Faça backup: ou Murphy te pega!
Ao longo do tempo, você acaba colecionando um montão de arquivos digitais: fotos, videos, músicas, documentos pessoais e profissionais, apresentações, planilhas, enfim, na hora de contar, são milhares, ou dezenas e até mesmo centenas de milhares. Muitos deles você nunca vai precisar, mas uma boa parte deles vão compor uma memória de vida e, como tal, precisam ser preservados.
Murphy, aquele que diz que se alguma coisa puder dar errado, dará, explica porque quando algum problema surge nos seus arquivos, seja por perda, gravação por cima do que existe, limpezas mal feitas e outros que nem parecem possíveis de acontecer, eles atacam exatamente aqueles que você não tem um backup, ou cópia de segurança.
Por mais meticuloso que você possa ser, perfeição na guarda e preservação de arquivos não é tarefa trivial. Mas então, como minimizar os riscos?
Tenha em mente que armazenar documentos em meio digital é hoje algo barato. Discos magnéticos de 1 Terabyte custam R$ 200; armazenagem em serviços na nuvem saem de graça, até 1 Tera em serviços como o Flickr ou o Mega. DVDs graváveis custam centavos cada e cabem 5GB, BluRays, poucos reais para 25GB.
Assim sendo, não é por causa de orçamento curto que você vai perder o que vai escrito em sua linha do tempo. Mas saiba que nos backups também podem surgir problemas. As mídias físicas estão sujeitas a falhas e deterioração. Os serviços na nuvem podem ser descontinuados, pois eles estão sujeitos a um contrato que pode ser rescindido em algum momento.
Para minimizar surpresas e desgostos, o melhor é ter mais de um backup de suas preciosidades. Eu sugiro, no mínimo, um completo em um ou mais HDs externos, outro em serviços na nuvem e aqueles arquivos ultra-especiais, em DVDs ou BluRays.
Vale a pena atualizá-los periodicamente, no mínimo duas ou três vezes ao ano. E mantenha uma lista atual e bem organizada do que está aonde. Se esses arquivos são manipulados em um computador que tenha vários usuários, mais uma razão para tê-los em ordem, e com critérios que todos cumpram. A cada 5 anos, refaça seus backups em mídias novas.
Isso de ter backup é que nem ter seguro de carro. Sem backup ou sem seguro, Murphy vai te pegar!
TV 3D patina por falta de conteúdo. E vice-versa
Agora foi a BBC inglesa que desistiu de produzir filmes e séries em 3D. A audiência supostamente qualificada que esses produtos visavam atingir não chegou para pagar a conta. É mais uma grande rede de TV que puxa o freio de mão no mundo de três dimensões.
A tecnologia que permite ver imagens em três dimensões usando óculos especiais não é nova. Tem mais de 100 anos, mas só agora temos imagens bem realistas. Mas ainda existem problemas a contornar.
Começa pelos óculos de um fabricante que não servem para ver no televisor de outro fabricante. São dois tipos, os óculos ativos, com bateria, e os óculos passivos, que, em tese, oferecem metade da resolução.
Passa pela falta de conteúdo 3D para a variedade de canais de TV existentes , e pelo exagero de efeitos tridimensionais, priorizando o efeito sobre o que exige a narrativa.
Quebra o galho a emulação de efeitos 3D a partir de conteúdos 2D, tipo asfalto anti-pó, que não dá para usar muito. Essas gambiarras de transição sempre são usadas quando surge uma nova tecnologia, como o BluRay e as imagens Full HD ou 1080p. A maioria dos players de BluRay e até alguns de DVD fazem upscale de 480p (padrão DVD) para 720p (HD) e 1080p.
Hoje, com o padrão Full HD em consolidação, já surgem vídeos e aparelhos de TV no mercado com o padrão Ultra-HD, ou 4k, que oferecem 16 vezes mais pixels que o 1080p, e aí estão os investimentos dos fabricantes, delineando a tendência futura.
Voltando à decisão da BBC de parar com conteúdo 3D: isso é ruim para os fabricantes, ruim para os geradores de conteúdo, ruim para quem sacou o cartão de crédito e apostou na imagem 3D doméstica.
Já no cinema, os filmes em 3D parecem ter conquistado um espaço definitivo. Quando escrevo esse post, são seis títulos diferentes em cartaz nos cinemas de Curitiba, e muitos mais anunciados.
Há controvérsias sobre o pouco entusiasmo para a dimensão da profundidade na telinha. Discussões centrais estão na inconveniência dos óculos atuais e na perspectiva de novos produtos que exibem imagens tridimensionais que dispensam óculos, como o Nintendo 3DS.
Outro dia ouvi uma explicação razoável: excesso de óculos. Óculos 3D, Google Glass, óculos de sol, óculos para ler, óculos para longe… não é tralha demais?
Finalmente a confraria das gravadoras se rende ao streaming
É natural que indústrias e países definam práticas e políticas para proteger seus produtos e mercados. Só que essa proteção não pode ser eterna, seja à luz dos tratados internacionais, seja pela evolução da tecnologia e dos hábitos e necessidades desses mesmos mercados.
Hoje nossa reflexão vai sobre a toda poderosa RIAA – Recording Industry Association of America, a associação da indústria das gravadoras dos Estados Unidos.
Como todo grupo de interesse que tem mercados enormes, como o da música, administrar um modelo de sucesso em um ambiente de forte mudança é algo complexo, e a postura normalmente é reativa. É o que vem acontecendo na mensuração do que se ouve e se vê de conteúdo musical.
Após longas batalhas jurídicas, a RIAA conseguiu eliminar ou enquadrar nos rigores das leis os sites que permitiam, nos primórdios da internet, a troca informal de arquivos musicais, sem gerar nenhum tipo de receita às gravadoras, aos autores e aos intérpretes. Destaques para os falecidos Kazaa, Emule e Limewire .
Surgiram então os serviços de vendas de músicas através de download, dentre os quais a iTunes Sore, da Apple, que pegaram o vácuo da oportunidade e transformaram o mercado de venda de músicas, com preços muito acessíveis. Esse modelo desestimulou a pirataria, pelo simples fato de que a origem era confiável, o serviço garantido e de qualidade e, especialmente, permitia aos consumidores montar sua coleção personalizada de músicas.
A maioria dos países do mundo legalizou esse canal, e aí as vendas físicas de CDs e DVDs despencaram, colocando no limbo as grandes redes de varejo do ramo. A RIAA foi reativa a essa realidade até verificar que não havia alternativa.
Mas a tecnologia não parou de avançar, com oferta de músicas e filmes não mais apenas para download. Surgem os serviços de streaming, aproveitando-se do aumento da velocidade das conexões de internet e da tecnologia de nuvem, ou cloud. Nessa modalidade, não há a necessidade de baixar o conteúdo, como no Mog e no Yahoo Music, e se expande com a rapidez espantosa, ao ponto de indicar a necessidade de revisão do modelo de sucesso da iTunes Store, especialmente com o lançamento recente do Google Play Music All Access.
Ocorre que a RIAA não media para as premiações, até agora, esse canal não estruturado, mas legal, de distribuição de conteúdo musical, como o Spotify e o YouTube, e as outrora indiscutíveis categorias de discos de ouro e platina deixaram de fazer sentido, com o consumidor nem dando bola para o que ocorria com os números de sucesso da associação.
Não mais. A RIAA rendeu-se ao streaming e à enorme audiência dos múltiplos canais de distribuição e agora passa a contabilizar esses números para chegar a premiações mais condizentes com a realidade de nós, os consumidores.
É verdade que, para a RIAA, um clip visto por streaming, no MTV.com ainda não conta tanto como o mesmo clip comprado por download. Mas o sinal dos tempos chegou à vetusta associação, que faz uma plástica e reconhece a evolução da tecnologia. Daqui em diante, os discos de ouro e platina passarão a premiar efetivamente os mais populares.
Da série Liberdade X Controle 4: Localizando seu dispositivo móvel e sendo você localizado
Smartphones e tablets mais recentes oferecem um recurso interessante: a possibilidade de localizá-los em caso de perda, esquecimento ou mesmo de furto ou roubo. Nesses casos de inconvenientes com meliantes, é possível, inclusive, bloquear o aparelho ou mesmo apagar todo seu conteúdo, remotamente.
Vai-se o aparelho, mas seus preciosos dados não, desde que você tenha cópias de segurança deles.
Essa funcionalidade já é bem difundida entre as principais plataformas. Com o iOS, da Apple, o Find My iPhone é o mais usado. Os aparelhos que rodam o Android, do Google, preferem o Where’s My Droid.
Estatísticas mostram que o principal uso é bem trivial: serve para achar o celular que está perdido dentro da casa ou do escritório. Num distante segundo lugar vem o bloqueio do tablet pelos pais quando os filhos estão abusando do limite de tempo acordado e é hora de fazer a tarefa da escola. Só então vem a finalidade para o qual esses aplicativos foram originalmente pensados: achar e pegar o ladrão que saiu usando seu aparelho depois de um furto ou roubo. Em cidades como Nova York, por exemplo, as recuperações de smartphones e tablets nas mãos de ladrões via Apps já representam 40% do total dos boletins de ocorrência resolvidos pela polícia, cujo chefe já reconheceu publicamente a ajuda que essas ferramentas vem trazendo ao serviço policial.
Existem também muitos casos de separação litigiosa de casais onde o juiz determina a liberação desses dados de localização, normalmente associados à quebra do sigilo telefônico. Mesmo no Brasil, onde o uso desses aplicativos é relativamente limitado, as varas de família já registram casos de reparações milionárias por conta das andanças do smartphone por lugares comprometedores…
É mais um tipo de aplicativo onde abrimos mão de parte de nossa privacidade ou liberdade em troca de mais conveniência, uma vez que o provedor do serviço de localização sabe onde você está e quando. Interessa?
Se você mesmo assim está disposto a usar essa funcionalidade, não se esqueça de ter o aplicativo atualizado e uma conta na nuvem para poder usá-lo e ter seus dados preservados em lugar seguro. Esses serviços de backup já estão inclusos na versão básica e gratuita dos aplicativos de localização, e o espaço disponível varia de 3 a 5 GB. Como os smartphones e tablets possuem capacidade de armazenamento maior, considere pagar uma taxa mensal para aumentar sua cota de armazenamento. Hoje em dia, esses serviços competem favoravelmente com os meios tradicionais de armazenamento, como os HDs externos e discos DVD e BluRay.
Eu uso esses aplicativos, e acho que as vantagens largamente compensam as desvantagens.
Gravando da TV: as opções de 2010
José Wille, âncora da CBN Curitiba, colocou no ar uma intrigante questão: Em 1982, já era possível gravar da TV os jogos da Copa do Mundo, as novelas e outros programas, nos caros e pesados videocassetes, que custavam um monte de dinheiro. Passados exatos 28 anos, isso é menos comum, pois os videocassetes desapareceram e os gravadores de DVD chegaram, mas duraram pouco no mercado. Por quê?
1- A chegada ao mercado do padrão de vídeo de alta definição, o BluRay, trouxe para baixo o preço dos tocadores de DVD. Hoje, um player BluRay de entrada está na faixa de R$ 300, e os DVD estão em liquidação.
2- No mercado local, só um modelo de gravador de vídeo é encontrado, que tanto grava em discos DVD como em um HD interno de 160GB, por R$ 899,00
3- Existe oferta das operadoras de TV por assinatura de decodificadores digitais com HD interno, que permite gravar programas de TV, mas não exportar para DVD ou outros aparelhos
4- Alguns televisores de alta definição possuem ou um HD interno para gravação ou uma saída USB para um disco rígido externo, que permite as gravações de TV aberta
5- Last, but not least, o principal motivo: o comprometimento dos fabricantes de televisores e equipamentos de vídeo e operadoras de TV por assinatura com os produtores de conteudo para proteção de direitos autorais. Não é por limitação tecnológica que inexistem gravadores BluRay para o consumidor. É adesão dos fabricantes ao tal de DRM, ou Digital Rights Management (Gerenciamento de Direitos Digital, em português) e outros protocolos internacionais que limitam as possibilidades de cópia de conteudo.
Então, você ainda pode gravar os jogos da Copa, no modo analógico, seja através de seu videocassete, de um gravador de DVD, de uma TV com um HD interno ou externo ou de um decodificador digital de sua operadora de TV por assinatura. Mas que a coisa é bem mais difícil que nos tempos áureos do videocassete, lá isso é…