IFA 2014: Gigante no tamanho e no preço
A IFA 2014 entra no seu terceiro dia com muita gente gastando sola para percorrer o gigantesco prédio de exposições para ver novidades em produtos digitais.
Mas já que o local é enorme, e tem todo tipo de expositor -menos a Apple- vamos comentar sobre um produto enorme, com preço gigantesco.
Que tal um televisor Samsung de 105″ (ou 2,67 m na diagonal)? Com resolução Ultra HD, e com tela flexível, que ajusta a curvatura de modo a proporcionar a melhor visão para todos?
Dê uma olhada nesse video da Samantha Murphy, do Mashable.
Ou nessa foto:
Com o controle remoto, você pode ajustar a curvatura da tela, mas não muito. No piso preto onde está montado o televisor, você pode ver linhas que indicam até onde dá para curvá-la.
O produto ainda é um protótipo, mas há uma forte possibilidade de chegar ao mercado no ano que vem, eliminando a dúvida do cliente sobre qual a melhor opção: tela plana ou tela curva?
Quer fazer uma reserva de caixa para comprá-la? Então comece: Estimativas dos analistas de mercado colocam o preço sugerido, nos Estado Unidos, em US$ 260.000, ou R$ 620.000 ao câmbio atual. Por aqui, se chegar, deve bater no R$ 1 milhão!
Há mercado para esse aparelho? Hoje a Samsung vende um televisor de 85″ por US$ 120.000. E essa não dá para ficar mudando sua curvatura…
Samsung Galaxy S4 obsoleto?
A Samsung acertou o passo quando lançou o Galaxy S4 em abril passado. Foram mais de 40 milhões de unidades vendidas em 6 meses, 10 milhões nos primeiros 30 dias. É bastante coisa, ainda mais que existem dezenas de fabricantes de smartphones com o sistema operacional Android onde a própria Samsung tem uma série de ofertas.
Mas o objetivo claro de competir com o iPhone foi atingido. A quantidade de donos de iPhone que migrou para o S4 foi tal que a Apple teve de antecipar o lançamento simultâneo do 5s, no topo de linha, e do 5c, como dispositivo de entrada na linha.
Mas o volume de vendas do S4 não vem acompanhando as previsões dos coreanos, embora sigam robustas. Assim, agora em janeiro, teremos o Galaxy S5, com tela curva, que se estenderá pelas bordas laterais, permitindo interagir com o aparelho mesmo com a tela principal desligada, ou em espera. Parece pouco, mas tela grande e acesa de smartphone fininho é sinônimo de alto consumo de energia, ou, traduzindo, a bateria descarrega rapidinho.
Esperem também por câmeras frontal e traseira com maior resolução, o Android 4.3 instalado, e apps desenvolvidos especificamente para aproveitar o novo processador, bem mais rápido, e maior capacidade de memória.
Tudo isso para dizer a você, que tem ou estava de olho no Galaxy S4, virado o ano, ele será modelo antigo, meros 8 meses após lançado.
Não espere um S5 revolucionário, salvo talvez pela tela curva. O argumento é que essa concavidade melhora a visualização da tela para o dono. A tela tem tecnologia AMOLED, ou LED orgânico, como no S4, que permite melhor resolução, brilho e contraste em relação às telas LED comuns. Além disso, consomem menos energia, podem ser cada vez mais finas e, no futuro, poderão ser flexíveis quase tanto como uma folha de papel.
O resto é evolução. E buscar brigar com os concorrentes, Apple à frente.
Será que estaremos condenados a gastar um monte de grana com dispositivos caros que logo ficam obsoletos? Essa parece ser a estratégia dos fabricantes.
Mas dá para fazer diferente: antes de comprar seu próximo smartphone ou tablet, pense bem que tipo de uso você necessita e como esse gadget pode facilitar sua vida.
Você verá que, na maioria dos casos, não é preciso migrar só para ter o mais novo.
Woz
Steve Wozniak, o co-fundador da Apple com Steve Jobs é uma personalidade, no mínimo, polêmica. O verdadeiro gênio tecnológico na criação do Apple II e do Macintosh, Woz, como é conhecido, rompeu lá atrás com Jobs e foi cuidar de sua vida, com muita grana no bolso.
Mas continua dando seus pitacos sobre a Apple, como recentemente, quando disse que não compraria o novo iPad Air.
Agora, numa entrevista à BBC ele propõe que 3 das grandes do mundo da tecnologia –Apple, Google e Samsung– busquem cooperação, através de licenciamento cruzado de patentes e pesquisas em comum. Segundo Woz, poderíamos ter melhores produtos, mais baratos, com mais funcionalidades.
Só que, para quem está no mundo Apple, ali está o que há de melhor; e para quem tem um smartphone Samsung, especialmente o Galaxy 4S, a resposta invariável é: o que o iOS7 e o iPhone 5s oferece meu Galaxy tem, e tem muito mais.
E o Google, com seu domínio no mundo das buscas, dos mapas e do Android tem a liderança em quase todos os segmentos que possam ser relevantes, com a notável exceção das redes sociais, onde o Facebook reina soberano.
Mas Woz, de um modo ou de outro, expressa com simpatia e candura um desejo oculto de muitos usuários Apple, Google e Samsung: ter tudo o que já possui mais as boas funcionalidades dos demais. Pouca gente vai admitir isso, como Woz o fez, ao declarar que “eu vejo coisas boas nos smartphones da Samsung que eu gostaria de ter no meu iPhone.”
Mas essa inusitada aliança traria mais benefícios do que problemas? Se os três viessem a cooperar de modo mais forte, talvez houvesse uma perigosa consolidação do mercado, com muitos produtos e serviços parecidos, inibindo a criatividade e a inovação, por falta de um motivador maior: a concorrência.
De outro lado, a Samsung é fornecedora da Apple para inúmeros componentes importantes, como a tela sensível ao toque. E o Google, embora expulso do iOS com seu aplicativo Maps, ainda é o mecanismo de busca principal do iPhone e do iPad. Ou seja, essa colaboração implícita já existe.
E você, o que acha? Uma convergência maior entre Apple, Google e Samsung seria benéfica para nós, usuários? Eu, Guy Manuel, sigo preferindo a concorrência.
Apple tem Keynote nesta terça, 10. Não espere nada ‘wow’!
Nesta terça, 10 de setembro, tem keynote da Apple. Depois de alguma especulação meio desbotada, dificilmente teremos novidades uáu.
O que deveríamos esperar:
iOS7 já: a nova versão do sistema operacional para dispositivos móveis da Apple deve ter menos bugs que o 6, ser mais rápido com os novos processadores e explorar, para valer, a capacidade multitarefa, que vai aparecer mais no iPad de 10″ e, em menor escala, no iPad Mini e nos novos iPhone 5S e 5C.
O iPhone 5S deve substituir o 5, e, quem sabe este deixe de ser oferecido por conta do anúncio dos mais baratos e coloridos iPhones 5C, com corpo de plástico, em vez de metal. Para nós, brasileiros, o ideal seria se os novos 5S e 5C pudessem operar com tecnologia 4G na frequência de 2,6 GHz, padrão por aqui. Se isso ocorrer, poderemos, na teoria, aproveitar da maior velocidade do 4G.
Deve debutar o lindo, pequenino e parrudo Mac Pro, que cabe na palma da mão e se propõe a ser o desktop mais potente que a Apple já produziu. Não deve ser barato, e, se vier para cá, vai custar mais ainda. O preço final, em reais, será 6 a 7 vezes o número de dólares necessários para tê-lo, lá fora.
O iPad pode ter melhorias, por conta do tempo decorrido do lançamento da última versão, há um ano. Mais provável que, na esteira do iPhone de plástico, cheguem iPads também coloridos, talvez anunciados agora, mas com disponibilização para mais tarde.
O intrigante é o keynote previsto para 12 horas após o da Califórnia, dirigido ao mercado chinês. Será o primeiro feito para fora dos Estados Unidos e sinaliza um mega acordo com a China Telecom e a priorização, pela Apple, daquele que já é o maior mercado do mundo.
E a iTV e o iWatch? A TV da Apple ainda não veio, o relógio, veio da Samsung.
A Samsung, que tem saído na frente com sua linha Galaxy de smartphones com sistema operacional Android, não colhe o mesmo sucesso com os tablets, embora tenha bons produtos no mercado. Mas a coreana resolveu se antecipar ao evento da Apple e anunciar seu ‘Galaxy Gear’ Smart Watch, que tem características do não lançado iWatch da Apple. E o Galaxy Gear, para ter alguma utilidade, precisa estar sincronizado com um smartphone recente da linha Galaxy.
Não dá para afirmar que esse anúncio da Samsung vá se transformar em sucesso instantâneo, até porque o Galaxy Gear ainda não tem seu preço disponível nem todas as suas características conhecidas.
Essa pressa da Samsung no anúncio do Galaxy Gear pode ser uma resposta aos anúncios, no semestre passado, do iOS7 e do MacPro no evento da Apple para desenvolvedores. Criar a expectativa, mas sem disponibilização imediata das novidades.
Mas parece estar perdida aquela onda de marketing viral, gratuito e quase espontâneo que a Apple criou a partir do lançamento do iPhone, em 2007. Agora, a batalha é por ampliação de market-share, consolidação de marcas e plataformas. Foi-se o encantamento!