Carros conectados: qual o limite?
O Google desenvolveu um carro que dispensa motorista e que funciona. Em estados americanos onde a legislação permite, lá vai um Google Driverless Car capturando imagens para o Google Maps. E quase sem acidentes. O único amassado que um deles apresentou foi quando o carro estava estacionado e um barbeiro qualquer provocou o acidente.
As montadoras também trabalham nessa linha, como a Audi. Conceitualmente, é parecido com o carro do Google, que, na verdade é a tecnologia driverless que o Google quer patentear para carros de série. O Google é do ramo de tecnologia digital, a Audi, do ramo de veículos.
Convergência à vista? Ou será que a GM acaba virando Google Motors?
A Audi demonstrou no CES 2014, em Las Vegas, o modelo A7 com a tecnologia que torna o motorista um opcional. O modo de condução automática usa radares e lasers para monitorar outros carros ao redor, enquanto a câmera, acoplada ao parabrisa, controla se o carro permanece dentro da faixa de rolamento. Um monitor LCD no painel de instrumentos mostra a representação do tráfego ao redor da veículo.
Do ponto de vista da estética, ganha o Audi.
Mas, se você decidisse comprar um Audi A7 com todo esse equipamento, você deixaria que ele andasse sozinho? Nessa máquina projetada para proporcionar o máximo conforto com emoção para quem dirige, faz sentido você investir e ir de passageiro? OK, não precisa contratar um motorista…
É verdade que esse carro-conceito da Audi serve mais como efeito demonstração, já que muitos componentes são de série em muitos de seus modelos e de outras montadoras, como o controle de velocidade adaptativo, que permite dirigir sem usar o acelerador, a velocidade constante, mas mantendo distância mínima do veículo à frente; os avisos de mudança inesperada da faixa de rolamento, ou de um carro chegando perto, na faixa ao lado; os radares embarcados para alertar o motorista sobre carros que venham em sentido contrário, à noite ou sob neblina, só para citar alguns.
Para mim, faria sentido, se fosse definir um carro alemão para dispensar o motorista, quem sabe um Trabant auto-conduzido não faria mais sentido?
Ou um taxi?
Carro sem motorista: Custos começam a baixar. Você pretende ter um?
Carros que dispensam motoristas já existem, em várias versões. O mais célebre é o modelo criado pelo Google que, em alguns estados americanos, já rodam por ruas e rodovias atualizando as imagens do Street View, enquanto o ocupante da cabine só interfere na condução em situações de emergência ou falha. O humano é, no caso, um motorista backup…
Mas as soluções do carro sem motoristas ainda são raras e caras. Ou eram. Uma empresa de Israel, a empresa Mobileye criou um protótipo de baixo custo, da ordem de centenas de dólares, capaz de conduzir um Audi A7 em uma austoestrada a 100 km/h.
OK, talvez não seja uma boa idéia investir um monte de grana em um Audi A7 para andar só a 100 km/h e delegando o prazer de dirigir a uma maquineta composta de processadores, sensores e câmeras de video.
É provável que o caminho para o carro auto-conduzido nem seja esse, mas a Mobileye e concorrentes já fornecem às montadoras vários módulos de conforto e segurança, como o FCW, que avisa a iminente colisão com outro veículo ou obstáculo, o PCW, que alerta sobre a possível atropelamento de pedestres, o LDW, que apita quando o carro muda de faixa sem sinalizar, o IHC que impede o uso de farol alto quando um veículo vem no sentido contrário e muitos outros, que já se encontram disponíveis em vários modelos vendidos no Brasil.
Hoje em dia, um GPS já não é algo tão exótico a bordo dos carros, com a voz digital indicando ao motorista os caminhos até seu destino, avisando sobre curvas e saídas próximas, sem falar nos alertas sobre os radares multadores. Usar os dados em tempo real do GPS para alimentar um sistema de condução de carros que independa do motorista é uma das possibilidades.
Talvez você tenha de esperar anos ou mesmo décadas até ver um carro que não dependa de motorista. Pode até ser que esse dia nem chegue. Mas a automação das funções dos veículos automotores vai seguir evoluindo, nem só por conta da segurança e conforto, mas também para torná-los cada vez mais eficientes.