Importar suas coisas do iPhone para o Galaxy S4 é fácil
Tem muita gente que saiu -ou pretende sair- do ninho confortável mas fechado da arquitetura Apple, ainda mais agora que as opções do mundo Android andam realmente tentadoras.
“Mas e aí, como fazer para não perder tudo que tenho, por exemplo, no meu iPhone?“, pergunta um ouvinte da CBN via blog.
O resumo da ópera é o seguinte:
Os serviços de agenda, e-mail, fotos e videos que você tem na nuvem vão ser automaticamente acessados, e ficam mais redondos se você usar os aplicativos, como o GMail e o Dropbox, por exemplo;
Para trazer seus contatos carinhosamente coletados ao longo do tempo, a melhor solução é usar o programa Easy Phone Sync, desse jeito: primeiro você vai ao Google Play e baixa o App para Android. Aí você vai no site www.easyphonesync.com, baixa e instala a versão para Windows ou Mac, dependendo de onde você sincroniza seus dados no iTunes; liga o Galaxy no computador e pronto! Aí você seleciona os conteúdos que quer sincronizar do seu iPhone para o Samsung.
Mas atenção: você não vai poder sincronizar nem transferir aplicativos comprados na App Store nem as músicas, vídeos e livros adquiridos na iTunes Store. Os Apps por não serem compatíveis, embora quase todos estejam disponíveis também na loja Google Play.
Conteúdos adquiridos na iTunes Store ou na iBookStore estão amarrados pelo tal do DRM, ou Digital Rights Management, que, para evitar pirataria, não saem da sua conta no mundo Apple, por contrato.
Já as músicas que você importou de seus CDs ou adquiriu de outra forma na internet, mais seus vídeos e fotos todos são importados sem problemas.
Para quem está no sentido contrário e quer sair do mundo Android e migrar para o ecossistema da Apple, dá para fazer o caminho inverso?
Nesse caso, é até mais simples, com regras parecidas quanto aos Apps e aquisições no Google Play. Restrições são as mesmas. Existem aplicativos que vão cuidar disso para você, e copiar fotos e vídeos do Galaxy é tão fácil quanto copiar de um pendrive.
Agora, no caminho de ida, esse Easy Phone Sync é grátis, incrivelmente simples e uma baita mão na roda!
Finalmente a confraria das gravadoras se rende ao streaming
É natural que indústrias e países definam práticas e políticas para proteger seus produtos e mercados. Só que essa proteção não pode ser eterna, seja à luz dos tratados internacionais, seja pela evolução da tecnologia e dos hábitos e necessidades desses mesmos mercados.
Hoje nossa reflexão vai sobre a toda poderosa RIAA – Recording Industry Association of America, a associação da indústria das gravadoras dos Estados Unidos.
Como todo grupo de interesse que tem mercados enormes, como o da música, administrar um modelo de sucesso em um ambiente de forte mudança é algo complexo, e a postura normalmente é reativa. É o que vem acontecendo na mensuração do que se ouve e se vê de conteúdo musical.
Após longas batalhas jurídicas, a RIAA conseguiu eliminar ou enquadrar nos rigores das leis os sites que permitiam, nos primórdios da internet, a troca informal de arquivos musicais, sem gerar nenhum tipo de receita às gravadoras, aos autores e aos intérpretes. Destaques para os falecidos Kazaa, Emule e Limewire .
Surgiram então os serviços de vendas de músicas através de download, dentre os quais a iTunes Sore, da Apple, que pegaram o vácuo da oportunidade e transformaram o mercado de venda de músicas, com preços muito acessíveis. Esse modelo desestimulou a pirataria, pelo simples fato de que a origem era confiável, o serviço garantido e de qualidade e, especialmente, permitia aos consumidores montar sua coleção personalizada de músicas.
A maioria dos países do mundo legalizou esse canal, e aí as vendas físicas de CDs e DVDs despencaram, colocando no limbo as grandes redes de varejo do ramo. A RIAA foi reativa a essa realidade até verificar que não havia alternativa.
Mas a tecnologia não parou de avançar, com oferta de músicas e filmes não mais apenas para download. Surgem os serviços de streaming, aproveitando-se do aumento da velocidade das conexões de internet e da tecnologia de nuvem, ou cloud. Nessa modalidade, não há a necessidade de baixar o conteúdo, como no Mog e no Yahoo Music, e se expande com a rapidez espantosa, ao ponto de indicar a necessidade de revisão do modelo de sucesso da iTunes Store, especialmente com o lançamento recente do Google Play Music All Access.
Ocorre que a RIAA não media para as premiações, até agora, esse canal não estruturado, mas legal, de distribuição de conteúdo musical, como o Spotify e o YouTube, e as outrora indiscutíveis categorias de discos de ouro e platina deixaram de fazer sentido, com o consumidor nem dando bola para o que ocorria com os números de sucesso da associação.
Não mais. A RIAA rendeu-se ao streaming e à enorme audiência dos múltiplos canais de distribuição e agora passa a contabilizar esses números para chegar a premiações mais condizentes com a realidade de nós, os consumidores.
É verdade que, para a RIAA, um clip visto por streaming, no MTV.com ainda não conta tanto como o mesmo clip comprado por download. Mas o sinal dos tempos chegou à vetusta associação, que faz uma plástica e reconhece a evolução da tecnologia. Daqui em diante, os discos de ouro e platina passarão a premiar efetivamente os mais populares.
A Geração Digital 2.0 está aí: como conviver com as diferenças?
A nova geração nascida após 1995 já dá o ar de sua graça no mercado de consumo e, logo, logo, estará disputando o mercado de trabalho. Vamos convencionar chamá-la, para efeito de raciocínio, de “Geração Digital 2.0“, por terem nascido após a disponibilização da internet em escala global. É que a diferença de percepção desses jovens em relação a todos os seres humanos anteriores, que, por contraposição, seriam os das “Gerações Analógicas” é tão grande que gerou dificuldades de ajustar produtos e serviços a essa turma e, ao mesmo tempo, fazer os “analógicos” -ainda hoje a maioria- migrarem para a nova realidade.
Como criar produtos e serviços que sejam igualmente aceitos, em um extremo, por quem já viveu a era dos telefones de disco, dos discos de vinil, da enciclopédia Barsa, dos televisores de antena interna com BomBril e sem controle remoto e, no outro, por quem, desde sempre, o celular é um acessório pessoal e obrigatório, a música vem e vai pela internet, o verbete está na Wikipedia, o clipe da TV está mais no YouTube do que em qualquer outro lugar?
Aqui, dois problemas: (a) a turma do marketing vem andando devagar demais tanto para fazer a turma antiga perceber essa nova realidade quanto criar linguagem própria para os seres digitais e (b) talvez porque embora o market share desses dois grupos esteja rapidamente se invertendo, pode ser que ainda exista muita grana e conforto no modo antigo de comunicar.
Poucos se deram conta que a intuitividade das novas interfaces como a tela sensível ao toque e as onipresentes webcams nos dispositivos indicam claramente a perda da relevância do teclado e do mouse, ícones da revolução digital, digamos… 1.0. Os bem mais jovens, nascidos a partir de 2005 vão achar essa forma tão popular de “teclar” algo no mínimo incômodo, talvez como se hoje fôssemos obrigados a usar uma velha Remington para escrever e postar textos.
Então fica realmente muito difícil produzir estímulos adequados a todo o tipo de indivíduo, até porque hoje existem muitos canais e mídias diferentes e diferenciados.
Mas a principal reflexão que quero deixar aqui hoje é dirigido a quem convive com crianças bem pequenas a quem é dada a oportunidade de interagir, sem explicação prévia, com uma interface com tela sensível ao toque. Dá para ver que eles, de forma natural, aceitam essa forma de interação e seguem adiante. Não é preciso explicar nada, salvo, talvez, quando eles começarem a se expressar pelo verbo, que “naquele tempo” não existiam iPods, celulares, internet e coisas do gênero.
Assim como há uma década atrás era difícil mostrar à criança por que um disco de vinil não era um “CDzão preto“, talvez daqui a alguns anos seja impossível explicar aos jovens da geração digital 2.0 o que é um CD.