Telegram segue ganhando terreno, mas ainda não ameaça WhatsApp
O Telegram, o app de mensagens instantâneas que se propõe a oferecer comunicações seguras, lançado pela russa VK.com, segue ganhando terreno, em especial junto a usuários do WhatsApp que se sentiram traídos com a mega aquisição feita pelo Facebook por US$ 19 bilhões. Semana passada, o aplicativo atingiu a marca de 35 milhões de usuários ativos, que usam o Telegram regularmente durante um mês, com 8 bilhões de mensagens recebidas no período. E mais de 15 milhões de pessoas trocam mensagens todos os dias.
Nada mau para um App que não tinha mais do que 100 mil usuários ativos por dia em outubro de 2013, e que foi alavancado no final de semana do anúncio do casamento WhatsApp/Facebook, quando obteve estrondosos 5 milhões de downloads só no domingo.
Mas daí em diante, os russos não descansaram, e lançaram atualizações interessantes, tanto do lado da usabilidade quanto da ênfase no aumento da segurança das conversas secretas, ou reservadas, e agora as conversas são automaticamente removidas tanto na origem como no destino, reduzindo a possibilidade de grampos. Há também a possibilidade de usar mensagens de áudio, e, se for permitido, o download do conteúdo das mensagens.
A corrida dos aplicativos de mensagens instantâneas pelo pódio do sucessor do WhatsApp parece, no entanto, estar só no começo. Muitos apostam na possível estagnação do WhatsApp, por estar ligado ao Facebook, embora, no comunicado de venda, ambas as empresas se comprometeram a manter o WhatsApp independente. Claro que a pergunta que não quer calar é: se foi para permanecer independente, por que o Facebook resolveu gastar US$ 19 bilhões?
Mas, no começo dessa fascinante corrida, tudo indica que o Telegram segue na dianteira. Mas é bom lembrar que essa é uma corrida de fundo, no mínimo uma maratona, e vale observar se, pelo pódio da próxima geração de aplicativos de mensagens instantâneas, haverá lugar para uma empresa independente, se ela acabará adquirida por alguma gigante ou se aparecerá uma nova solução revolucionária no mercado.
Enquanto isso, você já experimentou o Telegram?
No mundo das mensagem instantâneas, US$ 900 mi é “peanuts”
A briga dos aplicativos de mensagens instantâneas pela nossa preferência muda tão rápido que até negócios que seriam grandes, em outros tempos, passam relativamente desapercebidos.
Foi o caso da venda do Viber para o grupo japonês de varejo Rakuten por US$ 900 milhões, número pálido, se comparado com os 16 ou 19 bi pagos pelo Facebook para comprar o WhatsApp. Essa venda aconteceu há duas semanas atrás. Peanuts, em inglês, troco, em português.
Os novos donos do Viber pretendem, acima de tudo, aumentar sua presença no mercado asiático através do comércio eletrônico, assim como na oferta de serviços pela internet.
Nos dias de hoje, o número de mensagens instantâneas que trafegam pelas principais plataformas de aplicativos, como WhatsApp, Viber, Skype, Telegram e outras já é maior do que o de torpedos, ou SMS, enviados diretamente pelas redes das operadoras de celular.
Onde está a lógica? Afinal, os serviços são eficientes, gratuitos e demolem, sem dó, um modelo de negócio das empresas de telefonia que era altamente rentável.
É simples a explicação: Primeiro não é gratuito. Ao usarmos esses serviços, trafegamos através de conexões à internet via rede fixa ou celular, e isso é por nossa conta, ou alguém paga por nós; segundo, ao atrair centenas de milhões de usuários, essas empresas de mensagens instantâneas obtêm ainda dados preciosos de origem e destino de nós, usuários, quando não do conteúdo. E isso vale bilhões como aconteceu na venda do WhatsApp e do Skype, ou um pouco menos, no caso do Viber. O Telegram já despertou apetite de investidores ou de empresas da internet à busca de sinergia em seus modelos de negócios.
900 milhões de dólares é troco? Claro que sim! O Facebook pagou US$ 35 por conta ativa do WhatsApp, a Rakuten desembolsou US$ 3, quase doze vezes menos. Troco, ou gorjeta.
Assim caminha o mercado das mensagens instantâneas!