Você gosta de cerveja? Eu gosto, especialmente as mais elaboradas, premium, como a curitibana Caldo de Bituca, ganhadora de medalha de ouro no Festival Nacional da Cerveja de 2014.
Mas esse é um blog sobre tecnologia. Vamos a ela:
Tecnologia inovadora significa ruptura, transformação. Vivemos em um mundo tecnológico, cada vez mais digital, e, de um modo geral, nos esquecemos das grandes invenções que mudaram o mundo.
No século 15, a Idade Média caminhava para seu fim, embora quem vivesse, à época, pouco poderia perceber as mudanças que viriam. A produção de livros era, na Europa, essencialmente feita em mosteiros, onde os monges aprendiam a ler e a escrever com capricho, treinados especialmente para copiar livros e outros escritos, na sua maioria de natureza religiosa.
Esse ofício vinha de séculos, e, para atender o aumento da demanda nas igrejas e nos palácios, mais monges eram necessários para produzir livros. Aí surge o alemão Johannes Gensfleisch zur Laden zum Gutenberg, o inventor da prensa com tipos móveis e intercambiáveis, que permitiu a produção em escala de livros, sem a necessidade da cópia manual.
Resultado: os monges foram progressivamente perdendo o ofício, gerando problemas de custo para a igreja e requerendo um reposicionamento de mercado, por conta da revolução tecnológica causado pela prensa de Gutenberg.
Um dos países que mais sofreu foi a Bélgica, por conta da quantidade de mosteiros lá existentes. A saída encontrada foi reciclar os monges para o ofício de cervejeiros. Surgiram as clássicas cervejas trapistas, nos mosteiros dessa Ordem, que não só elevaram o nível de qualidade em relação às existentes, como permitiu o aumento de sua produção, exatamente à época em que começavam a florescer o comércio, as navegações marítimas e a arte da Renascença.
Com certeza, o mundo seria outro sem a revolução tecnológica de Gutenberg. Mas hoje, Sábado de Alelúia, brindemos à sua colaboração indireta para o surgimento de cervejas de qualidade! Tin-Tin, uma Feliz Páscoa!