Em 2013, quando o assunto foi privacidade x segurança, nada superou os vazamentos do Edward Snowden sobre a NSA americana e a série de manifestações iradas de líderes mundiais por terem suas comunicações monitoradas indevidamente.
Ao virarmos 2014, sobram evidências da colaboração das agências de inteligência mundo afora, mesmo quando, em tese, existam interesses em conflito. Nada que não saibamos ao assistir a cinquentenária franquia de James Bond.
Nos conformamos, também, com o que sabem sobre nós o Facebook, o Google, a Apple, a Microsoft e outras menores, tudo trocado pela conveniência dos serviços oferecidos.
Em 2013, soubemos que com uns 1.000 dólares, um pouco de conhecimento digital, algum talento e disposição para furar bloqueios de senhas, firewalls e redes seguras, bastam vacilos de alguns dos bilhões de conectados para fazer estragos em suas contas bancárias e reputações.
Com câmeras de monitoramento onipresentes, mais todos os dispositivos digitais capazes de gravar áudio e vídeo, ficar incógnito beira o impossível.
Em 2014 pouca coisa muda, talvez com algumas legislações novas e acordos internacionais de longa gestação.
Enquanto escrevo este post, leio que o New York Times desta quinta, pede, em editorial, clemência para Snowden, para que ele possa voltar aos Estados Unidos sem as acusações de deserção e alta traição. A conferir…
Enquanto isso, as agências de inteligência seguirão bisbilhotando, as redes sociais saberão cada vez mais sobre nós, os hackers crescerão em número e sofisticação, e a indústria da segurança digital para o indivíduo prosperará como nunca.
Cabe a cada um de nós calibrar, dentro do possível, seu próprio nível de exposição. Por exemplo, não fazendo postagens de fotos e vídeos pessoais, cuidando das senhas e mantendo os programas de proteção em cada dispositivo digital sempre atualizados.
Cancele contas inativas de redes sociais, de email, de cadastro em lojas virtuais não mais usadas. Leia e reveja, de quando em vez, seus contratos de uso com cada um dos serviços e aplicativos que você possui. As políticas de privacidade e os termos de uso são alterados unilateralmente e você pode estar dando cobertura legal para que usem seus dados além do que você imagina.
E siga com sua vida digital normalmente, cuidando sempre do que resta de sua privacidade.