Créditos de celulares pré-pagos: expiram ou não?
A Justiça Federal da 1ª Região deliberou que créditos adquiridos para celulares pré-pagos, no Brasil, não podem expirar nunca. Ainda cabe recurso, e as operadoras vão levar a discussão às máximas instâncias, caso sejam obrigadas a mantê-los válidos, por tempo indeterminado.
Não é pouca coisa. No Brasil, os celulares pré-pagos representam praticamente 80% das linhas habilitadas. São quase 200 milhões delas. Esses aparelhos representam a base da pirâmide de faturamento das empresas. Já os pós-pagos oferecem mais serviços, e os clientes pagam conforme usam.
No Brasil de juros altos, os preços unitários de quem adianta a grana ao provedor de serviço -os pré-pagos- normalmente são bem mais altos do que os cobrados para quem paga depois e usa mais. Isso é correto?
O resíduo de milhões de saldos pré-pagos que expiram a cada dia revertem para as operadoras, que engordam seus lucros, às custas dos menos favorecidos. É isso?
Lamentavelmente para os cronistas da justiça social simplista, essa é apenas uma das múltiplas facetas do problema, e assim mesmo com algum grau de distorção.
Não dá para comparar a matriz de preços cobrada no Brasil com a de outros países, pois aqui, no caso dos celulares, também temos a jabuticaba, aquilo que só brota em nosso solo. Em qualquer outro lugar que tenha um mercado expressivo, os planos pré-pagos são exceção, não a regra.
Ao formular um plano de vendas para o mercado de pré-pagos, a empresa aposta em uma determinada parcela de créditos não utilizados, que, por regra contratual, expiram depois de um certo tempo. Esse valor previsto serviria para propor um preço menor, como se fosse um subsídio à tarifa proporcionado por quem deixa de usar. Serviria.
Como regras existem também para serem contestadas, parte dessa economia é colocada como reserva de contingência, por conta de possíveis passivos judiciais. No frigir dos ovos, a redução potencial por conta de créditos não utilizados fica prejudicada pela necessidade de criar fundos de reserva.
Se os créditos não caducarem, as tarifas dos pré-pagos podem subir. Melhor seria a negociação entre as partes. Soluções existem, e são muitas!
E aproveitar para unir esforços para buscar reduzir impostos, esses sim, os mais elevados do planeta!
Novos lançamentos de smartphones da Positivo Informática
Papo de hoje com @alvaroborba e @garotasemfio na @cbncuritiba sobre a entrada da Positivo Informática no ramo de celulares e smartphones, numa jogada ousada para buscar market share num mercado que segue crescendo a dois dígitos por ano.
Atender a características únicas do mercado brasileiro, como o uso de mais de uma operadora pela maioria dos usuários, normalmente em planos pré-pagos parece estar no centro da estratégia.
Com excelentes canais de distribuição no Brasil, o desafio é expandir seu mercado para outros países emergentes.
A conferir!
Brasil com 175.999.998 telefones celulares…
Deu na imprensa: Brasil atinge a marca de 176.000.000 de celulares. Retifico: são, no máximo, 175.999.998. E explico…
Sabendo que muita gente tem mais de um celular e muitos também mais de um chip por celular, informo que conheço um jovem de 18 anos que tem uma namorada e um celular pré-pago. Pois bem, ele descobriu um plano de uma operadora que oferece ligações a um celular da mesma operadora pelo valor do primeiro minuto. Pronto! Seus problemas de vontade grande e mesada curta estavam com os dias contados, pois assim pode ficar horas pendurado ao celular com sua amada, por pouquíssimos reais.
Mas aí ele descobriu que o limite para esse plano era de 20 horas por mês, e isso era pouco. Então, ele comprou mais um chip com um planinho desses, e seu limite foi para 40 horas por mês. Pouco ainda…
A solução na data em que faço essa postagem foi de comprar um terceiro chip, e aumentar seu limite para 60 horas/mês, ainda que tenha de pagar três “pouquinhos” de reais por mês.
Então, da conta de 176 milhões, devemos tirar, no mínimo, as duas linhas dos chips que não estão no celular desse jovem, em um dado momento…
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Contada a história –verídica, sem revelar o nome do personagem-, vamos analisar os… 176 milhões de celulares do Brasil, agora sem a desculpa da licença poética de um caso de amor.
O fato real é que esse modelo existente no Brasil leva ao crescimento desordenado e artificial das linhas pré-pagas, que sabidamente não engordam o “bottom-line” das operadoras. Assim, quem paga a conta são os clientes de planos pós-pagos e de tráfego de dados, aí indistintamente incluidas pessoas físicas, empresas e entidades governamentais.
Resultados? Nossa 3G “Banda Larga ” é lentinha, lentinha, e pagamos, em média, 24 vezes mais por serviços de telefonia do que um norteamericano médio.