Drones e seus múltiplos usos
Chamou minha atenção a notícia deste domingo, 9, que detentos da penitenciária de São José dos Campos haviam recebido um pacote com 250 g de cocaína, entregues por um drone.
Drones são aviões pilotados por controle remoto, desenvolvidos inicialmente para missões militares e, mais recentemente, incorporados à vida civil. Não faz muito tempo, a rede americana Domino fez experiências de delivery de suas pizzas usando esses aviõezinhos; lá pelo final de 2013, um torcedor do Atlético Paranaense, querendo saber mais sobre as obras da Arena da Baixada, enviou um drone que conseguiu fazer um vídeo com imagens bem boas, que, divulgadas pelo YouTube, viralizaram rapidamente.
A Amazon anuncia entrega de pequenas encomendas para 2015 através de um serviço expresso usando drones, com os pacotes chegando ao destinatário não mais do que 30 minutos após o pedido.
Mas bastou aparecer uma notícia de uso indevido, no caso da cocaína para os presidiários, para que críticos da evolução tecnológica começassem a bradar contra a liberação do uso de drones para finalidades civis. A regulamentação de seu uso vai passar por legislação a ser implementada e por normas da Aeronáutica, mas o fato é que, com um pequeno investimento, já é possível fazer um drone com componentes comprados no varejo e seu uso atropela conceitos, legislações e regulamentos.
No caso de mercadorias entregues por via aérea ao sistema prisional brasileiro, no entanto, os drones não são pioneiros. Muita coisa já andou chegando lá via helicópteros, pequenos aviões e até mesmo com o uso de catapultas, sem falar nos românticos pombos-correio, que, em pelo menos um caso, ao entregar a mercadoria, ainda foi assado com pena e tudo…
No resumo da ópera, vale insistir que a tecnologia em si, é neutra. Como ela é usada, é outra história. E, em muitos casos, depende do ponto de vista. Por exemplo, algumas rodovias da Florida, nos Estados Unidos, já são patrulhadas por drones, que podem flagrar motoristas em excesso de velocidade em tempo real, enviando dados ao patrulheiro mais próximo que vai abordá-lo, multá-lo e prendê-lo, se for o caso. Do ponto de vista do motorista, a inovação é ruim. Já para a comunidade…
Ah! Lá em Sao José, a carga de cocaína foi interceptada pelos agentes penitenciários. Resta identificar quem enviou.
Bateu aquele desejo por chocolate? Use a impressora!
Uma parceria inusitada, entre a fabricante de chocolates Hershey’s a de impressoras, a 3D Systems promete criar uma impressora 3D para produzir… chocolates!
A Hersey’s enxerga as impressoras 3D como um novo canal de distribuição para seus produtos, e a 3D Systems espera que essa oportunidade possa levar maciçamente a tecnologia de impressoras tridimensionais ao mercado consumidor de tecnologia, onde também podem estar os fãs do chocolate, ou vice-versa. Vale a pena conferir matéria da CNN a respeito.
Essa solução, além de ser uma alternativa à complicada logística de distribuição de produtos alimentícios, pode permitir a criação de produtos customizados para cada cliente, seja pelo uso de diferentes misturas de componentes que vão nos chocolates e doces como também de dar liberdade na criação de formatos específicos, únicos, que as impressoras 3D proporcionam.
Claro que os bicos de impressão de chocolates diferem daqueles usados para imprimir plásticos ou outros materiais, e os insumos serão diferentes. Mas o princípio da impressão em 3 dimensões é o mesmo, tudo gerenciado por aplicativos que podem estar em um computador, um tablet, um smartphone ou na própria impresora.
A 3DS já mostrou como se pode imprimir comida, apresentando no CES 2014 sua impressora ChefJet 3D. Ela imprime objetos a partir do açucar.
E esse mercado de alimentos impressos em 3 dimensões já ganha um novo participante: A Foodini é uma impressora 3D capaz de criar raviolis e mini-pizzas.
É ainda prematuro dizer se essa tecnologia de imprimir comida vai ganhar escala, cativando milhões de ávidos clientes.
De outro lado, também eram poucos os que acreditavam no tablet como um conceito que iria ganhar centenas de milhões de usuários em menos de meia década. E, pensando bem, o mesmo ocorreu com liquidificadores, máquinas de café expresso, fornos de micro-ondas, computadores…
Assim, espere mais um tempinho e, quando bater aquele desejo de comer um chocolatinho, ou fazer uma surpresa de última hora à pessoa amada, você poderá imprimir o doce a seu gosto.