O 2009 tecnológico foi marcado pela avalanche das redes sociais, do trabalho colaborativo e de muitas, mas muitas ameaças digitais. Vejam só:
- *170 milhões de celulares para 190 milhões de habitantes. Aparelhos de graça, ou comprados em banca de revistas e até em supermercado. Com todas as queixas, melhor do que nada, não?
- *A explosão do Twitter (79 milhões) e do Facebook (370 milhões), um pouco na esteira da campanha do Barack Obama em 2008.
- *Banda larga crescendo, atingindo já 30 milhões de acessos.
- *90.000 lan-houses em todo o país, mais do que agências bancárias, tornando-se talvez o maior fator de inclusão digital por nossas plagas.
Mas as ameaças à nossa privacidade, à segurança de nossos dados, as fraudes com operações financeiras, o Big Brother de Orwell se desenhando no horizonte. Essas não são boas notícias.
Tem gente querendo voltar ao bom e outrora popular cheque bancário, enquanto que, na Inglaterra, depois de 2018, ele será totalmente banido
O dinheiro vivo é um problema, não só pelo risco de sermos assaltados, mas, principalmente depois das últimas cenas vistas na TV e na internet, parece menos higiênico do que nunca, após largas somas de nossos fortalecidos reais terem frequentado cuecas, meias e sutiãs, fora as bolsas, sacolas e pastas. E, na região de Nova Iorque, o fraquinho dolar serve mais para vetor de pó do que como meio de pagamento, depois que o FBI encontrou resíduos de cocaina na maioria das notas que por lá circulavam.
Eu costumo dizer que a tecnologia é neutra, podendo ser usada para o bem ou para o mal. Cabe a nós usufruir de seus benefícios e usar seus recursos para prevenção contra malfeitorias. Exatamente como no mundo real.
E, em um mundo cada vez mais digital, fazer restrições ou muxoxos à evolução tecnológica só vai atrasar a vida de quem reage.
Em 2010 teremos muitas novidades. Muitas coisas boas, muitos problemas. Mas devemos começar a olhar a tecnologia digital também como uma poderosa aliada na melhoria da qualidade de nossa vida como indivíduos e como coletividade.
Nessa linha, estou em sintonia com o cético dinamarquês Bjorn Lomborg, que vê o combate ao aquecimento global baseado fortemente na aplicação de tecnologia.