Plebiscito: Que tal pensar em usar a tecnologia?

As manifestações populares levaram as autoridades federais a propor um plebiscito, para determinar os rumos da chamada reforma política.

Fazer valer a vontade popular, através de uma consulta bem feita, sem qualquer viés, não é tarefa simples, pois o momento exige respostas rápidas, mas que não podem ofender a base de nossas instituições. E tema vem se arrastando desde a promulgação da Constituição de 1988. Entra ano, sai ano, e o aprimoramento de nosso sistema político fica no limbo.

Falar de política, porém, não é focos desse comentário sobre tecnologia. Mas cabe uma provocação, talvez não para um possível próximo plebiscito, mas, quem sabe, para daqui a alguns anos:

Que tal instrumentalizar futuros plebiscitos e referendos com uma plataforma tecnológica? Lembremo-nos que caminhamos para uma população totalmente conectada, cenário onde temas centrais poderiam ser propostos através de consultas populares usando a tecnologia digital.

Nada parecido com os paredões de um Big Brother da TV, que decidem quem fica e quem sai da casa.

Também não é nada parecido com a tal da democracia direta, onde os nossos representantes eleitos seriam dispensáveis.

Trata-se tão somente de usar a tecnologia, associada a um arcabouço legal inteligente, para tornar as consultas populares mais fáceis, seguras e baratas de fazer, quando oportunas.

Não dá para tentar fazer em 2013, 2014. Talvez nem nessa década, dadas as múltiplas variáveis que precisam ser consideradas. Mas o mundo muda rápido, a tecnologia é um poderoso vetor de transformação da economia global, da geração de emprego e renda, do bem-estar da sociedade e do indivíduo. Por quê não pensar em usá-la para aprimorar nosso sistema político?

Hoje em dia já temos as pesquisas de opinião sobre candidatos a pleitos futuros e, embora algumas possam parecer enviesadas, elas são importantes termômetros da campanha, para eleitores e candidatos. São consultas feitas online, via telefone.

Os diversos grupos que se organizam pelas redes sociais em volta de um tema são outros exemplos da democracia digital surgindo de forma espontânea, que vieram para ficar.

Já participei de várias palestras onde, ao final, são propostas questões sobre os temas discutidos e a platéia responde em tempo real, usando dispositivos específicos ou smartphones. É um plebiscito para uma público bem menor, mas o princípio é o mesmo.

Não custa começar a pensar em formas de estruturar a plataforma oficial para plebiscitos e referendos. Melhor começar o quanto antes a desenhar as possibilidades de aprimorar a democracia usando a tecnologia para termos, lá adiante, uma versão moderna da Ágora (Agorá) grega. 

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