Você já se deu conta que sua imagem pessoal está sendo gravada, todos os dias, por milhares de câmeras?
Elas podem ser geradas por câmeras de monitoramento nas ruas, nas empresas, nos shoppings, nas repartições públicas ou em qualquer um dos milhares ou mesmo milhões de celulares portados por cada uma das pessoas que moram na cidade onde você está agora.
Escapadas furtivas? Nem pensar, qualquer que seja o objetivo, mesmo a mais inocente saída à francesa de uma reunião chata.
Ficar desconectado? Até pode, mas aí você perde contacto com o mundo, e todo o seu passado estará lá devidamente registrado na nuvem.
Essa onipresença de olhos digitais em nosso cotidiano implica em não mais discutirmos se a profusão de câmeras nos filmando e fotografando é boa ou ruim. É fato consumado, pronto!
De outro lado, existe o uso indevido dessas imagens e coordenadas, especialmente por bandidos que estudam hábitos das pessoas para poder cometer crimes de maneira mais precisa e eficaz.
Muito se discute sobre a necessidade de rever legislações. Deve haver um jeito de penalizar mais quem cometa crimes contra a pessoa ou contra o patrimônio com o apoio da tecnologia.
Agravante de pena? Não sei, mas o ladrão digital que usa recursos da moderna tecnologia corre bem menos riscos do que o criminoso analógico.
Existem softwares sofisticados de reconhecimento de imagem que ajudam a identificar quem agiu contra a lei e foi flagrado por câmeras. Isso é bom? E se for usado por autoridades com o objetivo de cercear a liberdade individual? E se cair nas mãos de bandidos?
A tecnologia e seus usos andam mais rápidos do que a média dos cidadãos. Não devemos nos estressar sobre a onipresença das câmeras. Mas devemos estar permanentemente atentos sobre os avanços dos marcos regulatórios e das providências das autoridades para assegurar nossa liberdade e nossa individualidade, sem prejuízo do conforto que a tecnologia nos oferece do bem estar da coletividade.