Perdemos Tércio Pacitti, um dos pioneiros da Tecnologia da Informação no Brasil. Corria o ano de 1961 e eu, no meu segundo ano de engenharia do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) tive aulas com o Pacitti, que ensinou nossa turma a programar em linguagem Fortran, e depois rodar o que tinhamos criado em um IBM 1620, o segundo computador instalado no Brasil.
Pacitti tinha uma paciência enorme, aliada a uma didática perfeita, mas era, sobretudo, um homem bom. Por toda sua vida profissional dedicou-se aos computadores e às pessoas que trabalhavam com computadores.
Ganhou um monte de prêmios, merecidos reconhecimentos em vida. Pacitti nos deixou ontem, 17 de junho, conforme postagem de seu filho no Facebook.
Eu brinco com a turma que aprendeu a trabalhar com computadores nas décadas de 1970 e 1980 que quase todos tinham sido iniciados nas maravilhas da tecnologia digital programando FORTRAN, do Pacitti. Só que era o livro do Pacitti, o Fortran Monitor, que de 1967 a 1987 vendeu 250 mil exemplares no país, uma barbaridade em termos de volume para a época.
Eu e minha turma não aprendemos com o livro do Pacitti, aprendemos com o próprio, e isso nos faz um grupo de privilegiados.
E Pacitti não foi só uma fera na tecnologia. Foi um baita de um ser humano, empenhado em difundir o conhecimento tecnológico e a desenvolver o mercado de tecnologia da informação no Brasil. Um pioneiro, um homem de uma estirpe que nos fará falta.
Obrigado, Tércio Pacitti!