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Compre pela internet, entrega com drone

Os drones são aqueles aviõezinhos sem piloto, operados remotamente, que, até há pouco tempo atrás, serviam para fins militares e de segurança, como na destruição de alvos terroristas e na patrulha de fronteiras.

O conceito começa agora a se expandir para facilitar o nosso dia-a-dia, com o surgimento de modelos mais leves, mais baratos e de produção seriada. Em junho, a rede de pizzarias Domino testou drones na entrega em domicílio de pizzas encomendadas por telefone ou pela internet, na Inglaterra. Esse delivery ainda não engrenou, mas um dia, quem sabe, concorrerá com os motoboys aqui por nossas plagas.

Vários fundos de investimentos apoiam projetos com drones em aplicações que vão desde o controle em tempo real de gado no pasto, passando por apoio à fiscalização de tráfego  em rodovias e chegando à geração de imagens aéreas em grandes eventos, como shows e partidas de futebol. Essa aplicação, aliás, viria a calhar na ajuda da identificação dos autores de barbáries, como a que vimos no final do Brasileirão.

PrimeAirMas agora vem Jeff Bezos, o chefão e fundador da Amazon e anuncia, no 60 Minutes da TV americana, Prime Airo serviço de entregas da campeã de vendas online usando drones.

O Prime Air vai funcionar apenas para mercadorias de peso e tamanho pequenos, que caibam em um container plástico pouco maior do que uma caixa de sapatos. Ao fazer o pedido com opção de entrega pelo Prime Air, seu pacote é colocado nesse container,  que é fechado e corre por esteiras rolantes até ser automaticamente preso ao drone. Aí ele voa até o endereço do cliente, onde solta o pacote e se vai.

A Amazon pretende fazer entregas em no máximo 30 minutos após o pedido, o que limita a distância entre o centro de distribuição e o endereço de destino.

O principal problema a superar, segundo Bezos, está na obtenção de licenças junto à FAA, a agência federal de aviação civil americana, daí o serviço ter lançamento previsto para 2015.

Do ponto de vista de preço do frete, a viabilidade estaria assegurada.

Mas o que acontecerá se o drone chegar na casa do cliente e for recebido por um cachorro feroz?

Sábado, Boston Globe; Segunda, Washington Post. E agora?

bezos
Nem deu para esfriar a notícia da venda do Boston Globe pelo New York Times, e agora, nesta segunda, vem a notícia da venda do Washington Post para Jeff Bezos, o chefão da Amazon.

O valor foi um pouco maior, US$ 250 milhões, e a aquisição foi feita por Bezos, como pessoa física. Mas é impossível dissociar esse negócio das transformações da era digital.

O Post ficou famoso pelo jornalismo investigativo, que divulgou o escândalo da espionagem dos agentes de Richard Nixon no escritório do Partido Democrata no complexo de edifícios Watergate, em 1972. Dois anos depois, Nixon renunciacva.

Será que dois negócios envolvendo grandes jornais americanos podem sinalizar o fim de uma era? Afinal, o New York Times comprou o Boston Globe por US$ 1,1 bilhão há 20 anos e agora o passa adiante para adiante para o dono de um time de beisebol por meros US$ 70 bilhões, e, passado o domingo, o bilionário dono da principal empresa de comércio eletrônico arremata mais um ícone das notícias.

Mas é bom lembrar que nem sempre essas aquisições dão certo. Lá atrás, ainda no final do século XX, a America OnLine – AOL, então líder do mercado de serviços de correio eletrônico investiu bilhões na compra da Time-Warner, então o maior conglomerado de mídia do planeta. Anos depois, a AOL é irrelevante, e os sucedâneos da Time-Warner ainda sobrevivem.

Já o e-mail dá sinais de cansaço, substituido por mensagens instantâneas e redes sociais, quase como o vetusto fax, de poucos anos atrás.

Pode ser que Jeff Bezos tenha planos mirabolantes para o Washington Post, ou que queira transformá-lo num hobby pessoal. Pode ser.

Mas também pode ser que ele tenha uma visão de sinergia para a Amazon, que ninguém saiba.

O mais provável, arrisco, é que ele tenha uma visão para alavancar o Post dentro do mundo digital, com prioridade para a versão online e com muita interação com seu público-alvo.

Numa dessas, Bezos vai querer concorrer com uma CNN ou uma Fox da vida, e pode ter planos ainda mais ambiciosos para tratar notícias.

É… as coisas andam rápidas nesse mundo digital!

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