Procuram-se: Baterias mais leves, potentes e duradouras. Paga-se bem!
O Google badala o Glass, na verdade um computador portátil com câmera e acesso à internet que foi comprimido em uma armação de óculos, numa espécie de pré-estréia dos chamados wearable devices, ou dispositivos digitais para vestir, em tradução livre.
A Apple, no WWDC 2013, anunciou que os MacBook Air virão com autonomia das baterias entre recargas aumentada em até 78%, podendo durar até 12 horas em uso normal.Também falou em integração entre os iPhones, iPods e iPads com os carros, visto que, nos Estados Unidos, 95% dos automóveis novos vendidos possuem portas de conexão com esses dispositivos móveis.
Mas as baterias dessas sofisticadas geringonças continuam as mesmas, de íon de lítio…
Uma bateria maior para fazer a carga do Glass durar o dia todo em uso? Doem as orelhas e o nariz!
Um smartphone que acesse a internet, tenha GPS, Bluetooth, NFC e outras conexões ativas, enquanto seu dono faz vídeo-chamadas onde quer que esteja? Sem um carregador à mão, nada feito… Então, até que ponto essa conectividade com os carros não é mais para carregar e manter carregados os dispositivos?
Dia desses, eu participava de uma longa reunião com 12 pessoas, no fim do dia. Aí foi preciso instalar filtros de linha e carregadores extras pois 11 smartphones precisavam de reabastecimento de energia; Outros 4 estavam em uso por seus donos, ou emprestados. Na verdade, poucos desses executivos tinham um só aparelho, então a durabilidade necessária das baterias por vezes se dá com o segundo celular ou com a ajuda de carregadores.
Como os laboratórios de pesquisa indicam, uma forte tendência é na linha dos wearables. Mas não dá para querer ter produtos usáveis se eles são incômodos, pesados e precisam estar sendo recarregados a cada 5 ou 6 horas.
Também é furado vender um aparelho com múltiplas funcionalidades realmente úteis se elas não podem ficar à disposição do dono o tempo todo.
Até setembro, deveremos assistir a uma série de lançamentos, voltados principalmente para o consumidor, tentando pegar a onda do Natal 2013.
Se não for anunciada uma bateria mais leve e mais potente, teremos apenas evolução do que conhecemos. O próximo salto no mundo da tecnologia depende de baterias para que os produtos possam passar naturalmente nos testes de usabilidade, no sentido mais básico da palavra.
A Apple anda muito quieta: Novidades na WWDC nesta segunda?
Segunda-feira, 10 de junho, começa a WWDC – Worldwide Developers Conference, evento anual que congrega profissionais de tecnologia ligados aos sistemas operacionais da Apple, o iOS e o OS X.
O WWDC reúne milhares de profissionais no gigantesco Moscone Center, em San Francisco, e lá são feitas apresentações de conceitos, novidades e rumos desse fascinante mundo Apple, distribuído por mais de 100 sessões em 5 dias.
Na edição 2013, veremos o new look do OS X do Mac, cada vez mais próximo e integrado ao iOS, e novidades no mundo dos aplicativos.
Mas a Apple anda muito quieta e misteriosa, ultimamente. Pode ser que aquela avalanche de lançamentos inovadores entre 2007 e 2011, quando surgiram e se consolidaram o iPhone e o iPad tenha se esgotado, com o ciclo de encantamento e ousadia caminhando para seu ocaso.
Muitos apostam que a Apple aproveita o evento para lançar a tão esperada iTV, uma TV de tela grande com jeitão de iPad, hiper conectada, para criar um novo segmento no topo do mercado de consumo, onde hoje coreanos e japoneses reinam soberanos. Outros vão para outra ponta, esperando de um iPhone de entrada, mais barato, para aumentar a base instalada do iOS em um mercado que está em expansão, à medida em que os celulares comuns dão lugar aos smartphones, nas mais de 5 bilhões de linhas ativadas.
A iTV é delírio. Posso ter de voltar aqui para me curvar à capacidade da Apple de surpreender mesmo o mais entusiasta. O “iPhonezinho” é fácil de produzir, mas terá uma característica que a Apple não gosta: menor margem de lucro!
A Apple hoje tem quase tantos dólares em caixa quanto o Brasil tem de reservas, e não tem dívidas!
Meu primeiro impulso é apostar que a Apple vai no rumo da digestão dessa quantia fabulosa de grana, distribuindo melhores dividendos aos acionistas e bônus mais gordos aos gestores.
Quando John Sculley assumiu a Apple e demitiu Steve Jobs, o desastre quase aconteceu. Mas a Apple era relativamente pequena em um mercado diminuto, comparado com o que temos hoje, no mundo de tecnologia. Lá atrás, não deu certo, e Sculley rodou para a volta triunfal de Jobs. E Tim Cook, o CEO atual, é do ramo, mas não é Jobs.
É, a coisa não fecha. Vamos especular, aguardando segunda-feira?