Da série Liberdade X Controle 5: Você está na telinha e na telona e não sabe?
Você já se deu conta que sua imagem pessoal está sendo gravada, todos os dias, por milhares de câmeras?
Elas podem ser geradas por câmeras de monitoramento nas ruas, nas empresas, nos shoppings, nas repartições públicas ou em qualquer um dos milhares ou mesmo milhões de celulares portados por cada uma das pessoas que moram na cidade onde você está agora.
Escapadas furtivas? Nem pensar, qualquer que seja o objetivo, mesmo a mais inocente saída à francesa de uma reunião chata.
Ficar desconectado? Até pode, mas aí você perde contacto com o mundo, e todo o seu passado estará lá devidamente registrado na nuvem.
Essa onipresença de olhos digitais em nosso cotidiano implica em não mais discutirmos se a profusão de câmeras nos filmando e fotografando é boa ou ruim. É fato consumado, pronto!
De outro lado, existe o uso indevido dessas imagens e coordenadas, especialmente por bandidos que estudam hábitos das pessoas para poder cometer crimes de maneira mais precisa e eficaz.
Muito se discute sobre a necessidade de rever legislações. Deve haver um jeito de penalizar mais quem cometa crimes contra a pessoa ou contra o patrimônio com o apoio da tecnologia.
Agravante de pena? Não sei, mas o ladrão digital que usa recursos da moderna tecnologia corre bem menos riscos do que o criminoso analógico.
Existem softwares sofisticados de reconhecimento de imagem que ajudam a identificar quem agiu contra a lei e foi flagrado por câmeras. Isso é bom? E se for usado por autoridades com o objetivo de cercear a liberdade individual? E se cair nas mãos de bandidos?
A tecnologia e seus usos andam mais rápidos do que a média dos cidadãos. Não devemos nos estressar sobre a onipresença das câmeras. Mas devemos estar permanentemente atentos sobre os avanços dos marcos regulatórios e das providências das autoridades para assegurar nossa liberdade e nossa individualidade, sem prejuízo do conforto que a tecnologia nos oferece do bem estar da coletividade.
Sonho ou Pesadelo?
Notícia boa 1: A desoneração de smartphones que custam até R$ 1.500 deve reduzir em até 30% seu preço ao consumidor. Como resultado prático, mais gente vai poder trocar seus celulares basicões e desfrutar das centenas de milhares de aplicativos, o acesso rápido à internet, o uso de redes sociais “on the go” e tantas outras facilidades que hoje apenas uma camada da população dispõe.
Notícia boa 2: As operadoras precisam ampliar suas redes e pontos de acesso (as antenas nas torres, especialmente para a rede 4G) e querem negociar com as autoridades nas várias esferas e organismos mais agilidade, para que o processo que hoje leva em média 18 meses possa ser substancialmente reduzido e inclusive atender aos grandes eventos previstos para o Brasil entre 2013 e 2016.
Notícia boa 3: Anatel adia até 2018 o fim da TV analógica e, por consequência, a pressão sobre milhões de brasileiros para antecipar a compra de caixas conversoras de sinal digital ou desses modernos televisores de LED, LCD ou plasma, embora isso signifique menos banda disponível na faixa de 700 MHz para a telefonia 4G, hoje ocupada pelos sinais da TV aberta.
Podem três notícias boas somadas virarem um pesadelo gigantesco? Isso vai depender do desenrolar dos cenários que estão sendo postos.