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Fartura Digital

Você já parou para pensar nos recursos digitais disponíveis hoje em dia? Vamos fazer uma listinha, só para aquecer o dia frio:

  • Computador de mesa com acesso a banda bem larga
  • Laptop incrementado e leve que carrega junto seu escritório
  • Tablet para com centenas de Apps, dezenas de vídeos, livros, jornais e revistas e milhares de fotos, e músicas
  • Smartphone que nem o tablet, só que você de vez em quando usa para falar
  • Câmera fotográficas
  • Filmadora de alta definição
  • GPS no carro, para não se importar em decorar trajetos e complicados nomes de ruas
  • TV de alta definição, com centenas de canais, serviços de video on demand, pay-per-view e conectada a internet
  • Players de BluRay e DVD
  • Rede local para juntar as engenhocas
  • HDs externos de vários Terabytes para armazenar arquivos
  • Serviços de cloud (nuvem) para disponibilização de fotos, videos, arquivos de trabalho, agendas

Faltou algo? Com certeza, mas essa é uma amostra padrão, sem contar que, na maioria dos casos, você pode ter para si ou para sua família múltiplos dispositivos ou serviços listados acima. Como explicar, por exemplo, a relação de 1,5 linhas de celular habilitadas para cada habitante por esse Brasilzão afora?

 

Você já parou para contar quantas fotos digitais estão em seus arquivos? E destas, quantas você deixou para organizar mais tarde?

 

E as redes sociais, você deve estar em no mínimo duas, mas seus amigos ficam pedindo para você se juntar a outras, talvez igualmente atraentes. Dentro das redes sociais, os pedidos para aplicativos que você acha bom, adere e depois esquece? Quantos pedidos de calendários você recebeu no Facebook, quantos programas de TV você pode ter gravado e nunca visto? Ainda na TV, quantos canais da assinatura que você paga você jamais viu, ou até assistiu um ou outro programa, achou bom e prometeu voltar e esqueceu?

Sua filmadora ou câmera digital fica esquecida no armário, por conta da praticidade do smartphone? Você não está só!

E quando você se lembra de um evento, de um local ou de uma pessoa que você fez um registro especial, mas não lembra em qua dispositivo ou onde você armazenou? Ou então publicou um video no YouTube e não se lembra mais dele?

Pois é, você não está só! Esse tipo de comentário é recorrente nos papos sobre o mundo digital, versão 2012. E deve permanecer assim por algum tempo.

Mais tarde, dentro de um par de anos, quem sabe, começará a ficar clara a tendência de concentração em cima de plataformas de hardware, software e serviços de uso amplo. Explico: Se o Facebook não for lider de mercado em 2014, um sucedâneo seu será. Os dispositivos móveis não terão mais do que três sabores diferentes de sistema operacional, ficando os outros em nichos de mercado ou em estudos de laboratórios que estudam exotismos.

Nada diferente do que já ocorreu com carros, aviões, cinema, aplicativos tipo ERP, CRM e assemelhados.

Assim, talvez seja hora de você começar a fazer suas opções. Por exemplo, defina quais redes sociais você efetivamente participará e avise seus amigos que as outras estão fora de seu radar; faça uma limpeza das Apps que poluem o visual de seu smartphone ou tablet e que você não mais usará, que nem a gente faz -ou deveria fazer- com gavetas e prateleiras de armários de roupa.

Essa fartura digital de 2012 me faz lembrar aqueles resorts muito charmosos ou os super navios de cruzeiro, com seus monumentais buffets e serviços de comes e bebes nos intervalos. No começo, haja elasticidade do estômago e capacidade de processamento do fígado e rins. Depois, é hora de selecionar e comer e beber o essencial, ou então não aproveitamos o resto.

Para quem detesta e-mail marketing

Eu raramente leio aquelas mensagens dirigidas, que não são previamente filtradas como spam.

Mas hoje recebi uma bem torta, respondi e resolvi compartilhar com vocês.

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Mensagem recebida
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Prezado/a Sr/a. Guy Coimbra De Maoel,

Estamos felizes em informar que, ao usar a solução BlackBerry Mobile, a sua empresa também pode contar agora com o BlackBerry Client para Microsoft ® SharePoint ®.

Esta solução altamente segura permite aos usuários móveis o acesso às principais características do ambiente SharePoint. Com ele, os funcionários podem colaborar em projetos de trabalho, atualização de documentos, organizar e compartilhar arquivos de forma eficiente, diretamente em seu dispositivo BlackBerry. Como resultado, a força de trabalho móvel se comunica com maior eficácia e contribui para as iniciativas incorporadas.

Para mais informações sobre como estender as capacidades do SharePoint com segurança integrada aos seus usuários de BlackBerry no servidor BES, por favor entre em contato comigo.

E se precisar de ajuda para obter produtos de BlackBerry, estou a disposição.

Atenciosamente,

Dxxxxx Ayyyyy
Vendas BlackBerry – Brasil

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Minha resposta
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Prezada (o) Dxxxxx,

Normalmente não respondo a mailings de chumbinho como esse, ainda mais com meu nome destroçado, misturas familiares e dúvidas de gênero.

Mas não pude resistir. Vamos lá:

1 – Essa não é uma decisão que me cabe, na empresa, como Chairman of the Board
2 – Minha sous-signature ao final desta já demonstra a plataforma que uso, gente como eu é meio radical, e, embora com eventuais problemas, trata a parte móvel com dispositivos iOS ou Android, com tendência a encampar em parte, o Windows Phone num futuro próximo. Blackberries já fazem parte de nosso museu de clássicos da tecnologia há dois anos.
3 – Apostar uma parte importante da solução de IT e mobilidade na plataforma da RIM é definitivamente uma exclusão de evoluções futuras e mesmo uma incerteza quanto aos rumos da simpática empresa canadense, ao nosso ver, condenada a ser absorvida por uma gigante, com perda de identidade, na melhor hipótese.
4 – A Microsoft teve no SharePoint uma excelente oportunidade de dominar o mercado no mundo da colaboração, mas pecou por não dar importância ao produto nem cuidar de formar profissionais em qualidade e quantidade suficientes. Mas a Microsoft inclui um conjunto de novas soluções, inclusive o Windows 8, em suas diversas motorizações, que parece ser um excelente caminho, mas ele não contempla nem o Blackberry e muito pouco o SharePoint.

Dito isso, eu sou a pessoa errada na empresa para avaliar, sua proposta veio formulada de modo errado e a dupla RIM + SharePoint não emociona.

Mesmo assim,

Bons negócios!

Guy Manuel
Chairman of the Board
Sigma Dataserv Informática S/A

Sent from my iPad

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O nome do(a) remetente foi propositadamente desfigurado, pois essa pessoa fazia seu papel profissional.

Mas esse tipo de tráfego de conteúdo na internet deveria ser repensado, em especial pelas grandes empresas, por serem ineficazes e ainda aborrecem os destinatários.

Fica o libelo. E eu acredito no que afirmei!

Olhe o passado, entenda o futuro

Como profissional da área digital, muitas vezes achava que toda a história já havia sido escrita, parodiando Francis Fukuyama. Mas nada mais era do que a empolgação por algo muito novo, muito cool, fácil de usar e com muito apelo.


Então, hoje comparo um PalmPilot de 1996 com um iPhone 4S de 2011, em um exercício livre, sem preocupação de acuracidade, apenas de ordem de grandeza. Vamos ver o que dá?

O PalmPilot versão Pro, tinha um processador de 16Mhz e uma memória de 1Mb. Custava US$ 399, ou US$ 457 de 2011*. Basicamente, ele sincronizava a um PC as agendas de compromissos e telefones, tinha uma calculadora, alguns joguinhos e uma tela sensível ao toque… de uma caneta, com uma linguagem de interação chamada Grafitti, que permitia manuscritos serem reconhecidos como textos, depois de muito esforço.

O Palm foi o primeiro handheld de sucesso, fazendo o Newton da Apple cair no esquecimento como algo caro, desengonçado e pouco útil.

Passamos pela linha do tempo e chegamos ao final de 2011 com o iPhone 4S, versão básica:

O iPhone 4S, na sua menor versão, tem um processador de 800 Mhz (50 vezes mais rápido), e 16 Gb de memória flash, 1 Gb de memória principal (16.000 vezes mais memória total, 1.000 vezes mais memória total). Custa US$ 595* em um plano da AT&T. Pode ter centenas de aplicativos e tem conexões WiFi, 3G, Bluetooth…

Se formos aplicar a lei de Moore nesses 15 anos, vemos que ela não é exata, mas dá a dimensão do crescimento da capacidade de processamento e armazenamento, velocidade e, sobretudo, da diversidade de aplicativos.

Há 15 anos atrás, se alguém arriscasse dizer a um dono de um Palm que um dia seria possível fazer com algo daquele tamanho e daquele preço o que um iPhone 4S faz, esse alguém seria taxado de louco.

Mas a verdade é que os dispositivos digitais seguirão sua evolução mais ou menos nessa linha que vimos nesses 15 anos.

Hoje seria difícil imaginar o que um dispositivo portátil do tamanho de um Palm ou iPhone será capaz de fazer em 2026, com digamos… um processador com um clock de 40Ghz e memória de 16Tb.

Pode ser até que nem precise disso  tudo, que com a internet cada vez mais veloz e mais barata, o armazenamento em dispositivo local seja algo irrelevante.

A convergência de dispositivos e de aplicativos deve fazer com que possamos nos comunicar do carro, da sala, do escritório, de qualquer lugar, sempre de forma eficiente e trivial. O reconhecimento de voz, ou até mesmo o reconhecimento seguro das pessoas pode levar a novas quebras de paradigma.

Mas não sou eu o futurólogo que vai ousar prever. Só dá para dizer que, em 2026, provavelmente vamos olhar para um iPhone 4S, ou um equivalente com uma peninha de ver algo tão primitivo e de uso difícil e limitado.

Será que você, leitor desse blog, arriscaria palpites para 2026?

* Os preços são válidos para o mercado dos Estados Unidos e os valores em dolar são corrigidos pelo Consumer Price Index – CPI.

Linha do Tempo de 1 Bilhão de Dólares em Software

Quando o mundo era mais simples, o número de computadores instalados era pequeno, muito pequeno. Os clientes eram poucos, e com muita grana. O caro era o hardware, que custava milhões de dólares de então e o software era coisa simples, por conta de um hardware limitado.


Mesmo assim, já era possível torrar dinheiro com software.


Agora, convivemos com os softwares gratuitos ou muito baratos (US$ 0,99 é um preço típico das Apps nas lojas da Apple e do Google). Será que…?

Vamos fazer um exercício matemático simples, com um número mágico: 1 Bilhão de dólares. Dos dólares bons, não esses fajutos que perdem valor a qualquer espécie de especulação ou de perdularismo na gestão de contas públicas. Vamos supor 1 Bilhão de dólares Constantes, representado assim:
US$C 1.000.000.000 ou abreviadamente US$C 1B, sem centavos, e com lastro.

Nesse mundo hipotético, lá atrás, na década de 60 existia um só cliente que precisava se diferenciar dos outros. Uma megamultinacional, um governo querendo ganhar a guerra fria, um projeto para levar o homem à lua, pouco importa. Para atingir esse objetivo, esse ente tinha o único computador do planeta, mas precisava desse US$C 1B para fazer o software. Ele pagou e atingiu seu objetivo!

Passados uns anos, eis que existem agora 10 clientes, cada um com um orçamento de US$C 100M (cem milhões). De novo, os clientes pagam essa grana toda e conseguem atingir seus objetivos, com projetos melhores e mais sofisticados.

De tempos em tempos, nesse cenário lúdico o mercado se multiplica por 10 em número de clientes, mas cada um só paga um décimo do que custou a última fornada de soluções.

Então teríamos a seguinte evolução:
CLIENTES       VALOR POR CLIENTE (US$C)        TOTAL (US$C)
1                              1.000.000.000                                     1B
10                               100.000.000                                     1B
100                               10.000.000                                     1B
1.000                              1.000.000                                     1B
10.000                               100.000                                     1B
100.000                               10.000                                     1B
1.000.000                              1.000                                     1B
10.000.000                               100                                     1B
100.000.000                               10                                     1B
1.000.000.000                              1                                     1B

Claro que esse é um sofisma, um exagero de simplificação. Mas explica a lógica dos produtos licenciados a menos de um dólar, desses que conhecemos e gastamos em Miami.

O fato é que a grande sacada que a Apple deu nesse mercado cada vez maior e mais conectado foi oferecer aplicativos tão bonitos e sofisticados a preços “simbólicos”. E, antes deles vieram as músicas e os vídeos baratinhos. Os livros digitais também fazem bonito, mais baratos que os de livrarias.

Ocorre que mais pessoas estão gastando cada vez mais para comprar aplicativos e conteúdo. Tem o lance também de aplicativos gratuitos, cujo formato mais bem sucedido é o do Google com seu arsenal que nada custa (mas os anunciantes adoram pagar), salvo se você quiser mais funcionalidades. Aí, babáu! Você está mais dependente desse modelo do que se usasse alguma droga pesada, não tem jeito!

No mundo real, o número de internautas já é maior que 2 Bilhões, os que usam celular 5 Bilhões… E a lógica do aplicativo ou do conteúdo raro e caro caiu por terra. Agora você compra mais, por ser barato, mesmo que não use.

Isso vale para aplicativos mas também para conteúdo. Nesses últimos, não existem mais livros esgotados, concertos de rock raros ou músicas de compositores e intérpretes pouco escutados. Esse mundaréu de gente é que escolhe.

Só que aí aparecem os”novos”, com “mais funcionalidades”, os “premium”. Você é bombardeado com pacotes de anunciantes ou provedores que oferecem um monte de coisas a preços incríveis, mas que vão saber quem você é, aonde você está e do quê você gosta.

Os custos de distribuição e de intermediação desses produtos foram vaporizados, fazendo com que indústrias inteiras tenham tido que se reinventar, que o digam as editoras de livros, as distribuidoras de música e os estúdios de cinema.

Então, a progressão hipotética que mostrei no começo é muito mais forte, daí a indústria de software e conteúdo ter ultrapassado a casa do trilhão de dólares.

É só pensar no que gastávamos antes com conta de telefone, compras de música, de vídeos, de livros, de aplicativos e do uso de novas funcionalidades e serviços que nem sonhávamos existir algum dia. É uma grana preta, muitos US$C equivalentes em reais.

Já pensaram se o mundo fosse mais simples para fazer correlações lineares como a da tabela acima, que nem precisa de Excel, dá para fazer na unha? Não, ele seria chato e sem cor. O novo é sobretudo a opção individual de montar seu pacote digital e perceber como ele pode evoluir e com isso, melhorar sua qualidade de vida.

O modelo é bem mais complexo. No caso do software e do conteúdo, a Apple percebeu a mudança. A Adobe, não, como você pode ler na postagem anterior.

Linha do Tempo de 1 Bilhão de Dólares em Software

Quando o mundo era mais simples, o número de computadores instalados era pequeno, muito pequeno. Os clientes eram poucos, e com muita grana. O caro era o hardware, que custava milhões de dólares de então e o software era coisa simples, por conta de um hardware limitado.


Mesmo assim, já era possível torrar dinheiro com software.


Agora, convivemos com os softwares gratuitos ou muito baratos (US$ 0,99 é um preço típico das Apps nas lojas da Apple e do Google). Será que…?

Vamos fazer um exercício matemático simples, com um número mágico: 1 Bilhão de dólares. Dos dólares bons, não esses fajutos que perdem valor a qualquer espécie de especulação ou de perdularismo na gestão de contas públicas. Vamos supor 1 Bilhão de dólares Constantes, representado assim:
US$C 1.000.000.000 ou abreviadamente US$C 1B, sem centavos, e com lastro.

Nesse mundo hipotético, lá atrás, na década de 60 existia um só cliente que precisava se diferenciar dos outros. Uma megamultinacional, um governo querendo ganhar a guerra fria, um projeto para levar o homem à lua, pouco importa. Para atingir esse objetivo, esse ente tinha o único computador do planeta, mas precisava desse US$C 1B para fazer o software. Ele pagou e atingiu seu objetivo!

Passados uns anos, eis que existem agora 10 clientes, cada um com um orçamento de US$C 100M (cem milhões). De novo, os clientes pagam essa grana toda e conseguem atingir seus objetivos, com projetos melhores e mais sofisticados.

De tempos em tempos, nesse cenário lúdico o mercado se multiplica por 10 em número de clientes, mas cada um só paga um décimo do que custou a última fornada de soluções.

Então teríamos a seguinte evolução:
CLIENTES         VALOR POR CLIENTE (US$C)       RECEITA TOTAL (US$C)
1                              1.000.000.000                                     1B
10                               100.000.000                                     1B
100                               10.000.000                                     1B
1.000                              1.000.000                                     1B
10.000                               100.000                                     1B
100.000                               10.000                                     1B
1.000.000                              1.000                                     1B
10.000.000                               100                                     1B
100.000.000                               10                                     1B
1.000.000.000                              1                                     1B

Claro que esse é um sofisma, um exagero de simplificação. Mas explica a lógica dos produtos licenciados a menos de um dólar, desses que conhecemos e gastamos em Miami.

O fato é que a grande sacada que a Apple deu nesse mercado cada vez maior e mais conectado foi oferecer aplicativos tão bonitos e sofisticados a preços “simbólicos”. E, antes deles vieram as músicas e os vídeos baratinhos. Os livros digitais também fazem bonito, mais baratos que os de livrarias.

Ocorre que mais pessoas estão gastando cada vez mais para comprar aplicativos e conteúdo. Tem o lance também de aplicativos gratuitos, cujo formato mais bem sucedido é o do Google com seu arsenal que nada custa (mas os anunciantes adoram pagar), salvo se você quiser mais funcionalidades. Aí, babáu! Você está mais dependente desse modelo do que se usasse alguma droga pesada, não tem jeito!

No mundo real, o número de internautas já é maior que 2 Bilhões, os que usam celular 5 Bilhões… E a lógica do aplicativo ou do conteúdo raro e caro caiu por terra. Agora você compra mais, por ser barato, mesmo que não use.

Isso vale para aplicativos mas também para conteúdo. Nesses últimos, não existem mais livros esgotados, concertos de rock raros ou músicas de compositores e intérpretes pouco escutados. Esse mundaréu de gente é que escolhe.

Só que aí aparecem os”novos”, com “mais funcionalidades”, os “premium”. Você é bombardeado com pacotes de anunciantes ou provedores que oferecem um monte de coisas a preços incríveis, mas que vão saber quem você é, aonde você está e do quê você gosta.

Os custos de distribuição e de intermediação desses produtos foram vaporizados, fazendo com que indústrias inteiras tenham tido que se reinventar, que o digam as editoras de livros, as distribuidoras de música e os estúdios de cinema.

Então, a progressão hipotética que mostrei no começo é muito mais forte, daí a indústria de software e conteúdo ter ultrapassado a casa do trilhão de dólares.

É só pensar no que gastávamos antes com conta de telefone, compras de música, de vídeos, de livros, de aplicativos e do uso de novas funcionalidades e serviços que nem sonhávamos existir algum dia. É uma grana preta, muitos US$C equivalentes em reais.

Já pensaram se o mundo fosse mais simples para fazer correlações lineares como a da tabela acima, que nem precisa de Excel, dá para fazer na unha? Não, ele seria chato e sem cor. O novo é sobretudo a opção individual de montar seu pacote digital e perceber como ele pode evoluir e com isso, melhorar sua qualidade de vida.

O modelo é bem mais complexo. No caso do software e do conteúdo, a Apple percebeu a mudança. A Adobe, não, como você pode ler na postagem anterior.

Symbian: Condenado ao Ocaso?

Recebo e-mail de uma leitora fã de carteirinha da Nokia -que pede para não ser identificada- mas que segue esperando uma solução decente da empresa finlandesa para smartphone que esteja em linha com os avanços do iOS da Apple e do Android, do Google, enquanto mantém a robustez e a confiabilidade do Symbian.

Lamento informar, cara leitora, que o Symbian vai ser, num futuro próximo, tão relevante quanto uma nota de 500 cruzados, ao menos no universo de smartphones.

Com a recente parceria feita entre a Nokia e a Microsoft, é claro que os filhotes decorrentes dessa união serão smartphones e tablets baseados no Windows Phone 7, que vem se provando um potencial player da primeira divisão.

Lembro que a Microsoft não inventou praticamente nenhum mercado novo, apenas soube tirar proveito de mercados emergentes. Do DOS ao Windows, do Internet Explorer ao Office, do Outlook ao MSN, a Microsoft aprimorou a lei de Lavoisier que diz que na natureza nada se cria, tudo se transforma.

A Nokia, de outro lado, também aprendeu rápido sobre o mercado de celulares e, ainda neste ano de 2011 e pelos próximos dois ou três deve premanecer lider no segmento popular. Lembrando que nos países mais pobres a infraestrutura de telecomunicações e a renda da população raramente combinam para promover um mercado razoável para smartphones e tablets, essa base de alguns bilhões de usuários atuais e em potencial deve seguir robusta por um bom tempo, gerando margens unitárias menores mas, na escala, representando um resultado muito interessante.

Assim, cara leitora, se sua fidelidade à Nokia é canina, fique de olho nos lançamentos futuros dessa parceria com a Microsoft, mas isso implica em sair do Symbian.

Se seu juramento de amor eterno é com o Symbian, esqueça o smartphone.

Existem, claro as opções excelentes no mercado atual, mas isso passa pelo iPhone, Blackberry ou as muitas variedades do Android, da versão 2.2 em diante. Os demais, salvo imprevistos, vão permanecer como atores coadjuvantes.

Ser ou não ser fiel, eis a questão. Mas aí, o parodiado é o imortal bardo de Stratford-on-Avon

Sobre a garrafa meio cheia ou meio vazia

Anos atrás, um comercial genial do Chivas Regal de duas páginas apresentava duas fotos iguais de uma garrafa com o scotch pela metade e uma delas dizia “O convidado vê a garrafa de Chivas meio cheia” enquanto que a outra tascava “O dono vê a garrafa de Chivas meio vazia”.

Pegando o gancho dessa sacada genial, volto a 06 de junho de 2011, mais precisamente para comentar o lado vazio da garrafa da Apple, que lançou, com estardalhaço e competência de sempre, o novo sistema operacional do Mac (OSX Lion), o novo sistema operacional dos dispositivos móveis (iOS5) e o novo serviço na nuvem para todos, o iCloud.

Sem entrar no mérito da qualidade da apresentação e dos lançamentos, eu fiquei meio desconfiado com o iCloud, pois eu sou assinante do MobileMe que, em tese, podia fazer quase tudo que o novo lançamento se propõe.

Aí eu recebo um aviso da Apple, por e-mail, anunciando a descontinuação do MobileMe em junho de 2012, enquanto que o iCloud chega lá por setembro próximo.

Já comentei aqui no blog sobre minha irritação com o MobileMe, que, na minha avaliação, a única coisa que faz com competência é arrancar nosso suado dinheirinho a cada renovação de assinatura, cheguei à conclusão que a Apple avaliou bem os estragos que esse serviço de longe superavam os benefícios e embutiu o lançamento do iCloud agora com disponibilidade para o futuro como forma de aplacar os descontentes, dentre os quais me incluo.

Espero, de coração, que o iCloud não seja um MobileMe com nova roupagem e algumas funcionalidades à mais. Tomara que ele seja tão bom quanto a maioria dos produtos e serviços da Apple que tantos cultuam e propagam suas virtudes.

Volto ao anúncio do Chivas: eu sou o cara que percebi o MobileMe como uma garrafa quase vazia e aí vem a Apple me oferecer uma futura nova garrafa quase cheia, o iCloud.

Achei o anúncio do iCloud muito bem feito, mas confesso que, quando tiver a possibilidade de assinar o novo serviço, vou pensar muitas vezes antes de sacar meu cartão de crédito, e antes disso ver alternativas no mercado.

Uma reflexão de Natal

Neste Natal de 2010, um pensamento especial para a todos os que precisam de alento, afeto, atenção e amor. Que as pessoas do outro grupo -no qual me incluo-, através de suas ações devidamente contaminadas pelo genuino Espítito de Natal possam ajudar a tornar a vida de todos um pouco melhor, mais alegre, com muito mais amor.

E agora e para 2011, compartilho o olhar de meus netos 2.0, nascidos em um ambiente de interatividade total e das telas touch-screen… Eu recomendo que, para fazermos de 2011 um ano melhor, é mais importante procurar entendê-los, e não só fazê-los entender o nosso complicado mundinho.

Talvez esse tenha sido o erro maior das gerações anteriores, de buscar fazer os novos fazerem como nós fazíamos, pensar como nós pensávamos. Esses aí e todos os nascidos nessa era da web 2.0 estarão naturalmente conectados de uma forma que mesmo os mais antenados de hoje serão seres off-line, menos em tempo de conexão e mais em atitudes.

Não será nada fácil fazê-los mudar segundo aquilo que achamos correto, se eles terão acesso a todo o conhecimento humano desde o tempo das fraldas e a eles será dada uma capacidade de discernir e decidir baseado em múltiplas variáveis, algumas delas fora de nosso alcance para controlar e buscar influir.

Isso é bom? Isso é ruim? Sei lá, mas afirmo que é o futuro. E começarmos a aprender em 2011 pode ser uma decisão sábia!

Aqui estão Diego (3), Beatriz (5) e Guy Neto (2). Eles devem ter idéias que eu, seguramente, não poderia sequer imaginar. Vou procurar acompanhar.

E que 2011 seja um ano campeão!

Uma reflexão de Natal

Neste Natal de 2010, um pensamento especial para a todos os que precisam de alento, afeto, atenção e amor. Que as pessoas do outro grupo -no qual me incluo-, através de suas ações devidamente contaminadas pelo genuino Espítito de Natal possam ajudar a tornar a vida de todos um pouco melhor, mais alegre, com muito mais amor.

E agora e para 2011, compartilho o olhar de meus netos 2.0, nascidos em um ambiente de interatividade total e das telas touch-screen… Eu recomendo que, para fazermos de 2011 um ano melhor, é mais importante procurar entendê-los, e não só fazê-los entender o nosso complicado mundinho.

Talvez esse tenha sido o erro maior das gerações anteriores, de buscar fazer os novos fazerem como nós fazíamos, pensar como nós pensávamos. Esses aí e todos os nascidos nessa era da web 2.0 estarão naturalmente conectados de uma forma que mesmo os mais antenados de hoje serão seres off-line, menos em tempo de conexão e mais em atitudes.

Não será nada fácil fazê-los mudar segundo aquilo que achamos correto, se eles terão acesso a todo o conhecimento humano desde o tempo das fraldas e a eles será dada uma capacidade de discernir e decidir baseado em múltiplas variáveis, algumas delas fora de nosso alcance para controlar e buscar influir.

Isso é bom? Isso é ruim? Sei lá, mas afirmo que é o futuro. E começarmos a aprender em 2011 pode ser uma decisão sábia!

Aqui estão Diego (3), Beatriz (5) e Guy Neto (2). Eles devem ter idéias que eu, seguramente, não poderia sequer imaginar. Vou procurar acompanhar.

E que 2011 seja um ano campeão!

Dicas de Natal: TVs para NÃO comprar

Se você pretende comprar mais um televisor ou repor um que já esteja baleado, aqui vão duas dicas de não-compra, ou aquilo que você deve evitar.

1- NÃO COMPRE televisores de tubo, aqueles antigos, de formato 3×4. Além de consumirem muita energia,  eles só recebem sinais analógicos, que vão deixar de ser gerados em algum momento entre a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016. Você vai precisar comprar um conversor digital, que hoje custa, no mínimo, R$ 269,00 e pode chegar a R$ 600, dependendo do fabricante e das características. Ele é necessário para exibir programas da TV digital.  Lembrando que a vida útil de um aparelho desses é de no mínimo 10 anos, você já está comprando um lixo eletrônico. ESQUEÇA!

2- NÃO COMPRE televisores de plasma ou LCD que não tenham o conversor digital embutido. Embora eles sejam normalmente de boa qualidade, incluir a caixinha digital como um acessório, além de custar mais, são mais fios e conexões elétricas para complicar e juntar pó. Esses televisores estão sendo ofertados em liquidações, como pechinchas, mas, além de não terem o conversor, normalmente eles oferecem a resolução máxima de 720p, que é abaixo do padrão 1080p. Em telas iguais ou menores que 32″, essa resolução menor até que não aparece tanto e uma exceção pode ser aberta desde que a oferta do aparelho + conversor seja menor do que a de um equivalente mas com o conversor integrado.

Aliás, falando em TV Digital, as emissoras ficam devendo mais conteúdo aberto em alta definição, lembrando que na imensa maioria das cidades brasileiras esse sinal ainda não chega, obrigando a contratação de pacotes por assinatura, que estão custando caro demais.

Além disso, a promessa da interatividade na TV digital, por enquanto, está apenas nisso, na promessa. É verdade que existem emissões experimentais em algumas cidades, mas em escala muito limitada. Aparecem agora alguns comerciais chapa-branca apregoando as virtudes da interatividade, mas programas interativos, neca!

Uma palavrinha sobre os conversores: quando do lançamento da TV Digital, o Ministério das Comunicações assegurou que essas caixinhas deveriam custar por volta de R$ 100. Além de termos hoje um preço médio várias vezes superior, elas estão com um nível de oferta baixíssimo, e a diferença de preço entre televisores com e sem o conversor embutido é, por vezes, muito pequena, meio que forçando o consumidor a substituir um aparelho que ainda poderia ser útil por um bom tempo. Falo sobre as primeiras gerações de televisores de plasma e LCD que eram de 720p (ou HDTV ready), ou mesmo Full HD (1080p), mas sem o conversor. Quem embarcou nessa, deve ter pago uma fortuna lá atrás comparado com as opções deste Natal, e induzí-los a trocar não faz sentido.

Parece que houve ou uma precipitação no anúncio das maravilhas e dos custos da TV digital pelo governo, fabricantes e emissoras, ou uma gostosa acomodação dos dois últimos com as bênçãos do primeiro, para aproveitar uma economia aquecida e dar uma faturadinha extra.

Voltando às dicas de não comprar: se mesmo assim você pensa que é uma boa opção ter ou um TV de tubo ou um TV fininho, ambos sem conversor, espere a virada do ano, pois os preços desses aparelhos devem cair ainda mais, por serem ponta de estoque.

Se você não comprou até agora, dá para esperar mais um pouco…