Arquivos de Categoria: WikiLeaks

Os limites da internet

Os limites de segurança, de liberdade e de privacidade da internet sempre são objeto de discussões, de iniciativas de imposição de limites, das diferenças entre a internet e outros canais de comunicação.

Dos fechadíssimos Irã, Coréia do Norte e Cuba às comunidades anárquicas que pregam o “pode tudo”, passando pelo controverso WikiLeaks, O fato é que, com 1/3 da humanidade conectada principalmente através das redes sociais, aplicativos como o Google Maps e o Instagram fazem a festa dos que negam controles, restrições, censura.

No plano internacional, uma postagem no Twitter de uma rádio no Afeganistão quebrou o forte sigilo que a segurança de Barack Obama fez durante sua viagem a Kabul, neste 1° de maio. Assim que o Air Force 1 pousou na base militar americana o Twitter anunciou a chegada de Obama.

Seguiram-se desmentidos oficiais, logo tendo que ser des-desmentidos pelas autoridades. Mas a viagem secreta de Obama vazou…

No plano local, o ex governador Anthony Garotinho deitou e rolou com fotos e vídeos comprometedores de festas em restaurantes e cassinos caríssimos tendo como personagem principal seu ex-aliado e adversário preferido, o governador Sérgio Cabral.

Sem internet, nenhum desses eventos teria repercussão. Com ela, os eventos repercutidos dependem cada vez menos de seus criadores e muito mais das conexões da rede.

O quê fazer, se um caso pode impactar com a segurança do lider maior da potência maior e o outro pode mostrar a inconveniência maior de atitudes menores em detrimento de bens comuns, como a decIencia e o dinheiro público?

Para os defensores de um big brother centralizador e, de outro lado, os pregadores da liberdade total, uma boa e uma má notícia:

A internet, como toda inovação que transforma as relações humanas e ganha adoção em massa, terá algum tipo de regulação.

Essa regulação não será nem tão forte que dará gozo aos Kim-Jong da vida nem será frouxa demais que deixaria o Julian Assange, criador do WikiLeaks bradar “eu estava certo!”

Dependendo de quem as lê, a notícia boa e a ruim podem ser uma ou outra, assim fica livre à interpretação de cada um.

 

 

>O vazamento do vazamento: Nova fronteira da internet?

>Pois é, aconteceu: o vazador foi vazado! Julian Assange agora é vítima, pois o processo que ele responde na Suécia por assédio sexual, vazou para a imprensa, embora corresse sob segredo de justiça. Os advogados de Assange dizem que seu cliente será prejudicado. Será?

A notícia correu mundo com a velocidade e viralidade típicas da internet. Em poucas horas, estava no topo dos Trending Topics do Twitter, e o curioso é que Assange diz ter sido “vítima de vazamentos mal-intencionados”, argumento idêntico ao usado por altas autoridades mundo afora para criticar o WikiLeaks.

Será esse mais um episódio de uma história que parece começar a ser escrita e que pode levar a um disciplinamento da internet? Ontem mesmo, a Venezuela do coronel Chavez teve aprovada uma lei que impõe restrições e sanções a internautas. Para lá vamos na escala de um voo que termina na Coréia do Norte?

Por enquanto, mais perguntas do que respostas. Mas a mim fica óbvio que aqueles defensores da censura à internet ganham pontos. E os que curtem a liberdade da rede, muito parecido com o “é proibido proibir” da geração 1968, ficaram na defensiva.

O vazamento do vazamento: Nova fronteira da internet?

Pois é, aconteceu: o vazador foi vazado! Julian Assange agora é vítima, pois o processo que ele responde na Suécia por assédio sexual, vazou para a imprensa, embora corresse sob segredo de justiça. Os advogados de Assange dizem que seu cliente será prejudicado. Será?

A notícia correu mundo com a velocidade e viralidade típicas da internet. Em poucas horas, estava no topo dos Trending Topics do Twitter, e o curioso é que Assange diz ter sido “vítima de vazamentos mal-intencionados”, argumento idêntico ao usado por altas autoridades mundo afora para criticar o WikiLeaks.

Será esse mais um episódio de uma história que parece começar a ser escrita e que pode levar a um disciplinamento da internet? Ontem mesmo, a Venezuela do coronel Chavez teve aprovada uma lei que impõe restrições e sanções a internautas. Para lá vamos na escala de um voo que termina na Coréia do Norte?

Por enquanto, mais perguntas do que respostas. Mas a mim fica óbvio que aqueles defensores da censura à internet ganham pontos. E os que curtem a liberdade da rede, muito parecido com o “é proibido proibir” da geração 1968, ficaram na defensiva.

WikiLeaks: Um 1984 ao contrário

Quando publicou seu livro 1984, George Orwell parecia haver antecipado o futuro em varias ocasiões e geografias, como que descrevendo cada uma das principais ditaduras do século e mostrando o apetite dos poderosos de plantão em controlar a vida de seus cidadãos. Mas a visão orwelliana, descrita em 1949, ficou mais próxima da realidade após a revolução digital da internet, quando todas, ou quase todas as nossas ações parecem monitoradas por uma gigantesca rede de câmeras de vídeo e computadores conectados entre si.



O que ele certamente não imaginou foi a monumental inversão de conceitos, passando do controle de informações e de privacidade do indivíduo pelo Estado para a abertura de segredos desse mesmo Estado ao cidadão comum em escalas tsunâmicas, com o advento do WikiLeaks.

Não adianta questionar, ficar irado, querer fazer picadinho de seu criador, o australiano Julian Assange, 39 –que acaba de ser preso na Inglaterra, enquanto eu escrevo essa postagem– ou mesmo tirar o site do ar, que a mudança de referencial já está feita. A maior parte do conteúdo vazado, na casa de centenas de milhares de documentos secretos, já está armazenado em milhares de computadores do mundo, para o bem ou para o mal.

É razoável supor que medidas punitivas sejam tomadas contra Assange, mas isso coloca alguns argumentos defendidos pelas grandes democracias (Estados Unidos à frente) em cheque no tema de privacidade x liberdade na internet.

Ácidos críticos das restrições de acesso a informações impostas por países como Irã, Cuba, China e Coréia do Norte, em maior ou menor grau, agora o feitiço virou contra o feiticeiro e, seguramente, algumas medidas restritivas de controle de acesso e mesmo os marcos legais e regulatórios serão revistos para impor uma nova ordem que, no mínimo, tornem vazamentos dessa natureza menos prováveis.

Ocorre que essa linha de ação vai contra a própria arquitetuta da internet e mesmo da natureza humana. Se novas restrições forem impostas, novas alternativas serão criadas, numa escalada de forças sem precedentes.

 Vale lembrar que os backbones principais da internet são controlados a partir dos Estados Unidos. Logo, querer ser ingênuo ao ponto de acreditar no poder do clique do mouse nas mãos do internauta individual é entrar no mundo da Carochinha do século 21.

Mas, ao mesmo tempo, e pelas proporções do estrago causado pelo WikiLeaks, com certeza as negociações de alto nível da diplomacia mundial terão de ser revistas, ou ao menos seus métodos de registro.

É razoável supor que a franqueza de argumentos em uma conversação reservada fiquem diluidos por um ritual imposto pela Nova Segurança, atrasando acordos e ações de interesse das nações.

Não nos iludamos. A reação dos governos à ação da Wikileaks, qualquer que seja o desfecho, mostra o poder da internet e das tecnologias digitais e que essa força deve ser cada vez mais levada em conta na formulação de estratégias governamentais, corporativas e individuais.

George Orwell pode até não estar se revirando na tumba, mas, com certeza, seu espírito deve estar refletindo sobre a oportunidade perdida de escrever uma suite de seu best-seller: 2010!

WikiLeaks: Um 1984 ao contrário

Quando publicou seu livro 1984, George Orwell parecia haver antecipado o futuro em varias ocasiões e geografias, como que descrevendo cada uma das principais ditaduras do século e mostrando o apetite dos poderosos de plantão em controlar a vida de seus cidadãos. Mas a visão orwelliana, descrita em 1949, ficou mais próxima da realidade após a revolução digital da internet, quando todas, ou quase todas as nossas ações parecem monitoradas por uma gigantesca rede de câmeras de vídeo e computadores conectados entre si.



O que ele certamente não imaginou foi a monumental inversão de conceitos, passando do controle de informações e de privacidade do indivíduo pelo Estado para a abertura de segredos desse mesmo Estado ao cidadão comum em escalas tsunâmicas, com o advento do WikiLeaks.

Não adianta questionar, ficar irado, querer fazer picadinho de seu criador, o australiano Julian Assange, 39 –que acaba de ser preso na Inglaterra, enquanto eu escrevo essa postagem– ou mesmo tirar o site do ar, que a mudança de referencial já está feita. A maior parte do conteúdo vazado, na casa de centenas de milhares de documentos secretos, já está armazenado em milhares de computadores do mundo, para o bem ou para o mal.

É razoável supor que medidas punitivas sejam tomadas contra Assange, mas isso coloca alguns argumentos defendidos pelas grandes democracias (Estados Unidos à frente) em cheque no tema de privacidade x liberdade na internet.

Ácidos críticos das restrições de acesso a informações impostas por países como Irã, Cuba, China e Coréia do Norte, em maior ou menor grau, agora o feitiço virou contra o feiticeiro e, seguramente, algumas medidas restritivas de controle de acesso e mesmo os marcos legais e regulatórios serão revistos para impor uma nova ordem que, no mínimo, tornem vazamentos dessa natureza menos prováveis.

Ocorre que essa linha de ação vai contra a própria arquitetuta da internet e mesmo da natureza humana. Se novas restrições forem impostas, novas alternativas serão criadas, numa escalada de forças sem precedentes.

 Vale lembrar que os backbones principais da internet são controlados a partir dos Estados Unidos. Logo, querer ser ingênuo ao ponto de acreditar no poder do clique do mouse nas mãos do internauta individual é entrar no mundo da Carochinha do século 21.

Mas, ao mesmo tempo, e pelas proporções do estrago causado pelo WikiLeaks, com certeza as negociações de alto nível da diplomacia mundial terão de ser revistas, ou ao menos seus métodos de registro.

É razoável supor que a franqueza de argumentos em uma conversação reservada fiquem diluidos por um ritual imposto pela Nova Segurança, atrasando acordos e ações de interesse das nações.

Não nos iludamos. A reação dos governos à ação da Wikileaks, qualquer que seja o desfecho, mostra o poder da internet e das tecnologias digitais e que essa força deve ser cada vez mais levada em conta na formulação de estratégias governamentais, corporativas e individuais.

George Orwell pode até não estar se revirando na tumba, mas, com certeza, seu espírito deve estar refletindo sobre a oportunidade perdida de escrever uma suite de seu best-seller: 2010!

>WikiLeaks: Um 1984 ao contrário

>Quando publicou seu livro 1984, George Orwell parecia haver antecipado o futuro em varias ocasiões e geografias, como que descrevendo cada uma das principais ditaduras do século e mostrando o apetite dos poderosos de plantão em controlar a vida de seus cidadãos. Mas a visão orwelliana, descrita em 1949, ficou mais próxima da realidade após a revolução digital da internet, quando todas, ou quase todas as nossas ações parecem monitoradas por uma gigantesca rede de câmeras de vídeo e computadores conectados entre si.



O que ele certamente não imaginou foi a monumental inversão de conceitos, passando do controle de informações e de privacidade do indivíduo pelo Estado para a abertura de segredos desse mesmo Estado ao cidadão comum em escalas tsunâmicas, com o advento do WikiLeaks.

Não adianta questionar, ficar irado, querer fazer picadinho de seu criador, o australiano Julian Assange, 39 –que acaba de ser preso na Inglaterra, enquanto eu escrevo essa postagem– ou mesmo tirar o site do ar, que a mudança de referencial já está feita. A maior parte do conteúdo vazado, na casa de centenas de milhares de documentos secretos, já está armazenado em milhares de computadores do mundo, para o bem ou para o mal.

É razoável supor que medidas punitivas sejam tomadas contra Assange, mas isso coloca alguns argumentos defendidos pelas grandes democracias (Estados Unidos à frente) em cheque no tema de privacidade x liberdade na internet.

Ácidos críticos das restrições de acesso a informações impostas por países como Irã, Cuba, China e Coréia do Norte, em maior ou menor grau, agora o feitiço virou contra o feiticeiro e, seguramente, algumas medidas restritivas de controle de acesso e mesmo os marcos legais e regulatórios serão revistos para impor uma nova ordem que, no mínimo, tornem vazamentos dessa natureza menos prováveis.

Ocorre que essa linha de ação vai contra a própria arquitetuta da internet e mesmo da natureza humana. Se novas restrições forem impostas, novas alternativas serão criadas, numa escalada de forças sem precedentes.

 Vale lembrar que os backbones principais da internet são controlados a partir dos Estados Unidos. Logo, querer ser ingênuo ao ponto de acreditar no poder do clique do mouse nas mãos do internauta individual é entrar no mundo da Carochinha do século 21.

Mas, ao mesmo tempo, e pelas proporções do estrago causado pelo WikiLeaks, com certeza as negociações de alto nível da diplomacia mundial terão de ser revistas, ou ao menos seus métodos de registro.

É razoável supor que a franqueza de argumentos em uma conversação reservada fiquem diluidos por um ritual imposto pela Nova Segurança, atrasando acordos e ações de interesse das nações.

Não nos iludamos. A reação dos governos à ação da Wikileaks, qualquer que seja o desfecho, mostra o poder da internet e das tecnologias digitais e que essa força deve ser cada vez mais levada em conta na formulação de estratégias governamentais, corporativas e individuais.

George Orwell pode até não estar se revirando na tumba, mas, com certeza, seu espírito deve estar refletindo sobre a oportunidade perdida de escrever uma suite de seu best-seller: 2010!