Há mais de duas décadas, uma dupla de especialistas em marketing e tecnologia, Don Pepper e Martha Rogers criaram um conceito de 1-to-1 Marketing, que, em essência, seria o último estágio de uma estratégia de comunicação, onde cada pessoa receberia de outras pessoas e de empresas a exata porção de informações para decidir sobre suas compras, seu comportamento, sua vida. Coisa teórica, então, mas que, com a internet, os dispositivos móveis e as redes sociais, se não virou uma realidade, está perto disso.
Eles conseguiram visualizar uma importante tendência, e, se hoje o 1-to-1 não chegou para nós, caminhamos para tal.
E a turma do marketing? Do gadget digital mais sofisticado ou inútil, passando pelas ofertas de supermercados e chegando à política, toda estratégia para um produto, um serviço ou uma marca precisa analisar dados. Muitos dados! O tal do big data, que, de uma sigla cunhada ou impulsionada pela IBM virou mais do que uma febre, um caminho sem volta.
Vale a pena ler o paper Transforming Your Marketers Into Data Scientists, publicado pelo 1to1media. E não dá para não refletir, por exemplo, sobre o trabalho dos marqueteiros nas últimas eleições. O apoio das mídias digitais foi importante para conhecer melhor o perfil dos eleitores e saber transmitir, inclusive pelo rádio e pela TV os recados para atingir o cérebro, o coração e o indicador que pressionou s números na urna eletrônica.
A tese do 1to1 é bem essa: é preciso conhecer cada vez mais os números, e, em vez de recorrer a estatísticos, economistas, matemáticos e outros profissionais, o marqueteiro precisa, sim, aproximar-se da figura do Cientista de Dados, ou Data Scientist, que começa a ter até definições curriculares mais precisas.
Assim como os exames para diagnóstico da saúde dos indivíduos ficam cada vez mais precisos e detalhados, apoiando o diagnóstico médico, as análises dos desejos e das necessidades do eleitor ou do consumidor precisam ser especificadas e bem acompanhadas pelos marqueteiros, que, por vezes, parecem mágicos, por contrariarem uma aparente tendência que, na prática, mostra-se de um jeito completamente imprevisível.
Assim serão ganhos os jogos pela sua atenção, pela sua preferência, caro consumidor, caro eleitor, caro cidadão!