Eleições 2014, internet e redes sociais: Alguma sinergia?

Na reta final da campanha do 1º turno das eleições 2014, já é possível fazer um balanço sobre o uso da internet e das redes sociais pelos candidatos, Brasil afora.

Se você que nos lê e ouve foi influenciado por alguém ou acha que influenciou alguém pela via digital, considere-se uma pessoa privilegiada.

Balanços feitos pela observação, pelo faro e pela comparação com campanhas passadas mostra que, no frigir dos ovos, a imensa maioria dos candidatos e seus comitês usaram as redes sociais como um complemento, um detalhe a mais. Foi generalizado, também, o uso de perfis falsos para denegrir adversários, republicar vídeos super manjados e aproveitar a facilidade de  edição para publicar notícias falsas.

Não dá para deixar de notar os ataques aos sites oficiais de campanhas, muitos dos quais ficaram indisponíveis ou passaram a exibir conteúdo ofensivo aos candidatos.

Ação de hackers amadores? Não! Trabalho de profissionais, com recursos e conhecimento técnico. Rastreando a origem desses ataques, chega-se facilmente a computadores de empresas de telecom, organismos governamentais e estatais no Brasil, sem contar IPs do exterior, mas sabidamente ligados a subterrâneos da internet nossa de cada dia.

Saldo para nós, eleitores? Péssimo! Poderia ser melhor? Talvez…

Comparando o que ocorre nas democracias mais consolidadas, mundo afora, temos em comum as baixarias, boatos e notícias falsas. Mas, em contrapartida, temas sérios são populares, e de iniciativa de eleitores ou de grupos organizados nem sempre ligados a partidos, mas a causas.

Nesses países, a pressão do eleitor é bem mais eficaz e bem mais forte.

Mas, se a tecnologia é a mesma, somos um povo diferente, menos desenvolvido, menos crítico? Provavelmente não. Somos talvez reféns de um modelo de organização partidária ineficaz, que gera, por exemplo, a tal da Propaganda Eleitoral Gratuita, que de gratuita não tem nada, pois é paga com a renúncia fiscal às emissoras, por terem de veicular sem custo esses programas que, ou são caríssimos e não correspondem à realidade ou são amadores com recados curtos que, para que possam pegar, devem ser ridículos. Vide Tiririca!

Tentar mudar esse quadro não é tarefa para a tecnologia, nem ela pode ser ferramenta de mudança. A coisa passa pelo Congresso que vamos eleger no dia 5 de outubro, mas aposto que, não importa quem sejam os eleitos, tudo que for objeto de iniciativas para provocar reformas políticas cairão nos pequenos remendos, que pouco mudam. Ou em tentativas de mudar radicalmente, no sentido ruim da palavra, para criar uma democracia tutelada, o que pode ser pior.

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