Debate dos Presidenciáveis na Internet: Um Marco Importante
Quem viu deve concordar comigo, independente de opções a candidatos: o debate de ontem promovido pelo UOL e pela Folha de São Paulo foi diferente dessa pasteurização que ocorre na TV. Viva a internet!
Só isso?
A “audiência” somou respeitáveis 1.417.610 acessos em 127 países, e o formato do debate permitiu perguntas francas e objetivas em vídeo de eleitores de todo o Brasil. Durante o debate, estiveram por cima dos Trending Topics do Twitter e dos comentários do Facebook temas correlatos, comentários em tempo real de milhões de internautas.
Fica patente o poder da internet de provocar, comunicar e formar opinião. Imagino que os efeitos desse debate refletirão, de algum modo, nas intenções de voto.
Como se fora em um gigantesco auditório, a participação dos internautas foi incrível, bateu recordes de audiência e a repercussão entre os políticos e a mídia tradicional foi forte e imediata.
Ou seja, não podemos mais ter eleições sem um bom debate, e a internet é o caminho. Devemos ter desdobramentos, seja pela realização de outros debates, seja pela ausência de concorrentes melhor colocados nas pesquisas para evitar exposição, o que pode ser um tiro no pé.
Vitória da tecnologia digital? Em parte, por conta da interatividade das mídias envolvidas. Mas cabe destacar ainda a competência com que o debate foi organizado. E…
Faltou o principal: a ausência do gesso artificial da lei das concessões e da lei eleitoral. Tecnicamente, nada impede que as emissoras de TV promovam debates em formatos semelhantes, mas existem obstáculos na lei das concessões que inibem as emissoras de TV e porteiras abertas na lei eleitoral que estimulam esse formato para a internet.
Ponto para a tecnologia, ponto para a democracia, muitos pontos para UOL/Folha que saiu à frente! E ponto também para os três candidatos que mostraram saber se comportar em um formato aberto à exposição de idéias e ao debate franco. Ganhamos nós, cidadãos e eleitores.
Se você não viu o debate, veja agora. Vale a pena. Os historiadores do futuro vão lembrar esse debate como o inovador do processo eleitoral.