Em 2016, o Brasil deverá ter um computador por habitante. Palavra da FGV, que costuma não falhar nos seus números.
E daí? Isso quer dizer que cada brasileiro ou brasileira poderá exibir um lustroso computador? Nem perto…
A FGV inclui na conta desktops, notebooks e tablets, esses últimos crescendo em vendas de maneira vertiginosa. Assim, passaríamos de 118 milhões em 2013 para 200 milhões em 2016. Considerando a queda de vendas de desktops e notebooks, o grosso do crescimento virá dos tablets.
Mas a distribuição de computadores pela população ficará parecida com a dos celulares, hoje na casa de 260 milhões habilitados, algo como 1,4 aparelho por habitante, aí incluídos os bebês e os moradores de regiões onde nem energia elétrica existe.
Essa aparente desigualdade de inclusão digital existe em qualquer outro lugar do mundo, respeitadas variações não muito grandes. É bom lembrar que, no caso dos tablets, a imensa maioria (mais de 90%) dos proprietários também possui um notebook. Mais da metade também tem outro computador em casa ou no trabalho. E assim será por mais algum tempo.
Como muitas empresas, governos, escolas, hospitais, aeroportos, hotéis seguirão tendo computadores de mesa em boa escala e os tablets seguem com limitações de memória e processamento, sem falar no ainda hoje indispensável teclado. É razoável apostar que a inclusão digital plena não deva ocorrer antes que tenhamos uma base acima de 350 milhões de unidades.
Mas é um baita progresso!
É só lembrar que, no ano de 1961, quando Jânio Quadros renunciou à Presidência da República o Brasil todo tinha dois computadores instalados e que, em 1943, o então presidente da IBM dizia que o mundo não teria mercado para mais de 5 computadores. Até que o Brasil está bem na foto…
Resta saber como vai ficar a infraestrutura para aguentar o tráfego de dados dessas máquinas. Afinal, já estamos com nossas ruas, estradas e estacionamentos congestionados de carros, e a rede celular dá um banho na concorrência quando o tema é Reclamações no Procon.