Uma das características dos jovens que já nasceram conectados é a de poder fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo. A chegada dos smartphones potencializou essa característica, e não é incomum encontrarmos pessoas vendo televisão enquanto checam suas redes sociais, só para ficar num exemplo bem básico. Mas serão só em atividades triviais?
Aí vem o inusitado: a multitarefa levada ao extremo, ao menos nos Estados Unidos, de onde vem uma pesquisa da Harris Interactive. Ela aponta que quase 20% dos jovens entre 18 e 24 anos costumam acessar seus smartphones durante o sexo, o dobro do que ocorre com os adultos na faixa etária imediatamente superior.
Ainda de acordo com a pesquisa, 33% dos adultos ficam usando smartphones durante um jantar a dois, 35% nas salas de cinema e 55% na direção de seu veículo. Mas apenas 12% acham que o uso dos smartphones está, de algum modo, atrapalhando uma relação.
Quem encomenda a pesquisa é a startup Jumio, que mostra ainda que o smartphone é usado por 12% dos pesquisados no chuveiro e por 19% na igreja. E a vasta maioria, ou 72%, mantém o aparelho a uma distância de si inferior a 2 metros na maior parte de seu tempo.
Aqui no Brasil ainda não temos estudos semelhantes, mas é razoável supor que os números não sejam muito diferentes. Você já percebeu alguma situação parecida por aqui?
O que podemos concluir, sem medo de cometer erro de avaliação, é que os smartphones estão mudando alguns de nossos hábitos fundamentais. E aqui não cabe discutir se isso é bom ou ruim. Está acontecendo, ponto!
Mas será que chegaremos a uma sociedade 100% conectada e 100% multitarefa? Provavelmente não, mas a tendência é que esses números cresçam, até se estabilizar ou mesmo diminuir, ao menos em alguns desses itens pesquisados entre os americanos.
Mais cedo ou mais tarde, as virtudes de ser monotarefa em algumas situações voltarão a ser valorizadas. Ao menos essa é minha aposta.