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O que mais rolou no Facebook em 2014, no Brasil e no mundo

facebook-iconAs Top 10 no Facebook 2014 mostram duas coisas importantes:

  • O brasileiro é, definitivamente, muito forte na sua presença em redes sociais
  • Os assuntos relevantes aqui ocorridos (Copa e eleições) ganharam destaques planetários.

Vamos ver o que saiu na retrospectiva do Facebook de 2014?

Tópicos mais comentados em 2014 no Brasil

1.Eleições
2.Copa do Mundo
3.Carnaval
4.Dia das Mães
5.Neymar Jr.
6.Surto do vírus ebola
7.Bruna Marquezine
8.Conflito em Gaza
9.Claudia Leitte
10.Desafio do Balde de Gelo
Tópicos mais comentados em 2014 no mundo
1. World Cup
2. Ebola virus outbreak
3. Elections in Brazil
4. Robin Williams
5. Ice Bucket Challenge
6. Conflict in Gaza
7. Malaysia Airlines
8. Super Bowl
9. Michael Brown/Ferguson
10. Sochi Winter Olympics

Games mais populares do Facebook em 2014 (global)

1. Cookie Jam
2. Bubble Witch 2 Saga
3. Candy Crush Soda Saga
4. Klondike
5. Kim Kardashian: Hollywood
6. Old Vegas Slots
7. League of Angels
8. Hero Defense
9. SuperCity
10. Sparta: War of Empires

Para um eterno país do futebol, surpreende que, no Brasil, as eleições foram mais comentadas do que a Copa (posições 1 e 2, respectivamente).  Mudaram as prioridades? Tomara que sim!

Já no mundo, a Copa ganhou a medalha de ouro! O notável foi a medalha de bronze para as eleições brasileiras. Nada mal para uma rede que congrega 1.4 bilhão de pessoas… O fato da bilionária Super Bowl, a final do campeonato americano de football (aquele jogado com bola oval onde os jogadores ficam a maior parte do tempo com a bola na não e trombando uns com os outros) ter ficado num modesto 8º lugar mostra a dimensão tanto da FIFA e sua Copa quanto da participação dos brasileiros e interessados no Brasil no Facebook.

Nos games, todos aqueles que são populares no mundo também bombam por aqui. Vi no meu perfil no Facebook que recebi um total de 2.879 convites para jogar algum dos Top 10 acima, sendo apenas 120 do exterior.

Para quem achava que os brasileiros estariam entrando em baixa, após a morte por inanição do Orkut, a resposta está nessas estatísticas, fora o fato de sermos prata na quantidade (entre 6% e 7% dos usuários ativos) de facebookeiros e os primeiros -disparados- em tempo de navegação na rede do Mark Zuckerberg.


likeE aí, curtiu?

A Copa das Redes

WCupSocialMNão dava para encerrar as postagens sobre a Copa do Mundo 2014 sem relacioná-la às redes sociais. Definitivamente, a Copa de 2014 foi duplamente a… Copa das Redes! Tanto de bolas na rede (azar e/ou incompetência nossa) como no uso das redes sociais.Bolanarede

Os números ainda carecem de consolidação, mas o infográfico de uso do Twitter durante o jogo Brasil x Alemanha é impressionante! Neymar, o grande ausente, foi o mais citado durante o jogo, exceto quando dos picos registrados a cada um dos 7 gols da Alemanha e o solitário gol de honra do Oscar. Foram 672 milhões de tuítes sobre a Copa nos seus 32 dias. A vitória da Alemanha por 7×1 sobre o Brasil, na semifinal, gerou 35,6 milhões de tuítes; a final Alemanha x Argentina, “apenas” 32,1 milhões.

O Facebook registra números ainda mais impressionantes, dada a sua base de contas ativas quase 5 vezes maior que a do Twitter. Só na final, 88 milhões de pessoas geraram mais de 280 milhões de postagens, comentários e curtidas likes na rede, durante a final que consagrou a seleção alemã.

Esse é um novo recorde para o Facebook em um evento único, batendo as 245 milhões durante o Super Bowl de 2013.

Após as oitavas de final, o Facebook informou haver superado a marca de 1 bilhão de postagens relativas à Copa, geradas por 220 milhões de usuários desde a partida inicial Brasil x Croácia em 12 de junho.

Nesta segunda, 14/7 a rede social anunciou que a Copa 2014 é o maior evento – esportivo ou não – na história do Facebook. E esse número foi gerado por uma base relativamente pequena, de 17% das contas ativas.

Também bateram recordes o Pinterest, o FourSquare, o Google+, o YouTube, e, claro, o Instagram, hoje controlado pelo Facebook.

Se compararmos os volumes do Twitter da Copa de 2014 no Brasil com os da Copa de 2010 na África do Sul, o crescimento foi brutal: mais de 300 vezes!

E o pais que registrou o maior crescimento, dentre as 32 seleções representadas? Os Estados Unidos, onde definitivamente o soccer parece estar na rota de virar superstar. Os gigantes da publicidade e do entretenimento não cansam de tecer loas ao futebol e ao tamanho do business.

Definitivamente, dois tipos de seres totalmente globais convergiram forte aqui no Brasil: a Copa do Mundo e as Redes Sociais.

Copa das Copas: sem Taça, sem Raça

14-50Sou veterano o suficiente para me lembrar de 17 Copas do Mundo. E, à falta de bons motivos para tirar a má impressão que tive na outra Copa aqui no Brasil, a de 1950, vou contar aqui minhas impressões da evolução da tecnologia nesse período de 64 anos, e da participação da massa de cidadãos e torcedores.

1950: No Rio, com 9 anos, morava em Ipanema, a exatos 13,4 km do Maracanã (hoje), ou 21 km, pelo caminho então disponível. Para wuem não tinha entrada para a final, o jeito era ouvir pelo rádio. Eu ouvia a rádio Continental em AM, e o locutor era Oduvado Cozzi, comentários de Ary Barrozo. Uruguai 2×1: Pude sentir o silêncio ensurdecedor na cidade.

1954: Na Suiça, outro mico, dessa vez ouvido em ondas curtas, sinal ruim, mas, mesmo assim, dava para entender que não era a hora do Brasil. As poucas imagens que vinham eram telefotos bem distorcidas, nos jornais do dia seguinte, e alguns vídeos nos jornais semanais nos cinemas. Alemanha Ocidental passa pela fenomenal Hungria, de Puskas.

1958: a Copa da Suécia, do Pelé, do Vicente Feola, do fim do complexo de vira-latas, ainda pelo rádio. Para os poucos que tinham TV em casa, a solução era assistir a uma apresentação de slides na TV Tupi, enquanto o mesmo narrador do rádio passava sua voz nos altofalantes da TV.

1962: No Chile, o bicampeonato, a sensação do poder absoluto do Brasil no esporte bretão, onde seguíamos de novo pelo rádio e, no dia seguinte, alguns vídeos pela TV, vindos de avião.

1966: o vexame na Inglaterra, a frustração do tri, poucas imagens pela TV no dia seguinte, já vindas por transmissão via satélite, mas nada de todos os jogos ao vivo, ao menos em Curitiba, onde morava e estava no começo de minha carreira profissional. A dona da casa levanta a Jules Rimet, mas se houvesse a tecnologia de hoje da detecção da bola passando pela linha de gol, a Alemanha seria bicampeã.

1970: a Copa no México, a Copa do Tri, da seleção de Pelé, Jairzinho, Gerson, Tostão e tantos outros, a primeira transmitida ao vivo, via satélite e em cores, mas o Brasil ainda não dispunha de um sistema de difusão de sinais coloridos. O jeito era assistir os jogos na TV de tela pequena, em preto e branco. A novidade era o replay, com duas câmeras atrás de cada gol com um gravador de videocassete, cada um custando, à época, a fortuna de US$ 100 mil, algo como US$ 1 milhão em grana de hoje. Euforia geral no Brasil governado por militares, o “prá frente Brasil”

1974: Já com boa parte da população brasileira com televisores em casa e com uma pequena parcela tendo o privilégio de contar com um possante 21″ em cores, a nossa carrasca Alemanha (à época, ainda Alemanha Ocidental) conquistar o bi em casa. O Tetra nosso ainda levaria 20 anos para chegar.

1978: Nada a comemorar. Ainda com o regime fechado por aqui, a Argentina levantava a taça pela primeira vez. Do ponto de vista tecnológico, evolução na quantidade de aparelhos em cores e da cobertura para recepção do sinal ao vivo.

1982: Na Espanha, a anfitriã é a segunda seleção a perder uma Copa em casa, para a Itália, sofrendo um Bernabeusazo, ou algo parecido. Nós, com a melhor seleção de todos os tempos, seguimos os passos e os passes de nós mesmos (1950), Hungria (1954) e Holanda (1974). E alguns de nós já podíamos ter um aparelho de videocassete em casa, qu enos permitia gravar os jogos para ver e rever o título que não aconteceu.

1986: A Colômbia desiste de sediar o mundial e o México faz sua segunda Copa, e a Argentina sua segunda festa. E nós passamos a ter de engolir o Maradona. Tecnologia nova? Os CDs apareciam, mas só os players. Para vevídeos, só nos videocassetes. O Brasil, bem… caiu que nem o Plano Cruzado, que bombava à época e deu no que deu.

1990: Era para ser nossa, mas a Alemanha fez o dever de casa e conquistou o Tri, em cima da Argentina, na casa dos italianos. De tecnologia, só mais câmeras transmitindo, mais replays, o slow-motion, e pronto. Já haviam computadores domésticos, mas, para efeitos esportivos, apenas com planilhas eletrônicas para analisar os números da Copa e jogar alguns games rústicos de futebol.

1994: Nos Estados Unidos, com Romário & Cia, o Tetra! E o DVD aparecia, para podermos colecionar vídeos da Copa com melhor qualidade do que as transmissões por TV aberta. Alguns poucos já podiam desfrutar de computadores domésticos, com comunicação por telefone, fazendo chats através de serviços de BBS e do ICQ. As buscas na Internet estavam na moda, e o Yahoo! começava seu domínio.

1998: Vive la France, Ronaldo deu chabú e conquistamos o bi-vice. Já dava para ter a internet por linha discada a incríveis 64kb, mas a conta (para variar) era salgada. Mas os serviços de chat eram populares e dava para se comunicar com o mundo, tendo, pela primeira vez, uma visão global da Copa, de forma direta. Nascia o Google!

2002: O Penta, do outro lado do mundo, a reabilitação de Ronaldo e a glória de Felipão. Foram 2 títulos na América do Norte (México e EUA), um na América do Sul (Chile), um na Europa (Suécia) e esse na Ásia (Japão e Coréia do Sul).  O Google era rei e a banda larga descongestionava as linhas telefônicas. Muita mensagem trocada por SMS.

2006: Com o Google bombando, o Orkut mandava ver no Brasil, mas o Facebook vinha com tudo. A Alemanha fazia seu tri na Itália. O Brasil, bem… já que não deu para sediar uma Copa, o jeito era tentar no ano seguinte ganhar o direito e receber as seleções em 2014. Smartphones apareciam no radar.

2010: Na África do Sul, surgia o Cometa Espanha, imbatível pelos próximos… (vide 2014). Já era possível fazer videoconferências pelo computador, o Skype era soberano na telefonia IP grátis, o Facebook tomava conta das redes sociais, mas o Twitter era o grande contendor a bater na troca de mensagens instantâneas. Alguém aí se atreve a repetir a escalação base do Brasil de Dunga?

2014: Antes da final, dá para escrever que a Copa no Brasil foi um sucesso, os gringos gostaram, embora as redes de comunicação não estivessem no Padrão Fifa, ainda assim deu para postar milhões de fotos e vídeos dos estádios. Em alguns pontos, a transmissão de imagens 4K, bem mais nítidas do que as Full HD, estas chegarando em massa aqui em nossas plagas nesse ano da Copa, mas que já eram padrão em 2010. Os jogos, todos pela TV ao vivo e com as redes sociais bombando, mostrou o esquema planetário desse evento FIFA, muito mais do que 64 jogos de futebol.

Na 1ª semifinal, minha neta de nove anos chora de tristeza após o 7×1 da Alemanha. E eu penso: será que o legado de país que minha geração deixa para ela não poderia ser melhor? Ela tem hoje a idade que eu tinha em julho de 1950.

Tomara que ela só tenha esse motivo de chorar pelo Brasil em 2014.

 

 

Walk Again: Precisa Andar de Novo?

exoMilhares, talvez milhões de espectadores -eu incluído- estavam ansiosos para ver a cerimônia de abertura da Copa do Mundo, no Dia dos Namorados, 12 de junho.

Menos pela parte cenográfica montada pela FIFA e mais pelo chute inicial e simbólico, antes da partida Brasil x Croácia, que seria dado por um paraplégico. Ele deveria levantar-se de uma cadeira de rodas, andar cerca de 25 passos e, em seguida, fazer o kick-off da Copa. Tudo isso autonomamente, no projeto global comandado pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis.

Na prática, nao foi isso que aconteceu. Em fugidios 3 segundos, no meio da dançação toda, sem qualquer menção do cerimonial ou dos narradores da TV, lá estava o jovem Juliano Pinto, 29, usando o exoesqueleto e, dando o chute numa Brazuca. Sem explicações, sem a devida chamada de atenção aos distintos bilhões de espectadores mundo afora.

Tudo bem, a experiência pode até ter funcionado, mas o risco corrido pelo Dr. Nicolelis e sua equipe merece uma segunda chance, e não vale a pena esperar pelo próximo grande evento, as Olimpíadas do Rio, de 2016.

Muitos cientistas se apressaram a criticar Nicolelis, dizendo que a validação de um experimento científico não estaria seguindo os roteiros clássicos, de publicações em revistas especializadas e das explicações sobre como chegou ao resultado, não sob a ótica leiga, mas sobre a verdade da ciência.

Como houve aporte de recursos da Finep, agência do governo federal, vieram também as questões de uso do dinheiro público, dos alinhamentos políticos do cientista brasileiro – que mora nos Estados Unidos, diga-se de passagem.

Mais tarde, ainda no dia 12, Nicolelis deu entrevista ao Jornal Nacional, dizendo que a Fifa limitou o tempo da demonstração e não deixou que o nosso herói entrasse em campo, por conta do peso total do conjunto Juliano + exoesqueleto, que poderia danificar o gramado. Será que isso não teria sido combinado, ou a Fifa é tão onipotente assim?

Depois, em entrevista à Folha de São Paulo, Nicolelis diz que a Fifa roeu a corda e não fez o combinado. A Fifa diz que no ensaio foram dados os mesmos 30 segundos que no dia das abertura, e que passos não foram dados, só o chute, e que o que a TV mostrou não é sua responsabilidade. De quem seria, afinal? A Globo insiste que a geração das imagens é por conta da Fifa.

O fato concreto é que dúvidas ficaram. E elas são fáceis de dirimir. A demonstração completa pode ser em qualquer dia, durante a Copa, convocando a imprensa mundial que se aboleta por aqui para cobrir a Copa e, nas matérias colaterais sobre o Brasil, mais desancam do que “ancam” sobre nossos problemas.

Ou então negociar com Sepp Blatter para fazer a experiência completa após a cerimônia de encerramento. Afinal, a Fifa mostrou, desde os preparativos após a escolha do Brasil como país sede, lá em 2007, que ela dita as regras. Mas, acabada a Copa, encerrada a festa e passado o bastão para o presidente Vladimir Putin, para a Copa 2018 na Rússia, dá para fazer tudo com bastante detalhes, abismar o mundo e dar uma turbinada nas vocações científicas de milhões de jovens brasileiros.

Eu acredito na capacidade do Dr. Nicolelis e de sua equipe. Mais ainda, nos sorrisos de muitos paraplégicos que renovaram esperanças em poder voltar a andar com o anúncio do Walk Again.

Não está em jogo o disse-me-disse nem as versões controvertidas. A prova pública da conquista deve e precisa ser feita. O quanto antes! 

Walk Again: A exposição necessária

walkagainAntes de ver a demonstração ao vivo, por ocasião da cerimônia de abertura da Copa do Mundo 2014, em São Paulo, quero agradecer a esse time campeão de cientistas, pesquisadores, apoiadores e, especialmente, aos voluntários, hoje dependentes de cadeira de rodas, em ousar, inovar, buscar tornar a esperança em realidade.

Em tudo dando certo, um ou uma jovem poderá dar alguns passos, autonomamente, e chutar a bola, antes do jogo inaugural Brasil x Croácia.

Mais do que uma vitória, vai valer a pena pela exposição de resultados de uma longa, solidária e corajosa jornada envolvendo muitas disciplinas da ciência e da tecnologia, muita experimentação, muitos obstáculos vencidos. Restará, no meio da tarde do Dia do Namorados em São Paulo, mostrar ao mundo que juntar conhecimento e aplicá-lo ao bem-estar humano vale muito.

Existem céticos, críticos, invejosos e mesmo desinformados que falam mal, sem saber do todo. Das dezenas de universidades mundo afora, dos diversos centros de pesquisa buscando o novo, para chegar a lançar a semente da perspectiva de tornar possível a um paraplégico voltar a caminhar – Walk Again.

É possível que dúvidas ainda persistam, e cheguem a debates até em fóruns científicos. É razoável supor também que haja um longo caminho a ser percorrido até que essa possibilidade de andar esteja disponibilizada para milhões de deficientes.

Não importa. O que realmente contará, nesta quinta, 12 de junho de 2014, é que boa parte da humanidade poderá tomar conhecimento dessa magnífica iniciativa do engenho humano.

Tomara que dê tudo certo. E que o exemplo frutifique, não só no Brasil, como em cada país do mundo.

E aí que venha o futebol!

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