Um gadget que, se funcionar, deveria ser de uso obrigatório
Você gosta de comida chinesa ou japonesa? Se gosta, segue os rituais, como, por exemplo, usar os pauzinhos (chopsicks, em inglês, ou Kuaisou, em mandarim) em vez de talheres ocidentais?
Pois saiba que a gigante chinesa Baidu anunciou o lançamento do Baidu Kuaisou, ou smart chopsticks que servem para testar a qualidade dos alimentos, sua pureza, seu pH, e outros indicadores. Pode, por exemplo, medir a pureza de um óleo para fritura. Assim, você saberá, por exemplo, se o pastel da feira está saudável, ou se aquele patê na sua geladeira não deveria receber atestado de óbito.
A idéia me pareceu genial, e mostra que os chineses estão decididamente entrando no mainstream da inovação, justamente em produtos de alto volume de vendas.
Em contato com o alimento, ele faz as medidas e manda os resultados para um App em seu smartphone. Simples assim!
Robin Lee, o CEO da Baidu, visto na foto acima, diz que “no futuro, usando o Baidu Kuaisou, você vai ser capaz de saber a origem do óleo, da água e de outros alimentos, se eles estragaram, e quais os fatores nutricionais que eles contêm.”
Genial, não? Se funcionar, deveria ser de uso obrigatório, inclusive para testar o que comemos em restaurantes. Já pensou…?
A camisa inteligente de Ralph Lauren
Já há algum tempo o mercado anda a busca de um nome comum para dispositivos digitais vestíveis, ou usáveis, como o Google Glass ou mesmo um conjunto tênis, camiseta, óculos da Sensoria Fitness, como comentamos aqui em postagem anterior. Isso sem falar de um sem-número de novidades para literalmente usar, como os smart watches e smart bands, smart caps, tudo smart… ou esperto, inteligente.
Duas coincidências (ou não) até aqui: Essas novidades aparecem quase sempre em eventos de tecnologia voltados ao consumidor, como o CES e o IFA e são mostradas por start-ups, empresas nascentes, por vezes de uma pessoa só, que consegue recursos para criar uma novidade que poderia criar um mercado totalmente novo.
Agora surge uma camiseta polo com ingredientes high-tech, smart, chame como quiser, mas lançada pela Ralph Lauren, e batizada de Polo Tech. A ocasião? A abertura do U.S. Open de Tênis nesta segunda, 25, um dos 4 torneios que compõem o Grand Slam, a elite da elite desse esporte.
E a Polo Tech é isso, uma camiseta polo, só que com sensores digitais tecidos junto aos fios que compõem a malha da camisa.
A nova camisa Polo Tech é muito parecida com o clássico padrão Polo by Ralph Lauren, mas seu projeto vai muito além das que você possa conhece e talvez tenha em sua coleção de roupas favoritas.
Os sensores embutidos no tecido podem ler os dados biológicos e físicos, tais como batimentos cardíacos, respiração, nível de estresse, e produção de energia, e enviar essas informações para um App em seu smartphone.
Embora pensado para atletas, a Polo Tech se propõe a ajudar na “melhoria do bem-estar geral e melhorar seu condicionamento pessoal”, diz o comunicado da marca de luxo.
Muitos dos goleiros que ficam buscando as bolas na quadra estarão vestindo a camisa, e Marcos Giron, o 1º do ranking de singles jogador na Intercollegiate Tennis Association estará estreando no Grand Slam nas quadras de Flushing Meadows, e usará a Polo Tech nos treinamentos.
Mas, se der certo, a Ralph Lauren pretende investir em outros segmentos de mercado, que não o esportivo.
“Nosso objetivo é criar e refletir o melhor estilo de vida, e nós acreditamos que uma vida saudável e ativa é uma parte essencial para isso,” diz David Lauren, vice-presidente sênior da Ralph Lauren de publicidade, marketing e comunicação corporativa. “A Ralph Lauren está animada em poder ajudar a liderar a indústria de tecnologia vestível neste mundo em constante evolução.”
A nova camisa Polo Tech é preta e com o logotipo do jogador do polo em amarelo. Ralph Lauren desenvolveu a camisa com tecnologia da canadense OMsignal. Ela deve estar nas prateleiras no primeiro semestre de 2015.
“Nossa visão é que isso vai transcender o esporte para ajudar-nos em todos os tempos e em todos os aspectos da vida”, disse Lauren. “Chegar muito além das necessidades dos atletas de elite, a Polo Tech vai oferecer tecnologia inovadora para todas as idades e estilos de vida para promover o bem estar geral e qualidade de vida.”
Na Code Conference, em maio passado, o chefão da Intel, Brian Krzanich apareceu vestindo uma camisa que incluía sensores e um chip Intel Edison, que mediu a sua frequência cardíaca e fez um eletrocardiograma, cujos resultados apareceram em seu smartphone. Krzanich anunciou parceria com a AIQ para essa camisa, que contém um tipo de silicone especial chamado Gossmer, e deve estar na IFA 2014, na semana que vem, em Berlim.
Decididamente, não se fazem camisetas como antigamente. Já pensou na multiplicidade de usos??
Boas e más notícias para a tecnologia em 2014
Com as novidades digitais já anunciadas pelas grandes empresas e também por promissoras startups, o ano de 2014 promete ser bem mais animado do que 2013.
Eu até arriscaria uma aposta de que, no Natal deste ano, veremos algum tipo de produto digital para vestir ou como acessório da moda que estará no hit parade dos mais cobiçados e vendidos.
Ou seja, não será por falta de opções ou tentações que você não incluirá uma dessas na sua lista de desejos ou de compras.
Televisores, laptops, tablets, smartphones, relógios, óculos, pulseiras, meias e camisas conectadas estarão nas prateleiras. Até para seu pet favorito você terá opções.
Essas são as boas notícias… As más, estão por conta de dois vilões, o dolar e os juros. Não é cenário de nenhum economista um ambiente de dólar a menos de R$ 2 nem de juros básicos em um só dígito, que dirá para financiamento ao consumidor.
Como esses gadgets possuem altos índices de insumos importados, já dá para ver nas lojas as diferenças de preços em relação ao início de 2013. Os mais óbvios televisores e computadores estão, na média, mais de 10% acima dos equivalentes de um ano atrás, e, na métrica dos fabricantes, nem toda a variação cambial foi repassada.
É certo que os reajustes ao longo do ano superarão a taxa de inflação. Assim, não espere pechinchas para a lista de Noel. E se você precisar da ajudazinha de um financiamento. as prestações serão salgadas ao ponto dar trabalho extra aos seus rins para se ver livre delas.
Uma consequência adicional que podemos imaginar é que as vendas caiam um pouco, ou cresçam menos, o que pode aumentar estoques e derrubar um pouco os preços finais. Mas, sem margens compensadoras, a indústria e os importadores poderão adiar o ciclo de novos lançamentos no Brasil, fazendo as novidades demorarem mais tempo para chegar por aqui.
Mas também é possível que eu esteja errado, ou pessimista demais. Afinal, em ano de Copa do Mundo e eleições, ambas no Brasil, quem sabe?
Visão do Superman, versão 2014
Um dos primeiros heróis das histórias em quadrinhos foi o Superman. Além de voar, ser quase invulnerável (não fosse a kriptonita), forte ao ponto de inverter a rotação da Terra, ele foi bolado com capacidade de enxergar tudo com, a original visão de Raios-X. Raios-X eram a última palavra em tecnologia, para tirar radiografias, isso lá nos anos 1930.
Superman evoluiu, ficou mais humano, teve crises no seu eterno relacionamento com Lois Lane, e até abandonou aquelas apressadas trocas de roupa e identidade, quando Clark Kent saia do Planeta Diário e entrava na primeira cabine telefônica nas ruas de Gotham City e em segundos lá estava o Homem de Aço a perseguir os vilões.
No mundo conectado de hoje, a saga do Superman, para sobreviver, precisava eliminar a troca de roupa na cabine telefônica, pelo simples motivo que elas não existem mais, em Gotham City e em quase nenhuma cidade real.
Mas a visão de Raios-X… Agora parece que ela está prestes a chegar ao mundo real, através da Innovega. Apresentado no CES de 2013, agora na edição 2014 chega a versão de série do sistema Innovega lentes de contato e óculos. Com as lentes de contato você enxergará de perto e de longe em níveis antes impossíveis ao olho normal. De perto, você enxergará incríveis detalhes, por exemplo, das impressões digitais em suas mãos.
Colocando os óculos, você tem uma experiência como se usasse um Google Glass. Usando as lentes de contato junto com os óculos, você aumentará incrivelmente seu campo de visão.
O sistema baseado na tecnologia iOptik tem resolução seis vezes maior e um campo de visão 20 vezes o do Google Glass. A Innovega promete simplesmente transformar a forma como usamos e compartilhamos nossas mídias sociais.
Embutir chips nas lentes de contato foi o principal desafio tecnológico, já vencido. Mas, para chegar-se a um produto comercial que possa atrair uma boa quantidade de usuários, ainda faltam detalhes.
Pode até ser que a Innovega não seja a empresa a chegar lá. Pode também, ser adquirida por um gigante da tecnologia como o Google ou uma das grandes de lentes.
Mas é quase certo que lentes de contato com chips farão parte do cotidiano de muita gente, dentro de no máximo 5 anos.
Wearable devices desta terça, 7
Para entendermos melhor o conceito de wearable devices, ou dispositivos vestíveis, vamos acompanhar o lançamento da empresa Sensoria Fitness no CES 2014.
Trata-se de um conjunto composto de um Google Glass, de meias com sensores para avaliar suas passadas e uma camiseta ou um soutien para monitorar suas batidas cardíacas. Tudo isso interligado, e com o uso de realidade expandida, onde você pode ler seus indicadores pelo Google Glass, compará-los com seus objetivos de malhação, corrigir postura e… escolher adversários virtuais.
Você pode ter outros atletas, inclusive de elite, puxando seu exercício. Pode ser também um monstro, ou um bichinho veloz que você imagina concorrer e superar. Música de fundo? Claro! As meias, a camiseta e o soutien podem ser usados normalmente, sem qualquer conexão. São, como o termo que querem emplacar sugere, vestíveis. A Sensoria propõe chamá-los de Smart Garments, ou Roupas Espertas, Inteligentes.
Não satisfeito com esse monitoramento todo? Por $149, você pode encomendar um Aim, da startup chamada Skulpt, um gadget menor do que um iPod e que mede a saúde de seus músculos, como a massa muscular e o percentual de gordura, permitindo um programa de exercícios bem definido, e que dá valiosas informações para você, seu personal trainer e seu médico.
O segmento de roupas íntimas está igualmente presente, com cuecas e calcinhas que podem vibrar ativadas por um App no smartphone, dele ou dela. Esse produto foi bolado por um casal que percebeu que o relacionamento andava morno demais por conta do uso excessivo que cada um fazia de seus smartphones. Aproveitaram o ensejo para apimentá-la.
É pouco? Se você gosta de jogar tênis, talvez possa pensar em uma raquete conectada Babolat Play, que manda informações para um App no seu smartphone e que vai permitir melhorar seus movimentos, criar estatísticas de seus jogos e buscar objetivamente novos desafios. Mais à frente, nada impede que aparelhos similares surjam para tacos de golf e baseball, por exemplo.
Tem também jaquetas com sensores de temperatura e umidade que mandam avisos se você está ameaçado de hipotermia no inverno do hemisfério norte, ou se está na hora de se hidratar. Faltou o GPS para que a peça possa ser localizada, em caso de perda ou esquecimento.
Você pode também acompanhar ao vivo, pela internet, o Hardware Battlefield, promovido pelo TechCrunch, um concurso com dezenas de startups de 11 países que apresentam novidades absolutamente inusitadas que podem, no futuro próximo, gerar novos produtos e serviços que nem imaginamos.
Esse é o conceito de dispositivos digitais vestíveis. São para efetivamente vestir. Em breve, um deles, perfeito para você!
LUMOback
A era digital criou uma enorme demanda por ortopedistas, fisioterapeutas, academias de musculação e fabricantes de órteses dedicadas a minorar os males de uma vida mais sedentária, debruçada num computador.
Quem já não teve um problema de dor lombar, por conta das posições tortas durante horas à fio no computador, smartphone, tablet ou console de game?
A mesma tecnologia que criou as máquinas causadoras desses males que chegaram com o computador agora oferece produtos que podem ajudar a corrigir sua postura.
Um deles é o LUMOback, uma espécie de cinto capaz de medir desvios posturais e vibrar suavemente, lembrando-lhe de parar de brigar com sua coluna vertebral.
Antes de começar a usá-lo, você baixa um aplicativo num iPad, iPad Mini, iPod 5 ou iPhone 4S ou mais recente e carrega a bateria do LUMOback no seu computador ou em uma fonte DC através de um cabo USB.
Ele será pareado ao seu tablet ou smartphone, e vai lhe propor um programa de melhoria de postura. Como seus dados estão sendo medidos e regsitrados, você poderá acompanhar seu progresso, através de metas negociadas entre você e o LUMOback.
No site Mashable, você pode ler a experiênca da Dani Fankhauser, que reconhece suas falhas de postura e mostra suas descobertas durante uma experiência de três dias.
O LUMOback é mais um produto a incorporar a nova tendência de dispositivos vestíveis, ou wearable devices, e pode ser bastante útil para minorar problemas de coluna vertebral derivados de postura inadequada.
Mas ele não substitui os diversos profissionais especializados em coluna vertebral, nem elimina automaticamente seus hábitos indevidos.
Seu preço? US$ 150, lá fora. Como é pequeno e não pesa muito, pode caber facilmente na sua mala, na volta se sua próxima viagem ao exterior.
Uma dúvida: Na hora de ver se cabe nos US$ 500 da quota pessoal na alfândega, será que o LUMOback é um dispositivo eletrônico ou uma peça de vestuário?