deixa evidente que aposta todas suas fichas na plataforma Windows Phone, da sua parceira Microsoft.

Então dá para assumir que os smartphones vão acelerar suas taxas de crescimento e que as vendas de tablets -mercado inexistente até o primeiro trimestre de 2010- também disparam.

E a definição da próxima bola da vez, para mim, está definida: a RIM, fabricante do Blackberry, hoje sucesso de público no mercado corporativo, vai ser fortemente pressionada pelos atores gigantes. Não será novidade se ela for, finalmente, adquirida por algum desses mencionado aí no início do post.

Ah! Não podemos esquecer o também recente anúncio da compra da Motorola Mobile pelo Google. movimento no mínimo estranho para um gigante que produz o Android como plataforma aberta e agora sinaliza que pode turbinar as vendas de smartphones fabricados em casa, em detrimento de seus muitos parceiros globais,


A concentração dos fornecedores deve se acentuar. Quem ganha? Quem perde? Façam suas apostas!

Apple: Charme Eterno?

Será que a Apple descobriu o mapa da mina inesgotável? Será que o charme de seus produtos não encontra concorrentes?

Direto aos pontos: Não, o sucesso não é eterno nem garantido e a concorrência está atenta e viva.

Independente disso, alguns fatores não foram bem abordados pela concorrência. A eles:

1- Tudo que a Apple desenvolve e produz deve responder a uma pergunta fundamental: Isso aí vai melhorar a experiência do usário? Se a resposta é não, deleta-se o projeto e começa-se tudo de novo.
2- A apresentação de cada produto ou serviço é sempre um show de marketing, eventos com luz própria, nunca em feiras gigantes. Isso garante exclusividade na atenção ao que está sendo anunciado
3- A mídia espontânea -mas nem tanto- gerada por formadores de opinião que recebem dicas antecipadas mas parciais porém relevantes do que se passa nos laboratórios da Apple. No caso do iPad, isso foi avaliado em mais de US$ 700 milhões, verba de marketing que nenhuma empresa no mundo dispõe para lançar um produto.
4- A ênfase nos detalhes de cada produto são cuidadosamente estudados para agradar compradores compulsivos, fashionistas, engenheiros, tecnófobos e outras tribos com igual atenção.
5- A expectativa dos próximos lançamentos gera animação constante e vendas adicionais dos produtos já existentes.
6- A Apple, por vocação ou junção dos fatores acima, sempre teve o foco na pessoa física, com raras incursões na pessoa jurídica. Assim, não precisou fazer compromissos com grandes contas nem com grandes e sofisticados aplicativos das corporações.

A Apple também se posiciona com muita competência com suas arquiteturas proprietárias, e aparentemente seus clientes não se importam muito com isso. Lá pela década de 1990 a companhia da maçã, patinando por sua sobrevivência, tentou licenciar a plataforma Macintosh para terceiros, visando aumentar sua base instalada. Foi um fracasso total, obrigando-a a uma retirada nada estratégica de volta ao velho caminho do exclusivo.

Esse posicionamento histórico tem seus riscos, mas eles são menores do que desejaria a concorrência.

Por exemplo, analistas são unânimes em apontar que nos próximos anos (3 a 5, dependendo da análise), a plataforma iOS será apenas a terceira mais usada em smartphones e tablets, atrás do Android, do Google e do Windows Phone, da Microsoft.

É provável que isso aconteça, mas é bom lembrar que o Android tem e terá centenas de versões e de fabricantes nas mais variadas partes do mundo. O Windows Phone será um pouco mais controlado, mas assim mesmo distribuido por múltiplos fabricantes globais.

Já a Apple seguirá sendo única. Em qualquer caso, seus smartphones e tablets tenderão a permanecer no topo da lista dos mais vendidos, contra todos os outros, isoladamente.

Parece claro ainda que na área de música e vídeo, a liderança fica com a Apple por um bom tempo. Nos notebooks, esse não é o caso, mas o topo do mercado, exatamente o mais lucrativo, percebe cada vez mais a atratividade dos Mac. Basta ver sua crescente popularidade em aeroportos, cafés e restaurantes.

Do setor de serviços, agora com o iCloud, vem mais uma tentativa de ser dominante. Sucesso que precisa de uma reinvenção, pois o MobileMe, sua base de lançamento, foi um fracasso total.

Talvez a maior ameaça para a Apple está exatamente no seu imenso sucesso, na medida em que tem mais e diversificados produtos e se propõe a ganhar mais e diversificados mercados.

Crescer e manter qualidade, segurança e especialmente controle desses mercados não são tarefas fáceis.

No conjunto da obra, é mais provável que os grandes adversários da Apple estejam mais para uma Amazon do que para uma HP, mais para um Facebook do que para uma Microsoft.

Isso sem falar na NBT, ou Next Big Thing, acrônimo que acabo de inventar para fins de argumentação. A cada década, o mundo da tecnologia nos brinda com uma nova onda. Nos anos 90, o Google, nos 00 o Facebook, agora, nos 10, ainda não tivemos algo que chacoalhasse o mercado.


Não tivemos? E essa onda da mobilidade, puxada pelo iPhone e pelo iPad? Quem inovará para valer?

Apple: Charme Eterno?

Será que a Apple descobriu o mapa da mina inesgotável? Será que o charme de seus produtos não encontra concorrentes?

Direto aos pontos: Não, o sucesso não é eterno nem garantido e a concorrência está atenta e viva.

Independente disso, alguns fatores não foram bem abordados pela concorrência. A eles:

1- Tudo que a Apple desenvolve e produz deve responder a uma pergunta fundamental: Isso aí vai melhorar a experiência do usário? Se a resposta é não, deleta-se o projeto e começa-se tudo de novo.
2- A apresentação de cada produto ou serviço é sempre um show de marketing, eventos com luz própria, nunca em feiras gigantes. Isso garante exclusividade na atenção ao que está sendo anunciado
3- A mídia espontânea -mas nem tanto- gerada por formadores de opinião que recebem dicas antecipadas mas parciais porém relevantes do que se passa nos laboratórios da Apple. No caso do iPad, isso foi avaliado em mais de US$ 700 milhões, verba de marketing que nenhuma empresa no mundo dispõe para lançar um produto.
4- A ênfase nos detalhes de cada produto são cuidadosamente estudados para agradar compradores compulsivos, fashionistas, engenheiros, tecnófobos e outras tribos com igual atenção.
5- A expectativa dos próximos lançamentos gera animação constante e vendas adicionais dos produtos já existentes.
6- A Apple, por vocação ou junção dos fatores acima, sempre teve o foco na pessoa física, com raras incursões na pessoa jurídica. Assim, não precisou fazer compromissos com grandes contas nem com grandes e sofisticados aplicativos das corporações.

A Apple também se posiciona com muita competência com suas arquiteturas proprietárias, e aparentemente seus clientes não se importam muito com isso. Lá pela década de 1990 a companhia da maçã, patinando por sua sobrevivência, tentou licenciar a plataforma Macintosh para terceiros, visando aumentar sua base instalada. Foi um fracasso total, obrigando-a a uma retirada nada estratégica de volta ao velho caminho do exclusivo.

Esse posicionamento histórico tem seus riscos, mas eles são menores do que desejaria a concorrência.

Por exemplo, analistas são unânimes em apontar que nos próximos anos (3 a 5, dependendo da análise), a plataforma iOS será apenas a terceira mais usada em smartphones e tablets, atrás do Android, do Google e do Windows Phone, da Microsoft.

É provável que isso aconteça, mas é bom lembrar que o Android tem e terá centenas de versões e de fabricantes nas mais variadas partes do mundo. O Windows Phone será um pouco mais controlado, mas assim mesmo distribuido por múltiplos fabricantes globais.

Já a Apple seguirá sendo única. Em qualquer caso, seus smartphones e tablets tenderão a permanecer no topo da lista dos mais vendidos, contra todos os outros, isoladamente.

Parece claro ainda que na área de música e vídeo, a liderança fica com a Apple por um bom tempo. Nos notebooks, esse não é o caso, mas o topo do mercado, exatamente o mais lucrativo, percebe cada vez mais a atratividade dos Mac. Basta ver sua crescente popularidade em aeroportos, cafés e restaurantes.

Do setor de serviços, agora com o iCloud, vem mais uma tentativa de ser dominante. Sucesso que precisa de uma reinvenção, pois o MobileMe, sua base de lançamento, foi um fracasso total.

Talvez a maior ameaça para a Apple está exatamente no seu imenso sucesso, na medida em que tem mais e diversificados produtos e se propõe a ganhar mais e diversificados mercados.

Crescer e manter qualidade, segurança e especialmente controle desses mercados não são tarefas fáceis.

No conjunto da obra, é mais provável que os grandes adversários da Apple estejam mais para uma Amazon do que para uma HP, mais para um Facebook do que para uma Microsoft.

Isso sem falar na NBT, ou Next Big Thing, acrônimo que acabo de inventar para fins de argumentação. A cada década, o mundo da tecnologia nos brinda com uma nova onda. Nos anos 90, o Google, nos 00 o Facebook, agora, nos 10, ainda não tivemos algo que chacoalhasse o mercado.


Não tivemos? E essa onda da mobilidade, puxada pelo iPhone e pelo iPad? Quem inovará para valer?

Será que Thomas Watson tinha a bola de cristal?

A IBM é, indiscutivelmente, a empresa que, embora não tenha inventado o computador, efetivamente deu a eles uso prático em pelo menos duas eras distintas: a dos mainframes e a dos PCs. Disso ninguém duvida.

“E se eu tiver razão?”

O que é ainda hoje motivo de controvérsia é uma frase atribuida ao mais longevo de seus CEOs, Thomas Watson, Sr. que, em 1943 teria dito algo como “I think there is a world market for maybe five computers“, que os escribas oficiais da Big Blue ainda correm a desmentir, em um mundo de bilhões de computadores, outros tantos celulares e smartphones.


Dizem os italianos que si non e vero, e benne trovatto, mas, numa dessas, e se o velho Watson tivesse razão?

Claro que, à leitura de números de vendas de dispositivos digitais os mais diversos em forma, funcionalidade, capacidade de processamento e preços, isso não faz o menor sentido.

Mas aí entra a tal da nuvem, que vem mudando a forma como pensamos o mundo digital. As tais fazendas de servidores, onde residem milhares de computadores que atendem aos Googles, aos Facebooks e mesmo às IBM, Apple e Microsoft da vida cada vez mais oferecem alternativas de produtos e serviços que tornam dispensáveis, ou menos importantes, as tarefas locais de processamento e armazenamento de dados, sons, imagens, o que quer que seja digitalmente tratado.

Com os dutos de alta velocidade e capacidade da moderna internet, ter um arquivo em casa, no trabalho, no carro, faz cada vez menos sentido. Esse arquivo precisa estar essencialmente disponível, para qualquer dispositivo que eu queira e use, com segurança, claro.

Essa premissa leva ao fortalecimento do modelo de nuvem, onde teremos cada vez maiores fazendas de computadores, exigindo cada vez maiores investimentos, cuidados ambientais, garantia de uptime com redundância, e por aí iremos.

Se hoje tivéssemos internet 100 vezes mais rápida e capaz de engolir 1000 vezes mais dados (algo que deve ocorrer em 5, 10 anos no máximo), abre-se o caminho para termos algo como cinco computadores, no futuro. Eles até poderiam ser assim chamados:

  • Google
  • Facebook
  • iCloud
  • Live
  • ATR (All The Rest)

Será que Tom Watson, Sr. tinha razão?
Será que isso será bom?

Fusões & Confusões

Sátira de sarcasticgamer.com

O Skype foi comprado pela Microsoft por US$8,4 bilhões neste 10 de maio. Bom para seus investidores, que planejavam talvez metade disso em um futuro IPO.

Um Steve Ballmer eufórico com as 170 milhões de contas ativas do Skype no dia do anúncio mostrava que a empresa de Redmond enxergou um poderoso atalho para o mundo da mobilidade e da comunicação.

A Microsoft vem sendo uma ávida compradora de empresas de sucesso com tecnologias, produtos e serviços que possam ampliar seu leque de atuação para além do Windows, do Office e do Windows Live.

A recente compra da TellMe pode significar a maturidade de uma tecnologia que há tempos anda por aí sem escala: a do reconhecimento de voz. De outro lado, a aliança com a Nokia parece indicar fichas caídas para ambas as empresas de que algo precisa ser feito para alcançar os lideres do mercado de smartphones e tablets. Correr atrás dos líderes para quem modelou para as massas a computação pessoal e a telefonia celular, respectivamente.

É possível argumentar que tanto a Microsoft como a Nokia são especialistas em ocupar mercados criados por terceiros, lembrando que computador pessoal, interface gráfica, planilha eletrônica, processador de textos, celular digital, smartphone, nada disso a dupla Microsoft-Nokia saiu na frente. Mas cada uma soube ocupar e liderar com maestria esses enormes mercados.

Talvez agora as coisas sejam diferentes. Ou não.  Afinal, os mercados que esses movimentos tectônicos de Microsoft+Nokia+Skype estão visando já possuem atores entrincheirados e com parcelas significativas de mercado. Aqui falamos do Google, da Apple e do Facebook, para ficar nos mais evidentes. Bater essa turma é tarefa de fôlego, embora não impossível.

E os resultados podem não estar a altura das expectativas da Microsoft. As grandes fusões e aquisições da ultima década no mundo da tecnologia evocam, para mim, um único e solitário sucesso: a compra do YouTube pelo Google.

As demais, em maior ou menor grau, podem ate ter adicionado valor à empresa compradora e muito dinheiro aos bolsos dos vendedores, mas, para nós, meros compradores, significou quase sempre menos evolução, mais custos ou ambos.

Não que esteja cético, mas, por cautela, vou deixar por uns tempos de fazer minha barba para poder deixa-la de molho.

Tomara que essa compra do Skype seja boa para nós, usuários. Pode até ser que a Microsoft saiba transformá-lo em uma útil plataforma corporativa, sem esquecer as pessoas físicas. Mas eu temo por possíveis restrições do serviço, pela inclusão de um excesso de propagandas chatas ou mesmo pelo direcionamento do uso da evolução do Skype para plataformas  Microsoft.

O bom seria replicar o sucesso da parceria Google-YouTube, com a Microsoft encarando de frente a concorrência e trabalhando com todas as principais plataformas de mobilidade.

Aí sim, ganharíamos todos e minha barba poderia sair do molho.

>A História se repete. Repete?

>Estou no ramo de TI há bastante tempo. Por vezes, acho que estou há mais tempo que o juizo recomenda. Mas insisto. Sou persistente. Sou entusiasta, como diz meu perfil @guymanuel no Twitter.

Também já vi muita coisa nessas 5 décadas que mexo com computadores. Algumas que mostam o que pode acontecer e muitas vezes seria bom que não acontecesse.

Já vivi as eras do virtuais monopólios da IBM e da Microsoft, só para ficar em dois. Esse último derivado do primeiro, pelo imenso sucesso do MS-DOS e depois do Windows, plataformas não criadas pela Microsoft, que soube torná-las usáveis em bilhões de dispositivos.

Quando chegou a tal do Vista, eu quase desisti, não só porque era um saco, mas pelo surgimento dos Mac com processadores Intel e sistemas operacionais com nomes de felinos, que tornou indesculpável não usar esses ícones de design e usabilidade, ainda mais que eles passaram a “falar” com todo mundo e ainda vieram quase juntos com os fenômenos iPod, iPhone e iPad. Imbatíveis, pensava eu, esquecendo ou querendo esquecer o passado.

Que passado?

Ah! Quando a IBM dominou os mainframes e buscou manter compatibilidade com as diversas gerações de hardware e as diversos sabores de sistemas operacionais, a vida dos profissionais que faziam as coisas funcionar virou um inferno.

Sem contar que havia -e há- a necessidade de fazê-los falar com os mais diversos tipos de periféricos e intergá-los aos mais inusitados dispositivos na rede. Quem trabalha com o SPB – Sistema de Pagamentos Brasileiro – sabe o que estou falando.

E a Microsoft? Antes do Vista e do Xp, que remediou os anteriores Windows 2000 e Windows Me, as coisas eram mais simples, embora o ecossistema ficasse cada vez mais complicado. Mas a decisão -inevitável- da Microsoft de se livrar da antiga arquitetura de 8 bits do MS/DOS, até um certo tempo a base do Windows, criou o primeiro cisma da microinformática: de repente, os dispositivos conectados não mais funcionavam, a compatibilidade de arquivos em versões diferentes do Word, por exemplo, ficaram prejudicadas. Muita chiadeira, muitas críticas, mas… faltava alternativa.

Aí veio a Apple com o ressurgimento do Steve Jobs e eu, maravilhado com esse mundo novo, achei que meus problemas tinham se acabado. Tudo fácil, bonito, seguro, charmoso… até que cheguei aos dias de hoje, com o OSX 10.6.7 no Mac, o iOS 4.2 no iPhone e o iOS 4.3.1 no iPad. Aí eu pude sentir o peso do sucesso da Apple, que em nada difere do que aconteceu antes com a IBM e a Microsoft.

De vez em quando o Mac fica lento, o iPhone trava e o iPad cancela programas que saem do ar como se fossem bolhas de sabão estourando…

Aí eu fui fuçar um pouco as especificações dos sistemas operacionais e dos hardwares associados e vi o tamanho da encrenca da compatibilidade reversa e com o resto do mundo, ou seja, com versões anteriores e com outros dispositivos do mundo conectado. E caí na real: a Apple, como a IBM e a Microsoft, passa a pagar a conta de seu sucesso, transferindo, claro, a fatura para nosostros usuários.

Nada que seja fatal, apenas a triste constatação que o encantamento com a marca e seus belos produtos pode estar chegando ao limite.

Ainda bem que eu não descartei um PC que veio com Windows Vista e que eu decidi fazer um upgrade para o Windows 7…

Numa dessas…

A História se repete. Repete?

Estou no ramo de TI há bastante tempo. Por vezes, acho que estou há mais tempo que o juizo recomenda. Mas insisto. Sou persistente. Sou entusiasta, como diz meu perfil @guymanuel no Twitter.

Também já vi muita coisa nessas 5 décadas que mexo com computadores. Algumas que mostam o que pode acontecer e muitas vezes seria bom que não acontecesse.

Já vivi as eras do virtuais monopólios da IBM e da Microsoft, só para ficar em dois. Esse último derivado do primeiro, pelo imenso sucesso do MS-DOS e depois do Windows, plataformas não criadas pela Microsoft, que soube torná-las usáveis em bilhões de dispositivos.

Quando chegou a tal do Vista, eu quase desisti, não só porque era um saco, mas pelo surgimento dos Mac com processadores Intel e sistemas operacionais com nomes de felinos, que tornou indesculpável não usar esses ícones de design e usabilidade, ainda mais que eles passaram a “falar” com todo mundo e ainda vieram quase juntos com os fenômenos iPod, iPhone e iPad. Imbatíveis, pensava eu, esquecendo ou querendo esquecer o passado.

Que passado?

Ah! Quando a IBM dominou os mainframes e buscou manter compatibilidade com as diversas gerações de hardware e as diversos sabores de sistemas operacionais, a vida dos profissionais que faziam as coisas funcionar virou um inferno.

Sem contar que havia -e há- a necessidade de fazê-los falar com os mais diversos tipos de periféricos e intergá-los aos mais inusitados dispositivos na rede. Quem trabalha com o SPB – Sistema de Pagamentos Brasileiro – sabe o que estou falando.

E a Microsoft? Antes do Vista e do Xp, que remediou os anteriores Windows 2000 e Windows Me, as coisas eram mais simples, embora o ecossistema ficasse cada vez mais complicado. Mas a decisão -inevitável- da Microsoft de se livrar da antiga arquitetura de 8 bits do MS/DOS, até um certo tempo a base do Windows, criou o primeiro cisma da microinformática: de repente, os dispositivos conectados não mais funcionavam, a compatibilidade de arquivos em versões diferentes do Word, por exemplo, ficaram prejudicadas. Muita chiadeira, muitas críticas, mas… faltava alternativa.

Aí veio a Apple com o ressurgimento do Steve Jobs e eu, maravilhado com esse mundo novo, achei que meus problemas tinham se acabado. Tudo fácil, bonito, seguro, charmoso… até que cheguei aos dias de hoje, com o OSX 10.6.7 no Mac, o iOS 4.2 no iPhone e o iOS 4.3.1 no iPad. Aí eu pude sentir o peso do sucesso da Apple, que em nada difere do que aconteceu antes com a IBM e a Microsoft.

De vez em quando o Mac fica lento, o iPhone trava e o iPad cancela programas que saem do ar como se fossem bolhas de sabão estourando…

Aí eu fui fuçar um pouco as especificações dos sistemas operacionais e dos hardwares associados e vi o tamanho da encrenca da compatibilidade reversa e com o resto do mundo, ou seja, com versões anteriores e com outros dispositivos do mundo conectado. E caí na real: a Apple, como a IBM e a Microsoft, passa a pagar a conta de seu sucesso, transferindo, claro, a fatura para nosostros usuários.

Nada que seja fatal, apenas a triste constatação que o encantamento com a marca e seus belos produtos pode estar chegando ao limite.

Ainda bem que eu não descartei um PC que veio com Windows Vista e que eu decidi fazer um upgrade para o Windows 7…

Numa dessas…

>O Despertar das Gigantes

>O mundo da mobilidade foi comunicado: as gigantes Nokia, Microsoft e HP acordaram e prometem dar trabalho, muito trabalho, às líderes de mercado com a nova geração de produtos e serviços.


Depois de muitas especulações de que a Microsoft compraria a Nokia ou que ambas fariam alianças estratégicas e outros comunicados e análises, ficou claro que, nessa configuração de parceria, a Nokia desenvolve o hardware e a Microsoft fornece o Windows Phone 7 como plataforma para os aplicativos. O objetivo anunciado é suculento: criar um novo ecosistema global de mobilidade. Nada menos que isso.

Faz sentido: A Microsoft dominou por décadas a computação pessoal e ainda hoje a imensa maioria de desktops e laptops são movidos a Windows; a Nokia, de outro lado, popularizou o universo dos celulares com seus aparelhos robustos, fáceis de usar e que têm como sistema operacional o Symbian, que, definitivamente não conseguiu emplacar no mundo dos smartphones e tablets.

A também gigante HP, que muita gente achava que iria ficar para trás, anunciou o seu tablet TouchPad, sem ficar corada pelo empréstimo do nome do dispositivo sensível ao toque presente em quase todos os notebooks do mercado. Com tela de 10″, câmera fotográfica e interface USB, ele tem tudo que o iPad 2 deverá ter, menos o conteúdo. O sistema operacional é o excelente e revitalizado webOS, da extinta Palm, comprada pela HP tempos atrás e que foi a pioneira no mercado em dispositivos digitais portáteis.

Não tenho dúvidas de que esses gigantes vão incomodar a liderança da Apple e o crescimento vertiginoso do Android, sem falar na focada e sólida RIM com seus Blackberries solidamente entrincheirados no mundo corporativo, onde a mobilidade ainda é quase que totalmente dedicada à checagem de e-mails e ao acesso a poucos sites e aplicativos dedicados.

Sinaliza também que o mercado da mobilidade vai entrar em uma nova fase, mais madura, onde o encantamento inicial criado pela Apple pode não ser mais o efeito determinante na decisão de compra.

No entanto, o grande desafio a ser superado está na quantidade e na qualidade das centenas de milhares de apps já disponíveis nos ambientes iOS e Android.

Mas a guerra está declarada. Os demais entrantes no mercado de smartphones e tablets vão ter que se allinhar a uma dessas plataformas: os já famosos iOS e Android e os gigantes Microsoft/Nokia e HP.

A RIM e seu Blackberry pode ser um caso a parte, dada sua zona de conforto nas empresas. Mas é difícil imaginar um ambiente corporativo em 3 ou 4 anos que aposte suas fichas em um produto de nicho, embora extremamente competente no que faz.

Eu até arriscaria um palpite -de resto já contemplado em análises de cenário nos eventos maiores de tecnologia- que a RIM está, na moita, estudando em qual porto vai lançar âncoras para a próxima geração de produtos.

Mas vai ser fascinante observar e participar dos próximos lances!

O Despertar das Gigantes

O mundo da mobilidade foi comunicado: as gigantes Nokia, Microsoft e HP acordaram e prometem dar trabalho, muito trabalho, às líderes de mercado com a nova geração de produtos e serviços.


Depois de muitas especulações de que a Microsoft compraria a Nokia ou que ambas fariam alianças estratégicas e outros comunicados e análises, ficou claro que, nessa configuração de parceria, a Nokia desenvolve o hardware e a Microsoft fornece o Windows Phone 7 como plataforma para os aplicativos. O objetivo anunciado é suculento: criar um novo ecosistema global de mobilidade. Nada menos que isso.

Faz sentido: A Microsoft dominou por décadas a computação pessoal e ainda hoje a imensa maioria de desktops e laptops são movidos a Windows; a Nokia, de outro lado, popularizou o universo dos celulares com seus aparelhos robustos, fáceis de usar e que têm como sistema operacional o Symbian, que, definitivamente não conseguiu emplacar no mundo dos smartphones e tablets.

A também gigante HP, que muita gente achava que iria ficar para trás, anunciou o seu tablet TouchPad, sem ficar corada pelo empréstimo do nome do dispositivo sensível ao toque presente em quase todos os notebooks do mercado. Com tela de 10″, câmera fotográfica e interface USB, ele tem tudo que o iPad 2 deverá ter, menos o conteúdo. O sistema operacional é o excelente e revitalizado webOS, da extinta Palm, comprada pela HP tempos atrás e que foi a pioneira no mercado em dispositivos digitais portáteis.

Não tenho dúvidas de que esses gigantes vão incomodar a liderança da Apple e o crescimento vertiginoso do Android, sem falar na focada e sólida RIM com seus Blackberries solidamente entrincheirados no mundo corporativo, onde a mobilidade ainda é quase que totalmente dedicada à checagem de e-mails e ao acesso a poucos sites e aplicativos dedicados.

Sinaliza também que o mercado da mobilidade vai entrar em uma nova fase, mais madura, onde o encantamento inicial criado pela Apple pode não ser mais o efeito determinante na decisão de compra.

No entanto, o grande desafio a ser superado está na quantidade e na qualidade das centenas de milhares de apps já disponíveis nos ambientes iOS e Android.

Mas a guerra está declarada. Os demais entrantes no mercado de smartphones e tablets vão ter que se allinhar a uma dessas plataformas: os já famosos iOS e Android e os gigantes Microsoft/Nokia e HP.

A RIM e seu Blackberry pode ser um caso a parte, dada sua zona de conforto nas empresas. Mas é difícil imaginar um ambiente corporativo em 3 ou 4 anos que aposte suas fichas em um produto de nicho, embora extremamente competente no que faz.

Eu até arriscaria um palpite -de resto já contemplado em análises de cenário nos eventos maiores de tecnologia- que a RIM está, na moita, estudando em qual porto vai lançar âncoras para a próxima geração de produtos.

Mas vai ser fascinante observar e participar dos próximos lances!

>Usabilidade: Um Evento para aprender ou rever conceitos

>O nome é complicado, mas o tema, importantíssimo: 4º Simpósio Internacional de Usabilidade e Experiência com o Usuário. Daí eu não só estou fazendo a divulgação do evento como também estou decidido a participar. Semana que vem, 16 e 17 de novembro, em São Paulo.

 Explicando melhor: a imensa maioria dos produtos e serviços ofertados no mundo digital falham fragorosamente não por ter limitações técnicas ou por deixarem de entregar aquilo que propõem. É que a coisa gerada é difícil de usar, complicada de entender, ou leva muito tempo para se chegar onde é necessário, ou ainda distrai o usuário com informações, imagens, menus, links desnecessários.

Uma coisa que aprendi nos últimos anos foi a mágica da Apple. Nada a ver com um marketing brilhante ou com a superioridade intelectual do Steve Jobs. apenas a proposta dos produtos e serviços da Apple são centrados no desafio de melhorar, por vezes reinventar a experiência do usuário. Basta ir em www.apple.com e buscar pela expressão user experience e ela vem por exatas 491 ocorrências, cobrindo todo o leque de ofertas da empresa.

O que poucos se dão conta é que a Apple também dá tiros n’água. Alguns de seus produtos precisam ser revistos em várias gerações até pegarem com o mercado. Outros simplesmente somem da lista de ofertas e silenciosamente acabam no ostracismo. Mas é essa obsessão com a experiência do usuário, impregnada na cultura da companhia da maçã que faz a diferença.

Isso tem a ver com usabilidade.

Com a disseminação da internet, já com 2 bilhões de seres humanos acessando regularmente, e a rápida universalização dos celulares, também nessa ordem de usuários, muita coisa mudou. As ofertas precisam ser encantadoras, simples, de entendimento trivial, sem exóticos e complexos manuais do usuário que ninguém lê, muito menos entende.

Esse simpósio deveria ser de participação compulsória de profissionais de TI. Ao menos um sumário dele deveria ser postado na internet seguido da criação de um ENEU (Exame Nacional de Ensino de Usabilidade), ou melhor, um EIEU, o I de internacional.

Todo profissional do setor deveria ter os conceitos básicos de usabilidade permeados em seu DNA profissional. Afinal, o mundo mudou muito desde os primeiros computadores pessoais que tinham muitas limitações, eram caros e usavam sistemas operacionais baseados em caracteres, como o CP/M e o MS/DOS.

Aí uma empresa inovadora chamada Microsoft popularizou uma interface baseada em janelas (sim, o Windows), que não foi inventada nem lançada no mercado por ela, mas o encantament do usuário veio de sua bem sucedida estratégia de produto.

Na área de telefonia celular, tudo era maravilha para a Nokia e Motorola, e a regra eram aparelhos cada vez menores que tivessem a bateria com carga mais durável. Isso até que os canadenses da Research In Motion inventassem o conceito do Blackberry para o mundo empresarial.

Um dia  a Apple foi ao mercado com um novo produto, o iPhone, com sua tela sensível ao toque e uma interface gráfica belíssima, mas totalmente derivada de outro produto, o iPod, já um sucesso entre os players de música portáteis.

Para mim, o iPhone é uma referência em termos de usabilidade. Discuto apenas a validade de seu nome. Como usuário de um, só não consegui ainda entender a razão do nome. Para mim, o iPhone é muito pouco phone, menos de 5% do que eu uso. Mas isso não tem a ver com experiência do usuário, e sim com estratégia de marketing. Ou a Apple ainda crê que o iPhone é um telefone celular…

Voltando ao simpósio, duas provocações aos leitores deste blog:


1- Como usuário de produtos digitais, ou nem tanto, quantos deles você já descartou por absoluta falta de usabiliadade?
2- Se você é profissional que desenvolve produtos e serviços para o mercado de TI ou para qualquer outra oferta no mundo digital, respire fundo e pense: se você estivesse do outro lado da mesa, como comprador ou futuro usuário, que nota você daria para a usabilidade?


Então, vá ao Simpósio!

P.S.: Não gosto do termo usability. Fico com user experience. Usability não tem muito a ver com usabilidade para os bilhões de usuários de produtos e serviços digitais.