O Lulz, como é chamado no mundo do crime digital, é formado por pequenas células, em vários países, que dedicam-se a atacar grandes ou importantes sites, por conta de causas supostamente nobres.
Esses jovens são Jake “Topiary” Davis, Ryan “Viral” Cleary, Mustafa “T-Flow” Al-Bassam e Ryan “Kayla” Ackroyd. Eles foram presos no ano passado, depois que Hector Xavier “Sabu” Monsegur, o suposto líder do grupo, tornou-se informante do FBI.
Dentre as artes praticadas pela turma está a captura e divulgação de 1 milhão de contas e senhas de clientes digitais da Sony, a derrubada do site da CIA americana e da Serious Organized Crime Agency (SOCA), uma agência britânica de repressão ao crime.
E nós, brasileiros, o que temos com isso? Esse é apenas um dos grupos identificados e presos. Antes disso, seus pares australianos também foram parar atrás das grades em abril.
Como disse, o LulzSec, usando a internet como arma e plataforma de comunicação, tem membros em vários países, Brasil inclusive.
O crime digital, que vem crescendo e se tornando cada vez mais visível mundo afora, já é responsável por percentuais de dois dígitos do total de desvio de dinheiro, e a sofisticação dos atos desses hackers está sempre um degrau acima da prevenção e da repressão.
Como tem gente que acha divertido saber desse milhão de pessoas que tiveram seus dados divulgados e queimou a imagem da Sony, ou então ficam do lado do bandido quando alguém faz artes com agências de inteligência, cabe lembrar que você pode ser a próxima vítima.
Desistir da internet ou, pelo menos, não mais fazer compras em lojas de e-commerce ou voltar ao velho talão de cheques? Não precisa chegar a tanto… Basta tomar os cuidados básicos de não divulgar dados pessoais, senhas e, ao usar redes Wi-Fi públicas e abertas, evitar essas transações de compras e pagamentos, salvo se você dispuser de recursos sofisticados de criptografia.
No caso da Sony, os hackers entraram na base de dados dos clientes usando algoritmos avançadíssimos, talvez mais para provar que eles podem ser os melhores do que buscando algum benefício financeiro, uma vez que eles simplesmente abriram os dados e os divulgaram na internet.
Em situações como essa, a empresa que tinha os dados sob sua guarda é responsável legal e pode ser acionada.
Mas, para ver o lado bom da coisa, os hackers que há poucos meses eram considerados heróis pelos contestadores do establishment, agora começam a ser condenados e presos.
Um outro grande vazador da internet, o Julian Assange, do WikiLeaks, está isolado na embaixada do Equador, também em Londres, no aguardo de um improvável asilo político, ou de uma extradição para a Suécia por conta de crimes de assédio sexual que ele teria cometido por lá. E o WikiLeaks, que tanta dor de cabeça causou a governos e empresas mundo afora, parece desidratado, sem capacidade de novos vazamentos.