Como o passado enxergava o futuro da internet

19991005BW_TheInternetAgeBusiness Week, 4/10/1999. Edição comemorativa de seus 70 anos de publicação ininterrupta. Matéria da capa: “The Internet Age“.

No finalzinho do século 20, a Business Week era a revista de negócios de maior prestígio e circulação global, e fazia uma profunda avaliação do que seria a era da internet, capaz de transformar o mundo de um jeito que sequer poderíamos então imaginar.

Que o mundo iria mudar, ela acertou na mosca. Como mudou, ela antecipou apenas as mudanças mais óbvias da nova tecnologia.

Às vésperas do ano 2000, a internet de banda larga já engatinhava. O Google tinha 1 ano de vida. O e-commerce começava a estar confortável ao contabilizar seu terceiro ano de vendas bilionárias, Amazon e eBay à frente.

A BW previa um aumento forte das compras de passagens aéreas pela internet, o aumento dos lares conectados, onde a internet logo rivalizaria, em termos de penetração, com os onipresentes televisores, então ainda dominados pela programação da TV aberta. Acertou, em parte.

Dizia também que seria comum, lá por 2003, você poder configurar seu carro novo à seu gosto, junto às montadoras, para ter seu veículo personalizado, sem pacotes com acessórios inúteis para você e igualzinho a seu vizinho de casa ou de baia no escritório. Você conhece alguém que, em 2013, tenha comprado um zerinho encomendado via http://www.suamontadora.com.br?

E que os negócios entre empresas seriam cada vez mais transacionados pela rede. Aqui, acertou.

Previa também que a economia mundial daria saltos quantitativos de crescimento. Desde o século 13, o mundo teria tido crescimentos tênues, com aumentos médios da renda per-capita de 0,1% ao ano, crescendo devagar até que, na segunda metade do século passado, a renda média do habitante do planeta Terra cresceu a taxas de 3% anuais. Com a internet, esse crescimento seria bem maior, puxado pelos Estados Unidos. Hum… o vetor de crescimento pode ser esse mesmo, descontadas as crises.

Reli duas vezes essa matéria. Lá nenhuma linha indicando dispositivos móveis nas mãos de bilhões de pessoas usando milhões de aplicativos disponíveis. Redes sociais? Nadinha!

Então, nas previsões, é bom poder imaginar tendências. Mas as coisas que mudam tudo, só percebemos depois que acontecem.

A BW não existe mais como revista impressa. Está só na internet.

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