A Amazon anunciou dia 18 de junho seu novo lançamento, o Fire Phone, um smartphone com algumas características diferenciadas dos concorrentes, mas que, nas palavras de Jeff Bezos, o Capo di Tutti Capi, vai fazer a concorrência balançar e mexer com o mercado.
Das novidades, a mais diferenciada é a imagem 3D, que pode ser visualizada sem óculos e com muito mais nitidez e brilho do que a Nintendo procurou fazer com seu efêmero 3DS, já encontrado nas lojas com um bom desconto . Baseado na captação de imagens por 4 câmeras distintas, ele usa algorítmo que lembra o que vem sendo usado na Copa do Mundo na determinação precisa de se bola entrou ou não no gol.
Na ponta do mais prosaico, earphones cujo cabo de conexão ao celular não enrolam. Taí uma coisa que pode ser bem prática, embora os dos aparelhos mais caros, como o iPhone e o Galaxy S os earphones até que não enrolam muito.
Como características básicas, até que ele não faz feio, mas também não se sobressai muito. Veja:
- Tela de LCD de 4,7 polegadas
- Resolução: 1280×720 pixels
- Processador/Chipset: quad-core Qualcomm Snapdragon 800 de 2,2 GHz
- GPU: Adreno 330
- RAM: 2 GB
- Armazenamento interno: 32 GB ou 64 GB
- Conectividade: WiFi 802.11, Bluetooth 3.0 e NFC
- Câmera traseira: 13 megapixels
- Câmera frontal: 2,1 megapixels
- Bateria: 2.400 mAh
- Dimensões: 13,92 cm x 6,65 cm
Como a Amazon desistiu de inventar a roda, o eistema operacional é o Fire OS 3.5.0, essencialmente um Android com sabores específicos da Amazon.
E aí, será que vale a pena entrar num modelo de smartphone de um fabricante cuja única coisa boa até agora foi o leitor de e-books Kindle? Ainda mais no Brasil, onde a Amazon é forte, mas não tem a bala toda de mercado do que em outros países, onde ela vende de tudo, inclusive se programando para entregar pequenas encomendas na sua cãs usando drones, em no máximo 30 minutos depois da compra…
Bem, essa comparação pode não levar a nada, ainda mais quando vemos que próprio Google escorregou ao lançar um smartphone e seu laptop barato, conectado à nuvem também não virou um sucesso absoluto. O Facebook tentou, mas você conhece alguém que tenha um smartphone com o logo da empresa de Mark Zuckerberg? Isso sem falar na ascensão e queda da Motorola, da Nokia que virou Microsoft Mobile e.. peraí! Aqui tem coisa!
Claramente as grandes do mercado estão buscando uma estratégia de ter o cliente só para sí: a Apple com sua arquitetura fechada onde iOS significa iPhone, iPod, iPad e os futuros wearables, tipo iWatch e o OSX no Mac; a Microsoft apostando no seu carro chefe Windows para trazer a turma do mundo corporativo também via hardware móvel ou fixo; o Google, com um monte de serviços na nuvem que todo mundo usa e maestro da plataforma Android; agora entra a Amazon, maior loja virtual de vendas de produtos físicos no planeta e forte player na venda de serviços na nuvem dizendo “venha, aqui tem de tudo!”
Do outro lado do Pacífico, as coreanas Samsung e LG, mais as chinesas Lenovo, HTC e outras vão pela massificação dos dispositivos móveis, usando, quase sempre, o Android, mas sem desprezar o Windows Phone. Algumas delas chegam baseando-se nos serviços na nuvem de gigantes como o Alibaba e no mais de 1 bilhão de chineses como mercado de partida.
Voltando à Amazon, seu Fire Phone estará nas lojas americanas no final de julho. Não está clara sua estratégia de vendas em outros mercados, mas as operadoras locais já estudam o novo device. Afinal, ele vem com 3D decente, e tem botões e funcionalidades (vide o NFC) que facilitarão compras na Amazon, inclusive de produtos físicos, coisa não muito em voga na concorrência.
Por enquanto, o negócio é ficar de olho, mas acompanhar com calma essas mexidas dos gigantes nesse tabuleiro cada vez maior e mais complexo: o mundo digital. Alguma coisa de boa acaba sobrando para nós…